China e França lançam satélite em busca de descobrir história do Universo

Esther Feola Por Esther Feola
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Foto Destaque: Satélite busca raios gama para localizar história do Universo (reprodução/@techexplorist)

China e França, com o propósito de localização de explosões imensas que ocorreram no universo, lançaram ontem (22) um satélite, como parte da missão “Svom” (Monitor de objetos variáveis ​​espaciais). O satélite foi criado por engenheiros chineses e franceses, e tem por missão a procura por fósseis luminosos, conhecidos como “surtos de raio gama”, pois, estes podem possuir dados sobre o passado do universo.

O lançamento do satélite de 930 quilogramas ocorreu ontem, por volta de 15h, sendo possível devido o foguete chinês Longa Marcha 2-C, o qual saiu da base espacial de Xichang, na província de Sichuan, no sudoeste do país, conforme jornalistas da AFP. Este possui quatro instrumentos, sendo dois chineses e dois franceses.

Surtos de raios gama

Quando ocorre a explosão de uma estrela massiva, as que possuem 20 vezes mais massa que o Sol, surgem os chamados “surtos de raios gama”, sendo também possível a aparição após a junção de estrelas compactas.

Como os surtos são formados a partir das explosões mais vigorosas do universo, flashes ocorrem, os quais possuem uma luz proporcional a mais de um trilhão de sóis.

A explosão de uma estrela leva milhares de anos para chegar à Terra, logo, não é possível vermos a olho nú, e sem os devidos equipamentos, a irrupção em tempo real de uma estrela. Desta forma, segundo um dos principais especialistas em surtos de raios gama, Frédéric Daigne, do Instituto de Astrofísica de Paris, visualizar tal fenômeno é quase como voltar ao tempo, visto que estamos vendo algo que já ocorreu.

A procura é por essas explosões, pois, durante sua trajetória no espaço, quando a luz cruza diferentes pontos, como quando é possível vê-la da Terra, nesse cruzamento entre gases e galáxias, viaja junto da explosão marcas que possuem dados únicos a respeito do desenvolvimento do universo.

Ademais, segundo Frédéric, essas explosões fazem com que seja possível compreender melhor a morte de determinadas estrelas.

A missão do satélite Longa Marcha 2-C

As informações destes raios podem auxiliar a também entender a dinâmica dos gases e demais galáxias, bem como a formação do espaço. O surto mais apartado ocorreu há 630 milhões de anos depois que o Big Bang ocorreu, correspondente a apenas 5% da idade do universo.


Lançamento do satélite Longa Marcha 2-C
Lançamento do satélite Longa Marcha 2-C (Foto: reprodução/X/@folhape)

O satélite foi posicionado a 625km de altitude, e será responsável por encaminhar explicitações para os observatórios que estão na Terra. Devido à velocidade e efemeridade dos surtos, será preciso agir de forma muito vertiginosa para haver a coleta destes dados.

Assim que um surto for identificado, os cientistas serão notificados pelo Svom através de um alerta e, em menos de cinco minutos, será ativado uma rede de telescópios na terra, que se alinharam exatamente no eixo da fonte do surto localizado, a fim de que haja a recolha do fenômeno.

Colaboração entre China e França

A execução desse projeto foi possível devido à cooperação entre CNSA e CNES, as agências espaciais da China e da França, respectivamente, bem como por seus atinentes organismos científicos e técnicos.

Em 2018 os países já haviam lançado outro satélite, desta vez oceanográfico, o qual foi usado para a meteorologia marinha. Além de diversos países europeus terem feito parte do Chang’e, programa chinês de exploração lunar.

Por mais que não seja a primeira comparticipação entre os países, ainda assim é uma novidade, por não ocorrer muito, em especial após os Estados Unidos terem banido que a NASA se unisse com Pequim em assuntos referentes ao espaço, em 2011.

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