A ex-primeira-dama da Argentina, Fabiola Yañez, quebrou o silêncio e revelou em entrevista ao site “Infobae”, os abusos que sofreu durante seu relacionamento com o ex-presidente Alberto Fernández.
Yañez, que denunciou o ex-companheiro na última terça-feira (6), afirmou que foi vítima de violência física e de “terrorismo psicológico” durante o mandato presidencial de Fernández, que governou o país entre 2019 e 2023.
Denúncia de violência física e psicológica
Yañez revelou que sofreu constantes ameaças por telefone, nas quais o ex-presidente dizia que se suicidaria caso ela tomasse certas atitudes. “Essa pessoa ficou dois meses me ameaçando dia sim, dia não“, contou a ex-primeira-dama.
Além das ameaças, Fabiola compartilhou imagens que mostram hematomas em seu rosto e braços, resultado das agressões físicas que teria sofrido durante o relacionamento.
As denúncias vieram à tona durante uma investigação judicial sobre corrupção, que revelou diálogos entre Yañez e a ex-secretária do presidente, María Cantero. Nesses diálogos, Fabiola detalha os episódios de violência que sofreu, incluindo agressões ocorridas durante a gravidez de seu filho, Francisco, em 2022.
Repercussão e medidas judiciais
Após a denúncia, a Justiça argentina tomou medidas de proteção para Fabiola Yañez, incluindo uma ordem de restrição que impede Fernández de se aproximar dela ou sair do país. O ex-presidente nega as acusações e afirma que apresentará provas para comprovar sua inocência.
Fabiola Yañez, também expressou sua preocupação com o impacto das revelações em seu filho e lamentou que a situação tenha vindo a público por meio de um processo judicial paralelo.
“Eu nunca teria feito algo assim porque nunca ia querer expor meu filho“, disse Yañez, acrescentando que a violência contra as mulheres é uma das questões mais repreensíveis que existem.
Contexto e investigação de corrupção
As acusações contra Alberto Fernández surgiram no contexto de uma investigação maior, que apura possíveis atos de corrupção durante seu mandato. Durante a análise do celular da ex-secretária presidencial, foram encontrados os diálogos que levaram à abertura do processo de violência doméstica.
Fabiola Yañez, que atualmente reside em Madri com seu filho, trocou sua defesa e deve prestar depoimento em breve. Apesar das tentativas de encerrar o caso, as novas evidências trouxeram à tona a necessidade de uma investigação mais profunda.
Enquanto isso, a sociedade argentina acompanha de perto o desenrolar dos acontecimentos, que colocam em questão a imagem do ex-presidente e levantam debates sobre violência contra mulher no país.