Problemas cardíacos e renais são associados ao estresse crônico

Alexandre Muniz Por Alexandre Muniz
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O estresse em níveis elevados e contínuos pode causar sérios problemas para os órgãos do corpo humano.

O estresse é uma via de mão dupla, explica a médica Caroline Reigada, uma especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, já que a presença dele é essencial em momentos de perigo que passamos durante a vida. As reações que nosso corpo toma ao estresse pode nos ajudar a ter motivações para lidarmos com problemas, ou ter uma resposta rápida as dificuldades do ambiente.

O porém é que quando as reações fisiológicas ao estresse acontecem sem controle, por longos períodos e em altas doses, ele se trona crônico, acumulando uma longa lista de prejuízos ao corpo: “Os impactos combinados do aumento da pressão arterial, da frequência cardíaca mais rápida e do aumento de gorduras e açúcar no sangue podem contribuir para vários problemas de saúde, incluindo pressão alta, diabetes e doenças cardíacas e renais”, relata a doutora.

Nosso corpo se adaptou ao longo da história para responder instintivamente a estímulos de tribulação no ambiente: “Em situação de estresse, o cérebro estimula os nervos das glândulas adrenais para a secreção do cortisol, o que aumenta a pressão arterial e o nível de açúcar no sangue. Essa reação química, que é uma resposta do cérebro para proteger o corpo em uma situação de aparente perigo, quando em excesso, numa condição de estresse crônico, provoca a excreção pelos rins de fosfato em níveis fora do padrão, o que pode acarretar fraqueza muscular, alterações na composição óssea e até mesmo na função renal”, continua a Dra.


Desenho de uma cabeça explodindo, simulando o estresse (Foto: Reprodução/iStock)


Ao ser exposto a estresse crônico, as sensações de cansaço físico e mental sobem em níveis perigosos, e nosso corpo e mente pagam um preço alto, explica a médica nefrologista, Caroline Reigada: “Exaustão, dificuldades em lidar com situações desafiadoras, sensações negativas e baixa produtividade são alguns dos sintomas da fadiga crônica. Em paralelo, há o comprometimento do funcionamento de órgãos vitais em função do descontrole hormonal causado pelo desequilíbrio nos níveis de cortisol, secretados pelas glândulas adrenais, localizadas uma sobre cada rim”.

Ela continua ressaltando que todo o ciclo do estresse é vicioso, justamente por ser dependente de fatores externos, criando o cansaço crônico no organismo, acarretando pessoas com desinteresse e baixa motivação na jornada de trabalho, e tarefas normais do cotidiano.

Como atinge 90% da população mundial, segundo a OMS, o estresse é listado como o mal do século a um bom tempo por profissionais de saúde, e o recomendado pela médica é que as pessoas sempre busquem o atendimento de médicos especializados, para a então prevenção, ou convívio com doenças cardíacas e renais que o estresse pode causar.

Foto destaque: Duas pessoas meditando para aliviar o estresse cotidiano. Reprodução/Saber Coletivo

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