Na manhã desta segunda-feira (21), ocorreu a segunda partida da Copa do Mundo 2022, entre Inglaterra e Irã. Aos 8 minutos do primeiro tempo, houve uma pancada entre o goleiro iraniano Beiranvad e o zagueiro iraniano Hosseini, onde atingiu o nariz e o rosto do goleiro. Com sangramento nasal, Beiranvad foi atendido no campo por quase 10 minutos e voltou a jogar, porém após alguns segundos ele pediu para ser substituído.
Segundo informações divulgadas pela própria Fifa, o goleiro de30 anos pode ter sofrido uma concussão em função de um traumatismo craniano, porém novos exames terão que ser realizados para a comprovação do diagnóstico. Concussão cerebral é uma lesão no encéfalo (cérebro, cerebelo e outras estruturas), causada por um choque forte na cabeça.
Imagem de um encéfalo ( Foto: Reprodução/UOL)
A concussão é um problema bastante presente nos esportes de contato, como o futebol, em que os choques entre jogadores, como ocorreu nessa partida, de cabeceios na bola ou do jogador com a trave podem ser os causadores de traumatismos. No dia a dia, fora do esporte, acidentes e simples quedas podem provocar concussões.
Sintomas
– Desmaio;
– Dor forte ou crescente na cabeça;
– Convulsão ou algum outro tipo de epilepsia;
-Visão dupla;
– Vômito;
– Falta de coordenação motora;
– Fraqueza ou formigamento nos braços e pernas;
– Dor muito forte no pescoço.
O coordenador médico geral da Copa do Mundo de 2014, Luís Fernando Correia, que foi responsável por todo protocolo médico executado na competição, listou alguns sinais de alerta.
“Cair e ficar sem se mexer por dois segundos após o choque é um deles. Falta de coordenação motora quando o jogador pare desequilibrado também. Pode também acontecer uma crise epilética, além de postura tônica, quando os membros superiores parecerem contraídos. Queda sem proteção, quando o jogador não se protege na queda. Ou quando jogador está desperto, mas com olhar vago”, disse Luís Fernando.
Diagnóstico
Luís Fernando explica que, as primeiras 72 horas após uma lesão na cabeça são abordadas em oito etapas:
“Começam com um exame clínico onde são analisadas uma série de respostas a estímulos neurológicos, como observação e reconhecimento de uma possível lesão. Isso ainda em campo. Depois o jogador deve ser levado para fora de campo, para um local silencioso. As fases de cinca a sete acontecem após a partida, e neste momento podem entrar os exames de imagem, como ressonância. Por fim temos a fase de retorno, que deve ser gradual e com acompanhamento.”
Retorno ao esporte
“Há uma liberação gradual para o esporte, dependendo de cada caso. É necessário acompanhamento individual, não tem uma regra geral, não em uma data fixa para voltar, não tem número de dias. Cada caso é um caso”, explica Luís Fernando.
É verdade que a Fifa implementou regras ligadas a contatos na cabeça. Os árbitros são obrigados a paralisar a partida se houver algum choque de cabeça, e não pode haver pressa na análise em campo.
Foto Destaque: Momento da colisão entre o goleiro e o zagueiro do Irã. Reprodução/Reuters.