Após a operação realizada contra bolsonaristas radicais na última quinta-feira (15), pela Polícia Federal (PF) a mando do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, aumentou ainda mais os ânimos dos parlamentares incendiários do PL. Um grupo de deputados liderados por Carla Zambelli, Carlos Jordy e outros, voltaram a defender ações para a “ocupação” do Senado.
A operação ordenada por Moraes foi para cumprir mais de 100 mandados de busca e apreensão para investigar bolsonaristas suspeitos de organizar atos antidemocráticos após a derrota de Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais deste ano. O objetivo da “ocupação” proposta por Zambelli e outros deputados é fazer uma grande pressão junto aos senadores e ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, para o avanço das pautas sobre o Judiciário, como a solicitação de impeachment de Alexandre de Moraes.
Essa estratégia divide o partido, o que faz a ala mais moderada enxergar a ação com mais cautela e com mais chances de trazer desgastes do que obter sucesso. Durante uma reunião, colegas afirmaram que Zambelli voltou a defender um golpe de Estado, como já fizera anteriormente de forma pública por meio de vídeo. Outro parlamentar, em tom de deboche, respondeu que conhecia apenas o “golpe da barriga falsa”.
Na quinta-feira (15), o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, gravou uma resposta a Moraes em que afirma que foi “surpreendido” pelas decisões do ministro. Além disso, o que mais irritou Valdemar foi a manutenção da multa no valor de R$22,9 milhões imposta ao PL pelo plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com a manutenção da medida, as contas do PL continuam bloqueadas.
Moraes multa PL em R$22 milhões após pedido de anulação do segundo turno das eleições. (Vídeo: Reprodução/CNN)
Já os bolsonaristas mais radicais desejam cobrar um posicionamento de defesa do Senado após o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, abrir uma nova investigação contra Bolsonaro e seus apoiadores. Essa nova investigação é motivada pelos ataques que os apoiadores do atual presidente fizeram ao sistema eleitoral e a suposta distribuição ilegal de beneficios financeiros durante a campanha que visava a reeleição de Bolsonaro.
Foto Destaque: Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e a deputada Carla Zambelli. Foto: Reprodução/O Globo