Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, anunciou nesta quarta-feira (10) a sua intenção de propor uma reforma constitucional para a eleição popular de juízes e magistrados.
O presidente do México, Andrés Manuel Lopez Obrador, dá entrevista na Cidade do México. Reprodução/Foto: REUTERS/Henry Romero
Nos últimos dias, o presidente mexicano, López Obrador, tem criticado o Judiciário após a Suprema Corte do país derrubar parcialmente uma reforma eleitoral proposta pelo governo, que buscava reduzir os poderes da autoridade eleitoral.
López Obrador fez críticas contundentes ao judiciário na última quarta-feira, acusando-os de favorecer os interesses do bloco conservador do país. Em declarações anteriores, ele havia se referido aos juízes como “corruptos” e sem “cura”.
López Obrador anunciou em uma coletiva de imprensa que a reforma constitucional, que requer uma aprovação de dois terços do Congresso, acabaria com o controle daqueles no poder e permitiria que o povo do México governasse de uma vez por todas.
“Os juízes do tribunal, que segundo o presidente estão a serviço de uma minoria ávida por saquear o país, tiveram a audácia de anular a lei“, disse López Obrador em sua entrevista coletiva diária.
Atualmente, o partido de López Obrador, Morena, não possui os votos necessários para aprovar uma reforma constitucional.
López Obrador declarou na terça-feira que aguardaria até setembro de 2024 para apresentar um conjunto de reformas constitucionais, sugerindo que espera o apoio dos eleitores para sua coalizão nas próximas eleições.
A Suprema Corte do México votou na segunda-feira por 9 votos a 2 para derrubar uma medida que restringia a capacidade do órgão eleitoral INE de monitorar as comunicações políticas. No entanto, outra parte da reforma, que reduz o orçamento e o pessoal do INE, ainda aguarda avaliação do tribunal.
Críticos alertam que a derrubada parcial da reforma eleitoral pelo Supremo Tribunal enfraquecerá a democracia antes das eleições. O presidente frequentemente atacou o INE, alegando que permitiu fraude eleitoral em suas duas eleições anteriores.
Foto destaque: O presidente mexicano, Andrés Lopez Obrador, durante coletiva de imprensa na Cidade do México, 9 de março de 2023. REUTERS/Henry Romero