Vereadora Monica Benicio sofre ameaça de “estupro corretivo”

Pedro Ribeiro Por Pedro Ribeiro
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Na última segunda-feira (21), a parlamentar carioca Monica Benicio (PSOL-RJ) comunicou, em sua página no Instagram, que recebeu, por e-mail, uma mensagem em que o autor a ameaçava de “estupro corretivo”. Segundo ele, a ação teria como objetivo curá-la, já que a vereadora se identifica como uma mulher lésbica. Ela já afirmou que irá registrar queixa ainda hoje na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).

A viúva de Marielle Franco mostrou que o criminoso se apresenta com formação em Psicologia Social na Universidade de Harvard. Na mensagem, ele diz que considera o “lesbianismo” como uma “aberração”, e que seria algo possível de ser curado com tratamentos alternativos. Ele finaliza as ameaças oferecendo uma “demonstração” e ainda pede o apoio da carioca para um suposto projeto de lei que permita a legalização da prática e sua adoção pelo SUS.



Escalada na violência e luta por igualdade

No seu pronunciamento, Monica relembrou que a mensagem chega em meio às atividades que ela vem promovendo na Câmara Municipal do Rio, lembrando o Mês da Visibilidade Lésbica. E de que seu mandato é fruto de um desejo de muitas mulheres: “Luto para que nossas pautas e demandas sejam visibilizadas, mas também para mostrar o quanto essa sociedade ainda segue alimentando ódio às pessoas LGBTQIAP+ e como essas violências afetam nossas vidas”.

Ela fecha a mensagem atribuindo o ocorrido à uma escalada na onda de violência política contra as mulheres parlamentares e garantiu que o fato não irá impedi-la de seguir em frente: “Mulheres lésbicas existem, resistem e precisam ter seus direitos e cidadania garantidos. Lutamos pelo direito de amar livremente, em segurança, sem temer por nossas vidas”, relembrou a líder da bancada do PSOL.

Rio sofre aumento de ameaças a pessoas LGBTQIAP+

A capital carioca tem testemunhado um aumento na procura por serviços de assessoria jurídica e psicológica para vítimas de discriminação. De acordo com dados da entidade Rio sem LGBTfobia, somente em 2023, mais de 7 mil pessoas já buscaram atendimento após sofrerem casos de preconceito por conta da orientação sexual.

 

Foto destaque: Monica Benicio. Reprodução/Renan Olaz/CMRJ

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