A Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu, nesta terça-feira (3), a inclusão do mandado de prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli na lista de procurados da Interpol, após sua saída do país. A deputada, que deixou o Brasil e comunicou estar na Flórida, EUA, e que pretende ir para a Itália devido ao seu passaporte italiano, afirmou que solicitará licença do cargo político para se submeter a um tratamento médico.
O encargo, sigiloso, foi entregue por Paulo Gonet, procurador-geral da República. A Rede Globo teve acesso aos documentos.
“Não se trata de antecipação do cumprimento da pena aplicada à ré, mas da imposição de prisão cautelar, de natureza distinta da prisão definitiva, com o fim de assegurar a devida aplicação da lei penal”, segundo o relatório.
“Há necessidade, além disso, para a eficácia da medida requerida e igualmente para assegurar a aplicação da lei penal, da inclusão do nome da parlamentar requerida na difusão vermelha da INTERPOL, com a suspensão de seu passaporte e imediata comunicação aos países”, concluiu o procurador, que solicitou o congelamento dos bens da parlamentar.
A deputada está sendo considerada foragida
Segundo a PGR, a deputada já deve ser considerada foragida por ter se retirado do país, comunicado publicamente sua permanência no continente europeu e pela transgressão da determinação condenatória expedida pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), onde foi decidido que a pena fosse cumprida em regime fechado.
A deputada foi sentenciada há 20 dias, por unanimidade, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão em razão da violação aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
No ano de 2023, a parlamentar teve seu passaporte confiscado enquanto estava sendo investigada; no entanto, o documento foi devolvido, e ela não estava proibida de deixar o país. Mas, em 2025, após ser condenada, a legisladora federal deixou o Brasil pela fronteira com a Argentina, seguiu para a capital do país, Buenos Aires, e de lá pegou um voo para o estado da Flórida, nos Estados Unidos.
Procurados pela GloboNews, os ministros do STF entenderam a viagem inesperada da deputada como uma fuga do país para evitar as resoluções do julgamento.
Ações contra Zambelli
Essa não é a única condenação para a deputada. Em março deste ano, ela foi condenada a 5 anos e 3 meses de reclusão, além de ter a cassação do mandato, porém a sentença foi suspensa após a requisição do ministro Nunes Marques.
Ela também é alvo de outras investigações no STF e pela Justiça Eleitoral.
Zambelli também é ré em processo penal pelo STF devido ao porte ilegal de armas e constrangimento ilegal, após perseguir com uma arma de fogo e coagir um eleitor do atual presidente Lula, que na época era candidato à presidência. O caso ocorreu em outubro de 2022. Ela também está sendo apurada em duas ações sigilosas.
