UE ordena que TikTok retenha dados de eleições na Romênia

A União Europeia emitiu uma ordem para que o TikTok congele todos os dados relacionados às eleições romenas. A decisão faz parte da aplicação da Lei de Serviços Digitais e está conectada a preocupações com a influência estrangeira e o uso da plataforma para promover o candidato ultranacionalista Calin Georgescu.

Autoridades romenas revelaram o uso de contas coordenadas e algoritmos do TikTok para promover o político pró-Rússia, levantando suspeitas de ataques híbridos russos.

TikTok e as eleições romenas

A União Europeia determinou que o TikTok congele dados vinculados às eleições presidenciais da Romênia, em um movimento inédito para conter suspeitas de interferência estrangeira. A medida, anunciada nesta quinta-feira (5), está respaldada pela Lei de Serviços Digitais, criada para regular gigantes das redes sociais em solo europeu.

A decisão foi tomada no contexto de documentos revelados por autoridades romenas, que indicam que o ultranacionalista pró-Rússia Calin Georgescu foi amplamente promovido no TikTok por meio de contas coordenadas e uso de algoritmos. Apesar de Georgescu afirmar que não investiu em campanhas digitais, evidências apontam para um esquema massivo de promoção paga.


Sobre os ataques russos híbridos agressivos — (Vídeo: Reprodução / YouTube / CNN Brasil)


Nos Estados Unidos, autoridades também expressaram preocupações com possíveis ataques híbridos russos, embora o Kremlin negue envolvimento nas eleições romenas.

Impactos políticos e resposta do TikTok

Se vencer o segundo turno das eleições, marcado para este domingo (8), Georgescu poderá adotar uma política externa mais isolacionista, opondo-se à União Europeia e intensificando a crise política no país. Especialistas temem que sua vitória aprofunde tensões regionais e fortaleça movimentos pró-Rússia.

O TikTok, por sua vez, afirmou estar cooperando com a Comissão Europeia para esclarecer os fatos. A empresa rejeitou especulações sobre seu envolvimento em ações indevidas, destacando sua disposição para investigar as acusações.

Com a ordem de retenção em vigor, analistas esperam que o caso sirva como precedente para regular o uso de redes sociais em processos eleitorais sensíveis.

Ucrânia nega envolvimento com suspeito de tentativa de assassinato de Donald Trump

A Ucrânia negou nesta segunda-feira (16), qualquer ligação com Ryan Routh, o homem suspeito de tentar assassinar o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A negativa veio após surgirem informações de que o suspeito era um fervoroso defensor da Ucrânia, o que levantou especulações sobre um possível elo entre o incidente e o apoio americano ao país europeu.

Apoio à Ucrânia, mas sem conexão oficial

Routh, de 58 anos, foi detido no domingo (15) após ser flagrado com um rifle em um dos campos de golfe de Trump, localizado em Nova Jersey. Publicações em redes sociais e entrevistas à imprensa mostraram que ele era um entusiasta da Ucrânia, tendo viajado para o país logo após a invasão russa em 2022. Em uma das suas aparições públicas, ele afirmava estar comprometido em recrutar voluntários estrangeiros para lutar ao lado dos ucranianos, embora tenha sido rejeitado por ser considerado muito velho.

Apesar de seus discursos inflamados a favor da causa ucraniana, autoridades de Kiev negaram qualquer envolvimento com Routh. A Legião Internacional da Ucrânia, que recruta voluntários estrangeiros para lutar no conflito, afirmou que ele jamais fez parte de suas operações ou teve qualquer relação oficial com as forças ucranianas. “Nunca tivemos qualquer tipo de contato com ele. Ele parecia desorientado e suas propostas não foram levadas a sério“, disse Oleksandr Shaguri, oficial do Departamento de Coordenação de Estrangeiros das Forças Terrestres da Ucrânia.


Ryan Wesley Routh falando durante uma entrevista em um comício pedindo apoio estrangeiro à Ucrânia em 27 de abril de 2022. (Foto: Reprodução/AFPTV/AFP/GETTY IMAGES/www.rollingstone.com)

Propaganda russa e teorias conspiratórias

Em Moscou, o Kremlin aproveitou rapidamente a situação para sugerir uma conexão entre o ataque e o apoio dos EUA à Ucrânia. Dmitry Peskov, porta-voz do governo russo, afirmou que “brincar com fogo tem suas consequências“, insinuando que o incidente estaria ligado à postura de Washington em relação ao conflito na Europa Oriental.

Entretanto, o governo ucraniano refutou essas insinuações, acusando Moscou de usar o episódio para propagar desinformação e teorias da conspiração. Andriy Kovalenko, chefe do Centro de Combate à Desinformação da Ucrânia, declarou que “o inimigo usará qualquer oportunidade para lançar mentiras sobre o ‘rastro ucraniano’ no ataque”. Kovalenko reforçou que não há nenhuma evidência de envolvimento do país e classificou as declarações russas como pura manipulação.

Trump, por sua vez, minimizou o incidente em suas redes sociais, agradecendo ao Serviço Secreto e à polícia por garantirem sua segurança. Com a eleição presidencial marcada para 5 de novembro, o atentado destaca os desafios em torno da proteção de candidatos em meio a uma campanha.

Em reação ao debate presidencial, revista Time mostra Trump com dificuldades em nova capa

A revista Time trouxe na capa da edição desta quarta-feira (11) o candidato à presidência Donald Trump. Na capa, o ex-presidente aparece em um carro de golfe atolado em um banco de areia, ele tenta sair da situação enquanto os dizeres “em apuros” estão estampados. A ilustração da Time é publicada um dia após o debate presidencial entre o candidato Trump e a vice-presidente Kamala Harris na rede de TV americana ABC.


Capa da revista Time em que mostra Trump “em apuros” (Foto: reprodução/Revista Time)

A reportagem a que a capa da revista se refere foi intitulada “Como Kama Harris tirou Donald Trump do curso”. Isso porque o primeiro confronto entre os dois candidatos foi dominado pela democrata que pressionou o ex-presidente durante todo o debate. Kamala procurou estressar Trump o chamando de “fraco” e “errado” , além de dizer que os militares chamaram o antigo governo de “desgraça”. Durante o debate, o republicano chegou a ser desmentido pelos mediadores após dizer que imigrantes estariam comendo cachorro.

De acordo com uma pesquisa realizada pela CNN, 63% dos eleitores acreditam que Harris levou a melhor no debate. Já a Times diz que o debate destacou o quão drasticamente a corrida presidencial mudou desde que Biden deixou de ser candidato. “Por mais claro que seja que Trump gostaria de ainda estar concorrendo contra Biden, é igualmente claro que Harris o abalou”, diz a revista.

O debate com Joe Biden


Debate entre Trump e Biden foi avaliado como vergonhoso para o democrata (Foto: reprodução/AP Photo/Gerald Herbert)

O debate de ontem teve um rumo contrário do que foi o de junho contra o atual presidente Joe Biden. Na ocasião, Trump levou a melhor, deixando o democrata contra a parede. Ao contrário da postura incisiva de Harris, Biden na época deixou o adversário dominar o debate chegando a gaguejar em alguns momentos. A postura do democrata na corrida presidencial levou seu partido a se desesperar e a retirar a sua candidatura em julho.

Harris e Trump estão tecnicamente empatados

Estando a dois meses da eleição, as pesquisas mostram os dois candidatos com empate técnico. A disputa está acirrada com Kamala liderando com apenas um ponto percentual (48%) contra Trump (47%) segundo uma pesquisa da New York Times/Siena College entre os dias 3 e 6 de setembro.

É importante focar nos estados chaves, isto é, estados que não tem tendência histórica a votar em algum partido em específico já que, diferente do Brasil, os Estados Unidos adotam um sistema de votos em colégios eleitorais formados por candidatos em cada estado. Entre os estados chaves, os dois também estão empatados com Harris tendo uma leve vantagem e por isso não é possível determinar uma tendência de votos.

Maduro antecipará o Natal na Venezuela para 1º de Outubro

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (2), que o Natal será antecipado para o dia 1º de outubro. A decisão foi divulgada durante um pronunciamento transmitido pela televisão estatal, no qual Maduro afirmou que a medida é um gesto de agradecimento ao povo venezuelano.

Embora ainda seja setembro, o espírito natalino já está presente. Portanto, para homenagear e agradecer a todos vocês, decidi que este ano as celebrações de Natal começarão em 1º de outubro”, declarou o presidente. A antecipação das festividades natalinas ocorre em um contexto de tensões políticas no país, com manifestações contra o governo após suspeitas de fraude eleitoral nas recentes eleições.

Oposição contesta resultado das eleições

A decisão de antecipar o Natal foi anunciada no mesmo dia em que a Promotoria venezuelana pediu a prisão de Edmundo González Urrutia, ex-candidato da oposição. Urrutia, com a opositora María Corina Machado, acusa Maduro de ter fraudado os resultados das eleições de 28 de julho para garantir sua reeleição. A oposição realizou uma contagem independente dos votos, que mostrou boletins de urna apontando para a vitória de Urrutia.

No entanto, o governo venezuelano e suas autoridades, alinhadas ao chavismo, consideram as ações da oposição como ilegais. O mandado de prisão contra Urrutia menciona crimes como usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, incitação à desobediência civil, formação de quadrilha, sabotagem e associação ilícita. As acusações foram detalhadas pelo portal argentino Infobae.


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Foto: Reprodução/Federico Parra/AFP)

Repercussão internacional e medidas dos EUA

Além dos acontecimentos internos, a situação na Venezuela chamou a atenção internacional, especialmente dos Estados Unidos. Também nesta segunda-feira, autoridades americanas apreenderam um jato presidencial de Maduro, que estava estacionado na República Dominicana. Os Estados Unidos alegam que a compra do Dassault Falcon 900 violou sanções econômicas impostas ao regime venezuelano, sendo o jato transferido para a Flórida.

A decisão de Maduro de antecipar o Natal ocorre em meio a um cenário de crise política e econômica no país. Com a medida, o presidente parece buscar uma forma de apaziguar os ânimos da população, tentando desviar o foco das tensões políticas que têm marcado sua gestão. Enquanto isso, a oposição e a comunidade internacional continuam a pressionar por respostas e transparência em relação ao processo eleitoral e às sanções econômicas em vigor.

ONU denuncia abuso de força e detenções arbitrárias na Venezuela pós-eleições

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, expressou preocupação com o aumento de detenções arbitrárias e o uso desproporcional da força na Venezuela desde as eleições presidenciais realizadas em 28 de julho. De acordo com Türk, essas ações têm contribuído para um clima de medo no país, onde mais de 2,4 mil pessoas foram presas após o anúncio da reeleição de Nicolás Maduro.

Mortes e Prisões Marcam Resposta do Governo

Conforme relatado pela ONU, muitas dessas detenções envolvem acusações de incitação ao ódio ou violação da legislação antiterrorismo. Além disso, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, informou que pelo menos 25 pessoas morreram e 192 ficaram feridas em protestos que eclodiram após a divulgação dos resultados eleitorais. A repressão violenta foi amplamente criticada por organizações de direitos humanos, que veem nas ações do governo uma tentativa de silenciar a oposição.

Os protestos ocorreram em diversas cidades venezuelanas, incluindo Caracas, e envolveram tanto bairros pobres quanto áreas tradicionalmente chavistas. A oposição, liderada por figuras como Edmundo González Urrutia, contesta a legitimidade da vitória de Maduro, alegando fraude eleitoral. O Centro Carter, um dos poucos observadores internacionais presentes, afirmou que as eleições não atenderam aos padrões de imparcialidade democrática.


Policial joga bomba de gás lacrimogêneo contra manifestantes na Venezuela (Yuri CORTEZ/AFP)

ONU e TPI Mantêm Pressão Internacional

A situação na Venezuela atraiu a atenção não só da ONU, mas também do Tribunal Penal Internacional (TPI). Karim Khan, procurador-geral do TPI, confirmou que seu escritório recebeu diversos relatos de violência contra manifestantes. Khan afirmou que está monitorando de perto os eventos no país e poderá abrir investigações se houver evidências suficientes de crimes contra a humanidade.

Volker Türk pediu a libertação imediata de todos os detidos de forma arbitrária e a garantia de julgamentos justos para os acusados. Ele destacou que o uso desproporcional da força e ataques a manifestantes, especialmente por apoiadores armados do governo, não devem ser tolerados. Além disso, Türk expressou preocupações sobre possíveis novas legislações que poderiam restringir ainda mais o espaço cívico e democrático na Venezuela.

Apesar das pressões internacionais, o governo de Maduro continua a descrever os protestos da oposição como atos de terrorismo. Tarek William Saab, em declarações recentes, comparou a situação no país à guerra na Ucrânia, acusando os Estados Unidos de financiarem uma tentativa de golpe contra um governo legitimamente eleito. A retórica agressiva do governo indica que, por enquanto, pouco deve mudar na abordagem adotada para lidar com a oposição interna.

Moraes obteve dados do TSE fora do protocolo

De acordo com o jornal “Folha de S. Paulo”, relatórios, solicitados de maneira não oficial, foram utilizados pelo ministro do STF para fundamentar medidas contra bolsonaristas investigados no inquérito das fake news. O gabinete de Moraes nega irregularidades e afirma que os procedimentos foram oficiais e documentados.

A reportagem da “Folha de S. Paulo”, publicada nesta terça-feira (13), revela que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria utilizado métodos informais para requisitar relatórios do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Esses relatórios, solicitados através de mensagens de WhatsApp, teriam servido como base para decisões judiciais importantes no inquérito das fake news, que investiga ataques à eleição de 2022 e aos ministros do STF, bem como incitação militar contra o resultado das urnas.

Relatórios do TSE foram requisitados de forma não oficial

A reportagem da Folha de S. Paulo revela que o gabinete do ministro recorreu a canais informais para obter relatórios do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essas solicitações, feitas por meio de mensagens de WhatsApp, permitiram a coleta de informações que fundamentaram decisões cruciais no inquérito das fake news.

Os documentos obtidos de maneira não convencional foram utilizados para embasar medidas judiciais contra aliados do ex-presidente, incluindo o bloqueio de redes sociais e a quebra de sigilo bancário.

O material reportado inclui conversas entre Airton Vieira, principal assessor de Moraes no STF, e Eduardo Tagliaferro, ex-perito da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE. Essas comunicações mostram uma prática fora do protocolo formal, com Vieira solicitando relatórios detalhados sobre postagens de apoiadores de Bolsonaro diretamente via WhatsApp.

Os relatórios gerados, que foram posteriormente usados em decisões judiciais, indicam uma interação que evitou os procedimentos oficiais do TSE e levantam questões sobre a conformidade com os processos legais estabelecidos.

Gabinete de Moraes defende legalidade transparência dos procedimentos

Em resposta às alegações de irregularidades, o gabinete de Alexandre de Moraes defende que todas as ações envolvendo o TSE foram conduzidas dentro da legalidade. De acordo com a nota oficial, as solicitações de relatórios foram realizadas conforme as normas vigentes e documentadas nos processos judiciais.

A defesa ressalta que a produção de relatórios sobre desinformação e ataques às instituições foi feita com total transparência e participação da Procuradoria Geral da República, visando garantir a legalidade e a integridade das investigações.

O gabinete do ministro esclareceu que os relatórios requisitados ao TSE foram parte de um processo regular e documentado, destinado a lidar com atividades ilícitas, como discursos de ódio e tentativa de golpe.

Os relatórios foram utilizados como evidência nas investigações relacionadas às milícias digitais e à desinformação, e foram incorporados aos inquéritos no STF com a supervisão adequada da Procuradoria Geral da República.

A defesa afirma que todos os procedimentos seguidos estavam em conformidade com a lei e foram realizados com total transparência e responsabilidade.

Deputados propõem isenção de imposto de renda para medalhistas olímpicos

Nesta segunda-feira, os deputados federais Luiz Lima (PL-RJ) e Felipe Carreras (PSB-PE) apresentaram um requerimento de urgência para a votação de um projeto de lei (PL) que isenta os atletas medalhistas olímpicos do Imposto de Renda sobre as premiações. Os deputados conseguiram o apoio de 495 parlamentares para acelerar a tramitação na Câmara. A proposta sugere que os valores recebidos como bonificações do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), governo federal ou outras entidades sejam integralmente destinados aos atletas.

Detalhes da Proposta

A iniciativa visa reconhecer a importância das conquistas olímpicas para o Brasil e estimular a prática esportiva no país, destacando que a isenção tem um impacto financeiro mínimo para os cofres públicos, mas é uma ajuda crucial para os atletas que enfrentam dificuldades financeiras durante suas carreiras. O projeto ressalta que a isenção de imposto é uma medida justa e necessária para valorizar o esforço dos atletas e promover a saúde e o patriotismo entre os brasileiros.

Se aprovado, o PL alterará o artigo 6º da Lei n.º 7.713 para incluir a isenção dos valores recebidos pelos atletas medalhistas em Jogos Olímpicos. Luiz Lima, que já foi nadador olímpico e medalhista em Jogos Pan-Americanos, afirmou em um vídeo nas redes sociais que espera que o projeto seja pautado e aprovado na próxima semana pelo presidente da Câmara, Arthur Lira.


Rebeca Andrade com medalha de ouro. (Foto: reprodução/Mike Blake)

Declarações do Governo

O governo federal declarou que as medalhas olímpicas são isentas de impostos, mas a premiação em dinheiro deve ser declarada no imposto de renda. As bonificações do COB variam segundo a modalidade e o número de atletas. Para modalidades individuais, a premiação é de R$ 350 mil para o ouro, R$ 210 mil para a prata e R$ 140 mil para o bronze. A ginasta Rebeca Andrade, por exemplo, já acumulou R$ 826 mil em prêmios nos Jogos da França, sendo a atleta brasileira mais premiada em Paris até o momento​​​​.

Nicolás Maduro convoca as Forças Armadas após resultado das eleições na Venezuela

A Venezuela terá forças de segurança nas ruas a partir desta quarta-feira (31), em um esforço para conter os protestos dos opositores à vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais. A medida foi anunciada ontem (30), em reunião conjunta do Conselho de Estado e de Defesa com a presença de autoridades governamentais.

Maduro informou o público em pronunciamento no mesmo dia e disse querer ver a força policial nas ruas até que haja o estabelecimento do plano de paz.

Protestos contra o resultado da eleição

Desde que o resultado das eleições foi anunciado na noite de domingo (28), indicando a vitória de Nicolás Maduro com 51% dos votos e a derrota de seu rival Edmundo González, parte da população irrompeu em protestos contestando os números divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Tanto a oposição no país quanto a comunidade internacional questionam a vitória do presidente, pedindo por transparência e pela divulgação da contagem completa dos votos. Maduro viu o pedido como uma “tentativa de desestabilizar” o país, que até o momento, teve cerca de 11 mortos e vários feridos nos protestos em diversas regiões do país, de acordo com ONGs venezuelanas.

Segundo Tarek William Saab, o procurador-geral da Venezuela, informou na terça-feira (30) que mais de 700 manifestantes já foram presos. Maduro prometeu penas de 15 a 30 anos de prisão e que não haverá perdão.


Protestos irromperam na Venezuela desde a divulgação da vitória de Maduro (Foto: reprodução/Jesus Vargas/Getty Images embed)


Nicolás Maduro convocou apoiadores para comparecerem ao Palácio de Miraflores para protestar em apoio ao governo. Maduro também imputou a responsabilidade do que está acontecendo à oposição, culpando María Corina Machado e Edmundo González diretamente, dizendo que “a Justiça vai chegar para eles”.

“A responsabilidade é sua, senhor Edmundo González Urrutia, por tudo o que está acontecendo na Venezuela, pela violência criminosa, pelos delinquentes, pelos feridos, pelos falecidos, pela destruição. O senhor será o responsável direto, senhor González Urrutia, e a senhora também, senhora Machado”, disse Maduro.

Nicolás Maduro afirma que seu país está sofrendo uma tentativa de desestabilização e que a oposição, apoiada pela direita internacional extremista e o imperialismo dos EUA, quer tomar o poder por meio da violência, da manipulação e da mentira. Maduro alega que sedes do CNE foram alvo de grupos criminosos, a quem chamou de “terroristas”, com máquinas queimadas e funcionários eleitorais agredidos.

As acusações e medidas de Maduro

Maduro parabenizou Jorge Rodríguez, o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, por aprovar um projeto de lei que reconheceu o resultado eleitoral divulgado pelo CNE. O presidente chamou a luta pelo reconhecimento das eleições como uma “batalha definitiva contra o fascismo, o ódio e a intolerância”, acusando a oposição de impor uma guerra civil na Venezuela para tomar o poder por meio de um golpe de Estado.

Maduro também acusou o narcotráfico colombiano de apoiar González, chamando o político de “Guaidó 2.0”, em referência ao presidente interino da Venezuela, Juan Gerardo Guaidó Márquez. O presidente também chamou González de covarde e o culpou pela derrubada de monumentos de figuras históricas venezuelanas, incluindo imagens de Hugo Chávez.


A oposição vai às ruas com a população para protestar contra o resultado das eleições (Foto: reprodução/Alfredo Lasry R/Getty Images embed)


O governo de Maduro anunciou a criação de duas comissões especiais neste período tumultuoso. Uma delas contará com assessoria da Rússia e da China e irá avaliar o sistema de biossegurança da Venezuela e os ataques ao sistema de comunicação do CNE, os quais Maduro acusou o empresário Elon Musk de estar por trás.

A outra comissão será comandada pelo presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, e será composta por especialistas em tecnologia e por membros da casa legislativa, com a missão de defender a opinião pública do país nas redes sociais.

EUA apela para que governo israelense não cometa violação dos direitos humanos

Nesta quarta-feira (28), o porta-voz do Departamento de Estado, Matt Miller, confirmou que os Estados Unidos realizaram um pedido a Israel, sendo este de assinar uma carta com a promessa de que não será cometido qualquer violação dos direitos humanos com armas americanas.

Detalhes da solicitação

Matt Miller ressaltou que o pedido não cabe somente para a nação israelense, mas sim para todo e qualquer país que receba assistência militar dos Estados Unidos.

O porta-voz também citou que a carta tem como intenção aos países relacionados “fornecer garantias por escrito de que os destinatários, em primeiro lugar, usarão as armas de acordo com a lei da guerra dos EUA e, em segundo lugar, facilitarão e não negarão ou restringirão arbitrariamente assistência”.


Destruição em Gaza (foto: reprodução/cultura.uol)

Também foi explicado por Miller que existe um processo que envolve os EUA com cada país militarmente auxiliado, processo este que serve para garantir que todos estão cientes do memorando de segurança nacional. Ainda foi indicada a necessidade de um prazo de 45 dias para que todos os países envolvidos, inclusive Israel, forneçam duas garantias por escrito.

Outros posicionamentos

Na semana passada (20), Matt Miller, ao responder algumas perguntas para a imprensa, também se pronunciou sobre a declaração de Lula direcionada às atitudes Israelenses, onde comparou a atual postura do país aos acontecimentos realizados no holocausto. Matt afirmou que o governo dos Estados Unidos discorda da fala em questão e que não acreditam que um genocídio aconteceu em Gaza, além de indicar que o desejo americano é que o conflito chegue ao fim o quanto antes.


Lula em coletiva (foto: reprodução/gazetadopovo/Nazima Raghubir)

Entretanto, vale destacar que Matt não informou se o principal diplomata dos EUA, Antony Blinken, irá abordar esta pauta com as autoridades brasileiras durante sua passagem pelo Brasil, que tem como objetivo a reunião do G20.

Colômbia comandará libertação de reféns sequestrados pelo Hamas 

Nesta quarta-feira (31), Gustavo Petro, presidente da Colômbia, aceitou comandar uma negociação para a libertação dos reféns que estão mantidos sob sequestro pelo Hamas desde o início da guerra no Oriente Médio, em 7 de outubro de 2023. 

No último dia 11 de janeiro, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enviou uma carta a Gustavo Petro solicitando que o Estado colombiano forneça “todos os esforços” para liderar esta “comissão de paz”. 

Em resposta, o presidente da Colômbia aceitou comandar a negociação e repudiou a guerra entre Israel X Hamas.  “Considero prioritário que se avance rapidamente para o fim das hostilidades e iniciar conversas para obter a libertação de todos os reféns”, escreveu Petro. 

“Proponho que avancemos na criação de uma Comissão de Paz composta por diversos países, para garantir essas libertações e alcançar o objetivo maior de acabar com a violência entre Israel e a Palestina”, concluiu o presidente colombiano.


Gustavo Petro, presidente colombiano, aceita liderar Comissão de Paz para libertar sequestrados pelo Hamas (Foto: Reprodução/Vannessa Jimenez/Reuters)

Colômbia apoia ação contra Israel por genocídio 

No último dia 10, a Colômbia apoiou a ação movida pela África do Sul contra o Estado de Israel por genocídio contra o povo palestino. A ação foi apresentada na Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, por suposta violação da Convenção de 1948.

Em nota, o presidente colombiano ressaltou ser “muito claro que as ações e medidas adotadas pelo governo de Israel constituem atos de genocídio”. Além disso, Petro elogiou a postura tomada pelo governo da África do Sul afirmando ter sido um “passo corajoso na direção certa”.

Petro já ameaçou romper relações com Israel

No início da guerra, em outubro de 2023,  as relações diplomáticas entre a Colômbia e Israel se estremeceram após declarações trocadas de ambos os lados. Margarita Manjarrez, embaixadora da Colômbia em território israelense, chegou a ser convocada a prestar esclarecimentos após críticas do presidente colombiano contra os ataques de Israel à Faixa de Gaza.  

Na época, as autoridades israelenses  anunciaram a suspensão de exportações de “materiais de segurança” à Colômbia. A medida gerou declaração de Gustavo Petro  nas redes sociais repudiando a represália de Israel e chegou a ameaçar suspender as relações exteriores contra o Estado israelense.