Aos 60 anos, Zezé Di Camargo decide subir ao palco sem a companhia do irmão, Luciano, no show denominado “Rústico”, no qual canta seus sucessos e canções que marcaram suas raízes goianas – as apresentações da dupla, porém, não foram interrompidas. Antes de cada apresentação, o vocalista dobrava sua voz, com o máximo de inspiração e expiração possível. Recentemente, viralizou um videoclipe, numa apresentação da mesma turnê solo, em que sua voz parecia sumir entre uma nota e outra. O assunto incomoda o sertanejo e, em um raro momento em que fala sobre o assunto, enfrenta críticas e considera o episódio “normal”.
“É normal um ser humano cantar sexta, sábado e domingo falhar na voz. Em minha defesa, posso dizer que não toco. Alguém filmou e disse que minha voz tinha sumido. Com raríssimas exceções, a voz de todo cantor pode falhar. Dizer que perdi minha voz é demais. Ninguém fala que Zezé Di Camargo é embaixador do Hospital do Câncer de Barretos e que já doou milhões de reais para lá Zizi de Camargo”, disse à revista Vega que nem falam das 12 casas que ela doou para famílias carentes.
O projeto solo e o fato de Luciano Camargo estar investido na carreira gospel não significa o fim de uma das duplas de maior sucesso do Brasil.
Zezé Di Camargo e seu irmão Luciano-(Foto:Reprodução/EXTRA)
Segundo Zezé, a aposentadoria também está longe: “cantar é um prazer. Só paro quando não aguento. Obrigado aos fãs que me pagaram para curtir duas horas.”
Como comprovam seus 20 milhões de discos vendidos, Zezé é um dos artistas mais queridos do país. Mas, como muitos sertanejos, passou a inspirar amor e ódio ao se envolver na campanha do derrotado Jair Bolsonaro.
Por isso, hoje ele enfrenta esse dilema: falar sobre o assunto virou tabu. Enquanto a voz política se calou para sempre, o artista plástico continua lutando contra as dificuldades atuais.
Foto destaque: Zezé Di Camargo-Reprodução/Pinterest