Clima extremo paralisa jogos e expõe estrutura dos estádios nos EUA

Nesta sexta-feira (20), a partida entre Benfica e Auckland City sofreu atraso no início do segundo tempo por causa de tempestades na região do Inter&Co Stadium, em Orlando. Durante o intervalo, o sistema de som e o telão instruíram os torcedores a buscar abrigo interno devido ao risco de raios. A situação repetiu o que […]

20 jun, 2025
Foto destaque: Estádio do Orlando City (Reprodução/Instagram/@benfica)
Foto destaque: Estádio do Orlando City (Reprodução/Instagram/@benfica)
Quatro jogos do Mundial já foram interrompidos por mau tempo. Apenas um dos 12 estádios conta com cobertura contra chuva e raios.

Nesta sexta-feira (20), a partida entre Benfica e Auckland City sofreu atraso no início do segundo tempo por causa de tempestades na região do Inter&Co Stadium, em Orlando. Durante o intervalo, o sistema de som e o telão instruíram os torcedores a buscar abrigo interno devido ao risco de raios.

A situação repetiu o que já havia ocorrido no mesmo estádio durante o jogo entre Mamelodi Sundowns e Ulsan HD, na rodada anterior. Naquela ocasião, a partida começou com mais de uma hora de atraso pelo mesmo motivo. Com isso, os dois jogos realizados em Orlando sofreram interrupções por condições climáticas adversas, o que evidencia a fragilidade da estrutura disponível.

Quatro jogos interrompidos no Mundial de Clubes

Até o momento, quatro confrontos do Mundial de Clubes foram paralisados por conta do mau tempo. Além dos dois jogos em Orlando, o TQL Stadium, em Cincinnati, precisou suspender o duelo entre Pachuca e RB Salzburg. Em Nova Jersey, o MetLife Stadium interrompeu temporariamente a partida entre Palmeiras e Al Ahly.

O regulamento da Fifa, no artigo 35, prevê que árbitros devem interromper partidas sempre que identificarem condições climáticas extremas, como tempestades ou calor excessivo. No entanto, o documento não define um tempo máximo para o retorno das atividades.

Além disso, o texto permite pausas para resfriamento sempre que o árbitro considerar necessário, com base em diretrizes médicas. Essas decisões visam proteger jogadores e torcedores, mas ainda geram incertezas operacionais nas partidas.


Mensagem de segurança nas paralizações dos jogos no Mundial de Clubes nos EUA (Foto: reprodução/Alex Livsey – FIFA/ Getty Images Embed)


Apenas um estádio com cobertura total

Entre os 12 estádios utilizados na competição, apenas o Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, conta com cobertura retrátil. Inaugurado em 2017, o local abriga os jogos do Atlanta Falcons (NFL) e do Atlanta United (MLS), além de sediar compromissos da Copa do Mundo de 2026.

O estádio recebeu três jogos da fase de grupos — Chelsea x Los Angeles FC, Porto x Inter Miami e Manchester City x Al Ain — e continuará em uso durante as fases eliminatórias. Graças à sua estrutura, nenhuma das partidas realizadas no local sofreu atraso ou paralisação.

Com capacidade superior a 73 mil torcedores, o Mercedes-Benz Stadium se destaca não apenas pelo tamanho, mas também pelo investimento: foram mais de US$ 1,6 bilhão, valor que hoje ultrapassa R$ 8,7 bilhões. Esse nível de infraestrutura tem garantido maior segurança contra eventos climáticos extremos.

Estádios descartados por gramado sintético

Apesar de os Estados Unidos possuírem diversos estádios modernos e cobertos, a Fifa optou por não utilizá-los nesta edição do Mundial. O motivo principal foi a exigência de gramado natural, o que eliminou opções como o AT&T Stadium (Texas), o SoFi Stadium (Califórnia) e o Allegiant Stadium (Nevada).

Consequentemente, mesmo com proteção contra chuva, raios e calor, esses locais ficaram de fora. Abaixo, veja alguns estádios que poderiam ter oferecido maior cobertura, mas foram excluídos:

  • AT&T Stadium – Arlington, Texas
  • SoFi Stadium – Los Angeles, Califórnia
  • NRG Stadium – Houston, Texas
  • U.S. Bank Stadium – Minneapolis, Minnesota
  • Allegiant Stadium – Las Vegas, Nevada
  • State Farm Stadium – Glendale, Arizona

Portanto, a decisão por estádios com grama natural expôs os eventos a riscos que poderiam ser evitados com uma estrutura mais adequada.

Condições climáticas desafiam logística da competição

Com a competição ainda em andamento, a quantidade de jogos interrompidos já levanta preocupações sobre o andamento das fases seguintes. Interrupções causam impacto direto na logística das equipes, atrasam transmissões televisivas e afetam a experiência dos torcedores.

Além disso, os riscos permanecem altos nas próximas rodadas, especialmente em regiões com histórico de instabilidade climática nesta época do ano. A Fifa segue monitorando as previsões meteorológicas em conjunto com autoridades locais, mas não descarta novas suspensões.

Dessa forma, os recorrentes atrasos reacendem o debate sobre os critérios adotados na escolha dos estádios. Embora a preservação do gramado natural seja compreensível, a ausência de coberturas adequadas comprometeu a fluidez da competição. Esse cenário indica a necessidade de revisão dos parâmetros para edições futuras, a fim de evitar prejuízos técnicos, logísticos e comerciais.

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