Bolsa Atleta é crucial para atletas brasileiros na Olimpíada de Paris

Manuella Bahls Por Manuella Bahls
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Foto destaque: Rebeca Andrade, ginasta brasileira, estará na Olimpíada de Paris (Reprodução/Martin Bernetti/AFP via Getty images embed)

Nas próximas duas semanas, 276 atletas brasileiros competirão nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Destes, 9 em cada 10 contaram com o auxílio do programa Bolsa Atleta durante a preparação, um apoio financeiro fundamental para suas carreiras.

Importância do Bolsa Atleta

O Bolsa Atleta é um auxílio financeiro criado para apoiar atletas de alto rendimento que se destacam em competições nacionais e internacionais.


Presidente Lula decreta reajuste durante o encontro com os atletas brasileiros das Olimpíadas na França (Foto: reprodução/Getty Images embed)


Em 2024, 241 dos 276 atletas brasileiros receberam essa bolsa, proporcionando “condições mínimas” para que se dedicassem exclusivamente ao esporte.

O valor do auxílio foi reajustado pela primeira vez em 14 anos, com um aumento de 10,8%, totalizando um investimento de R$ 148,9 milhões pelo governo.


Novos valores com o reajuste do Bolsa Atleta – Fonte: Ministério do Esporte e parceria com IPIE/UFPR
(Foto: reprodução/Secretaria de Comunicação Social/GOV.BR)

Desafios e limitações

Apesar do reajuste, especialistas afirmam que o valor ainda é insuficiente para cobrir todas as despesas dos atletas.

Hugo Parisi, quatro vezes atleta olímpico, destaca que a bolsa é significativa como ajuda de custo, mas insuficiente para cobrir todos os gastos necessários para a prática esportiva em alto nível.


Campeã olímpica e mundial no judô, Rafaela Silva
(Foto: reprodução/Pedro Ramos/CBJ)

Hugo também sugere a inclusão de um plano de saúde e a obrigatoriedade de capacitação profissional para os atletas.

André Arantes, ex-atleta de triatlo e um dos idealizadores do Bolsa Atleta, reforça que o programa é crucial para democratizar o acesso ao esporte, mas reconhece suas limitações.

O esporte brasileiro precisa de muito mais do que a bolsa. Ela é um ‘plus’ para garantir que o atleta possa se manter“, avalia André Arantes.


Rayssa Leal, do skate, é uma das 153 mulheres na delegação brasileira
(Foto: reprodução/Alexandre Loureiro/COB)

Impacto e futuro do Programa

Desde sua criação em 2004, o Bolsa Atleta já investiu cerca de R$ 1,7 bilhão em bolsas para mais de 37 mil atletas. Em 2023, o programa contemplou 8.292 esportistas e, em 2024, alcançou um recorde de mais de 9 mil beneficiados.

O programa oferece seis categorias de auxílio, com valores que variam de R$ 410 a R$ 16.629 mensais, dependendo da categoria e experiência do atleta. O programa é especialmente importante para atletas de modalidades como atletismo e vôlei, que têm grande representação na delegação brasileira.


Caio Bonfim, principal atleta da marcha atlética do país, há 17 anos com o Bolsa Atleta
(Foto: reprodução/Abelardo Mendes Jr./GOV.BR)

O ex-atleta Hugo Parisi enfatiza que, além do apoio financeiro, o governo precisa investir em centros de treinamento e infraestrutura esportiva para proporcionar melhores condições de preparação aos atletas.

Apesar de desempenhar um papel fundamental no suporte aos atletas brasileiros, ainda há espaço para melhorias no Bolsa Atleta.


Isaquias Queiroz é esperança de medalha para o Brasil na canoagem
(Foto: reprodução/Fábio Canhete/CBC)

Com ajustes e investimentos adicionais, o programa pode oferecer um suporte ainda mais robusto. Isso contribuiria para o desenvolvimento do esporte nacional e para o sucesso dos atletas brasileiros nas competições internacionais.

Jornalista curiosa e sensível, apaixonada por contar histórias que inspiram e conectar pessoas através das palavras.
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