Bombeiros de todo o Brasil se revezam em resgate no Rio Grande do Sul

Miih Garbi Por Miih Garbi
4 min de leitura
Corporação de Bombeiros do Rio Grande do Sul reunida para ação de resgate (Reprodução/Divulgação CBMRS/Site/Estado Governo RS)

Quase mil bombeiros de todo o país participam do revezamento criado pela própria instituição, para auxiliar as vítimas da tragédia do Rio Grande do Sul. O esquema, nomeado de “Protocolo de Resposta a Desastres”, foi aprovado em março de 2024 e é executado pela primeira vez.

As equipes são trocadas a cada 7 ou 10 dias. Embora os militares já estejam acostumados a lidar com tragédias, todos voltam muito abalados com a situação no Sul, e passam por avaliações médica e psicológica.


Resgate dos bombeiros em meio às enchentes do Rio Grande do Sul (Reprodução/Carlos Macedo/Bloomberg/Getty Images)


A missão de resgate, que uniu bombeiros de norte a sul do país, tem como objetivo cuidar de quem salvou tantas vidas. Além dos militares, a corporação disponibiliza cães para auxiliarem nas buscas, que ao regresso também passam por avaliação.

Segundo o presidente do Conselho Nacional de Bombeiros, o coronel Washington Luiz Vaz Junior, a operação salvou mais de 42 mil pessoas e 6 mil animais. Esses números são de resgates realizados exclusivamente pelos bombeiros.

Há também um cuidado especial com os equipamentos utilizados nas buscas. Quando chegam, ficam separados em uma sala e passam por processo de descontaminação, para que assim sejam reutilizados, garantindo a saúde dos militares.

A tragédia sob a ótica dos bombeiros paranaenses

Alguns bombeiros do Paraná que atuaram nos resgates, compartilharam experiências que os impactaram diretamente durante o trabalho, são histórias de pessoas que perderam tudo, e a cada resgate, notavam o tamanho da força do povo gaúcho para recomeçar.

Além disso, também relatam todo o sentimento de gratidão que receberam e a maneira carinhosa com que foram acolhidos pelas vítimas das enchentes.


Relatos de bombeiros paranaenses que participaram do resgate às vítimas do Rio Grande do Sul (Reprodução/YouTube/PixTV)

Em entrevista para o telejornal Pix TV News, o soldado Tiago de Lima Pereira afirmou pensar que estaria preparado para enfrentar a situação, mas quando chegou lá, sensibilizou-se com o desespero das pessoas, sentindo-se impotente ao perceber que por mais que fizesse de tudo para ajudar, nada tiraria a dor das vítimas afetadas pelo desastre.

Ele também disse que o treinamento recebido pela corporação é fundamental para acalmar as famílias, seja com uma palavra amiga ou gesto de solidariedade, e acredita ter cumprido o propósito da missão nesses 10 dias em que atuou.

Números de vítimas no RS

A maior tragédia climática da história, que aconteceu no Sul do país, já registra números expressivos. Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, no último domingo (26), foram contabilizadas 169 mortes, 806 pessoas feridas, além de 56 pessoas desaparecidas.

As enchentes atingiram 469 municípios atingidos em todo o estado, e 581 mil pessoas estão desalojadas. Ao todo, 2,3 milhões de pessoas foram afetadas pelas chuvas, sendo que 55 mil delas estão em abrigos improvisados pelo governo gaúcho.

Seguir
Miih Garbi é estagiária de redação nas editorias de celebridades e esportes. Apaixonada por jornalismo, possui um canal de entretenimento e entrevistas no YouTube.
Deixe um comentário

Deixe um comentário