Nesta quarta-feira (22), a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou a Lei Laken Riley, que exige a detenção de imigrantes ilegais presos ou acusados de crimes, incluindo furto em lojas e agressões a policiais. A medida, amplamente debatida, é vista como um marco na gestão do presidente Donald Trump e deve ser a primeira lei assinada em seu novo mandato.
Contexto
A legislação obriga autoridades federais a deter qualquer imigrante sem status legal que seja preso ou apenas acusado de crimes específicos. O Senado ampliou a proposta para incluir acusações de crimes violentos, como aqueles que resultem em ferimentos graves ou morte.
A lei leva o nome de Laken Riley, uma estudante de enfermagem da Geórgia assassinada em 2024 por um venezuelano, caso que gerou comoção nacional e intensificou o debate sobre imigração.
Apesar de sua natureza controversa, o projeto contou com apoio de 46 democratas, sendo aprovado por 263 votos a favor e 156 contra. Essa votação reflete o endurecimento do debate político sobre imigração nos EUA após a vitória de Trump, cuja campanha priorizou uma postura rígida contra imigrantes ilegais.
A nova medida exigirá um aumento substancial no orçamento do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), mas o texto aprovado pela Câmara não contempla novos recursos financeiros. Estima-se que as políticas de imigração e segurança de fronteira de Trump possam custar aproximadamente US$ 100 bilhões, caso sejam implementadas integralmente.
Ordens executivas complementares
No mesmo dia, Trump assinou uma ordem executiva para fechar a fronteira com o México e intensificar a deportação de milhões de imigrantes sem status legal. Além disso, cancelou programas de acolhimento de refugiados e ameaçou processar autoridades locais que não cumprirem as novas diretrizes.
Críticas e desafios
Estudos acadêmicos têm mostrado que imigrantes não cometem crimes em taxas superiores às da população nativa, o que levanta críticas sobre a efetividade da nova lei. Além disso, a implementação das políticas enfrenta barreiras financeiras, exigindo que o Congresso aprove fundos adicionais para as agências envolvidas.
A administração Trump, no entanto, planeja avançar com suas pautas por meio de estratégias legislativas, como a reconciliação orçamentária, em um esforço para consolidar suas prioridades de imigração e segurança de fronteira.