Cresce pressão sobre a Europa para garantir suprimentos de gás

Camila Rodrigues Por Camila Rodrigues
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Após Moscou impor sanções a subsidiárias europeias da estatal Gazprom um dia após a Ucrânia interromper uma rota importante de trânsito de gás, a pressão sobre a Europa para garantir suprimentos alternativos de gás aumentou nesta quinta-feira (12).

A decisão da Ucrânia de cortar o fornecimento de gás russo através do território controlado por separatistas apoiados pela Rússia, foi a primeira vez que o conflito interrompeu diretamente os embarques para a Europa.

Os fluxos de gás da Gazprom, empresa que detém monopólio russo de exportação, para a Europa via Ucrânia caíram um quarto depois que Kiev disse que foi forçada a interromper todos os fluxos de uma rota, através do ponto de trânsito de Sokhranovka, no sul da Rússia.


Sede da Gazprom, empresa russa do setor de petróleo e gás controlada pelo Estado, em Moscou, na Rússia. (Reprodução/Olhar do Sul)


A Ucrânia acusou separatistas apoiados pela Rússia de desviar suprimentos. Caso o corte de abastecimento persista, seria o impacto mais direto até agora nos mercados de energia europeus.

“A Ucrânia não é mais responsável pela transmissão de gás russo através dos territórios ucranianos sob ocupação militar russa”, disse a Naftogaz, empresa nacional de gás da Ucrânia, na terça-feira (10) em um comunicado. A empresa disse que notificou a Gazprom, fornecedora estatal de gás da Rússia. O porta-voz do governo russo, no entanto, negou a notificação.

A GTSOU (Operador do Sistema de Transmissão de Gás da Ucrânia) disse que o gás da Rússia não seria mais aceito no ponto de trânsito de Sokhranivka, que fica na fronteira entre a Rússia e a região contestada de Donbas, a partir das 7h do horário local (13h de Brasília). Às 6h55, hora local, de acordo com o GTSOU, a Gazprom “fechou a válvula de gás no principal gasoduto Soyuz na Rússia”, interrompendo o trânsito por Sokhranivka.

O ponto de trânsito fechado pela Ucrânia geralmente lida com cerca de 8% dos fluxos de gás russo para a Europa, embora os estados europeus tenham dito que ainda estão recebendo suprimentos. O corredor da Ucrânia envia principalmente gás para a Áustria, Itália, Eslováquia e outros Estados do leste europeu.

 

Foto destaque: A dependência do gás russo é um problema sério para a Europa. Reprodução/Diário Causa Operária

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