Na última quarta-feira (23), a Índia entrou para a história como o primeiro país a aterrizar de forma segura uma nave espacial no inexplorado polo sul da Lua. A missão indiana é a quarta do mundo a alcançar a superfície lunar e tem como objetivo explorar a Lua com o menor custo possível.
Além do grande feito, foi confirmado que o rover lunar indiano Chandrayaan-3 encontrou diversos elementos químicos no satélite vizinho da Terra. Segundo a ISRO (Organização Indiana de Pesquisa Espacial), foram identificados a presença de: Alumínio, Enxofre, Cálcio, Ferro, Cromo, Titânio, Manganês, Silício e Oxigênio.
A jornada da missão indiana na lua
Em 2019, uma missão lunar com um custo de 140 milhões de dólares foi desenvolvida pelo governo indiano. A missão tinha por nome Chandrayaan-2 e era composta por um módulo orbital, um módulo de pouso (Vikram) e um rover (Pragyan). Chandrayaan-2 decolou em 22 de julho do Centro Espacial Satish Dhawan em Andra Pradesh, na Índia, com destino à parte sul da Lua.
No entanto, após alguns dias no espaço, a ISRO perdeu o contato com o módulo de pouso da nave. Segundo fontes, Vikram estava à 2 quilômetros da superfície lunar quando sua comunicação foi interrompida.
A missão Chandrayaan-3 marca a terceira tentativa da Índia em lançar uma espaçonave à Lua. Dessa vez, a missão contou com menos custo operação e ainda reutilizou peças da nave anterior. O módulo de pouso completou manobras necessárias para fazer um pouso suave na superfície lunar. Para a identificação dos elementos, como o oxigênio, o rover da espaçonave apresentava uma técnica intitulada como LIBS, na qual consiste em analisar a composição de materiais utilizando pulsos de laser de alta energia.
Estudantes indianos assistem pouso da missão Chandrayaan-3 (Foto: Reprodução/Reuters)
“Este é um momento sem precedentes. Este é o momento para uma nova Índia em desenvolvimento”, comemorou Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia. O comunicado emitido pela ISRO ainda alega que uma pesquisa sobre a presença de Hidrogênio está em andamento.
O interesse pelo polo sul da Lua
A região sul do satélite é conhecida como face escura, na qual temperaturas podem chegar até 248°C negativos. Nessa região, encontram-se crateras que nunca receberam luz solar e, com isso, armazenam grande quantidade de água congelada. Segundo pesquisadores, ainda não há provas que a água acumulada nas crateras é manipulável ou acessível e, por isso, um estudo para entender a viabilidade desse recurso vem sendo desenvolvido ao longo dos anos.
Pronunciamento da Nasa em 2018 a respeito da presença de água congelada no polo sul da Lua. (Foto: Reprodução/Twitter/@NASA)
Por fim, após mais de 50 anos, a Lua voltou a ser motivo de uma nova “corrida espacial”. Países como: Estados Unidos, China, Rússia e Índia estavam na principal lista desse movimento. Antes do lançamento do Chandrayaan-3, a espaçonave não-tripulada russa Luna-25 decolou no dia 11 de agosto. No entanto, a missão não foi completada, após encontrar problemas ao se mover para sua órbita pré-pouso e colidir com o satélite.
Foto Destaque: Primeira imagem da Lua divulgada durante a missão indiana Chandrayaan-3. Reprodução/ISRO