Após a decisão nesta terça-feira (10) do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, prevendo a prisão do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, viaturas da Polícia Federal foram vistas em frente sua residência, na capital Brasília.
Anderson Torres deixou seu cargo de Ministro da Justiça no fim do governo Bolsonaro, então foi eleito novamente para o cargo de Secretário de Segurança Pública do DF, sendo o principal responsável pela pasta durante os ataques terroristas de bolsonaristas aos prédios históricos dos três poderes no domingo (8).
Um dia antes dos atentados em Brasília, o secretário Torres embarcou num voo para passar férias em Orlando, Estados Unidos, na mesma cidade onde está Bolsonaro. Ibaneis Rocha foi o responsável por exonerá-lo, pouco antes de Alexandre de Moraes afastar o mesmo por 90 dias do cargo de governador de Brasília. A Advocacia Geral da União (AGU) determinou a prisão do ex-ministro Torres por omissão na repressão aos ataques ao Congresso, e o ministro Moraes entendeu que houve conivência por parte das duas autoridades nos atentados do DF.
Bolsonaristas posando na escultura A Justiça durante a invasão terrorista no Palácio do Planalto (Foto: Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil)
“Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos” escreveu Torres em sua rede social após os ataques, tentando negar sua participação nos atentados terroristas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou um ofício à Justiça afirmando que houve no mínimo “criminosa omissão do Governador do Distrito Federal, que terá anuído e concorrido, de maneira consciente e voluntária, para os gravíssimos crimes verificados em 8 de janeiro de 2023, em Brasília“.
Segundo a PGR, a responsabilidade sobre os ataques golpistas também recai em Ibaneis Rocha, Anderson Torres, o secretário interino de Segurança, como Torres estava nos Estados Unidos, Fernando de Sousa Oliveira, e o comandante-geral da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto.
Nomeado no dia 2 de janeiro por Ibaneis Rocha para a pasta, Anderson Torres acabará de deixar o cargo no governo federal. Torres também já tinha experiencia como secretário de Segurança Pública do DF, entre 2019 e 2021.
Como foi apurado por Andreia Sadi, Anderson Torres foi quem pediu para retornar ao cargo antigo, causando reações contrárias em integrantes do novo governo Lula (PT) e de ministros do STF, muito porque Torres foi escolhido num momento de tensões e era considerado “homem forte” de Bolsonaro.
Foto destaque: Foi determinada a prisão do ex-ministro Anderson Torres Reprodução/Elaine Menke/Câmara dos Deputados/UOL