Neste domingo (7), um grupo de apoiadores da extrema-direita italiana foi flagrado reproduzindo saudações fascistas durante uma manifestação que acontecia em frente à antiga sede do partido Movimento Social Italiano (MSI), fundado por ex-membros do regime fascista da Itália. O ato, que aconteceu em Roma, capital italiana, não foi comentado pela primeira-ministra Giorgia Meloni.
Em um vídeo que está circulando nas redes sociais é possível perceber homens enfileirados reproduzindo a saudação fascista com os braços e gritando “presente” três vezes, enquanto um único homem gritava “por todos os companheiros mortos”, frase comumente utilizada em comícios neofascistas.
Todos os anos, grupos da extrema-direita italiana comemoram o dia 7 de janeiro para condecorar três neofascistas que foram mortos na província de Via Acca Larentia, próxima a Roma, em 1978. Desde então, não houve uma conclusão sobre o assassinato desses três militantes neofascistas e ninguém foi preso.
Grupo neofascista se reúne em frente à antiga sede do partido Movimento Social Italiano (MIS) no último domingo (7) (Foto: Reprodução/ANSA)
Oposição condenou o ato
Elly Schlein, líder do Partido Democrata, condenou o comício organizado pelos saudosistas de extrema-direita. Em declaração, a democrata enfatizou: “parece 1924”, referindo-se ao ano em que o líder fascista Benito Mussolini chegou ao poder e acabou com a política multipartidária italiana.
Além disso, Schlein também mencionou a primeira-ministra Giorgia Meloni em uma declaração contra as organizações neofascistas que atuam no país. “O que aconteceu é inaceitável. Os grupos neofascistas devem ser dissolvidos, conforme determina a Constituição“, disse a líder do Partido Democrata em publicação no X e acrescentou, “Meloni, não tem nada a dizer?”
Antonio Tajani, ministro das relações exteriores do atual governo e líder do partido de centro Forza Italia, também condenou o ato. “Há uma lei que estabelece que não se pode fazer apologia do fascismo em nosso país“, disse ele.
Legislação italiana proíbe manifestações fascistas
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a Constituição italiana proíbe a reorganização do partido fascista de Mussolini que foi dissolvido no período pós-guerra. No entanto, grupos pró-fascistas contornam a legislação alegando serem novas entidades dando novos nomes às organizações.
Primeira-ministra não repudiou o ato
Giorgia Meloni, primeira-ministra do país e co-fundadora do partido Irmãos da Itália, não comentou sobre as manifestações neofascistas ocorridas no último domingo (7). Até o fechamento desta reportagem, nem Meloni e nem seu partido repudiaram o ato.
Foto destaque: Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália e co-fundadora do seu partido Irmãos da Itália (Reprodução/Juan Medina/Reuters)
