A edição do Prêmio Nobel de 2023 bateu recorde de premiação de mulheres. Nesta segunda-feira (9), foi anunciada a última categoria e a vencedora do Nobel de Economia foi a norte-americana Claudia Goldin. Neste ano, quatro mulheres irão repartir 47% da premiação anual oferecida pela fundação.
Claudia e a iraniana Narges Mohammadi, ganhadora do Nobel da Paz, irão receber 11 milhões de coroas suecas (US$ 1 milhão) cada uma. A cientista Katalin Karikó vai receber metade do prêmio de Medicina (que foi dividido com um cientista homem), e Anne l’Huilllier receberá um terço do valor concedido para os vencedores do Nobel de Física.
Anúncio do Prêmio Nobel de Economia de 2023 para Claudia Goldin (Reprodução/ Reuters)
Em 2009, cinco mulheres estavam entre os nomes dos ganhadores, mas como somente uma mulher ganhou o prêmio sozinha, a cota de premiação entregue ao sexo feminino somou 42%. Até hoje, 65 mulheres foram premiadas, enquanto 905 homens levaram o prêmio.
Desigualdade
Com 122 anos de existência, a premiação tenta reduzir a lacuna de gênero, porém de forma devagar. Não é incomum que ocorram anúncios de ganhadores em que todos são homens, como no caso de 2017, quando 11 homens foram premiados e nenhuma mulher.
O Prêmio Nobel reflete não só na questão de gênero, mas também esbarra na desigualdade racial. Dos 964 indivíduos e 27 organizações que já receberam o prêmio, apenas 17 ganhadores são pessoas negras, quase todos sendo na categoria do Nobel da Paz. Fora dessa categoria, somente o economista Arthur Lewis, de Santa Lúcia, ganhou. Em Medicina, Física e Química nunca houve nenhum ganhador.
Liderança norte-americana
A desigualdade regional também é muito presente na premiação. Até hoje, um quarto de todo valor do prêmio foram destinadas para pessoas nascidas nos Estados Unidos.
O Estados Unidos é o país que mais recebeu prêmios em todas as categorias, exceto em literatura, que foi mais concedido a franceses. A única pessoa nascida no Brasil a vencer um Nobel foi Peter Medawar em 1960, que é cidadão britânico e, na época, já tinha pouca ligação com seu país de origem.
Foto destaque: A vencedora do Nobel de Economia 2023 Claudia Goldin. (Reprodução/ Lauren Owens Lmabert / AFP)