Novos protestos contra reformar judicial em Israel reúne milhares de pessoas nas ruas

No último sábado, dia 1° de Abril, milhares de pessoas foram novamente as ruas da capital de Israel, Tel Aviv, para protestar contra o projeto de reforma judicial proposto pelo governo de Benjamin Netanyahu, onde tal medida poderá aumentar os poderes do primeiro-ministro, enfraquecendo o Suprema Corte do país, o que pode ser visto pelos […]

02 abr, 2023

No último sábado, dia 1° de Abril, milhares de pessoas foram novamente as ruas da capital de Israel, Tel Aviv, para protestar contra o projeto de reforma judicial proposto pelo governo de Benjamin Netanyahu, onde tal medida poderá aumentar os poderes do primeiro-ministro, enfraquecendo o Suprema Corte do país, o que pode ser visto pelos críticos como uma tentativa de golpe sem precedentes.


Novos protestos contra reformar judicial em Israel reúne milhares de pessoas nas ruas

Imagem aérea mostra manifestação em Tel Aviv, Israel, em 1º de abril de 2023. (Reprodução/G1/REUTERS/Ilan Rosenberg)


Na segunda feira, 27, foi suspensa a análise do projeto pelo Parlamento israelense, para que fosse aberta um período de diálogo entre aqueles que são favoráveis ao projeto e representantes da oposição. Medida essa que veio diante de uma grande pressão das ruas, com protestos e paralisações realizadas pelo povo israelenses semana após semana desde o início do ano.

De acordo com alguns de seus fervorosos críticos, o texto apresentado pelo primeiro-ministro, teria como objetivo enfraquecer o poder judicial em prol do poder político, ameaçando a separação de poderes e o caráter democrático de Israel.

Por outro lado, o chanceler israelense e e sua alta cúpula, consideram a reforma como um ponto restaurador do equilíbrio os legisladores e a Suprema Corte do país, pois, segundo eles, tal instituição se encontra totalmente politizada, principalmente pela oposição ao seu governo.


Novos protestos contra reformar judicial em Israel reúne milhares de pessoas nas ruas

Primeiro-minitros de Israel. (Reprodução/G1/ Remo Casilli/REUTERS)


Por não possuir uma Constituição formal, Israel se utiliza de leis básicas para as tomadas de decisão e julgamentos em todas as suas esferas, e um dos pontos mais criticados da reforma seria justamente o poder que o governo teria a escolha de juízes, além de impedir que a Suprema Corte do país revise leis aprovadas pelo Parlamento.

Em entrevista a BBC News Brasil, a diretora da Faculdade de Direito e Negócios de Israel e especialista em Direito Constitucional, Gila Stopler afirma que “o governo poderia aprovar e blindar qualquer legislação de revisão judicial apenas classificando-a como lei básica”. Gila ainda acrescenta que “a aprovação das mudanças significaria o fim da democracia de Israel. E a razão para isso é porque uma democracia depende da separação de Poderes, do Estado de direito e do respeito aos direitos humanos para existir”, informou a diretora.

Ao todo, estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas já foram as ruas em protesto a aprovação da reforma judicial apresentado pelo premier Israelense, desde o início das manifestações, com ruas lotadas de cidadão gritando pela sua “Democracia”, paralisações e greves de diversos setores da indústria e de serviços públicos do país.

 

Foto Destaque: Manifestante israelense usando máscara de Benjamin Netanyahu. Reprodução/G1/REUTERS/Ronen Zvulun

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