Segundo membro do governo ucraniano, os militares russos, durante as operações realizadas no território inimigo, já mataram muito mais civis que militares. O pronunciamento vai de encontro com o que foi assegurado por Putin quando do início da guerra, dizendo estar comprometido em não atingir a população civil.
O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, discorda que a Rússia esteja bem intencionada. Ele retruca: “Moscou não protege ninguém. Destrói”.
Para o ministro, os inimigos de seu país, que ele chama de “intervencionistas russos”, estão cometendo muito mais crimes contra a população civil em comparação com os conflitos entre as tropas armadas. O político acrescenta, sendo citado pela Poder360:
“Quero que isso [morte de civis] seja ouvido não apenas na Ucrânia, mas em todo o mundo”.
Reznikov em entrevista à CNN, em 2021 (Foto: Reprodução/CNN).
Reznikov lidera as acusações contra a Rússia iniciadas na quarta-feira desta semana (9), denunciando supostos ataques em escolas em hospitais. O caso mais recente diz respeito a uma creche na cidade de Mariupol, que contou com três mortos, sendo um deles uma criança.
Na versão russa do fato, os únicos presentes no estabelecimento eram soldados do chamado Batalhão de Azov, grupo de cunho neonazista e ultranacionalista. Sendo assim, seria impossível que pacientes estivessem presentes na área, já que a guerra se iniciou em 24 de fevereiro e desde a dita data os grupos dissidentes têm usado escolas e hospitais como pontos de concentração.
Para os apoiadores de Putin, as forças russas servem exatamente à força contra esses grupos, que aterrorizavam a Ucrânia e regiões separatistas já muito antes da guerra. A questão, no entanto, é muito mais complexa e envolve uma série de eventos políticos que datam pelo menos do chamado Euromaidan, série de protestos que culminaram em mudanças políticas na Ucrânia, uma delas sendo o afastamento cada vez maior com a Rússia e aproximação com o ocidente.
Já Biden, presidente dos EUA, alerta que se Putin decidir usar armas químicas, a Rússia pagará grande preço.
Foto Destaque: Reprodução/REUTERS via BBC