PF investiga supostos registros falsos de vacinação de Bolsonaro

João Grun Por João Grun
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No dia 3 de maio de 2023, a Polícia Federal deflagrou uma operação para apurar um suposto esquema de fraude em dados de vacinação envolvendo ajudantes do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo as investigações, registros falsos de vacinação do ex-presidente e de sua filha foram feitos no mesmo dia, pela mesma pessoa, e com minutos de diferença, mas meses após as datas em que teriam sido aplicadas.

Os registros foram feitos pelo então secretário municipal de Saúde de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Além disso, os dados indicam que não há registro de que Bolsonaro e sua filha estivessem no local em que a vacina teria sido aplicada nos dias registrados.


Cartões de vacinação (Reprodução/ G1)


Ainda segundo as investigações, dois ajudantes próximos de Bolsonaro também tiveram registros de vacinação falsos feitos pela mesma pessoa e com minutos de diferença, mas no dia seguinte às inserções dos dados de Bolsonaro e da filha. Todos os registros foram feitos no mesmo lugar e pela mesma pessoa.

Os registros de Bolsonaro indicavam a vacinação em 13/08/2022 e 14/10/2022, mas ambos foram feitos apenas em 21/12/2022, em sequência: um às 18h59 e outro às 19h. Ambos foram excluídos seis dias depois, em sequência, por outra operadora do sistema.

De acordo com uma investigação preliminar realizada pela Controladoria-Geral da União, “o ex-Presidente Jair Bolsonaro não esteve no município de Duque de Caxias/RJ no dia 13/08/2022, data em que teria tomado a 1ª dose da vacina da fabricante PFIZER, permanecendo na cidade do Rio de Janeiro até seu retorno para Brasília/DF às 21h25min.” Além disso, segundo a PF, Bolsonaro também não teria como ter recebido a segunda dose em 14/10/2022.

A investigação identificou que o mesmo operador do sistema que inseriu os dados de Bolsonaro e sua filha também inseriu os dados de vacinação de Max Guilherme e Sérgio Rocha Cordeiro, ambos assessores próximos do ex-presidente. Os registros foram feitos em condições idênticas aos de Bolsonaro e sua filha, em datas de vacinação exatamente iguais às atribuídas a Bolsonaro. No entanto, no caso deles, não houve retirada dos registros.

Foto em destaque: Bolsonaro após mandado de busca e apreensão em sua casa. Reprodução: UOL. 

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