Joenia Wapichana é deputada federal, e será a primeira muher indígena a assumir o cargo de presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). Ela diz que crise humanitária que aflinge os ianomâmis era uma “tragédia anunciada”. Segundo ela, em 2019, teria feito uma reunião com o então vice-presidente Hamilton Mourão, para tratar sobre o território Yanomami, porém não foi tomada nenhuma providênca.
A deputada acusa uma possível omissão e até prevaricação no governo do antigo presidente, Jair Bolsonaro, que deve passar por um processo de apuração pelas autoridades. Segundo ela, os servidores recebram orientações para “fechar as portas para indígenas“. A deputada afirmou que deseja retomar concursos para dar fim à falta de servidores, e segundo ela, houveram funcionáros perseguidos pelo antigo governo, e ela pretende revisar os processos administrativos abertos contra eles.
Joenia é deputada federal e se prepara para aassumir a presidência da Funai (Foto: reprodução/ O Globo/Cristiano Mariz)
Mesmo sem ter assumido oficialmente o cargo ainda, ela ajuda a organizar medidas para resolver a crise. Ela diz que é preciso fazer uma remoção e erradicação do garimpo ilegal da região de áreas indígenas, o que precisará de auxílio do Exército, Polícia Federal e outros ministérios. Além desse foco, ela afirma que também é necessário fornecer um atendimento adequado ao povo ianomâmi.
Ao ser questionada sobre como poderia ser classificada essa crise vivida pelo povo ianomâmi, ela repondeu: “É uma crise de urgência humanitária, eu creio que toda prioridade tem que ser dada para tentar levar não somente a saúde urgente, mas também para evitar mais mortes.” Segundo ela, esta é a fase de agir rápido, para evitar mais desastres como morte de crianças e até mesmo de adultos.
O presidente Lula se declarou sobre a questão do garimpo ilegal, e disse que vai combatê-lo com firmeza. Segundo Wapichana, esse pronunciamento do presidente foi não apenas para os garimpeiros ilegais de Roraima, mas para todos que estão pensando em continuar com o garimpo ilegal no território indígena. De acordo com ela, foi um jeito de dizer “basta dessa ilegalidade que ocorreu no outro governo”.
Foto destaque: Joenia Waoichana será presidente da Funai. Reprodução/ Mídia Ninja