Na última quarta-feira, 28, o analista de TI Daniel Moraes Bittar, 42 anos, e a blogueira Gesiely de Sousa Vieira, 22, foram presos após sequestrarem uma menina de 12 anos. De acordo com a polícia, ele a raptou na saída da escola, com a ajuda da blogueira, que usou um pano com clorofórmio para dopar a menina.
Gesiely se autodenomina “Princesa Cristã”, e compartilhava em suas redes sociais diversas mensagens de cunho religioso, enquanto Daniel postava mensagens de cunho social, inclusive contra e pedofilia. “Pintou um clima? Não. Pedofilia é crime, denuncie”, disse em uma das postagens, em referência à uma fala do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, em que ele diz que “pintou um clima” entre ele e duas meninas venezuelanas.
Daniel também realizava trabalhos voluntários em hospitais, e exibia seu gosto por literatura. Ele também escreveu dois livros: “Segredos de Verão” e “Quando o amor bate à porta”. Gesiely, conhecida como Geisy, é mãe de dois filhos e, nas redes, se define como blogueira e cristã. No entanto, ela também posta fotos de roupas íntimas, e divulga seu perfil em um site de conteúdos adultos.
A vítima foi encontrada no apartamento de Daniel, seminua, algemada e com escoriações no corpo. A polícia também apreendeu máquinas de choque, câmeras, objetos sexuais, material pornográfico, e encontrou uma estufa para produção de maconha e um galão de clorofórmio. A polícia suspeita que Daniel tenha gravado o estupro.
De acordo com a polícia, o crime foi premeditado por Daniel, que monitorava a escola onde a menina estudava, inclusive fazendo uso de binóculos para localizar possíveis vítimas. A pré-adolescente teria sido escolhida por não estar acompanhada dos pais ou responsáveis.
Daniel foi pego em câmeras carregando a menina em uma mala coberta por um lençol (Foto: Reprodução/Estado de Minas)
A polícia foi notificada do desaparecimento da menina no início da tarde de quarta-feira. As investigações começaram no local onde ela foi vista pela última vez, próximo à escola onde estudava. Testemunhas contaram que a menina foi agarrada por um casal e colocada dentro de um carro preto. Os agentes pediram gravações das câmeras de segurança das redondezas, e conseguiram encontrar a placa do carro. Então, conseguiram descobrir a identidade do dono e o endereço dele.
Os agentes chegaram no apartamento do sequestrados por volta das 23h30 do mesmo dia, e encontraram a menina. Daniel foi preso em flagrante no mesmo dia, e Geisy, no dia 29, quinta-feira. A vítima contou aos agentes que Daniel usou uma faca para rendê-la, e então, a levou para uma mata, onde Geisy colocou o pano com clorofórmio em seu rosto. Ela foi levada ao apartamento do sequestrador desacordada, dentro de uma mala e com os pés algemados.
Geisy disse aos policiais que foi coagida por Daniel a participar do crime. Eles mantinham uma relação do estilo “sugar daddy”, em que Daniel oferecia dinheiro à Geisy em troca de encontros e fotos dela. “Ela diz que também foi ameaçada, que também foi vítima, mas totalmente infundadas as alegações dela. Se fosse vítima, no momento que foi liberada, deveria ter entrado em contato com a polícia informando que outra pessoa era mantida refém”, disse o tenente coronel Arantes, da Polícia Militar de Goiás.
Segundo as autoridades, Geisy e Daniel se conheciam há dois anos, e teriam morado juntos entre janeiro e fevereiro. Geisy não tem passagens na polícia. Na sexta-feira, 30, a prisão dos dois foi convertida para preventiva.
Foto destaque: Daniel e Gesiely foram presos pelo sequestro e abuso de uma menina de 12 anos. Reprodução/O Globo