Nesta segunda-feira (24), o diretor palestino Hamdan Ballal, que participou na direção do documentário ganhador do Oscar, “Sem Chão”, sofreu um ataque de colonos israelenses e foi detido por militares das Forças de Defesa de Israel, que atuam na Cisjordânia.
O ataque ao cineasta
O Palestino diretor do documentário vencedor do Oscar, que aborda a vivência de palestinos na região da Cisjordânia, que possui opressão e violência das forças armadas de Israel, foi vítima de um ataque, feito por colonos israelenses e em seguida foi detido por militares das Forças de Defesa de Israel.
Hamdan Ballal e seus companheiros vencedores do Oscar (Foto: reprodução/Mike Coppola/Getty Images Embed)
Os atentados ocorreram nesta segunda-feira (24), em uma região próxima ao assentamento israelense de Susya. As Forças de Defesa de Israel informaram que estão investigando o caso, porém não se aprofundaram em nenhum detalhe.
Yuval Abraham, jornalista israelense que também foi responsável pela direção do documentário, fez um relato em seu X (antigo Twitter) dizendo que Hamdan foi ferido na cabeça e na barriga, e ficou sangrando. Ele então disse que quando uma ambulância veio para socorrê-lo, os militares o retiraram do veículo, enquanto estava sendo tratado.
Colonos invadiram casas, atiraram pedras, quebraram janelas e veículos e agrediram violentamente moradores e ativistas de solidariedade. Várias pessoas ficaram feridas”, afirmou Ihab Hassan, um ativista palestino, que foi uma das testemunhas do ataque, por meio do X.
De acordo com a Associated Press, as testemunhas disseram que um grupo que tinha entre 10 e 20 colonos mascarados atacou Ballal e outros ativistas judeus, que estavam no local, com pedras e bastões, além de danificar seus carros, quebrando os vidros e furando os pneus.
As tensões da guerra
Os conflitos na Cisjordânia têm se intensificado recentemente. Mesmo após a trégua já quebrada, no início do ano, os conflitos emergiram e continuam em cenário de tensão. As forças de Israel conduzem uma grande operação na Cisjordânia, dizendo que tem como alvo grupos terroristas e extremistas. Milhares de palestinos foram forçados a deixar suas habitações em campos de refugiados, após a infraestrutura ser destruída. E pela primeira vez em mais de 20 anos, Israel enviou tanques de guerra para a cidade de Jenin, no final de janeiro.
Veículo reforçado de Israel, na Cisjordânia (Foto: reprodução/Issam Rimawi/Anadolu/Getty Images Embed)
No mês de fevereiro, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, informou que havia ordenado seus militares a realizar uma estadia mais prolongada na Cisjordânia, intensificando suas operações. Apesar de ser considerado um território palestino, a Cisjordânia é controlada pelas forças militares de israelenses, portanto impõem suas leis aos residentes palestinos e podem julgá-los por seus tribunais militares.