No segundo dia de julgamento do caso Daniel Alves, a esposa do ex-jogador, Joana Sanz, compareceu para prestar depoimento na manhã desta terça-feira (06) no Tribunal de Barcelona. A modelo espanhola foi convocada para depor pela defesa de Alves, ou seja, a favor do marido. Daniel Alves responde pela acusação de ter estuprado uma mulher durante sua permanência em uma boate espanhola. O ex-jogador negou as acusações.
Além da modelo e também esposa de Daniel Alves, outras 21 testemunhas foram chamadas a depor, entre elas funcionários da boate e também amigos do brasileiro. Entre eles, um nome foi identificado no processo: Bruno Brasil, que prestou depoimento nesta terça-feira e foi o primeiro a falar diante do júri. Conforme informação da imprensa espanhola que acompanha o caso, Bruno Brasil alegou não ter visto a vítima chorar ao sair do banheiro onde, segundo as acusações, ela foi estuprada pelo ex-barcelona.
Segundo informações dadas no depoimento, Bruno Brasil é único amigo visto com Daniel Alves na noite do ocorrido quando ele abordou a vítima. O nutricionista e também amigo de Alves alega ter ficado conversando com a prima da vítima pelos 15 minutos em que o ex-jogador e a acusadora ficaram dentro do banheiro da área VIP do clube. Bruno Brasil confirmou essa versão durante seu depoimento nesta terça-feira.
O julgamento
Com duração de três dias, o julgamento ouvirá um total de 20 testemunhas além de Daniel Alves e a vítima, que depôs em sessão privada nesta segunda-feira (5), longe da imprensa. O julgamento acontece a mais de um ano após a jovem espanhola alegar ter sido estuprada por Alves no banheiro de uma boate na cidade de Barcelona. O ex-jogador está há mais de 380 dias em prisão preventiva.
Daniel compareceu a Audiência de Barcelona na segunda-feira, instância mais alta da justiça espanhola, ele deveria prestar seu depoimento nesse mesmo dia, entretanto, a defesa do jogador pediu a transferência de sua fala para o último dia de audiência, que deverá ocorrer nesta quarta-feira (07), pedido acatado pela juíza responsável pelo caso.
A vítima prestou depoimento na segunda-feira, em uma audiência privada e com sua voz distorcida para preservar sua segurança. A sessão foi livre da imprensa, que foi proibida de acompanhar sua fala. A identidade da vítima foi preservada desde o início do processo, proibindo qualquer divulgação da mesma.
Ela alega que estava na área VIP da Boate Sutton acompanhada de uma amiga e uma prima. Após dançarem com Daniel Alves e amigos dele, a vítima conta que o ex-jogador insistiu para que ela o acompanhasse até um outro ambiente da área VIP, que ela diz ter pensado se tratar de outra área VIP, entretanto, ao entrar foi surpreendida com um banheiro onde só havia o sanitário e uma pia, ali, segundo a acusação, ela foi estuprada por Alves.
Seis testemunhas já prestaram depoimento na primeira sessão nesta segunda-feira, entre elas a mãe de Daniel Alves. Outros 22 ficaram para depor terça-feira. Por fim, na quarta-feira, a terceira sessão ficará dedicada a trâmites periciais, entregando relatórios e conclusões.
Além da acusação de estupro, Daniel Alves também foi acusado por outras duas mulheres de tê-las apalpado na mesma noite da violência sexual contra a amiga das jovens. Segundo informações do jornalista espanhol Jesús González Albalat, que viu imagens das câmeras de segurança que correm em segredo de justiça, ambas as acusadoras dançaram com o brasileiro na noite do ocorrido.
Isabel Delgado Pérez, juíza do caso, será responsável por elaborar a sentença, que segundo informações do Jornal G1, não há data definida. Até que seja sentenciado, Alves permanecerá em prisão preventiva, em Barcelona. A justiça local pede que Daniel Alves seja preso por nove anos, já a defesa da vítima pede por doze anos de prisão.
Tribunal paralelo
A advogada de Daniel Alves, Inés Guardiola, afirmou ainda no início da primeira sessão que o jogador se considera vítima de um tribunal paralelo, causado, segundo ele, pela opinião pública. A defesa do brasileiro ainda pediu que o julgamento fosse anulado, uma vez que a juíza do caso não aceitou que a vítima fosse examinada por um segundo perito.
A defesa do jogador também solicitou que novos testes fossem realizados e que apenas depois disso o julgamento fosse retomado. O pedido foi negado e a promotoria confutou na sessão que todos os direitos de Daniel Alves foram mantidos.