Na madrugada desta terça-feira (18), foi informado pelas próprias Forças Armadas de Israel, que eles estavam realizando ataques extensivos na Faixa de Gaza, quebrando o cessar-fogo que ocorreu no meio de janeiro de 2025. Os bombardeios acabaram levando a vida de pelo menos 330 pessoas.
Os ataques de Israel
As Forças Armadas de Israel fizeram um anúncio, em seu Telegram, na madrugada desta terça-feira (18), sobre grandes ataques que estavam fazendo na região da Faixa de Gaza. Os ataques foram os maiores desde o cessar-fogo, feito no dia 19 de janeiro, em que foi proposto uma trégua temporária na região de Gaza, até o início deste mês. Os bombardeios, promovidos nas regiões da Cidade de Gaza, Khan Younis, Rafah e Deir al-Balah, deixaram pelo menos 330 mortos.
Pessoas com corpos dos mortos em Gaza, durante os ataques de Israel (Foto: reprodução/Doaa Albaz/Anadolu/Getty Images Embed)
Mais de 330 mártires, a maioria menores de idade, mulheres e idosos, são o saldo inicial da agressão”, disse Mahmoud Basal, porta-voz da Defesa Civil de Gaza.
Foi especificado por ele que mais de 82 mortes ocorreram na cidade de Khan Younis, localizada ao sul de Gaza, e as outras foram espalhadas por Nuseirat, centro do território, Cidade de Gaza e o norte da região.
O acordo de cessar-fogo, realizado em meados de janeiro, tinha como objetivo interromper os conflitos no território de Gaza até um novo acordo ser firmado no início deste mês de março. Desta vez, a proposta era de uma trégua permanente, em que haveria a libertação dos reféns em Gaza, assim como a devolução dos corpos, e a retirada completa das forças israelenses do território palestino – acordo esse que foi rejeitado por Israel.
Segundo o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ele, juntamente com o Ministro da Defesa, Israel Katz, informou às Forças Armadas para agir com força contra o Hamas, organização terrorista da Palestina, alegando que eles teriam se recusado a libertar seus reféns. Para corroborar com a informação dos ataques intensos, foram canceladas as aulas em escolas nos arredores de Gaza.
Steve Witkoff, o enviado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma proposta de estender a primeira fase da trégua até abril, porém as autoridades do Hamas rejeitaram a proposta, declarando que não teriam uma moeda de troca com Israel, caso libertassem seus reféns.
O conflito continua
Os conflitos em Gaza ainda não estão pertos do fim, muito pelo contrário, pois foi declarado por Israel que eles irão agir contra o Hamas com força militar cada vez maior.
Escombros de região atacada por Israel, em Gaza (Foto: reprodução/Hamza Z. H. Qraiqea/Anadolu/Getty Images Embed)
O Hamas, portanto, entende que ao realizar estas ações, Israel pôs um fim ao cessar-fogo, iniciado no meio de janeiro. O grupo que controla o Hamas desde 2007, cobrou os mediadores do conflito, Egito, Catar e EUA, a responsabilizarem Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, pela violação da trégua.
Segundo a Secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, que tem a função de porta-voz, o governo de Donald Trump foi consultado por Israel antes de começarem os ataques em Gaza.
Na última sexta-feira (14), o Hamas fez um anúncio, citando que estaria disposto a libertar um refém israelense-americano e entregar os corpos de outras quatro pessoas com dupla nacionalidade, algo que seria parte das novas negociações sobre o cessar-fogo. O governo israelense recusou e a imprensa do país afirmou que Netanyahu não está interessado em encerrar a guerra e irá continuar firme em suas ações.