Itamaraty aprecia negociações do acordo de paz entre Israel e Hamas

Acordo inclui troca de reféns israelenses por palestinos condenados e detidos em Israel, além da desmilitarização e entrada de ajuda humanitária em Gaza

04 out, 2025
Palácio do Itamaraty | Reprodução/G1/Marcelo Brandt
Palácio do Itamaraty | Reprodução/G1/Marcelo Brandt

O Ministério das Relações Exteriores publicou neste sábado (4) uma nota sobre o plano de paz que o governo dos Estados Unidos anunciou para a Faixa de Gaza. O Palácio do Itamaraty acompanha de perto as negociações e reafirma o entendimento brasileiro de que há apenas uma solução para o estabelecimento da paz entre Israel e Palestina, que é a ‘implementação dos dois Estados”.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (1º) que o Brasil considera o plano favorável para o fim do conflito na Faixa de Gaza. A declaração foi feita na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, após um questionamento do deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR).

Teor da nota

A publicação oficial destaca que a população de Gaza vem contabilizando mortes, deslocamentos forçados, fome, destruição de lares e infraestrutura primária nos últimos dois anos, desde o início do conflito, em outubro de 2023.

A pasta reconhece o empenho dos países envolvidos na mediação para encerrar o conflito e espera que o plano promova em definitivo o fim dos ataques de Israel à Faixa de Gaza, a liberação dos reféns israelenses, a entrada de ajuda humanitária, a reconstrução do território, sob a liderança da Palestina, a retirada completa das forças militares israelenses e a restauração geopolítica da Palestina.

O governo brasileiro afirma com segurança que a implementação de dois Estados é o caminho viável para a paz. Lado a lado, Palestina e Israel podem viver em paz e segurança, dentro dos limites territoriais já estabelecidos em 1967, com a inclusão da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, em que Jerusalém Oriental se torna sua capital. O Brasil entende que é o Conselho de Segurança das Nações Unidas que deve emitir mandatos para a presença da Força Internacional de Estabilização em território palestino.

Posicionamento de Israel e do Hamas

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou nesta sexta-feira (3) que Israel está em preparação para “implementação imediata” da primeira fase do plano de paz. O plano em questão foi projetado pelos Estados Unidos. Israel informou que continuará operando em parceria com os Estados Unidos a fim de encerrar o conflito na região segundo “os princípios estabelecidos por Israel, que são consistentes com a visão do presidente Trump”.


O Hamas se mostrou disposto a negociar a libertação dos reféns israelenses (Foto: reprodução/X/@soupalestina)

Nesta quarta-feira, o Hamas concordou em conversar sobre a proposta de paz com o governo Trump e com Israel. Além de sinalizar a possível liberação dos reféns israelenses, o grupo aceitou o acordo parcialmente nesta sexta-feira (3).

Principais pontos do plano de paz

O documento demanda o cessar-fogo imediato após a aceitação do plano com a troca da libertação de prisioneiros palestinos e de reféns israelenses em 72 horas, além da entrega dos restos mortais de ambos os lados.

O plano de paz contempla a entrada imediata de alimentos, água, energia, hospitais e infraestrutura, o fornecimento de equipamentos pesados para limpeza dos escombros e reabertura de estradas. A distribuição dos itens seria realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), pelo Crescente Vermelho e outras entidades.


O plano de paz foi desenhado pelo governo Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)

Com relação ao novo governo palestino, um comitê tecnocrático e apolítico assumiria a gestão do lugar, um órgão supervisionado pelo “Conselho da Paz”, presidido por Donald Trump.

O plano inclui a desmilitarização e anistia ao Hamas, mediante a entrega de armas, mas toda infraestrutura militar e de túneis seria destruída sob olhos internacionais.

Quanto à segurança internacional e ao futuro político da região, uma Força Internacional de Estabilização ficaria responsável pelo treinamento da Polícia Militar local, após a retirada gradual de Israel do território palestino.

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