Julgamento de Bolsonaro sobre a tentativa de golpe começa nesta terça; STF reforça segurança
O Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou que mais de 500 jornalistas estarão presentes para acompanhar o julgamento sobre a suposta tentativa de golpe, que começa na próxima terça-feira (2). O caso, considerado um dos mais importantes do ano, deve ganhar grande repercussão política e internacional. Entre os réus estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e antigos […]
O Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou que mais de 500 jornalistas estarão presentes para acompanhar o julgamento sobre a suposta tentativa de golpe, que começa na próxima terça-feira (2). O caso, considerado um dos mais importantes do ano, deve ganhar grande repercussão política e internacional.
Entre os réus estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e antigos aliados, acusados pela Procuradoria-Geral da República de montar um esquema para tentar mantê-lo no poder e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Todos os acusados, em interrogatórios anteriores, negaram as acusações e afirmaram que não houve plano de golpe.
Grande interesse da mídia em apurar o julgamento
O interesse pelo julgamento é alto: além da imprensa, mais de 3 mil pessoas pediram credenciais para acompanhar as sessões, que acontecerão nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. Enquanto 150 lugares foram liberados ao público no plenário da Segunda Turma, os jornalistas terão acesso por ordem de chegada à sala da Primeira Turma, onde o julgamento será realizado. Essa turma é composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.
A segurança também foi reforçada em Brasília. Haverá bloqueios na Praça dos Três Poderes, varreduras com cães farejadores e presença de tropas especiais, como Bope e Comando de Operações Táticas, além de apoio da Polícia Militar e da segurança judicial dos tribunais.
O julgamento acontece em meio a um cenário político tenso. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar acusado de pressionar instituições e ministros do STF, enquanto Lula fez duras críticas a Eduardo Bolsonaro, chamando sua atuação nos Estados Unidos de “traição à pátria”.
Trump justifica taxação como retaliação aos atos contra Bolsonaro
Nos EUA, Donald Trump, aliado de Bolsonaro, justificou a sobretaxa de 50% em produtos brasileiros como resposta ao processo, chamando-o de “caça às bruxas”. Além disso, o governo americano aplicou sanções contra Moraes e outros ministros da Corte. O presidente Lula tem repetido que a soberania do Brasil não está em discussão e que o país não abre mão dela.
Jair Bolsonaro foi a capa da revista “The Economist”, que faz uma analogia do ex-presidente com apoiadores do Trump que fizeram a invasão do Capitólio (Foto: Reprodução/X/@eixopolitico)
Nesta quinta-feira, a revista britânica The Economist, uma das mais respeitadas do mundo, trouxe em sua capa uma reportagem afirmando que o julgamento da tentativa de golpe no Brasil serve como exemplo até para os Estados Unidos. A imagem da capa mostra Jair Bolsonaro vestido como um dos extremistas que invadiram o Capitólio americano em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Donald Trump tentaram impedir a posse de Joe Biden.
