Ministro Luís Roberto Barroso é hospitalizado em Brasília
Após sofrer um mal-estar súbito, o magistrado foi encaminhado para atendimento médico; a situação gerou preocupação entre os ministros da Suprema Corte
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, sofreu queda de pressão arterial na tarde de ontem, quarta-feira (15), e precisou ser hospitalizado no hospital Sírio Libanês, em Brasília, capital federal, onde foi submetido a uma bateria de exames. Preliminarmente, informações constataram que o magistrado apresentou um quadro clínico compatível com virose e, por esse motivo, passou a noite sob cuidados médicos.
Até a manhã desta quinta-feira (16), nenhum boletim médico foi disponibilizado pela unidade hospitalar e não há novas informações sobre o estado de saúde do magistrado. O episódio gerou preocupação entre os demais ministros e funcionários da Suprema Corte, uma vez que ocorreu dias após a solicitação antecipada de aposentadoria pelo ministro Barroso.
Aposentadoria antecipada
Após 12 anos atuando como ministro do STF, em 09 de outubro (2025) Luís Roberto Barroso anunciou sua aposentadoria antecipada, deixando a magistratura pública. O anúncio ocorreu ao final da sessão ordinária e, em alguns momentos, foi paralisado seja por aplausos dos demais magistrados ou pela voz embargada do próprio ministro, visivelmente emocionado em suas declarações.
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Luís Roberto Barroso anunciando sua aposentadoria antecipada (Vídeo: reprodução/Instagram/@supremotribunalfederal)
Barroso foi indicado por Dilma Rousseff em julho de 2013 para ocupar a cadeira do então ministro Carlos Ayres Britto, o qual se aposentou em novembro de 2012. Com uma vasta carreira jurídica em direito constitucional e professor renomado, o magistrado chegou à Suprema Corte sob elogios da presidente Dilma, que declarou à época: “O professor Luís Roberto Barroso cumpre todos os requisitos necessários para o exercício do mais elevado cargo da magistratura do país.”
Comoção entre os pares e substituição
Atuando como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde setembro de 2023, Luís Roberto Barroso ocupou o mais alto cargo da magistratura brasileira. O final deste mandato ocorreu no último dia 29 de setembro (2025), quando Barroso foi substituído pelo ministro Edson Fachin, que permanecerá no cargo até 2027, tendo o ministro Alexandre de Moraes como seu vice-presidente.
A aposentadoria antecipada de Barroso, hoje com 67 anos, gerou grande repercussão nacional dentro e fora da Suprema Corte. Luís Roberto Barroso poderia permanecer no cargo até 2033, quando completaria 75 anos e teria direito à aposentadoria compulsória. A antecipação, devido à polarização política vivida no Brasil, rendeu críticas e elogios ao magistrado que se viu em meio a um turbilhão de acontecimentos desde que o governo dos EUA decidiu impor sanções a algumas autoridades brasileiras.
Tenho certeza, ministro Barroso, de que a História reconhecerá o seu papel, não apenas pela judicatura marcante, mas também pelos dois anos em que, de modo particularmente desafiador, conduziu a Presidência do Supremo Tribunal Federal.
Não guardo mágoas. O compromisso deve ser… pic.twitter.com/67vmgH3lpg
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) October 10, 2025
Declaração do ministro do STF, Gilmar Mendes, sobre a aposentadoria do ministro Barroso (Foto: reprodução/X/@gilmarmendes)
A saída de Barroso foi oficializada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva na data de ontem, quarta-feira (15), publicada no Diário Oficial da União. Dessa forma, o magistrado poderá permanecer no cargo até o próximo sábado (18) e será substituído por um indicado do presidente Lula. Entre os nomes cotados para substituir o ministro estão: o senador Rodrigo Pacheco, preferido pelos demais ministros; Bruno Dantas, atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e o advogado-geral da União, Jorge Messias.
