As visitas ao Monte Fuji, no Japão terão novas regras para os visitantes a partir desta segunda (1°) para diminuir o fluxo de turistas. Agora, quem decidir se aventurar na montanha que é Patrimônio Mundial da Unesco deverá pagar uma taxa obrigatória de 2.000 ienes, cerca de R$70,09, e uma taxa opcional de 1.000 ienes, R$35,04. Além disso, agora existe um limite máximo de 4 mil alpinistas por dia.
Koutaro Nagasaki, governador da prefeitura de Yamanashi, lugar em que as principais rotas do Monte Fuji estão localizadas, disse que as medidas são para proteger o tesouro do mundo e garantir que ele seja transmitido a gerações futuras. Monte Fuji com novas restrições e acesso pago para controlar turismo. “As restrições que entram em vigor este ano são medidas para resolver os problemas que põem em risco a vida dos alpinistas” diz Koutaro. “A sobrelotação perto do cume pode levar a um grande desastre, como a queda de pessoas num efeito dominó”.
Algumas das novas medidas são a presença de guias para garantir a segurança dos visitantes. Eles vão informar quando os visitantes estiverem descumprindo as regras da montanha como usar trajes inadequados, o que é um problema recorrente. Também fica proibido o acesso às trilhas entre 16h e 3h. O tráfego intenso de pessoas também faz com que o lugar fique cheio de lixo, o que polui o patrimônio.
As novas regras ficam restritas às trilhas que ficam em Yamanashi, onde estão os caminhos mais populares. As caminhadas localizadas em Shizuoka, onde está o outro lado do Monte Fuji, não aderiu a nenhuma regra referente a número de visitantes ou taxa. No final da temporada de escalada, em setembro, os prefeitos das duas províncias irão se reunir para avaliar os resultados.
A questão religiosa
O Monte Fuji também está atrelado à cultura e espiritualidade japonesas, sendo um dos motivos das peregrinações ao lugar. A principal religião atrelada ao monte é a Fuji-ko que já construiu santuários, monumentos rochosos e já participou jejuns para adorar a montanha. Por isso, o lugar recebe visitantes que vão até lá em busca de adorar o monte.
Koutaro destacou que essa questão foi lembrada ao criar as novas regras do local. “Para reviver o tradicional alpinismo aos pés do Monte Fuji, vamos ter uma compreensão detalhada das culturas Fuji-ko e Oshi, que apoiavam a adoração ao Monte Fuji.” A prefeitura procurou vincular o alpinismo a essas religiões já que elas estão atreladas a questões culturais.
O turismo no Japão
Após a reabertura do país depois da Pandemia da Covid-19, o Japão tem enfrentado uma dor de cabeça ao lidar com os turistas. O excesso de atividade turística se tornou um problema para o governo juntamente com os chamados “viajantes vingativos”. Entre março e abril de 2024 mais de 3 milhões de pessoas visitaram o país e a tendência é de que o número aumente no verão.
Em Quito foi proibida a circulação de turistas nas ruas privadas do bairro de Gion, popular por causa da cultura de gueixas, símbolo cultural japonês. Turistas passaram a encher as ruas para fotografar essas mulheres e passaram a ser apelidados de “paparazzis de gueixas”. A cidade colocou placas pedindo que não fizessem a ação mas moradores dizem que isso não é o suficiente.