Morte de jovem em festa junina gera protesto e reação contra ação policial no RJ
Moradores da comunidade Santo Amaro, no Catete, zona sul do Rio, protestaram neste sábado (7) contra a morte de Herus Guimarães Mendes, de 22 anos. O jovem foi baleado durante uma festa junina, na noite de sexta (6), durante uma operação do Bope. Ele foi socorrido, mas morreu no hospital horas depois. A ação policial […]
Moradores da comunidade Santo Amaro, no Catete, zona sul do Rio, protestaram neste sábado (7) contra a morte de Herus Guimarães Mendes, de 22 anos. O jovem foi baleado durante uma festa junina, na noite de sexta (6), durante uma operação do Bope. Ele foi socorrido, mas morreu no hospital horas depois.
A ação policial feriu outras cinco pessoas e causou revolta na comunidade. O rapper Oruam participava do evento e se manifestou pelas redes sociais. Em um vídeo, criticou duramente a violência policial e exigiu providências: “A gente só quer justiça”, afirmou.
Além dele, o presidente da quadrilha Balão Dourado, Cristiano Pereira, também relatou o impacto da operação. Segundo ele, era a terceira vez que seu grupo se apresentava no Santo Amaro. “A Polícia Militar cometeu um erro gravíssimo. Estávamos dançando, havia crianças no local, e, de repente, os policiais surgiram de todos os becos. Um monte de gente atirando. O resultado foi esse: pessoas baleadas e mortas”, relatou.
PM fala em ação emergencial e confronto armado
A Polícia Militar informou que deflagrou a operação em caráter emergencial após receber um alerta sobre homens armados reunidos na comunidade, supostamente se preparando para enfrentar um grupo rival. Segundo a corporação, os agentes entraram na área, foram atacados e reagiram em um segundo momento da ação.
A PM também afirmou que os policiais usavam câmeras corporais, cujas imagens a Corregedoria já analisa. O Bope abriu um procedimento interno para apurar os fatos, e a 9ª Delegacia de Polícia registrou o caso.
Cultura sob repressão
A morte de Herus realça o debate sobre a presença policial em comunidades e o uso da força em operações durante eventos culturais. A denúncia de perseguição feita por MC Poze do Rodo amplia a discussão sobre a forma como a polícia atua em territórios periféricos e sobre quem são os alvos preferenciais dessas ações. Além disso, o cantor Oruam lançou o álbum “Liberdade” onde busca dar visibilidade para denunciar abusos e cobrar justiça.
Os dois episódios colocam em evidência os limites da ação policial, o racismo estrutural e a criminalização da cultura da favela.
