Embora tenha crescido no quarto trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina registrou queda de 1,7% no acumulado de todo ano passado. Os números são do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos, divulgados nesta quarta-feira (19).
Este é o primeiro resultado anual do PIB durante a gestão de Javier Milei. De acordo com o Instituto, a queda na soma de toda riqueza produzida pela Argentina se deu pela redução no consumo público e privado e pelos setores importantes da economia argentina que fecharam em queda, como indústria, construção civil e comércio atacadista.
Plano econômico de Milei impactou o PIB
Outro fator que desacelerou a economia em 2024 foi o pacote de corte de gastos apresentado pelo presidente argentino. Apelidado de ‘plano motosserra’, o objetivo era reduzir a inflação do país que superava o patamar de 200% ao ano.
Javier Milei comemora baixo resultado da inflação argentina (Foto: reprodução/Instagram/@javiermilei)
Por outo lado a equipe econômica de Javier Milei demitiu funcionários públicos, reduziu aumento de salário para aposentados e pensionistas, congelou reajuste do salário mínimo no país e paralisou de forma imediata obras do governo. Como consequência, a pobreza cresceu, o consumo diminuiu e empresas que recebiam algum subsídio do governo faliram, aumentando o desemprego e freando o ritmo da economia argentina.
Agricultura e mineração evitaram PIB menor
Além do mais, dos setores da economia, somente agricultura e mineração tiveram resultados positivos. Na soma anual, a agricultura cresceu 31,3%, devido ao aumento na produção de milho, soja, trigo e girassol. Uma safra de 163 milhões de toneladas que colocou o país entre os maiores exportadores de grãos. Outro ponto que vale destacar é a mineração, que cresceu 7,4% em 2024. Essa alta vem da exploração de lítio na região mais árida do país e coloca a Argentina entre os quatro maiores produtores de lítio do mundo.
Inflação na Argentina
O plano econômico de Javier Milei, apesar de ter feito a pobreza e o desemprego aumentarem, cumpriu seu papel no que diz respeito à inflação. Sobretudo no acumulado de 2024, bateu 66,9% ao ano, embora alta, ainda assim, bem diferente de 214% dos anos anteriores. Agora, o que resta saber é se o ajuste econômico de Milei seguirá apresentando resultados e até quando será possível segurar o arrocho nas contas.