Nesta terça-feira (6) foi realizado o segundo dia do julgamento de Daniel Alves, acusado de estuprar uma mulher no banheiro de uma boate, em dezembro de 2022. Foram ouvidas 20 testemunhas, dentre elas sua esposa e amigos. O principal foco da defesa foi o consumo excessivo de álcool no dia pelo acusado, em uma tentativa de abrandar a pena em caso de condenação. Ainda não há previsão para a sentença final.
Julgamento no Tribunal de Barcelona
O segundo dia foi marcado pelos depoimentos da esposa de Daniel, Joana Sanz, três funcionários da boate Sutton, 11 policiais, a mãe da denunciante e o policial que gravou em vídeo a denúncia no dia do ocorrido. As testemunhas da defesa se concentraram em ressaltar a embriaguez do acusado, que, segundo os amigos ouvidos e guardas da boate, teria bebido mais do que todos e estava “fora de si”. O diretor da boate também reforçou o argumento, alegando que Daniel era um cliente assíduo e que nunca havia sido visto tão bêbado como no dia. Já os policiais que atenderam a ocorrência disseram que a denunciante está com o psicológico abalado, e que na ocasião da denúncia, temia que ninguém acreditasse nela.
Contradições encontradas pela acusação
Durante a audiência, a promotoria achou contradições no depoimento de Bruno Brasil, amigo de Daniel. Ele disse que o grupo havia deixado a boate Sutton “sem motivos”, mudando a versão que tinha alegado anteriormente. No outro depoimento, ele afirmou que eles foram embora porque Alves estava com dor de barriga e, por isso, tinha entrado no banheiro que é tido como o local do crime. Quando ele (Daniel Alves) saiu do banheiro, eu estava com a prima (da denunciante). “Estávamos pegando contato um do outro. Ele saiu do banheiro, ficou do meu lado e seguiu dançando, na mesma sala. Ela saiu, falou com todo mundo, se despediu de mim, a prima também e foram embora. Eu não lembro o tempo que levou entre a saída dela e a despedida após o banheiro. O tempo não lembro, mas ainda seguimos lá dentro por um tempo. Já era tarde, já tínhamos bebido muito e por isso fomos embora”, argumentou Bruno nesta terça-feira (2). Ao ser questionado pela acusação, a testemunha disse que a contradição se deu porque no primeiro depoimento ele falou em espanhol, e que na troca de idiomas, a situação não havia ficado muito clara.