Tragédia sem precedentes no Rio Grande do Sul atinge milhões

Manuella Bahls Por Manuella Bahls
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Foto Destaque: ponte destruída pela enchente perto de Santa Maria (reprodução/Maurício Tonetto/Secom/GOVRS)

Mais de 2,1 milhões de pessoas foram impactadas pelos temporais devastadores no Rio Grande do Sul, numa tragédia que já registra 136 mortos e 125 desaparecidos. A situação, que se agravou no final de abril, continua crítica, com novas chuvas ameaçando a região e complicando os esforços de resgate e ajuda aos afetados. Enquanto a Defesa Civil e outros órgãos lutam para atender às emergências, a população busca refúgio e segurança em meio ao caos.


Moradores se movimentam nas águas do Rio Taquari em Encantado, no Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Diego Vara/Reuters)

Impacto profundo nas comunidades

O desastre afetou 446 dos 497 municípios do estado, deixando 618,4 mil pessoas fora de suas casas. Destes, 81 mil encontram-se em abrigos improvisados, enquanto outros 537,3 mil estão desalojados, alojados temporariamente com parentes ou amigos. A situação é agravada pela previsão de mais chuvas, que podem levar a novos alagamentos e deslizamentos, especialmente nas regiões Norte e Leste do estado, onde se espera até 140 milímetros de chuva no próximo domingo.

O governo do estado e a Defesa Civil estão trabalhando incessantemente para garantir a segurança nos abrigos, onde já foram registrados crimes, incluindo assaltos e violência sexual. A resposta inclui o aumento do policiamento e a convocação de mil policiais militares aposentados para reforçar a segurança nesses locais críticos.


Pessoas são resgatadas de barco em Santa Cruz do Sul (Foto: reprodução/Prefeitura de Santa Cruz do Sul)

Esforços de recuperação e prevenção

Além do apoio imediato às vítimas, o estado também se mobiliza para recuperar a infraestrutura danificada. O governador Eduardo Leite anunciou a liberação de mais de R$ 50 milhões para a saúde, incluindo suporte especial para hospitais que foram interditados ou parcialmente danificados pelas enchentes. Outro foco é o suporte para saúde mental, crucial neste momento de grande estresse para os afetados.

Em um esforço para prevenir futuros desastres, a prefeitura de Bento Gonçalves, uma das cidades mais atingidas na Serra Gaúcha, está criando um núcleo de riscos geológicos. Esta medida visa mapear e gerenciar os riscos de deslizamentos, que foram uma das principais causas de mortes na região.


Rio Guaíba, usina do gasômetro, em Porto Alegre após chuva intensa (Foto: reprodução/Gilvan Rocha/Agência Brasil)

Enquanto o Rio Grande do Sul luta para se recuperar deste episódio catastrófico, a solidariedade e a resiliência das comunidades locais continuam a ser um ponto de luz em meio às adversidades enfrentadas. A luta é longa e as necessidades são grandes, mas o espírito de cooperação e a rápida resposta dos governos local e federal são essenciais para a recuperação do estado.

Jornalista curiosa e sensível, apaixonada por contar histórias que inspiram e conectar pessoas através das palavras.
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