Zelensky critica pressão dos EUA em novo plano de paz para a Ucrânia
Presidente ucraniano diz que país enfrenta uma das fases mais tensas da guerra enquanto Washington cobra resposta rápida a acordo que inclui concessões territoriais
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou nesta sexta-feira (21) que o país enfrenta uma das fases mais difíceis desde o início da guerra. A declaração foi feita após os Estados Unidos apresentarem uma nova proposta de paz para encerrar o conflito contra a Rússia.
Zelensky afirmou que a pressão internacional é intensa e que a Ucrânia pode acabar tendo que escolher entre aceitar um acordo que fere sua soberania ou correr o risco de perder um aliado estratégico. Mesmo assim, ele garantiu que o governo ucraniano vai analisar o plano com cautela e dialogar com Washington e outros parceiros. Donald Trump, porém, quer uma resposta rápida e deu prazo até quinta-feira (27).
Zelensky busca apoio do ocidente
Além de conversar com o vice-presidente americano, JD Vance, Zelensky também falou por telefone com líderes do Reino Unido, França e Alemanha antes de seu pronunciamento. Esses países reafirmaram apoio total à Ucrânia. A surpresa, no entanto, foi o fato de os EUA terem apresentado a proposta sem grande consulta aos demais aliados europeus.
O plano americano traz pontos que atendem a demandas antigas do presidente russo, Vladimir Putin. Entre elas, estão concessões territoriais por parte de Kiev e garantias de segurança consideradas limitadas. De acordo com um rascunho obtido pela AFP, a Ucrânia teria que abrir mão das regiões de Donetsk e Luhansk, que seriam reconhecidas como parte da Rússia até mesmo pelos EUA. O mesmo valeria para a Crimeia, tomada pelos russos em 2014.
🚨BREAKING: Zelensky officially REJECTS Trump’s Peace Deal. pic.twitter.com/PBhfbCtucb
— Spencer Hakimian (@SpencerHakimian) November 21, 2025
Presidente ucraniano rejeitou acordo de paz proposta pelos EUA (Foto: reprodução/X/@SpencerHakimian)
Presidentes da Europa comentaram sobre situação da Ucrânia
Enquanto isso, líderes europeus reforçaram que a Ucrânia precisa manter condições de defender sua soberania, sugerindo que não apoiam a redução militar prevista no plano. Macron, Starmer e Merz participaram juntos de uma ligação com Zelensky, prometendo que a Europa continuará ao lado do país, apesar de elogiarem a tentativa de Trump de encontrar uma saída diplomática.
Do outro lado, o Kremlin também se manifestou e pressionou Kiev, afirmando que, diante dos avanços recentes das tropas russas, a Ucrânia tem poucas alternativas na mesa de negociação. Até o momento, Moscou não comentou oficialmente a proposta americana.
