Crescem os números de câncer de pulmão em pessoas que nunca fumaram

Gabriel Gomes Por Gabriel Gomes
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O tabagismo continua sendo o principal fator de risco para o câncer, mas as novas causas também começaram a afetar a vida de brasileiros, como a poluição dor ar, fumo passivo, exposição a substâncias nocivas e histórico familiar.


O tabagismo continua sendo o grande responsável pelos diagnósticos. (Reprodução/Revista News Lab)


Renato Astur, vendedor, descobriu o câncer, aos 57 anos, após de se incomodar com uma tosse seca. Depois de três meses passando por consultórios, ele recebeu o diagnóstico de câncer após uma tomografia. Além de não fumar, ele tinha uma vida saudável, com alimentação e um grande adepto de atividades físicas.

“A profissional que fez a tomografia saiu de trás daquela parede e vidro e me perguntou: “Você veio aqui por quê?”. Respondi que era porque minha tosse não passava. Questionei se tinha dado algo no exame, e ela me respondeu que minha médica falaria comigo. No mesmo dia a secretária da pneumologista me ligou dizendo que a médica queria falar naquela tarde. Fui no consultório. A médica me mostrou a tela do computador e estava tudo branco, dos dois lados. Questionei o que era aquilo e ela disse que provavelmente era câncer. Aí o meu chão abriu. Porque, até então, tudo o que você sabe sobre esse tipo de doença que é que você vai morrer rápido”, relatou Astur.

No desafio de tratar o câncer em estágio avançado, Renato decidiu escrever o livro “Eu não fumo“, com direitos do Hospital do Graac, especialista no tratamento do câncer infantojuvenil.

Em levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tabagismo é responsável por 90% dos diagnósticos desse tumor. O câncer de pulmão atinge cerca de 30 mil brasileiros por ano e é o segundo mais comum no país. A história de Astur se tornou comum, apesar da grande maioria dos casos estarem em fumantes ou ex-fumantes.

Nos Estados Unidos, entre 1990 e 1995, 8% dos casos eram de pessoas que nunca haviam fumado. Entre 2011 e 2013, esse número saltou para 14,9%. No Reino Unido, o aumento foi maior: de 13% em 2008 para 28% em 2014.

Para o oncologista William Nassib William Júnior, diretor de Oncologia Clínica e Hematologia da Beneficiência Portuguesa de São Paulo, isso se deve à redução do número de fumantes, mas que não existe uma chance maior hoje do que no passado, é de que a medicina avançou para diagnosticar rapidamente esses tumores.

 

Foto destaque: Homem segurando uma radiografia com o diagnóstico de câncer. Reprodução/Gazeta do Povo

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