Defesa de Bolsonaro responde ao STF sobre suposto plano de fuga

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro entregou nesta sexta-feira (22) sua resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o suposto plano de fuga encontrado em seu celular. O ministro Alexandre de Moraes havia dado prazo de 48 horas, encerrado às 20h34 de hoje, para que a equipe jurídica do réu apresentasse explicações sobre os documentos que pediam asilo político na Argentina e sobre o desrespeito às medidas cautelares impostas.

Plano de fuga e medidas cautelares

Os arquivos encontrados pela Polícia Federal no celular de Bolsonaro revelaram dois documentos. Um deles, endereçado à própria corporação, trazia como argumentos perseguição política e riscos à integridade física como justificativa para solicitar asilo. O outro era direcionado ao presidente argentino, Javier Milei, e incluía trechos bíblicos e citações ao Pacto de São José da Costa Rica, reiterando máximas dos direitos humanos.

A revelação intensificou a pressão sobre Bolsonaro, que já havia sido advertido anteriormente por Alexandre de Moraes pelo descumprimento de medidas cautelares. Em episódio recente, quando falou à imprensa na Câmara dos Deputados, a defesa alegou que os limites impostos não estavam claros. O ministro tratou o caso como pontual, mas reforçou que novas violações não seriam toleradas.


Bolsonaro fala à imprensa na Camara dos Deputados (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Getty Images Embed)


Argumentos da defesa

Na resposta protocolada hoje, os advogados de Bolsonaro alegaram que o documento encontrado é anacrônico e teria sido escrito um ano antes do avanço das investigações. Também classificaram as acusações de tentativa de fuga como parte de uma estratégia de “lawfare”, termo usado para descrever perseguição política por meio do sistema judicial.

A defesa afirmou ainda que Bolsonaro vem cumprindo integralmente as medidas cautelares determinadas pelo STF e que não há indícios de descumprimento recente. O texto também ressalta que os pedidos de asilo citados nos documentos não refletem a posição atual do ex-presidente, que teria colaborado com todas as fases da investigação.

Próximos passos no processo

Com a entrega da resposta, caberá ao ministro Alexandre de Moraes analisar os argumentos e decidir se haverá novas medidas contra Bolsonaro. O ex-presidente é indiciado por liderar uma trama golpista após as eleições de 2022, o que já lhe rendeu restrições como proibição de contato com outros investigados, obrigação de entregar o passaporte, prisão domiciliar e proibição do uso de redes sociais.

A expectativa agora é que o STF avalie se os documentos encontrados configuram de fato uma tentativa de descumprimento das medidas impostas. Caso contrário, a corte deve manter o andamento normal do processo.

Bolsonaro tem 48 horas para depor após relatório da PF que indica suspeita de coação do STF

Nesta quinta-feira (21), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que Jair Bolsonaro preste esclarecimentos em até 48 horas  após conclusão do relatório da Polícia Federal (PF). O documento indica possível interferência do ex-presidente e seu filho Eduardo Bolsonaro no julgamento que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O pedido expedido por Moraes enfatiza a obrigatoriedade de Bolsonaro prestar depoimento a fim de esclarecer sobre o descumprimento de medidas cautelares previamente estabelecidas, prática de condutas ilícitas e risco de fuga. Além do ex-presidente, o relatório produzido pela PF também menciona o possível envolvimento do deputado Eduardo Bolsonaro, que atualmente reside nos Estados Unidos, do pastor evangélico Silas Malafaia e do comentarista Paulo Figueiredo. 

Segundo a PF, os nomes citados teriam atuado estrategicamente para pressionar as Instituições brasileiras, com ênfase no Supremo Tribunal Federal, a partir da disseminação de desinformação e articulações internacionais, com apoio principal dos Estados Unidos, chefiado pelo presidente Donald Trump. 

Descumprimento de medidas cautelares

No último dia 4 de agosto, após busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em que seu aparelho telefônico foi apreendido, Moraes estabeleceu uma série de medidas cautelares, nas quais foram violadas, ao investigado.


Ex-presidente Jair Bolsonaro exibe tornozeleira eletrônica. (Foto: reprodução/ Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images Embed)


 A análise dos conteúdos do celular de Bolsonaro revelaram que, apesar de proibido, o ex-presidente ainda mantinha acesso às redes sociais e promovia sistematicamente o compartilhamento de informações relacionadas às sanções impostas pelos EUA ao ministro e relator do caso sobre a tentativa de golpe de Estado, Alexandre de Moraes. 

Além disso, a Polícia Federal também destacou que Bolsonaro teria mantido contato com  Martin de Luca, representante da Trump Media & Technology Group e da plataforma Rumble, que levantou medidas contra Moraes nos Estados Unidos por censura. Por fim, a PF alega a suposta tentativa de fuga de Jair Bolsonaro para a Argentina, com uma solicitação de asilo político. 

Entenda o caso

O inquérito  sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, comandada pelo relator e ministro do STF, Alexandre de Moraes, promoveu uma série de desdobramentos, nos quais se relacionam entre si. 

Após Jair Bolsonaro virar réu no caso que trata sobre a investida contra o fim do Estado Democrático de Direito,  parlamentares e apoiadores do ex-presidente passaram a reivindicar e pressionar  para que a proposta pela anistia dos citados do processo fosse tramitada no Congresso Nacional.

 Nesse sentido, após a mudança definitiva do deputado federal, Eduardo Bolsonaro, aos Estados Unidos, a PF passou a investigar a possível ligação da família Bolsonaro com as intromissões promovidas pelos EUA nas instituições brasileiras, principalmente na questão sobre as sanções tarifárias propostas por Trump, além da aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.

Por fim, após análise dos conteúdos presentes no celular de Jair Bolsonaro, a Polícia Federal enviou o relatório à Moraes, que exigiu que o ex-presidente preste depoimento em até 48 horas. Dessa forma, o ministro e o relator do caso sobre a tentativa de golpe de Estado deve encaminhar o documento produzido pela PF à Procuradoria-Geral da República (PGR) e, caberá ao procurador geral, Paulo Gonet, a decisão de denunciar os nomes citados no relatório ou se vai optar pelo arquivamento do caso. 

Prazo para os últimos testemunhos do plano de golpe é liberado por Moraes

Na última sexta-feira (15), foi publicada a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o período para que os relatos finais do plano de golpe sejam apresentados pelos sete réus do quarto núcleo da tentativa do golpe de Estado após as últimas eleições de 2022.

A decisão de Moraes

Segundo a decisão divulgada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) terá 15 dias para expor a versão final dos últimos depoimentos. Em seguida, as defesas dos sete réus terão o mesmo tempo para expor as apresentações.

A denúncia do PGR contra os integrantes do núcleo 4 se refere a pontos como realização de ataques virtuais contra autoridades e instituições democráticas, divulgação de fake news sobre as eleições, além de terem feito uma operação estratégica de desinformação.

Os réus do núcleo 4 do plano de golpe

Alguns dos nomes que compõem o núcleo 4 da tentativa de golpe são dos majores da reserva Ailton Gonçalves Moraes Barros e Ângelo Martins Denicoli, do coronel Reginaldo Vieira de Abreu, do tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, do subtenente Giancarlo Gomes Rodrigues, assim como Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL).

Essa é a fase final antes de o relator, ministro Moraes, concluir seu voto e liberar o caso para julgamento na Primeira Turma do STF.


Primeira Turma do STF torna o núcleo 4 réus (Vídeo: reprodução/X/@SupremaCorteBR)

Todos os núcleos serão julgados ainda este ano, inclusive o núcleo 1, onde se encontra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conforme dito pelo ministro Alexandre de Moraes no primeiro dia de agosto, na sessão de retorno dos trabalhos da Corte, dando início aos trabalhos do Judiciário do segundo semestre.

A respeito das sanções que Donald Trump colocou sobre si e nos demais ministros, Moraes afirmou que a Corte continuará a cumprir seu trabalho constitucional, sem deixar que o funcionamento seja impedido por “crivo de outro Estado”.

Moraes ameaça punir bancos que cumpram, no Brasil, sanções dos Estados Unidos

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes disse, em entrevista à agência de notícias Reuters, realizada na última terça-feira (19) e publicada na tarde desta quarta-feira (20), que instituições financeiras que sigam, no Brasil, decisões jurídicas estadunidenses podem ser penalizadas. 

“(…) Se os bancos resolverem aplicar a lei internamente, eles não podem – correndo o risco de ser penalizados perante a legislação brasileira“, disse Moraes em entrevista à Reuters.

A declaração é uma referência à Lei Magnitsky, imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao magistrado brasileiro em 30 de julho deste ano. A norma condiciona o bloqueio das relações econômicas de indivíduos e instituições estadunidenses com sujeitos estrangeiros que, na análise da Casa Branca, desrespeitem liberdades civis, manipulem eleições e coíbam medidas de combate à corrupção.

Anteriormente nesta semana, na segunda-feira (18), o também ministro do STF Flávio Dino deixou claro, em outra interpretação sobre a validade de decisões judiciais estrangeiras no Brasil, que imposições decorrentes de atos unilaterais de fora do país ficam vedadas para empresas brasileiras ou com atuação no Brasil.

Falas de ministros do Supremo geram impasse no mercado financeiro

A mesma reportagem da Reuters que veiculou a fala de Moraes ouviu, sob condição de anonimato, membros do mercado financeiro nacional.

Para o antigo diretor de uma instituição financeira transnacional no Brasil, a maioria dos grandes bancos são supervisionados pelos Estados Unidos quanto à sua presença ou exposição internacional, de modo que uma possível solução, nesse caso, seria convidar o cliente sancionado a procurar outra instituição para manter seus ativos.


CNN 360º repercute falas de Alexandre de Moraes (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Em contraste, o diretor de um grande banco brasileiro afirmou que a decisão judicial de segunda (do ministro Flávio Dino) significa que qualquer ação tomada por entidades brasileiras com base nas regras do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos (OFAC, na sigla em inglês), que coordena as sanções do país, deve receber o aval do STF. Não seguir uma determinação do OFAC, no entanto, pode cortar um banco do sistema financeiro internacional.

“O Brasil não tem muita escolha. Dado o quão interconectado tudo é, e a desigualdade de poder econômico entre Estados Unidos e Brasil, somos fadados à submissão. Não há muito o que fazer”, disse a fonte.

Ativista pela Lei Magnitsky critica sanção a Alexandre de Moraes

Criada no governo de Barack Obama, a Lei Magnitsky foi uma resposta dos Estados Unidos à morte do advogado russo Sergei Magnitsky, anos 37 anos, após 11 meses aprisionado em seu próprio país. Magnitsky, que emprestou seu sobrenome à norma norte-americana, foi consultor jurídico, na Rússia, de uma empresa de gestão de fundos de investimento acusada de sonegação fiscal, de propriedade do investidor britânico William Browder.

Meu advogado foi brutalmente torturado e assassinado em uma prisão russa por expor corrupção. A partir daí, assumi como missão de vida aprovar uma lei para punir outros corruptos e violadores de direitos humanos, bem como as pessoas que mataram Sergei Magnitsky“, disse Browder ao Fantástico no início deste mês.

As sanções impostas ao juiz não têm nada a ver com violação de direitos humanos e têm tudo a ver com acerto de contas político. Donald Trump disse isso, disse que não está satisfeito com esse juiz, porque ele está processando o seu amigo Jair Bolsonaro“, criticou Browder.

Desde 2012, o regulamento dos Estados Unidos foi mobilizado para sancionar mais de 650 pessoas e entidades ao redor do mundo, entre os quais governantes russos e chineses, os líderes venezuelano Nicolás Maduro e sírio Bashar al-Assad e organizações terroristas como a Al-Qaeda. Mês passado, a lista de penalizados ganhou seu primeiro nome brasileiro: Alexandre de Moraes.

X acusa STF de restringir liberdade de expressão no Brasil 

A plataforma X encaminhou comentários nesta terça-feira (19) ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) no plano da Seção 301, que investiga práticas brasileiras no comércio com os EUA. O documento afirma que as decisões do judiciário brasileiro afetam a liberdade de expressão e desafiam o Marco Civil da Internet. O antigo twitter reforçou as alegações com histórico de decisões do STF e do Ministro Alexandre de Moraes.

Tensão histórica com o STF

Os comentários enviados pela X Corp ao USTR destacam sérias preocupações quanto à necessidade de proteção do direito à liberdade de expressão no Brasil que impactam os provedores de serviços digitais dos Estados Unidos. Segundo a plataforma, isso justifica a investigação dos termos segundo a Seção 301. 


Texto em inglês que anuncia os comentários feitos pelo X a Seção 301
(Foto: reprodução/X/@globalaffairs)


As acusações foram reforçadas a partir de histórico de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que, segundo eles, vão ao encontro do Marco Civil da Internet (MCI) de 2014, que protege a liberdade de expressão, a privacidade e a responsabilidade dos intermediários. 

A empresa de Elon Musk relembrou da decisão da Corte de junho deste ano que declarou o artigo 19 do MCI parcialmente inconstitucional. O decreto responsabiliza as plataformas digitais pela retirada de conteúdos ilegais sem necessidade de exigência judicial. Segundo a plataforma norte-americana, isso poderia incentivar a censura e colocar em risco a liberdade de expressão, inclusive para usuários dos EUA.

A atuação da seção 301

A seção 301 é uma ferramenta de legislação comercial dos Estados Unidos da América, instituída pela Lei de Comércio e Tarifas de 1974, que autoriza a investigação internacional de práticas discriminatórias com o comércio americano.


O presidente norte-americano Donald Trump durante visita de Jair Bolsonaro aos EUA em 2019
(reprodução/ Andrew Harrer/Bloomberg/Getty Images Embed)


Caso as acusações do X sejam acatadas pelo USTR (Representante Comercial dos Estados Unidos), o Brasil pode sofrer com imposições punitivas como tarifas adicionais e barreiras comerciais. O instrumento já foi posto em prática em relações com China, Índia e países da União Europeia.

Flávio Dino determina que sanções estrangeiras não valem no Brasil

O ministro Flávio Dino determinou nesta segunda-feira (18) que nenhuma lei, ato administrativo ou decisão judicial de outro país possui validade imediata no Brasil. Portanto, medidas estrangeiras só têm efeito no Brasil se o STF as homologar ou se forem validadas via cooperação jurídica internacional.

A decisão foi tomada após os Estados Unidos anunciarem sanções contra Alexandre de Moraes.
Por isso, o STF reforçou que ordens externas não podem interferir automaticamente nas operações financeiras brasileiras. A Lei Magnitsky, que motivou as sanções, permite que os EUA bloqueiem bens, contas bancárias e restrinjam a entrada no país de indivíduos acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.

Como Flávio Dino determinou a blindagem de Alexandre de Moraes

Dino deixou claro que nenhuma determinação vinda do exterior pode atingir operações financeiras no Brasil sem o aval da Corte. Primeiramente, ele comunicou o Banco Central. Em seguida, alertou a Febraban e demais entidades do setor, evitando que instituições nacionais acatem ordens externas sem o devido processo legal.

Além disso, o ministro criticou países que impuseram sanções unilaterais sem respaldo em tratados internacionais, classificando tais medidas como “neocolonialismo e protecionismo”.


Flávio Dino barra validade de decisões estrangeiras no Brasil sem aval do STF (Vídeo: reprodução/BASTIDORES CNN)

Autonomia da Justiça brasileira frente a sanções internacionais

A decisão protege Alexandre de Moraes das restrições aplicadas pelos EUA e, ao mesmo tempo, reforça a autonomia do STF. Para Dino, respeitar a soberania nacional é essencial para preservar o sistema jurídico e a segurança institucional.

Além disso, a cooperação jurídica internacional permite que países solicitem medidas judiciais, investigativas ou administrativas para casos concretos, mas essas ações só têm efeito no Brasil se a Justiça as homologar, com coordenação do Ministério da Justiça e do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI).

Com a decisão, instituições financeiras brasileiras não podem aplicar sanções estrangeiras sem autorização prévia da Corte, garantindo que medidas externas não interfiram automaticamente nas relações jurídicas e financeiras do país.

Moraes desafia sanções dos EUA e reafirma firmeza no julgamento de Bolsonaro

Em entrevista, divulgada nesta segunda-feira (18), ao diário americano The Washington Post, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, reafirmou sua determinação em não recuar no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração ocorreu em meio a recentes investidas diplomáticas dos Estados Unidos, que impuseram sanções contra o Brasil e contra o próprio ministro, aumentando a tensão no cenário internacional. Segundo o ministro, o Supremo seguirá firme em seu papel de proteger a democracia brasileira, independentemente das pressões externas ou internas.

Moraes resiste

Na conversa com o jornal americano, Moraes foi enfático ao afirmar que o Supremo não se deixará intimidar pelo cenário diplomático adverso. “Não há a menor possibilidade de recuar um milímetro”, declarou. Ele também destacou que a Corte não permitirá manobras protelatórias de Bolsonaro: “O tribunal não permitirá que o réu faça dele motivo de chacota”. O ministro ressaltou ainda o compromisso com o devido processo legal: “Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas e quem deve ser condenado será condenado; quem deve ser absolvido será absolvido”.

As declarações de Moraes ocorrem em um momento de tensão após o governo Trump impor medidas econômicas contra o Brasil, como o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, a revogação de vistos de ministros e opositores de Jair Bolsonaro. O ministro, alvo direto dessas medidas, disse que sua responsabilidade é “vacinar” a democracia brasileira contra riscos de retrocesso.

Julgamento de Bolsonaro ocorre em setembro

O julgamento de Jair Bolsonaro terá início no dia 2 de setembro de 2025, na Primeira Turma do STF, presidida por Cristiano Zanin e relatada por Alexandre de Moraes. A previsão é de que a análise se estenda por até cinco dias. O ex-presidente é acusado de arquitetar e movimentar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, além de também ser julgado por tentar abolir violentamente o Estado democrático de direito.


Bolsonaro é interrogado no STF em processo sobre tentativa de golpe em 2022 (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Getty Images Embed)


Especialistas apontam que Bolsonaro poderá ser condenado a penas que variam de dez a mais de 40 anos de prisão. Ele cumpre atualmente prisão domiciliar por descumprimento de medidas cautelares e corre risco real de ser enviado a um regime fechado.

Enquanto isso, a crise diplomática com os EUA se aprofunda. Além das sanções, o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, tem atuado junto a autoridades americanas para tentar aumentar a pressão externa e criar um ambiente favorável ao pai.

Entre sanções e justiça

As declarações de Alexandre de Moraes ao diário Washington Post reforçam não apenas sua posição de guardião da Constituição, mas também o papel central do Supremo Tribunal Federal na preservação da democracia brasileira. Ao assumir publicamente que não pretende recuar diante de pressões externas ou internas, Moraes projeta a imagem de uma Justiça que busca resistir a retrocessos e reafirma a importância da independência do Judiciário em momentos críticos.

Por exames médicos, Bolsonaro deixa prisão domiciliar

Neste sábado (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro, pela necessidade de realizar exames médicos em Brasília, recebeu autorização para deixar prisão domiciliar e se consultar em hospital. Bolsonaro foi interpelado por jornalistas, mas o ex-presidente disse que não falaria.

De acordo com seus advogados, Jair Bolsonaro tem apresentado refluxo e sintomas de “soluços refratários.” A duração dos exames deve ser de 6h a 8h.

O ex-presidente Jair Bolsonaro será submetido a exames de sangue e urina, endoscopia e tomografia. O pedido dos exames indicados foram feitos pela equipe médica que acompanha Bolsonaro.

Autorização

Para que o ex-presidente pudesse realizar os exames médicos, o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a saída de Jair Bolsonaro, mas determinou que seja apresentado atestado de comparecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Hospital DF Star em Brasília.

Desde o dia 4 de agosto que Bolsonaro se encontra em prisão domiciliar.


Jair Bolsonaro passa por exames médicos após ser autorizado pelo STF (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)


O ex-presidente teve prisão domiciliar decretada devido investigação relacionada a ação do político do PL e de seus filhos para ativar sanções estrangeiras contrárias a economia brasileira.

Antes de ser decretada a prisão domiciliar em agosto, Jair Bolsonaro teve, por meio de medidas, restrição de direitos. Contudo, o ministro Alexandre de Moraes considerou que o ex-presidente descumpriu as obrigações impostas. Desta forma, além da prisão domiciliar, passou a proibir visitas sem que o STF seja informado e apreendeu celulares.

Início do julgamento

O presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, determinou que o julgamento tenha início no próximo dia 2 de setembro, em sua primeira sessão da ação penal da tentativa de golpe de Estado.

A Procuradoria Geral da República (PGR), acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro como o “principal articulador, maior beneficiário e autor” de ações voltadas ao rompimento do Estado Democrático de Direito, com o objetivo de manter-se no poder ainda que tenha sido derrotado por Lula (PT) em 2022.


Ministro do STF, Cristiano Zanin, informou a data de início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Instagram/@cnnbrasil)


Eles são acusados dos crimes de:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado contra o patrimônio da União
  • Deteriorização de patrimônio tombado

De acordo com os crimes atribuídos a Jair Bolsonaro, as penas máximas podem levar a uma condenação de 43 anos de prisão. Os ministros do STF, também definem as penas.

Julgamento de Bolsonaro e outros 7 réus por tentativa de golpe será dia 2 de setembro; entenda

Acaba de ser agendado o julgamento da ação penal 2668 pelo presidente da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, turma na qual tramita o caso. A sessão inicial ficou para o dia 02 de setembro, mas sessões extraordinárias já foram pré-agendadas, devido aos diversos réus, sendo Bolsonaro e mais sete. O pedido foi feito pelo relator do caso, o Ministro Alexandre de Moraes, assim que encerrada a instrução processual, que se deu após a apresentação das alegações finais.

Calendário especial para julgamento

Diante da complexidade do caso, o qual apresenta diversos documentos, provas, depoimentos, considerações dos advogados, do Ministério Público, bem como considerando o número elevado de envolvidos, além da sessão inicial, agendada para o dia 02 de setembro, outras sessões extraordinárias já ficaram pré-agendadas pela Ministro da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, as quais contarão com horários diversos, variando entre os períodos da manhã e tarde, somente manhã e somente tarde.

Apesar do caso envolver, ao todo, 34 réus, cujos julgamentos ainda não têm data marcada, neste momento, apenas os 8 réus do núcleo 1 serão julgados:

  • o ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro;
  • o delator do caso, o Tenente-Coronel Mauro Cid;
  • o General Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governo Bolsonaro;
  • o ex-Diretor Geral da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) e Deputado Federal pelo Rio de Janeiro (PL), Alexandre Rodrigues Ramagem;
  • o ex-Comandante da Marinha, Almir Garnier Santos;
  • o ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Gustavo Torres;
  • o ex-Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e
  • o ex-Ministro-Chefe da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto.

Vídeo noticiando a marcação do julgamento (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)

Ordem estabelecida para o julgamento

Fazem parte da 1ª Turma do STF os Ministros: Cristiano Zanin (presidente), Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Como a relatória é do Ministro Moraes, ele quem começará proferindo seu voto. Em seguida, será a vez das partes, que contam com o tempo de duas horas cada, para apresentação de suas defesas, sendo a União, representada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), órgão do Ministério Público Federal e cada réu, com seu(s) respectivo(s) advogado(s).

Na sequência, os demais Ministros da turma seguem uma determinada ordem para apresentação de seus votos, a qual, pode ser alterada por eles próprios. Os Ministros contam, ainda, com a prerrogativa do pedido de vistas, ou seja, não precisam, necessariamente, apresentar seus votos neste exato momento; eles podem solicitar tempo adicional para apreciar as questões que percorrem o tema e/ou solicitar esclarecimentos adicionais.

Bolsonaro e aliados encerram alegações finais e aguardam julgamento no STF

O processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe de Estado chegou ao fim das alegações finais. Bolsonaro teve até quarta-feira (13) para apresentar contestações ao Supremo Tribunal Federal. Imediatamente, o caso segue para os últimos trâmites antes do julgamento, que decidirá se o grupo será condenado ou absolvido.

Núcleo central da acusação

O ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado de liderar um grupo que tentou derrubar o governo eleito e romper a ordem democrática. Segundo a denúncia, ele usou a estrutura do Estado e contou com apoio de aliados civis e militares para enfraquecer as instituições.

A Procuradoria-Geral da República afirma que o grupo faz parte do “núcleo crucial” que buscou a ruptura democrática. Para a Procuradoria Geral da República (PGR), Bolsonaro foi o “principal articulador, maior beneficiário e autor” das ações contra o Estado Democrático de Direito. O ministro Alexandre de Moraes indicou que o julgamento deve ocorrer na Primeira Turma ainda neste semestre.

Etapas antes da decisão final

Após as alegações, Moraes pode pedir novas provas consideradas imprescindíveis. Em seguida, elaborará o relatório do caso e enviará para o presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, marcar a data. O julgamento seguirá o rito: apresentação do relatório, eventuais depoimentos, sustentação de acusação e defesa e, por fim, os votos dos ministros da Suprema Corte. A decisão será por maioria simples, sendo assim: ao menos três votos no colegiado.

Tanto a condenação quanto a absolvição dos réus permitem recursos internos no Supremo. Paralelamente, Moraes já havia homologado a ida à Primeira Turma de recurso contra a prisão domiciliar de Bolsonaro, imposta por descumprir restrições judiciais. Contudo, a PGR ainda deve se manifestar sobre essas decisões.


Senado aguarda julgamento de Bolsonaro para novas pautas (Vídeo: reprodução/YouTube/Veja)

Nesse ínterim, o Ministério Público do Distrito Federal também abriu uma investigação para apurar um possível crime contra a honra do presidente Lula. A acusação envolve conteúdo em aplicativo de mensagens associando o presidente ao regime sírio de Bashar al-Assad.

Enquanto isso, a defesa de Bolsonaro já manifestou tentativas para revogar a prisão domiciliar e obteve autorização para que o ex-presidente faça exames médicos, mediante entrega de atestado em até 48 horas.