Paquistão e Afeganistão prorrogam cessar-fogo após confrontos e prometem novo diálogo

O Paquistão e o Afeganistão decidiram prolongar o cessar-fogo após uma reunião realizada em Istambul, nesta quinta-feira (30). O acordo veio depois de uma série de confrontos violentos na fronteira, os mais graves desde que o Talibã assumiu o controle de Cabul em 2021. Neste mês, os combates resultaram em mortes, ataques aéreos do Paquistão e no fechamento parcial da fronteira, usada para o comércio entre os dois países.

Turquia e Catar se colocaram à disposição para ajudar no diálogo

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Turquia, as partes concordaram em criar um mecanismo de monitoramento para garantir que o cessar-fogo seja respeitado. Caso alguma das partes descumpra o acordo, sanções poderão ser aplicadas. Uma nova reunião está marcada para o dia 6 de novembro, também em Istambul, onde serão definidos os detalhes de como esse sistema vai funcionar.

O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, também confirmou o fim das negociações iniciais e disse que ambos os lados concordaram em seguir conversando em novos encontros. Ele afirmou que o Afeganistão busca relações pacíficas e respeitosas com o Paquistão, baseadas na não interferência nos assuntos internos de cada país.


Enquanto assinavam o cessar-fogo, o Talibã orquestra uma tentativa de participar da COP30 (Foto: reprodução/X/@bielferrigno)


Governo paquistanês ainda não fez uma declaração oficial

Os recentes confrontos tiveram início depois que o Paquistão lançou uma série de ataques aéreos dentro do território afegão, alegando que integrantes do Talibã paquistanês — grupo considerado uma das maiores ameaças à segurança do país — estariam escondidos em solo afegão. Segundo as autoridades paquistanesas, esses militantes vinham planejando e executando atentados contra suas forças de segurança, especialmente em regiões próximas à fronteira, o que teria motivado a resposta militar.

O governo do Afeganistão, por sua vez, reagiu com indignação, classificando os bombardeios como uma grave violação da soberania nacional e uma afronta às leis internacionais. As autoridades afegãs negaram abrigar membros do grupo extremista e afirmaram que o país não permite o uso de seu território para ações contra nações vizinhas. Além disso, o Talibã pediu respeito mútuo e cooperação.

A fronteira de 2.600 km entre os dois países é, há décadas, motivo de tensões e acusações mútuas, especialmente por causa da presença de grupos armados na região.

Trump sanciona duas maiores petroleiras da Rússia em pressão para cessar-fogo na Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs ontem (22) restrições às duas maiores empresas do setor petrolífero da Rússia, a Lukoil e a Rosneft, na tentativa de coagir o líder local, Vladimir Putin, a aderir às negociações de armistício na Guerra da Ucrânia. A medida bloqueia bens e transações das duas companhias e mais de 30 subsidiárias em território estadunidense e configura como a primeira grande sanção do governo Trump à Rússia devido à invasão da Ucrânia, ocorrida em 24 de fevereiro de 2022.

Trump reforça resposta do Ocidente à Moscou

Antes de implementar as sanções, Trump disse à imprensa, na Casa Branca, que desmarcou um encontro com Putin na Hungria, anunciado na semana passada, para debater o conflito. A declaração ocorreu horas depois da Rússia realizar um ataque aéreo massivo à Ucrânia, incluindo a sua capital, Kiev.

Com a ação restritiva, os EUA abandonam a pretensa neutralidade, juntando-se, finalmente, aos sistemáticos esforços europeus para punição do gigante euro-asiático. Na semana passada, especificamente, o Reino Unido dificultou a operação das mesmas empresas. Já ontem, a União Europeia avançou em seu 19º pacote de sanções contra Moscou, proibindo importações de gás natural liquefeito russo.

O presidente Putin não veio à mesa de uma maneira honesta e decidida como esperávamos. Houve conversas em Alaska; o presidente Trump recuou quando percebeu que as coisas não estavam avançando. Discussões por baixo do pano têm ocorrido, mas acredito que Trump está desapontado com onde estamos nessas discussões”, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, à Fox Business na quarta-feira.


 Trump e Putin se reuniram em agosto no Alaska para discutir futuro da guerra (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

Essas são sanções, não tarifas secundárias. Elas serão substanciais e poderosas. Pedimos aos nossos aliados europeus e do G7, além de Canadá e Austrália, que venham conosco”, complementou Bessent.

Ucrânia celebra, mas analistas são ponderados

O posicionamento de Trump foi recebido por Kiev como uma vitória pontual, tal como indica a embaixadora da Ucrânia nos Estados Unidos, Olga Stefanishyna:

A decisão está inteiramente alinhada com a reiterada posição ucraniana: paz só é possível através de força e pressão ao agressor usando todas as ferramentas internacionais disponíveis”, disse ela.

Os especialistas americanos Edward Fishman e Jeremy Paner, no entanto, possuem ressalvas.

Até agora o que foi anunciado fois essas sanções iniciais à Rosneft e Lukoil, mas o decisivo para o futuro é se haverá a existência ameaçadora de sanções secundárias a bancos, refinadoras de petróleo e negociadores em países terceiros que mantém relações com ambas as companhias”, explicou Fishman, pesquisador sênior do think tank Atlantic Council.

Paner, da mesma forma, acredita que a falta de alcance das medidas para países compradores de petróleo russo, como Índia e China, fará com que essas não chamem a atenção de Putin.

Trump ameaça Hamas após retomada violenta de Gaza

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje, através da rede social Truth Social, que, caso o Hamas continue a matar pessoas em Gaza, a Casa Branca permitirá que Israel reocupe a região e aniquile os membros do grupo. Um dos negociadores da paz temporária no Oriente Médio, Trump advertiu os terroristas acerca do estrito cumprimento do acordo, na busca pela manutenção da trégua.

Hamas mata 33 pessoas em Gaza

À medida que libertava os últimos reféns vivos, na segunda-feira (13), o Hamas retomou de forma violenta o controle sobre a Faixa de Gaza. Supostos colaboradores das forças israelenses foram assassinados nas ruas.

Uma fonte anônima disse à CNN que, desde a interrupção do conflito, 32 membros de “uma gangue ligada a uma família na Cidade de Gaza” foram mortos, assim como seis integrantes dessa mesma família. Mais tarde, vídeos de execuções públicas no que parece ser a localidade puderam ser vistas nas redes sociais, embora não se saiba a data e local exatos da produção do conteúdo.


Guerra em Gaza deixou brutal destruição (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/Abdolrahman Rashad/)


A situação não é nova. Historicamente, os vários recuos de tropas israelenses em Gaza, após brutal destruição promovida pelo Estado vizinho, foram acompanhados de repressão àqueles que facilitaram ou lucraram com sua ocupação, o que configura uma afronta aos termos da negociação de paz.

Tropas israelenses também foram acusadas, pela Organização das Nações Unidas, nos últimos dias, de desrespeitar o acordo, ao atirar contra civis palestinos que se aproximaram quando elas se retiravam da região. 

Cessar-fogo é anunciado

A partir da liderança dos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia, foi divulgado na segunda-feira (13) um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, após 2 anos de conflito. 

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas atacou uma festa isarelense na fronteira com Gaza, deixando 1.200 mortos e 251 sequestrados. Israel revidou com brutalidade, fazendo cerca de 67 vítimas palestinas fatais e desencadeando uma crise humanitária na região, que sofre com o precário abastecimento de comida e água.

As recentes negociações possibilitaram o imediato retorno dos reféns mantidos pelo grupo terrorista a suas famílias. Contaram ainda com planos de desarmamento do Hamas e de um futuro sem que esse comande a região, no que poderia culminar com o feito inédito da criação do Estado da Palestina, uma reivindicação histórica da ONU e do mundo árabe.

É ela, a história, no entanto que provê argumentos contrários à esperança de novos tempos: entre diversos cessar-fogo, o conflito já dura quase 80 anos, contando com inúmeros conflitos e tréguas nesse meio tempo.

Biden celebra cessar-fogo em Gaza e elogia Trump por esforços diplomáticos

O ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou nesta segunda-feira (13) “profundo alívio e gratidão” após o anúncio do cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação dos últimos 20 reféns vivos do Hamas. Em comunicado divulgado no X, Biden destacou a importância humanitária do acordo e enfatizou o sofrimento de civis israelenses e palestinos ao longo do conflito. O tom conciliador do texto chamou a atenção por buscar unidade em um momento de extrema tensão política global.

“Um inferno inimaginável” e esperança de reconstrução

Na publicação, Biden afirmou estar “profundamente grato e aliviado por este dia ter chegado”, ressaltando a dor enfrentada pelas vítimas do conflito. O ex-presidente afirmou ainda, através de sua rede X, que não consegue nem imaginar o inferno que os últimos 20 reféns vivos devem ter passado, mas que, felizmente, eles finalmente se reencontrariam com suas famílias. Biden também citou os civis em Gaza que sofreram perdas gigantescas e finalmente terão a chance de recomeçar e reconstruir suas vidas com o cessar-fogo. As palavras do ex-presidente ecoaram entre diplomatas e observadores internacionais como um gesto de empatia e compromisso com a paz.

Em um movimento incomum na política americana recente, Biden fez questão de elogiar Donald Trump pelo papel desempenhado nas negociações que levaram ao cessar-fogo. “O caminho para este acordo não foi fácil. Meu governo trabalhou incansavelmente para trazer os reféns de volta para casa, levar alívio aos civis palestinos e encerrar a guerra. Elogio o presidente Trump e sua equipe por seu trabalho para levar um novo acordo de cessar-fogo até a linha de chegada”, afirmou. O gesto foi interpretado como uma tentativa de reforçar a importância da diplomacia acima das divisões partidárias.


Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Hamas (Vídeo:reprodução/YouTube/@uol)

Diplomacia e reconstrução no Oriente Médio

Biden também sublinhou o papel dos Estados Unidos na mediação do processo e defendeu a continuidade do diálogo regional. Segundo ele, o cessar-fogo representa uma oportunidade para reconstrução e estabilidade. “Agora, com o apoio dos Estados Unidos e do mundo, o Oriente Médio está em um caminho para a paz que espero que perdure e para um futuro para israelenses e palestinos com medidas iguais de paz, dignidade e segurança”, concluiu. O posicionamento foi amplamente visto como uma reafirmação da política externa americana voltada à cooperação multilateral.

A declaração de Biden teve forte repercussão tanto em Washington quanto no cenário internacional. Analistas apontam que o reconhecimento público a Trump pode sinalizar uma estratégia de distensão política interna, ao mesmo tempo em que reforça o papel dos Estados Unidos como mediador central nas crises do Oriente Médio. O cessar-fogo, embora celebrado, ainda levanta dúvidas sobre sua durabilidade e sobre os próximos passos para garantir uma paz sustentável entre israelenses e palestinos.

Brasil elogia cessar-fogo entre Israel e Hamas e destaca papel dos EUA

Nesta quinta-feira (09), o governo federal, por meio do Itamaraty, divulgou uma nota exaltando a trégua na Faixa de Gaza e ressaltando a importância dos esforços diplomáticos que resultaram no acordo entre Israel e Hamas.

No comunicado, o Itamaraty também reforçou o compromisso do Brasil com a diplomacia internacional e a busca por soluções pacíficas para conflitos. A nota destacou ainda a importância de preservar a segurança e os direitos da população civil na região, ressaltando o papel das negociações multilaterais para a estabilidade do Oriente Médio.

O que diz a nota oficial do Itamaraty

O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, saudou o anúncio de um novo cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, ressaltando que a primeira fase do plano para encerrar o conflito surge após dois anos de confrontos.

A nota destaca a urgência de interromper os ataques que já causaram mais de 67 mil mortes e deslocaram quase dois milhões de pessoas, além de provocar ampla destruição da infraestrutura civil. O comunicado também enfatiza que o acordo prevê a libertação de reféns, a troca de prisioneiros palestinos, a entrada irrestrita de ajuda humanitária e a retirada das tropas israelenses até os pontos previamente acordados.

O Itamaraty reforça ainda o caráter humanitário do cessar-fogo, defendendo que ele deve proporcionar alívio imediato à população civil e garantir acesso seguro à assistência internacional, incluindo equipes das Nações Unidas. O Brasil exorta todas as partes a cumprirem integralmente os termos do acordo, engajarem-se de boa-fé nas negociações e darem início à reconstrução da Faixa de Gaza sob supervisão palestina.


Detalhes sobre o pronunciamento do Itamaraty (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Itamaraty defende solução de dois Estados para o conflito

O Itamaraty reforçou a posição histórica do Brasil em favor da solução de dois Estados como caminho para a paz no Oriente Médio. De acordo com a nota oficial, a criação de um Estado palestino independente e viável deve permitir que Palestina e Israel coexistam em segurança e paz, respeitando as fronteiras de 1967 e garantindo Jerusalém Oriental como capital do novo Estado palestino.

O governo brasileiro ressalta que essa abordagem é essencial para a estabilidade da região, defendendo negociações multilaterais que respeitem o direito à autodeterminação do povo palestino. A nota enfatiza ainda que a implementação da solução de dois Estados deve vir acompanhada de esforços humanitários e diplomáticos, incluindo a reconstrução da Faixa de Gaza e a proteção da população civil.

O pronunciamento do Itamaraty reforça o compromisso do Brasil com a diplomacia e a busca por soluções pacíficas no Oriente Médio. Ao destacar a importância da trégua, da reconstrução humanitária e da criação de um Estado palestino viável, o país reafirma sua posição histórica de apoio à paz, à segurança da população civil e à coexistência pacífica entre Israel e Palestina.




Acordo de Paz entre Israel e Hamas é assinado

O grupo Hamas e o governo de Israel chegaram a um acordo de Paz na noite desta quarta-feira (8), marcando a primeira fase do cessar-fogo na Faixa de Gaza, após semanas de intensas negociações. Anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em suas redes sociais, o compromisso foi mediado por potências internacionais, incluindo Catar, Egito e Turquia. Entre as medidas adotadas estão a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas desde o início da escalada, em 07 de outubro de 2023.

Em seu comunicado, Trump destacou que este é um passo importante que pode abrir caminhos para uma paz duradoura na região. Contudo, muitos detalhes da tratativa continuam sendo discutidos, com a implementação de várias cláusulas que dependem de condições políticas complexas e futuras negociações entre as partes envolvidas.

Complexidade do acordo

Ainda em fase inicial, o acordo prevê que o grupo Hamas liberte todos os reféns em um prazo de 72 horas, com expectativa de que, até o próximo sábado (11), a libertação seja concluída. No entanto, o Hamas solicitou um prazo maior para devolver os corpos das vítimas, indicando a complexidade das questões humanitárias ainda em jogo nas negociações. Segundo informações, 48 reféns israelenses são mantidos em território palestino, destes 20 estariam vivos.


Publicação de Benjamin Netanyahu sobre libertação dos reféns israelenses (Foto: reprodução/X/@netanyahu)

Em contrapartida, Benjamin Netanyahu se comprometeu a libertar prisioneiros palestinos mantidos em território israelense, algo imposto pelo grupo Hamas desde o início das negociações. Além disso, o governo de Israel deve retirar suas tropas da Faixa de Gaza, sinalizando um recuo militar. No entanto, essa é uma questão ainda em aberto, já que os detalhes sobre onde as tropas se posicionarão permanecem incertos.

As negociações

As negociações para o cessar-fogo começaram logo após o ataque ocorrido há dois anos, ao sul da Faixa de Gaza, em Re’im, no deserto de Negev, durante um festival de música eletrônica, quando o grupo Hamas sequestrou 251 reféns e matou centenas de pessoas na ofensiva, de acordo com informações divulgadas à época. Porém, os vários acordos anteriores foram violados e a assinatura deste novo compromisso oferece esperança para a redução das hostilidades na região.

A proposta aceita foi apresentada pela Casa Branca em setembro deste ano, com uma série de medidas, incluindo uma zona de segurança para Israel e um governo de transição palestino sob supervisão internacional, sem intervenção, direta ou indireta, do grupo Hamas. Porém, conforme especialistas, a assinatura do acordo não significa o fim imediato das tensões entre as partes, uma vez que as divergências ideológicas e políticas permanecem.


 

Publicação da Casa Branca sobre o acordo assinado entre o grupo Hamas e o governo de Israel (Foto: reprodução/Instagram/@whitehouse)

Desde o ataque, a Faixa de Gaza tem sido palco de um intenso conflito, com mais de 60 mil mortos palestinos, segundo estimativas divulgadas pelo Hamas. Embora o novo plano indique que um Estado independente da Palestina poderia ser uma possibilidade futura, ele está condicionado a uma série de reformas internas e à pacificação do território.

O futuro da Faixa de Gaza também envolve a reconstrução da infraestrutura devastada e a entrada de ajuda humanitária, o que exigirá um esforço internacional considerável. O “Conselho da Paz”, será liderado por Donald Trump, que supervisionará a reconstrução e os recursos destinados à população Palestina.

Expectativas internacionais

Em suas declarações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou a assinatura do acordo, ressaltando a importância da libertação dos reféns e o “grande dia” para o Estado de Israel. Se comprometendo a submeter o tratado à aprovação interna de seu governo e elogiando o trabalho das forças de defesa do país. “Graças à coragem e ao sacrifício dos nossos soldados, chegamos a este dia”, disse Netanyahu, referindo-se ao esforço militar israelense na região.

O grupo Hamas, por sua vez, expressou gratidão aos mediadores, mas reforçou a necessidade de garantir que Israel cumpra todos os termos do acordo, especialmente no que diz respeito ao fim das agressões e à implementação das condições acordadas.


Publicação da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre o acordo de cessar-fogo (Foto: reprodução/X/@ONUNews)

Em contrapartida, a comunidade internacional observa de perto o desenvolvimento dos próximos passos, na esperança de que a primeira fase do cessar-fogo possa ser o início de uma negociação mais ampla e, eventualmente, de uma solução política para o impasse de décadas. Embora ambicioso, o compromisso enfrenta muitos obstáculos, desde a reconciliação interna da Palestina até a aceitação do governo de Netanyahu, que rejeita a criação de dois Estados.

 

 

Trump e Putin se reúnem no Alasca em nova tentativa de cessar-fogo na Ucrânia

Numa tentativa direta de pôr fim à guerra na Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proferiu declarações a bordo do Air Force One antes de se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Anchorage, Alasca, nesta sexta-feira (15). Ele afirmou que “não ficaria feliz se Putin não aceitasse o cessar-fogo” e expressou o desejo de que “a matança parasse”, evidenciando sua postura de pressionar por uma solução imediata para o conflito.

Um encontro crucial

O encontro entre Trump e Putin ocorreu na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, em Anchorage, com o presidente russo recebido com tapete vermelho e ao som de aplausos. O objetivo claro da reunião entre os presidentes foi abrir caminho para um cessar-fogo, ainda que modelado como uma “sessão de escuta” com fortes sensibilidades diplomáticas. O presidente americano também sinalizou interesse em se reunir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, reforçando seu papel como mediador no conflito que já dura três anos.


Trump e Putin em reunião no Alasca sobre guerra na Ucrânia (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Contexto e tentativas anteriores de negociação

Esta não foi a primeira iniciativa de Trump para mediar o conflito: em fevereiro de 2025, ele manteve uma chamada considerada “profunda e produtiva” com Putin, acordando que suas equipes começariam negociações imediatamente, embora preocupações sobre excluir Kiev tenham sido levantadas por líderes europeus e pelo próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy. Em março, avançou-se na proposta norte-americana de cessar-fogo de 30 dias, permitindo a retomada de ajuda e inteligência dos EUA a Kiev, mas Putin impôs condições duras, dificultando um acordo efetivo.

Situação atual da guerra

Enquanto isso, no campo de batalha, as forças russas continuavam ganhando terreno, especialmente no leste da Ucrânia, com avanços em locais como Dobropillia, embora os ucranianos conseguissem estabilizar certas frentes e realizar trocas de prisioneiros. Zelenskyy insiste que Kiev não pode ser excluída das negociações e alerta que soluções que desconsiderem a Ucrânia são “mortas”.

Embora o encontro em solo americano represente um passo significativo — e talvez necessário — na diplomacia para encerrar a guerra, os sinais permanecem mistos. Sem a inclusão efetiva de Kiev e com continuados avanços russos, o futuro das negociações ainda é incerto. A declaração de Trump no Air Force One deixa claro que os olhos do mundo estão voltados para esse esforço de paz, mas a estabilidade desse processo dependerá de esforços concretos e participação plena da Ucrânia.

Sanções de Trump à Rússia não significam encerramento das negociações entre países

Após a determinação de Washington, estabelecendo o prazo de 50 dias para que a Rússia encerre seu conflito com a Ucrânia, além da promessa de envio de novos mísseis para Kiev, na data de ontem (17/7), o governo da Rússia chegou a cogitar que tais medidas representariam o fim das negociações, mencionando até chantagem americana. Hoje, contudo, voltou atrás, e disse que esta postura americana não significa o fim das negociações com o país do Leste Europeu, mas sim um novo ajuste com a Casa Branca, em uma relação já desgastada.

Novo ajuste entre EUA e Rússia

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, foi questionando hoje (18/7) pela agência Reuters sobre as declarações feitas ontem (17/7) pelo Presidente americano, Donald Trump, em relação ao prazo de 50 dias para o cessar-fogo com o inimigo Ucrânia, bem como sobre o envio de novos mísseis à Kiev.

A resposta foi na contramão do que já haviam dito anteriormente: “Presumimos que não é isso que significa (se referindo a um possível fim para as relações entre Rússia e EUA). É claro que são questões diferentes. Uma questão é o acordo (de paz) ucraniano. A outra questão são as nossas relações bilaterais.” Peskov chegou a pontuar como “estado deplorável” a atual condição da relação entre o país americano e o dele, além de considerar a situação demorada e difícil.


Dmitry Peskov (foto: reprodução/ ALEXANDER ZEMLIANICHENKO/POOL/AFP/Getty Images Embed)


No início deste ano, na Turquia, Rússia e Ucrânia fizeram duas rodadas de negociação que tiveram um resultado positivo, pois houve a troca de prisioneiros e restos mortais entre os países. Mas não passou disso. A terceira rodada parece emperrada, uma vez que Putin impõe condições, que acabam afastando a celebração de um acordo final para o cessar-fogo.

“Chantagens e novas ameaças”

Em uma coletiva de imprensa em Moscou, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, chegou a manifestar sua indignação à postura, segundo ela “inaceitável” do governo americano, atribuindo palavras como “ultimatos”, “chantagens” e “ameaças”:

“A linguagem de ultimatos, chantagens e ameaças é inaceitável para nós. Tomaremos todas as medidas necessárias para garantir a segurança e proteger os interesses do nosso país”

Desde a Segunda Guerra Mundial, eclodida em setembro de 1939, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia lidera o ranking do mais sangrento da Europa, com milhões de pessoas mortas, desde seu início, no mês de fevereiro de 2022.

Ataques de Israel em Gaza deixam mais de 50 mortos durante negociações de trégua

Ataques de Israel em Gaza mataram pelo menos 52 pessoas nesta quinta-feira (10), conforme dados da Defesa Civil Palestina. Os bombardeios ocorreram em áreas densamente povoadas, incluindo abrigos e unidades de saúde, enquanto em Doha, no Catar, representantes de Israel e do Hamas negociam uma trégua com mediação do Egito, dos Estados Unidos e do governo catariano. A ofensiva intensificou a crise humanitária no território, que já enfrenta meses de conflito.

Civis mortos em áreas de refúgio e clínicas

De acordo com a Defesa Civil de Gaza, 17 pessoas, entre elas oito crianças, morreram próximas a uma clínica médica em Deir al-Balah, região central da Faixa de Gaza. Em Khan Yunis, no sul do território, uma mãe e seus quatro filhos foram mortos quando um abrigo foi atingido por ataques israelenses.


Bombardeios israelenses matam 52 pessoas durante negociações com Hamas no Catar (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


As forças israelenses afirmam que os alvos são ligados a militantes do Hamas e a estruturas usadas para ataques contra Israel. No entanto, agências internacionais e grupos humanitários denunciam que os ataques atingem áreas civis e colocam em risco a população local.

Negociações de trégua seguem sem avanços significativos em Doha

Pelo quinto dia consecutivo, as negociações entre Israel e Hamas continuam em Doha, mediadas pelo Catar, Egito e Estados Unidos. O Hamas indicou disposição para libertar dez reféns em troca de um cessar-fogo e da retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza.

Israel condiciona qualquer trégua à destruição da capacidade militar do Hamas e à libertação completa dos reféns. A postura dos dois lados permanece rígida, dificultando avanços e prolongando o conflito.

Impacto humanitário e reações internacionais

Organizações internacionais alertam para a grave situação humanitária na Faixa de Gaza, que sofre com falta de água, energia, alimentos e assistência médica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que cerca de 60% dos hospitais operam com capacidade reduzida devido à crise.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) reforçou pedidos por corredores humanitários seguros para que a ajuda possa chegar à população civil. A ONU convocou uma reunião emergencial do Conselho de Segurança para discutir o agravamento do conflito.

Diversos países, como França, Turquia e Rússia, manifestaram preocupação e pedem o fim imediato dos ataques. A pressão internacional cresce para que as partes envolvidas retomem o diálogo e evitem uma escalada ainda maior da violência.

Interrupção do conflito em Gaza pode ocorrer até o fim de semana, diz enviado especial dos EUA

O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, indicou nessa terça-feira (8) que o acordo temporário de paz em Gaza (de 60 dias) pode sair até o final da semana. A declaração se deu após o encontro do presidente americano Donald Trump com o líder isralense Benjamin Netanyahu na Casa Branca, em Washington.

Segundo a CNN, Witkoff disse que houve progresso substancial nas negociações que começaram domingo. Como parte do acordo em discussão, 10 reféns vivos e mais 9 já mortos seriam liberados pelo Hamas a suas famílias – garantiu o funcionário estadunidense.

Netanyahu e Trump aceleram discussões

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está nos Estados Unidos em uma visita à Casa Branca desde segunda-feira. O encontro realizado terça-feira foi o segundo da semana, já que Trump e Netanyahu já haviam conversado pessoalmente no dia anterior.

Vamos falar, eu diria, quase exclusivamente de Gaza. Precisamos resolver isso”, afirmou Trump a jornalistas logo antes da segunda reunião.


Trump e Netanyahu se reúnem na Casa Branca (Foto: reprodução/Alex Wong/Getty Images Embed)


Uma das medidas polêmicas discutidas nessa terça-feira foi o incentivo à retirada de palestinos da Faixa de Gaza e envio para outros países da região. 

Essa é a terceira viagem de Netanyahu à capital dos Estados Unidos desde que Trump assumiu seu segundo mandato. 

Mediadores do Catar são mais cautelosos

Apesar do clima esperançoso entre Washington e Jerusalém, negociadores do Catar, país árabe que, junto com o Egito e o próprio EUA, está oficialmente envolvido na busca por uma solução para o conflito, não se mostraram tão otimistas.

Não acho que posso dar qualquer prazo no momento, mas posso dizer agora que precisaremos de tempo para isso”, anunciou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari, em Doha.

A declaração se deu no contexto da realização de conversas indiretas entre Israel e Hamas em território catariano, simultâneas ao encontro de Netanyahu e Trump nos Estados Unidos.