Trump muda versão do surgimento da Covid-19 em publicação no site da Casa Branca

Após os “tarifaços” do atual governo de Donald Trump tomarem conta dos noticiários, chegou a vez de resgatar assuntos relacionados à pandemia de Covid-19, que assolou o mundo em 2020. Uma atualização realizada nesta sexta-feira (18) no site da Casa Branca muda a versão, até então oficial, acerca das origens do vírus Sars-Cov-2.

Dados disponíveis coletados e analisados por especialistas que visitaram a cidade chinesa de Wuhan confirmaram a origem animal do vírus e que este teria sido transmitido de animais para humanos, o que deflagrou sua disseminação a níveis mundiais.


Mercado de Wuhan, China (Foto: Reprodução/Getty images embed)


Segundo a atual versão do site da Casa Branca, alterada nesta sexta, o vírus teria surgido a partir do vazamento de um laboratório de Wuhan, a partir de um incidente laboratorial e não de forma natural como constava anteriormente na versão descrita pelo governo de Joe Biden. 

“Lab Leak – a verdade sobre as origens da Covid-19”

O título acima descrito e uma fotomontagem de Donald Trump no meio da palavra “Lab Leak”, ilustram uma página inteira da Casa Branca sobre o assunto. O texto, organizado em ordem numérica, mostra desde a origem a um mapa determinando a distância entre o laboratório e o mercado municipal (Wuhan), local onde houve a disseminação do vírus. 


Organização Mundial da Saúde (Foto: Reprodução/Fabrice Coffrini/Getty images embed)


A publicação tem notadamente o objetivo de refutar o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado em 2021 que descartava um vazamento em laboratório, em especial pelo fato de as investigações terem resultados inconclusivos devido à falta de dados pedidos a China. O texto do relatório, no entanto, indica que os dados disponíveis demonstram que a Covid-19 deve ter surgido provavelmente de morcegos.

Narrativa preferida dos democratas

Em meio a acusações que sugerem a ocultação de outras versões por parte do então infectologista assessor médico de Biden, Anthony Fauci, o presidente Donald Trump ainda acusa o ex-presidente de se utilizar de uma narrativa de favorecimento aos democratas quando defende a teoria de que o vírus tenha surgido de forma natural. Ele alega também que o infectologista se baseou em apenas um estudo para tomar atitudes de combate ao vírus.

“A publicação ‘A Origem Proximal do Sars-Cov-2’ – que foi usada repetidamente por autoridades de saúde pública e pela mídia para desacreditar a teoria do vazamento de laboratório – foi motivada pelo Dr. (Anthony) Fauci a promover a narrativa preferida de que a Covid-19 se originou naturalmente”, diz a publicação. 

Após o relatório inicial, pesquisadores chineses retomaram as análises e divulgaram em 2023 que havia material genético de animais selvagens em amostras do mercado de frutos-do-mar, confirmando a hipótese de que o vírus tenha sido transmitido de animais para humanos. Outros estudos também indicam essa probabilidade, quase indicando um consenso. 

Guerra Comercial: Trump pressiona países a escolherem entre EUA ou China

O presidente Donald Trump, em entrevista à Fox News mexicana, na última terça-feira (15), declarou que países podem ter que escolher entre fazer acordos comerciais com os EUA ou com a China. A escolha por um dos lados levará em conta a suspensão ou não da implementação das “tarifas recíprocas” por 90 dias a parceiros comerciais.

As declarações de Trump geram nova tensão no mercado financeiro global, uma vez que arrastam para o epicentro da guerra comercial estabelecida entre EUA e China, países que possuem acordos em andamento com as duas grandes potências. 

Ao se posicionar por um lado, parceiros comerciais terão que renunciar a parcerias já firmadas ou com o país norte-americano, ou com o país asiático, levando em conta possível  retaliação tarifária. 

A medida é vista como uma forma do governo norte-americano pressionar os demais países em sua escolha, gerando nova tensão mundial no mercado financeiro e, principalmente, no mercado de ações. 

Países latino-americanos na mira

As falas do presidente norte-americano Donald Trump foram direcionadas, principalmente, a países da América Latina, incluindo o Brasil. Uma vez que Trump está preocupado com a influência da indústria chinesa em países do Sul Global.  

A preocupação de Trump tem gerado uma série de ofensivas diplomáticas a países latino-americanos. Onde os EUA procuram retomar o apoio desses países, recebendo seus líderes na Casa Branca para reuniões e acordos. 

A visita do presidente salvadorenho Nayib Bukele à Donald Trump, na última segunda-feira (14), é uma demonstração de que os EUA procuram criar alianças com líderes de países geopoliticamente estratégicos e próximos à Casa Branca, visando, também, brecar a expansão chinesa no continente americano. 


Presidente dos EUA Donald Trump recebe o presidente de El Salvador Nayib Bukele na Casa Branca (Vídeo: reprodução/Instagram/@whitehouse)


Em outra ofensiva diplomática, o governo Trump enviou Pete Hegseth, Secretário de Defesa dos EUA, ao Panamá  para negociar a retomada do Canal do Panamá pelos EUA, em posse do governo panamenho desde 1977, que vem sofrendo grande influência chinesa na última década.


Entrevista de Pete Hegseth, Secretário de Defesa dos EUA, sobre influência da China no Canal do Panamá ((Vídeo: reprodução/Instagram/@petehegseth)


Além desses países, o Brasil, o México e a Argentina também estão na mira dos EUA, para uma ofensiva diplomática, visando afastar a influência comercial e econômica chinesa.

Iniciativa Cinturão e Rota 

Nas últimas décadas, a China tem expandido seus negócios em países em desenvolvimento por meio de sua “Iniciativa Cinturão e Rota” (BRI), ou nova “Rota da Seda”. Um projeto de infraestrutura ambicioso no qual o país asiático pretende se conectar a todos os continentes por meio de parcerias de desenvolvimento econômico. 

Este projeto foi apresentado por Xi Jinping em 2013, quando ainda era secretário-geral do Partido Comunista Chinês. Ganhando força a partir de 2016, com investimento de bilhões de dólares em países da África, Ásia e Europa. Posteriormente, países da América Latina receberam aporte do governo chinês para obras de melhorias em seus portos, aeroportos e rodovias.

China se posiciona contra declarações dos EUA 

Após as declarações do presidente americano Donald Trump de que países deverão “escolher um lado” nas negociações comerciais, Lin Jian, vice-diretor do Departamento de Informação do Ministério de Relações Exteriores da China, utilizou suas redes sociais para comentar sobre o assunto.


Publicação de Lin Jian sobre declarações de Donald Trump (Reprodução/X/@SpoxCHN_LinJian)

Jian enfatiza que a intimidação dos EUA a países latino-americanos vem de longa data, contrastando com a cooperação promovida pela China a estes países. 

Enquanto a atenção do mercado financeiro mundial se volta para os próximos passos da guerra comercial entre EUA e China, o presidente chinês Xi Jinping permanece visitando países do Sul Global em busca de acordos comerciais e parcerias estratégicas. 

China alerta seus cidadãos sobre viagens aos EUA

O governo chinês alertou a população sobre os riscos de viagens aos Estados Unidos para seus cidadãos. Os alertas foram anunciados nesta quarta-feira (9), e são um reflexo das relações fragilizadas entre os dois países devido ao conflito comercial instaurado nas últimas semanas.

Alerta para viajantes

Diante do novo aumento de tarifas da China sobre produtos norte-americanos, que passou a ser de 84% nesta quarta-feira, as recomendações foram apresentadas para evitar a interação da população chinesa com um país que tem adotado cada vez mais uma postura hostil à China. As medidas americanas foram adotadas com a eleição do presidente republicano, Donald Trump.

Segundo o Ministério da Cultura e Turismo da China, essas seriam as justificativas para a decisão:

“Recentemente, devido à deterioração das relações econômicas e comerciais entre China e EUA e à situação da segurança interna nos Estados Unidos, o Ministério da Cultura e Turismo alerta os turistas chineses para que avaliem cuidadosamente os riscos de viajar para os Estados Unidos e tomem cuidado.”


Anúncio oficial do governo chinês (Foto: reprodução/Ministério da Cultura e Turismo da China)

O Ministério da Educação também aconselhou os estudantes chineses a refletirem antes mesmo de querer realizar algum intercâmbio ao país norte-americano, devido aos “riscos” dos últimos dias. O embate tarifário entre as duas nações parece alterar drasticamente as relações diplomáticas sino-americanas.

Deterioração das relações

O anúncio de Washington na terça-feira (8) de que a taxa sobre produtos chineses subirá para, 104% ocorreu depois que Pequim retaliou o “tarifaço” de Trump na semana anterior, elevando as tarifas sobre produtos norte-americanos. A China foi um dos países com maiores níveis de taxação entre os estados anunciados.

Trump, já havia anunciado que não mudaria sua política tarifária mesmo com as retaliações por parte do governo chinês. Com a baixa das relações entre Estados Unidos e China, a incerteza é impregnada tanto para os setores internos americanos, quanto para as diversas camadas que compõem o comércio global.

Guerra Comercial: Tarifas de 84% imposta aos EUA pela China entram em vigor

Conforme anunciado pelo Ministério das Finanças da China, a tarifa de 84% sobre os produtos importados dos EUA, passam a valer a partir de hoje, quinta-feira (10). A taxa é uma retaliação às medidas adotadas por Donald Trump, que elevou as tarifas contra o país asiático em, 104%. 

Os produtos norte-americanos afetados com a cobrança imposta pelo governo chinês, vão desde alimentos até aeronaves civis. Entre eles, os itens mais impactados são: microchips, carros, soja, além de produtos farmacêuticos. 

O comércio entre os EUA e a China se intensificou no final da década de 1990. Segundo estudos, somente em 2024, o valor exportado pelo país norte-americano ao país asiático ultrapassou a casa de US$143 bilhões de dólares.


Anúncio das tarifas retaliatórias pela China contra os EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/@bandjornalismo)

Em contrapartida, a China exportou para os EUA o equivalente a US$ 438 bilhões de dólares. As exportações variam de brinquedos, eletroeletrônicos, vestuário, equipamentos industriais e matérias-primas para a produção de produtos manufaturados. 

A China informou que apesar de não querer entrar em guerra comercial contra os EUA, permanecerá na luta até o fim.

Manifestações do governo chinês 

Vários integrantes do governo de Xi Jinping, presidente da China, têm se manifestado contra as políticas adotadas por Donald Trump, principalmente contra as tarifas impostas pelos EUA e que têm gerado pânico nas bolsas de valores ao redor do mundo. 

O porta-voz das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, é um dos que têm utilizado suas redes sociais para comentar sobre as atitudes do Governo Trump. Em suas últimas postagens, publicou que não permitirá que “ninguém tire o direito legítimo do povo chinês ao desenvolvimento.” 

Jian, ressalta que as medidas adotadas pela China são para “salvaguardar a soberania” do país contra, o que ele chama, de atitude “unilateral”, “protecionista” e de “intimidação econômica” realizada pelos EUA. 


Publicação do porta-voz das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, em relação à política tarifária adotada pelos EUA (Foto: reprodução/X/@SpoxCHN_LinJian)

Lin Jian também utilizou as redes sociais para informar que a tarifa de 84% sobre as exportações estadunidenses entraria em vigor nesta data, quinta-feira (10). 

Retaliação do governo Trump

Após o anúncio realizado pelo governo de Xi Jinping sobre o aumento da tarifa de 34% para 84% sobre os produtos exportados pelos EUA ao país asiático, Donald Trump prometeu nova retaliação. 

Desta vez, o presidente norte-americano prometeu retaliar os produtos exportados pela China para os EUA em 125%, com início imediato. A nova cobrança foi anunciada em sua conta na rede social.


Publicação de Donald Trump, em tradução livre, anunciando nova cobrança tarifária contra a China (Foto: reprodução/Truth/@realDonaldTrump)

Após o anúncio feito pelo presidente Trump, a China informou que não recuará em suas decisões. Colocando o mundo em alerta sobre uma possível retaliação do governo de Xi Jinping contra os EUA, acirrando ainda mais a guerra comercial e econômica com impactos locais e mundiais.

Dólar volta a aumentar e chega na casa do R$ 6,00

Mercado em Alerta: Dólar Encosta nos R$ 6,00 e Ibovespa Cai com Nova Tensão entre EUA e China. O anúncio de um novo reajuste tarifário dos Estados Unidos sobre produtos chineses voltou a agitar os mercados globais nesta terça-feira (8). Em meio à escalada da guerra comercial entre as duas potências, o dólar disparou e encostou na marca simbólica dos R$ 6,00, enquanto o Ibovespa recuou, pressionado por gigantes como Petrobras e Vale.

Aumento do Dólar

Dólar em Alta: R$ 5,9985 no Fechamento. A moeda americana subiu 1,49% e encerrou o dia cotada a R$ 5,9985  o maior valor de fechamento desde 21 de janeiro. Nos últimos três pregões, o dólar acumulou alta de R$ 0,37, influenciado pelo aumento da tensão comercial entre EUA e China. No mês de abril, a valorização já chega a 5,11%.

Ibovespa em Queda: -1,32%

O principal índice da bolsa brasileira também sofreu. Apesar de ter conseguido se manter acima dos 123 mil pontos, o Ibovespa caiu 1,32%, fechando aos 123.931,89 pontos. O mercado foi impactado pela queda das commodities e o mau humor global.

Guerra Comercial: Trump Eleva Tarifas. O estopim da turbulência foi a decisão do governo de Donald Trump de aplicar tarifas de 104% sobre produtos chineses, válidas a partir desta quarta-feira (9). A medida foi uma resposta à manutenção da taxa de retaliação de 34% por parte da China sobre produtos americanos.

Em comunicado, a Casa Branca afirmou que cerca de 70 países demonstraram interesse em negociar seus regimes de importação. Segundo a porta-voz Karoline Leavitt, Trump “será incrivelmente gentil, se a China estender a mão mas fará o que for melhor para o povo americano.”


Foto Ibovespa(Foto: reprodução/Patrícia Valle)

Repercussões Globais :Em Wall Street, o otimismo inicial foi embora com o avanço da tensão. O S&P 500 recuou 1,57%. Por aqui, o dólar chegou a cair no começo do dia, mas  disparou ao longo da manhã, atingindo a máxima de R$ 6,0060 às 16h47. Segundo Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, o impacto no Brasil é inevitável:  “O Brasil tem muitos negócios com a China. Quando acontece algum problema por lá, isso se reflete aqui.”

Em Alta: Medo no Ar O índice conhecido como o “termômetro do medo” de Wall Street chegou a ultrapassar os 60 pontos, sinalizando forte volatilidade e insegurança nos mercados, como destacou Gabriel Redivo, da Aware Investments.

Principais Quedas do DiaVale (VALE ON): -5,48%   Com o minério de ferro caindo pelo terceiro dia consecutivo na China, a ação sofreu. O preço da tonelada caiu para o menor valor desde novembro de 2024.Petrobras (PETR4): -3,56%  ,  A queda do petróleo no exterior e rumores sobre um possível corte nos preços do diesel pesaram sobre a estatal. Magazine Luiza (MGLU3): -13,41%    A varejista foi rebaixada pelo Citi para “venda/alto risco”, em meio a um cenário macroeconômico desafiador e forte concorrência do Mercado Livre, que anunciou R$ 34 bilhões em investimentos no Brasil.

Minerva (BEEF3): -2,95%  A empresa anunciou proposta de aumento de capital de até R$ 2 bilhões, com emissão de novas ações a preço com desconto, o que assustou o mercado.

Algumas Altas: CPFL Energia (CPFE3): +3,39%  A ação chegou a bater máxima histórica, com a Aneel sinalizando apoio à incorporação de R$ 4,67 bilhões no reajuste tarifário da CPFL Paulista. Embraer (EMBR3): +0,82%  .  Apesar da tensão comercial, a empresa manteve confiança em seus planos e sinalizou que buscará alternativas para lidar com os novos desafios tarifários.

Trump afirma que China aceitará acordo comercial em breve

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira (8) que acredita na possibilidade de um acordo comercial com a China, enfatizando que Pequim deseja uma resolução, mas enfrenta dificuldades para iniciar as negociações.

As declarações ocorrem em meio a uma escalada de tarifas entre as duas maiores economias do mundo, com ameaças de novos impostos sobre produtos chineses.

China busca acordo comercial, mas enfrenta obstáculos

Trump afirmou que a China deseja “desesperadamente” alcançar um acordo comercial com os Estados Unidos, mas não sabe como iniciar as negociações. O presidente americano mencionou que espera uma ligação do líder chinês, Xi Jinping, para dar continuidade às conversas.

Pequim, por sua vez, tem reiterado sua oposição às tarifas impostas por Washington e enfatizado a necessidade de resolver as disputas comerciais por meio do diálogo e respeito. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês destacou que o país tomará as medidas necessárias para defender seus interesses legítimos.


Priscila Caneparo e o economista Bruno Cotrim comentam sobre a guerra comercial que os Estados Unidos e a China estão travando (Vídeo: reprodução/YouTube/@SBT NEWS)

Além disso, especialistas apontam que o prolongamento das tensões entre os dois países pode impactar negativamente a economia global. Investidores e mercados observam com cautela os desdobramentos das negociações, enquanto cadeias produtivas inteiras seguem sendo afetadas pela incerteza tarifária.

EUA utilizam tarifas como ferramenta de acordo

Trump tem utilizado as tarifas como uma ferramenta estratégica para pressionar a China a aceitar termos mais favoráveis nas negociações comerciais. O presidente americano estabeleceu prazos para que Pequim retire suas tarifas recíprocas, ameaçando impor novos impostos que poderiam elevar as tarifas totais a 104%.


Trump diz que irá subir ainda mais as taxas contra o país asiático (Vídeo:Reprodução/YouTube/@UOL)


Além disso, Trump mencionou que está aberto a fazer acordos para reduzir tarifas, desde que os Estados Unidos recebam algo em troca. Ele citou a possibilidade de um acordo relacionado ao TikTok como exemplo, embora tenha esclarecido que não há negociações em andamento nesse sentido.

Analistas políticos destacam que essa retórica agressiva faz parte da estratégia eleitoral de Trump, que busca reforçar sua imagem de líder firme perante o eleitorado americano. Mesmo com os riscos diplomáticos envolvidos, o presidente insiste em manter o tom de desafio, apostando na recuperação da indústria nacional como trunfo político.

China impõe tarifa de 84% sobre produtos dos EUA e intensifica guerra comercial

A China anunciou um novo aumento significativo nas tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos, elevando os impostos de 34% para 84% a partir desta quinta-feira, 10 de abril. A medida foi oficializada pelo Ministério das Finanças chinês como uma resposta direta ao anúncio feito pelo governo Trump no início da semana, que elevou para 104% a taxação sobre produtos chineses exportados para os Estados Unidos.

Em comunicado, o governo chinês classificou a postura norte-americana como “um erro em cima de outro erro” e acusou Washington de violar os princípios do sistema multilateral de comércio. “A prática dos EUA infringe seriamente os direitos legítimos da China e prejudica gravemente a ordem baseada em regras do comércio global”, disse a nota oficial.

A resposta chinesa incluiu ainda controles mais rigorosos sobre exportações de minerais de terras raras e outras medidas econômicas. Autoridades de Pequim reforçaram que o país está preparado para “lutar até o fim”, criticando duramente o que chamaram de unilateralismo agressivo da Casa Branca.

Pequim revida nova rodada de tarifas dos EUA

Com a escalada da guerra comercial, os impactos econômicos começam a se refletir nos mercados internacionais. O S&P 500 já acumula queda de quase 20% desde seu pico, entrando oficialmente em mercado de baixa. Bolsas da Ásia, como as de Xangai, Hong Kong e Seul, também apresentaram recuos significativos.


Discurso do Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi (Vídeo: Reprodução/Youtube/Sky News)

O clima de tensão se agravou ainda mais após declarações do secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, que classificou a economia chinesa como “a mais desequilibrada da história moderna” e disse que a recusa da China em negociar era “previsível”.

Efeitos da guerra comercial já impactam mercados globais

Enquanto países como Japão sinalizam disposição para o diálogo, a China se mantém firme em sua postura de confronto. “Se os EUA realmente quiserem resolver a questão por meio do diálogo, devem adotar uma atitude de igualdade, respeito e benefício mútuo”, afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.

As consequências para o comércio global e inflação ainda são incertas para as duas maiores economias do mundo, marcando uma nova fase na relação comercial.

EUA impõem tarifa de 104% à China e acirra guerra comercial

Nesta terça-feira (8), a Casa Branca confirmou que as tarifas de 104% sobre produtos chineses começarão a ser cobradas a partir de quarta-feira (9). A decisão foi anunciada pela secretária de imprensa Karoline Leavitt, após o prazo dado pelo presidente Donald Trump para a China recuar sua retaliação comercial ter expirado sem resposta.


Secretária de imprensa Karoline Leavitt durante coletiva (Foto: reprodução/Al Drago/Bloomberg/Getty Images Embed)


Tarifa recorde entra em vigor após silêncio da China

Trump havia dado até as 13h do mesmo dia para o governo chinês retroceder na decisão de retaliar as tarifas americanas. Mais cedo, Donald chegou a afirmar, em suas redes sociais, que aguardava uma ligação de Pequim. A resposta, porém, foi o silêncio. Durante a madrugada, o governo chinês anunciou que manteria as tarifas contra os EUA, reforçando que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.

O impasse elevou as tensões entre as duas maiores economias do planeta, dando sequência a uma escalada tarifária que iniciou no dia 2 de abril, quando Trump anunciou novas taxas de importação sobre 180 países, com foco especial na Ásia.

Efeito dominó atinge mercados e preocupa investidores

A medida norte-americana gerou reações em cadeia nos mercados globais. Apesar de as bolsas asiáticas e europeias terem fechado em alta, o clima de instabilidade fez com que os principais índices de Wall Street perdessem força ao longo do dia. No Brasil, o IBOVESPA passou a operar em baixa e o dólar voltou a atingir os R$ 6 por volta das 14h.

O temor de uma guerra comercial ampliada fez com que investidores fugissem de ativos de risco. Conforme a Casa Branca, cerca de 70 países já procuraram os EUA para negociar acordos diante das novas tarifas, numa tentativa de evitar retaliações semelhantes às aplicadas sobre a China.

A tarifação de Trump prevê uma composição de taxas resultantes no total de 104%:

  • 10% já estavam em vigor antes de fevereiro;
  • outros 10% foram adicionados no início do ano;
  • uma nova tarifa de 34% foi anunciada em 2 de abril;
  • e agora, mais 50% foram impostos após a retaliação chinesa.

O clima de tensão entre as duas maiores economias do mundo segue sem previsão de trégua e o impacto no comércio global pode ser profundo.

Bolsas asiáticas despencam com temor de recessão após tarifas de Trump

As bolsas de valores da Ásia iniciaram essa segunda (7) em forte queda, em reposta ao temor crescente de uma recessão global provocada pela escalada da guerra comercial liderada pelos Estados Unidos. O pânico nos mercados foi impulsionado pela entrada em vigor, no último sábado (5), de um imposto universal de 10% sobre as importações americanas, anunciado pelo presidente Trump.

A tensão aumentou com a confirmação de que, nesta quarta-feira (9), haverá novas elevações nas tarifas: 20% sobre as importações dos países da União Europeia e 34% sobre produtos chineses.

Hong Kong lidera perdas e governo chinês sinaliza reação

Como resultado, foi registrada a maior queda na bolsa de Hong Kong, que recuou 13%, marcando o seu pior desempenho desde a crise financeira asiática, em outubro de 1997. Outras praças também fecharam no vermelho: taipei caiu 9,7%, Tóquio recuou quase 8%, Xangai teve baixa de 7%, enquanto Singapura, Seul, Manila e Mumbai amargaram perdas entre 4% e 8%.


Post no perfil oficial do presidente com tarifas descritas (Foto: Reprodução/Instagram/Potus)


Entre os setores afetados estão tecnologias, indústria automotiva, bancos, empresas de energia, que lideram a onda de liquidação nas bolsas da região.

Diante desse cenário, o governo chinês prometeu “esforços extraordinários” para mitigar os impactos das tarifas impostas por Washington. Segundo o “Diário do Povo”, jornal oficial do Partido Comunista da China, o banco central da China (PBoC) está pronto para cortar as taxas de juros “a qualquer momento”, caso a situação piore.

Pequim busca manter diálogo com empresas americanas

Em um movimento paralelo, o Ministério do Comércio da China informou que realizou, no domingo (6), uma reunião com executivos de empresas dos Estados Unidos, entre elas Tesla, GE Healthcare e Medtronic. E declarou que continuará oferecendo suporte a companhias estrangeiras que atuam no país, inclusive as americanas.

Por fim, com os mercados em alerta e os governos mobilizados, analistas temem que a disputa tarifária evolua para um confronto prolongado, com efeitos profundos sobre o comércio internacional e o crescimento global.

Trump insiste em tarifas como “remédio” e exige “pagamento alto” para suspensão

O presidente americano, Donald Trump, anunciou que países terão que pagar um alto valor para a suspensão de tarifas e que as mesmas são uma espécie de “remédio”. A polêmica da aplicação tarifária sobre diversos países marcaram o primeiro final de semana do mês de abril e nesta segunda-feira (7).

Inquietação mundial

O recado tarifário abalou boa parte dos setores econômicos de diversos países ao redor do mundo e também gerou retaliações de países que receberam as tarifas. A China, o qual é a principal nação que disputa o poder hegemônico mundial com os Estados Unidos, anunciou que vai adotar um princípio de reciprocidade econômica.

As ações asiáticas sofreram uma perda considerável, mas isso não abateu Trump, que relatou estar otimista com as ações adotadas. O presidente dos Estados Unidos disse que vários líderes europeus e asiáticos o procuraram tentando reverter sua decisão e negociar as questões tarifárias com a economia norte-americana. 

Ainda fica a dúvida para diversos setores do mercado financeiro internacional sobre a permanência das tarifas, podendo ser medidas temporárias ou uma nova forma de regime. Assessores econômicos de Trump buscaram apresentar as novas medidas como uma reorganização do planejamento comercial global, encabeçada pelos Estados Unidos. 

Scott Bessent, secretário do Tesouro do governo Trump, relatou que cerca de 50 países iniciaram negociações com os Estados Unidos desde a entrevista da última quarta-feira (2). Também foi anunciado que as tarifas ficarão em vigor por “dias e semanas”, mantendo assim a dúvida sobre o futuro do comércio mundial.


Donald Trump faz anúncio sobre tarifas (Vídeo: reprodução/X/ @factpostnews)

Ilhas com tarifas

Mas as novas ações econômicas aplicadas pelo governo de Trump não só abalaram a estrutura econômica, como também gerou curiosidades em determinados territórios tarifados. É o caso das Ilhas Heard e McDonald, território australiano que fica entre Madagascar e a Antártica, não possuindo habitantes humanos, mas apenas a fauna local como leões-marinhos e aves aquáticas.