Benjamin Netanyahu ordena ataques à Faixa de Gaza rompendo cessar-fogo

Nesta terça-feira (28), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mandou que o Exército israelense voltasse a atacar a Faixa de Gaza. Essa ordem veio por conta de acusações mútuas entre Israel e o Hamas por quebra do cessar-fogo.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) também falaram que, após uma avaliação do ministro da Defesa, Israel Katz, foi aprovado o fim do cessar-fogo. O Exército israelense recebeu ordem para retomar os ataques ao grupo terrorista Hamas nas comunidades próximas à Faixa de Gaza. Segundo Netanyahu, a decisão foi tomada após consultas de segurança.

Decisão de Netanyahu pelo fim do cessar-fogo

O fim do cessar-fogo veio em meio às tensões e acusações mútuas entre Israel e o Hamas, isso porque, após o grupo terrorista entregar restos mortais de um refém israelense já devolvido a Israel anteriormente, a ação foi considerada uma violação do acordo por Netanyahu. Já o Hamas afirma que está comprometido com o cessar-fogo, mas que os ataques de Israel iriam atrasar a busca e recuperação dos corpos de reféns.


Informações sobre a volta do ataque à Faixa de Gaza pela IDF (Foto: reprodução/X/@IDF)

O Hamas havia anunciado que entregaria o corpo de outro refém israelense. Porém, com esse fim do cessar-fogo por parte de Israel, torna-se incerto o andamento das próximas devoluções A entrega de reféns israelenses e prisioneiros palestinos ocorria em um cumprimento à primeira fase do acordo, mas a continuidade da segunda etapa está em dúvida após a retomada dos ataques. Os ataques violam o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, que é o presidente do Conselho.

Acordo de cessar-fogo

O acordo, mediado pelos EUA, tinha como objetivos um cessar-fogo e a troca de reféns entre os dois. Israel concordou em libertar 250 presos condenados por motivos de segurança, além de 1.700 adultos e 22 menores detidos em Gaza durante o conflito. Em contrapartida, o Hamas deveria devolver 20 reféns vivos e 28 corpos.


Imagem do ministro de Defesa de Israel, Israel Katz (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Chip Somodevilla)

O Hamas devolveu os reféns vivos, mas ficaram faltando 13 corpos a serem entregues. Porém, com as tensões altas entre os países, Netanyahu ordenou o fim do cessar-fogo e o Exército israelense voltou a atacar a Faixa de Gaza. Até o momento, os Estados Unidos e outros países ainda não comentaram sobre a quebra do acordo. Agora, um novo entendimento é necessário para garantir a recuperação dos corpos e restabelecer a estabilidade na região.

Trump ameaça Hamas após retomada violenta de Gaza

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje, através da rede social Truth Social, que, caso o Hamas continue a matar pessoas em Gaza, a Casa Branca permitirá que Israel reocupe a região e aniquile os membros do grupo. Um dos negociadores da paz temporária no Oriente Médio, Trump advertiu os terroristas acerca do estrito cumprimento do acordo, na busca pela manutenção da trégua.

Hamas mata 33 pessoas em Gaza

À medida que libertava os últimos reféns vivos, na segunda-feira (13), o Hamas retomou de forma violenta o controle sobre a Faixa de Gaza. Supostos colaboradores das forças israelenses foram assassinados nas ruas.

Uma fonte anônima disse à CNN que, desde a interrupção do conflito, 32 membros de “uma gangue ligada a uma família na Cidade de Gaza” foram mortos, assim como seis integrantes dessa mesma família. Mais tarde, vídeos de execuções públicas no que parece ser a localidade puderam ser vistas nas redes sociais, embora não se saiba a data e local exatos da produção do conteúdo.


Guerra em Gaza deixou brutal destruição (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/Abdolrahman Rashad/)


A situação não é nova. Historicamente, os vários recuos de tropas israelenses em Gaza, após brutal destruição promovida pelo Estado vizinho, foram acompanhados de repressão àqueles que facilitaram ou lucraram com sua ocupação, o que configura uma afronta aos termos da negociação de paz.

Tropas israelenses também foram acusadas, pela Organização das Nações Unidas, nos últimos dias, de desrespeitar o acordo, ao atirar contra civis palestinos que se aproximaram quando elas se retiravam da região. 

Cessar-fogo é anunciado

A partir da liderança dos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia, foi divulgado na segunda-feira (13) um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, após 2 anos de conflito. 

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas atacou uma festa isarelense na fronteira com Gaza, deixando 1.200 mortos e 251 sequestrados. Israel revidou com brutalidade, fazendo cerca de 67 vítimas palestinas fatais e desencadeando uma crise humanitária na região, que sofre com o precário abastecimento de comida e água.

As recentes negociações possibilitaram o imediato retorno dos reféns mantidos pelo grupo terrorista a suas famílias. Contaram ainda com planos de desarmamento do Hamas e de um futuro sem que esse comande a região, no que poderia culminar com o feito inédito da criação do Estado da Palestina, uma reivindicação histórica da ONU e do mundo árabe.

É ela, a história, no entanto que provê argumentos contrários à esperança de novos tempos: entre diversos cessar-fogo, o conflito já dura quase 80 anos, contando com inúmeros conflitos e tréguas nesse meio tempo.

Membro da alta cúpula do Hamas afirma que cessar-fogo levará ao fim da guerra com Israel

Nesta quinta-feira (09) no Catar, Khalil Al-Hayya, membro da alta cúpula do grupo terrorista Hamas, afirmou que chegou a um acordo de paz com Israel. Khalil também disse que tem garantias dos EUA e de mediadores de países árabes sobre um cessar-fogo permanente.

Al-Hayya participou nas conversas sobre o plano de paz proposto pelos Estados Unidos para a Faixa de Gaza. Em setembro, Khalil sobreviveu a um ataque de Israel contra alvos do Hamas no Catar. Um dos pontos cruciais para o acordo de paz proposto por Israel é que o Hamas deixe o governo de Gaza e entregue as armas. Porém, autoridades do grupo afirmam que não aceitaram o desarmamento.

Plano de paz

O plano de paz foi apresentado no fim de setembro pelo presidente Donald Trump e mediado pelo Egito, Catar e Turquia. Todos os reféns mantidos pelo grupo terrorista desde outubro de 2023 serão libertos. Em troca, Israel irá soltar prisioneiros palestinos. Além disso, tropas israelenses que estão na Faixa de Gaza devem recuar. E assim, o território palestino irá receber caminhões com ajuda humanitária, contendo comida, água e medicamentos.


Reportagem sobre acordo de paz entre Israel e Hamas (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

Segundo Israel, o Hamas ainda mantém 48 dos 251 sequestrados no ataque terrorista em 2023. Ataque que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas e no sequestro de outras 251. E 60 mil palestinos morreram em Gaza, segundo autoridades ligadas ao grupo terrorista.

Mais sobre o acordo

Ainda não está claro o início do cessar-fogo. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou o acordo e ressaltou que a libertação dos reféns mantidos pelo grupo terrorista deve ocorrer na segunda-feira (13). Netanyahu falou que se reunirá com a cúpula do governo na quinta-feira para a aprovação interna do tratado.


Imagem da Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Bashar Taleb) 

Porém, apesar do anúncio de ambos os países. Vários detalhes do tratado ainda não foram divulgados e devem ser ampliados depois da liberação dos reféns e dos corpos daqueles que estão mortos. Não se sabe, por exemplo, se todo o plano apresentado por Trump foi aceito por Israel e pelo Hamas, ou se teve alguma modificação, mas é certo que um acordo de cessar-fogo foi aceito, e ambos se preparam para as próximas etapas desse acordo de paz se concretizar.

Interrupção do conflito em Gaza pode ocorrer até o fim de semana, diz enviado especial dos EUA

O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, indicou nessa terça-feira (8) que o acordo temporário de paz em Gaza (de 60 dias) pode sair até o final da semana. A declaração se deu após o encontro do presidente americano Donald Trump com o líder isralense Benjamin Netanyahu na Casa Branca, em Washington.

Segundo a CNN, Witkoff disse que houve progresso substancial nas negociações que começaram domingo. Como parte do acordo em discussão, 10 reféns vivos e mais 9 já mortos seriam liberados pelo Hamas a suas famílias – garantiu o funcionário estadunidense.

Netanyahu e Trump aceleram discussões

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está nos Estados Unidos em uma visita à Casa Branca desde segunda-feira. O encontro realizado terça-feira foi o segundo da semana, já que Trump e Netanyahu já haviam conversado pessoalmente no dia anterior.

Vamos falar, eu diria, quase exclusivamente de Gaza. Precisamos resolver isso”, afirmou Trump a jornalistas logo antes da segunda reunião.


Trump e Netanyahu se reúnem na Casa Branca (Foto: reprodução/Alex Wong/Getty Images Embed)


Uma das medidas polêmicas discutidas nessa terça-feira foi o incentivo à retirada de palestinos da Faixa de Gaza e envio para outros países da região. 

Essa é a terceira viagem de Netanyahu à capital dos Estados Unidos desde que Trump assumiu seu segundo mandato. 

Mediadores do Catar são mais cautelosos

Apesar do clima esperançoso entre Washington e Jerusalém, negociadores do Catar, país árabe que, junto com o Egito e o próprio EUA, está oficialmente envolvido na busca por uma solução para o conflito, não se mostraram tão otimistas.

Não acho que posso dar qualquer prazo no momento, mas posso dizer agora que precisaremos de tempo para isso”, anunciou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari, em Doha.

A declaração se deu no contexto da realização de conversas indiretas entre Israel e Hamas em território catariano, simultâneas ao encontro de Netanyahu e Trump nos Estados Unidos.

Itamaraty confirma retorno de ativista brasileiro detido por Israel

Nesta segunda-feira (09), o Itamaraty afirmou, através de uma postagem na plataforma X, que o ativista brasileiro Thiago Ávila chegou ao aeroporto de Tel Aviv, onde embarcará em outro avião rumo ao Brasil. 

“A Secretária-Geral confirmou a chegada de Thiago Ávila ao aeroporto de Tel Aviv, de onde retornará ao Brasil. Assegurou a presença de funcionários da Embaixada do Brasil no aeroporto para garantir que o brasileiro receba tratamento digno e tenha seus direitos observados”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores em postagem na plataforma X.

Junto a outras pessoas, incluindo a ativista sueca Greta Thunberg, Thiago estava em um navio de ajuda humanitária a caminho da Faixa de Gaza, quando foi interceptado pela Marinha Israelense.


Postagem do Itamaraty sobre reunião com mulher de Thiago Ávila (Foto: reprodução/X/@ItamaratyGovBr)


Thiago Ávila

O brasileiro Thiago Ávila da Silva Oliveira, de 38 anos, é uma das pessoas que estavam no navio de ajuda humanitária interceptado pela Marinha Israelense no último domingo (08). A embarcação estava a caminho da Faixa de Gaza com mantimentos e medicamentos.

Thiago é um ativista comunitário membro do Freedom Flotilla Coalition (FFC), uma organização que presta ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Nascido em Brasília, desde jovem Thiago se envolveu com movimentos da agroecologia e ajuda social. 

Com 720 mil seguidores no Instagram, Thiago compartilha o seu trabalho de ação humanitária em diversos países e vem mostrando de perto a sua atuação em Gaza junto ao FFC. 

Nos últimos dias, um vídeo publicado por Thiago chamou a atenção, no qual ele diz: “se você está assistindo a esse vídeo, quer dizer que fui detido ou sequestrado por Israel, ou outra força cúmplice no Mediterrâneo, em nosso caminho para a Faixa de Gaza para romper o cerco”.

A resposta do Itamaraty

Nesta terça-feira (10), o Itamaraty divulgou uma nota sobre a interceptação da embarcação em que Thiago Ávila e outras pessoas estavam. No comunicado, o Ministério das Relações Exteriores afirmou acompanhar de perto a situação e pediu a liberação dos ativistas. 

“Ao recordar o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais, o Brasil insta o governo israelense a libertar os tripulantes detidos.”, diz parte da nota.

Um vídeo compartilhado pela Coalizão da Flotilha da Liberdade, uma organização voltada a prestar ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza, mostra as pessoas dentro da embarcação sendo abordadas pela Marinha Israelense.

Enquanto isso, outras imagens divulgadas pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel mostram comida e água sendo entregues aos ativistas. Hoje o Itamaraty confirmou a volta de Thiago ao Brasil. 

Governo americano aprova envio de US$ 1 bilhão em armas para Israel

O governo dos Estados Unidos aprovou o envio de um pacote de armas no valor de US$ 1 bilhão para Israel. Essa medida ocorre em meio a crescentes tensões no conflito entre Israel e o grupo Hamas, na Faixa de Gaza, e menos de uma semana após o presidente Joe Biden indicar a possibilidade de suspender o fornecimento de armas ao aliado israelense.

Segundo informações de autoridades americanas à agência Reuters, o pacote de armamentos inclui projéteis de tanque, morteiros e veículos táticos blindados, sendo elaborado pelo Departamento de Estado dos EUA.

Os detalhes sobre o envio de armas foram discutidos em alto nível, envolvendo presidentes e membros dos Comitês de Relações Exteriores do Senado e dos Assuntos Exteriores da Câmara. Isso ocorreu em meio a uma discordância sobre a operação israelense em Rafah, cidade ao sul da Faixa de Gaza, que abriga mais de 1 milhão de palestinos refugiados dos conflitos entre Israel e o Hamas.


“Somos nós ou os monstros do Hamas” disse Netanyahu no Memorial Day (Foto: reprodução/Instagram/Shalev Shalom)

Restrições ao fornecimento de armas

As tensões aumentaram após declarações de Biden no dia 8 de maio, quando ele indicou que interromperia o fornecimento de artilharia e outras armas a Israel caso o país lançasse uma grande ofensiva contra Rafah. O presidente dos EUA enfatizou que não forneceria armas utilizadas em ataques contra o Hamas, especialmente se Israel visasse centros populacionais.

Biden deixou claro a Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, e ao gabinete de guerra, que os Estados Unidos não apoiariam ataques a áreas civis. No entanto, ele ressaltou que isso não significava um afastamento da segurança de Israel, mas sim uma limitação da capacidade de Israel de travar guerra nessas áreas.

Tensões

Inicialmente, houve uma interrupção no envio de armas, incluindo bombas de diferentes tamanhos, mas não foi tomada uma decisão definitiva sobre como proceder. Essas declarações e ações destacam a tensão crescente entre os EUA e Israel sobre as operações militares em Gaza e a proteção de civis palestinos.

O posicionamento de Biden tenta equilibrar o apoio tradicional dos EUA a Israel com uma crescente preocupação com os direitos humanos e a proteção de civis em conflitos armados, um tema que tem sido cada vez mais debatido internacionalmente.

Senado dos EUA aprova pacote de US$ 95 bilhões a países parceiros

Na noite de terça-feira (23), o Senado dos Estados Unidos aprovou um pacote de ajuda externa no valor de US$ 95 bilhões, destinado principalmente à Ucrânia, Israel e Taiwan, bem como outros parceiros dos EUA no Indo-Pacífico. A medida, que teve 79 votos a favor e 18 contrários, foi encaminhada para sanção do presidente Joe Biden, que já se manifestou favorável à aprovação.

O pacote, composto por quatro projetos de lei, representa um esforço para fornecer assistência militar, ajuda humanitária e apoio econômico destinados a problemas regionais e globais. O maior componente destina-se à Ucrânia, com US$ 61 bilhões em financiamento para auxiliar o país em meio aos avanços do Exército russo e à escassez de suprimentos militares.

O pacote inclui US$ 26 bilhões para Israel, juntamente com ajuda humanitária para civis em zonas de conflito em todo o mundo. Outros US$ 8,12 bilhões são direcionados para esforços no Indo-Pacífico, com o objetivo de “combater a China comunista”, e um quarto projeto de lei aborda questões como possíveis proibições ao aplicativo TikTok e sanções adicionais ao Irã.


Líder do senado retorna sinalizando decisão positiva de apoio aos países aliados (Foto: reprodução/Francis Chung/Instagram)

Conflito entre os republicanos

O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmou que “a democracia ocidental talvez tenha enfrentado sua maior ameaça desde o fim da Guerra Fria”. A aprovação do pacote, porém, não foi sem controvérsias, com parte da oposição vinda de republicanos alinhados ao ex-presidente Donald Trump, que questionam a necessidade de ajuda externa.

Mitch McConnell, líder republicano do Senado e defensor da assistência à Ucrânia, lamentou o atraso na aprovação do pacote, que em parte se deveu às objeções de alguns membros do partido em adicionar mais fundos à ajuda já concedida ao país europeu desde o início da guerra.

Um dos pontos destacados do pacote é a inclusão de US$ 10 bilhões em apoio econômico à Ucrânia na forma de um empréstimo, com a possibilidade de perdão a partir de 2026. Esse financiamento visa auxiliar a Ucrânia a evitar um avanço por parte das forças russas no leste do país.

Situação em Gaza

O financiamento para Israel também levanta interesses, mas a maneira como isso afetará o conflito na Faixa de Gaza ainda não está clara. Israel já recebe bilhões de dólares em assistência de segurança anual dos EUA, mas este novo financiamento pode ter implicações adicionais, especialmente após os recentes eventos na região.

O progresso da legislação tem sido acompanhado de perto pela indústria, com empresas de defesa dos EUA competindo por contratos para fornecer equipamentos à Ucrânia e a outros parceiros.

Estados Unidos avança na aprovação de um pacote de ajuda para Ucrânia e Israel

Nesta sexta-feira (19), a Câmara dos Estados Unidos avançou o projeto de ajuda externa para Ucrânia e Israel. Com valor elevado, o assunto vem há tempo sido debatido entre Democratas e Republicanos, e deve ter a votação de um pacote nesse sábado (20).

Sabemos que o mundo está nos observando para ver como reagimos”, disse Mike Johnson, o presidente republicano da Câmara. “Eles estão nos observando para ver se os Estados Unidos defenderão seus aliados e nossos próprios interesses em todo o mundo. E nós o faremos.

O pacote de ajuda externa a ser entregue teria o valor de US$ 61 bilhões (R$ 305 bilhões), e entrou em consideração após um voto que teve a aprovação de 165 Democratas e 151 Republicanos. Somado com outros projetos de lei a serem avaliados no sábado, o montante final pode ser de até US$ 95 bilhões (R$ 475 bilhões).


Cartaz político do Irã (Foto:Reprodução/Anadolu/Getty Images)

Israel e Irã

A votação final deve ocorreu no “início de sábado”, avaliando três projetos de assistência econômica aos países aliados dos Estados Unidos, e mais um que deve determinar sanções econômicas sobre o Irã, o novo inimigo que Israel trouxe ao conflito após o bombardeio do consulado israelense na Síria.

No entanto, ao que tudo indica, o conflito entre os dois países deve recuar, com uma desescalada causada pela pressão internacional – o aumento da guerra poderia envolver todo o Oriente Médio, causando uma crise de proporções globais, o que os aliados de Israel estão pressionando para que seja evitada.

Ucrânia e Rússia

Já a Ucrânia, que esteve em conflito aberto por ainda mais tempo, continua com a requisição de sistemas de defesa aérea para poder interceptar mísseis russos – bem como o Domo de Ferro atua em Israel.

Ainda continua a forte discussão na União Europeia sobre a questão do apoio à Ucrânia, devido a sentimentos nacionalistas priorizando os próprios fazendeiros, que sofrem da competição mais barata dos ucranianos. Em grande parte, as eleições europeias de junho devem estabelecer a posição da Europa nesse conflito.

Estados Unidos e Reino Unido impõem sanções econômicas ao Irã

Nesta quinta-feira (18), os Estados Unidos anunciaram que serão impostas novas sanções econômicas contra o Irã, de modo a tentar bloquear a sua produção de drones militares. No total, já foram confirmados os bloqueios de transações financeiras com 16 pessoas e duas entidades que estavam envolvidas na construção dos veículos não-tripulados.

Que fique claro para todos aqueles que permitem ou apoiam os ataques do Irã: os Estados Unidos estão comprometidos com a segurança de Israel,” disse o presidente estadunidense, Joe Biden, no anúncio das sanções. “Estamos comprometidos com a segurança de nosso pessoal e dos nossos parceiros na região. E não hesitaremos em tomar todas as medidas necessárias para responsabilizá-los.

De acordo com Biden, o Reino Unido também deve assumir uma postura geopolítica similar, impondo sanções econômicas com os mesmos objetivos. Além de frear a produção de mísseis e drones, os dois países também devem implementar medidas para atacar a economia de base do Irã, interferindo nas suas exportações da indústria do aço, que é uma fonte de bilhões de dólares em renda ao país.


Área de alcance dos respectivos projéteis iranianos. (Foto: reprodução/O Globo)

Sanções Econômicas

As medidas graves são forçadas a entrar em jogo após o lançamento, no último sábado (13), aproximadamente 330 mísseis e drones iranianos terem sido lançados contra Israel. Além do Domo de Ferro, sistema de defesa local, foi necessária a colaboração com vários países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, e França, para interceptar a maior parte dos projéteis.

O ataque, sem precedentes, poderia ser o prelúdio para uma guerra mais generalizada no Oriente Médio, o que as sanções econômicas buscam evitar. São principais alvos as empresas fabricantes de motores e montadoras iranianas, e conforme o afirmado pela secretária do Tesouro, Janet Yellen, isso servirá para “degradar e interromper aspectos-chave da atividade maligna do Irã”.

Israel e Irã

Tanto diplomatas do Reino Unido quanto da Alemanha advertiram Israel a não responder aos ataques do Irã, o que poderia provocar uma guerra generalizada no Oriente Médio.

Agradeço aos nossos amigos pelo apoio na defesa de Israel. Eles têm todos os tipos de sugestões e conselhos, e sou grato,” disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. “Contudo, gostaria de esclarecer: nós tomaremos nossas próprias decisões.”

As atuais tensões entre os dois países iniciaram quando Israel bombardeou o consulado do Irã na Síria, matando um total de 16 pessoas. Posteriormente, o Irã revidou com o ataque do sábado, que envolveu os drones e mísseis cujas linhas de produção estão sendo atacadas por Israel e seus aliados.

Netanyahu arrisca confronto com o Irã após interceptar toneladas de explosivos

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está diante de uma encruzilhada política após Israel ter interceptado 60 toneladas de explosivos e mais de 350 projéteis iranianos destinados ao país no último domingo (14).

A interceptação, que contou com a ajuda de aliados, aumentou a tensão crescente entre Israel e o Irã, com ambos os lados trocando ameaças.

Esses eventos surgiram em um momento delicado para Netanyahu, que enfrenta pressões internas e externas para determinar a resposta de Israel ao ataque iraniano.


Netanyahu e Biden se corresponderam por telefone no último sábado (13) após o ataque do Irã a Israel (Foto: reprodução/Gabinete do Primeiro-Ministro de Israel)

Diplomacia americana

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instou Netanyahu à contenção, recusando-se a apoiar qualquer ação ofensiva de Israel contra o Irã. Biden enfatizou a sua intenção de evitar um atrito que poderia desencadear uma guerra regional com sérias consequências.

Enquanto isso, o Irã continua desafiando Israel, prometendo retaliar contra qualquer ação agressiva. A estratégia iraniana busca minar a dissuasão israelense e aumentar a pressão sobre o governo de Netanyahu.

Diplomacia britânica

A visita iminente do diplomata britânico Lord David Cameron em Israel, na intenção de oferecer assistência humanitária em Gaza, também surgiu como um apelo para que o conflito seja respondido com moderação.

Rishi Sunak, ministro das Finanças do Reino Unido, em conversas com Netanyahu, destacou a importância de uma resposta diplomática coordenada do G7 ao ataque do Irã. Sunak enfatizou que uma escalada adicional só agravaria a situação na região, destacando a necessidade de calma e negociações diplomáticas.

Netanyahu sob pressão

Netanyahu, que agora enfrenta pressões internas devido à sua gestão da crise em Gaza e ao tratamento dos palestinos, está diante de uma posição crítica que oscila entre sua imagem política e a estabilidade regional diplomática entre outros países.

Enquanto isso, o Irã mantém um posicionamento hostil, prometendo retaliar contra qualquer ação israelense. Atualmente essa estratégia visa a minar a dissuasão de Israel e aumentar a pressão sobre Netanyahu.