Suprema Corte dos EUA mantém direito ao casamento homoafetivo e rejeita reabrir debate sobre decisão histórica

A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou, na segunda-feira (10), um recurso que pretendia reavaliar a decisão de 2015 que reconheceu o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país. O pedido partiu de Kim Davis, ex-servidora do Kentucky que, após a decisão, recusou-se a emitir licenças de casamento para casais homoafetivos alegando motivos religiosos.

O caso buscava não apenas isentar Davis de pagar indenizações que são superiores a US$ 360 mil, mas também provocar uma revisão da jurisprudência que consolidou o direito ao casamento igualitário. Com a negativa da Corte em ouvir o recurso, o entendimento de 2015 permanece válido e incontestável.

Segurança jurídica e proteção aos direitos LGBT+

A recusa da Suprema Corte é vista como um gesto de estabilidade institucional, especialmente após anos de especulação sobre uma possível reversão do precedente, dado o perfil mais conservador da atual composição do tribunal. Especialistas destacam que o entendimento reforça as garantias constitucionais da 14ª Emenda que assegura igualdade de proteção e devido processo legal.

A medida representa uma vitória para a comunidade LGBTQ+ norte-americana, que ainda enfrenta resistência de grupos religiosos e legisladores locais contrários à igualdade matrimonial. Apesar do alívio momentâneo, juristas alertam que novas disputas judiciais podem surgir em torno de temas como liberdade religiosa e reconhecimento civil de casamentos homoafetivos.


Suprema corte americana mantem decisão sobre casamento homoafetivo (Foto: reprodução/X/@eixopolitico)


Além disso, o posicionamento da Suprema Corte pode influenciar debates futuros sobre direitos civis nos Estados Unidos. Casos envolvendo identidade de gênero, adoção por casais homoafetivos e políticas estaduais de reconhecimento de uniões civis ainda estão em tramitação em diferentes instâncias. A recusa em reabrir o tema indica uma postura de cautela do tribunal, que evita reacender um debate nacional sobre questões já consolidadas no campo dos direitos individuais.

Reflexos internacionais e contexto brasileiro

No Brasil, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é reconhecido desde 2013, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e regulamentação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Situação semelhante ocorre em outras democracias ocidentais, onde o tema foi consolidado por via judicial.

A decisão norte-americana reforça o papel das cortes constitucionais na definição de direitos civis e evidencia como questões relacionadas à igualdade e liberdade continuam a depender de interpretações jurídicas e do contexto político de cada país.

Suprema Corte dos EUA avalia recurso que pode ameaçar casamento entre pessoas do mesmo sexo

Na sexta-feira (7), a Suprema Corte dos Estados Unidos se reuniu para examinar um recurso que pode ter impacto profundo sobre o reconhecimento legal de uniões entre pessoas do mesmo sexo.  O caso foi apresentado pela ex-funcionária pública do condado de Rowan, no estado de Kentucky, Kim Davis, que se recusou a emitir licenças de casamento após a histórica decisão da corte de 2015, no caso de Obergefell v. Hodges, que garantiu o direito ao casamento para casais do mesmo sexo em todo o país. 

Naquele julgamento de 2015, a maioria da Suprema Corte reconheceu que a Constituição dos EUA protege o direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que levou a celebrações em frente ao prédio da corte e a centenas de milhares de casamentos realizados posteriormente.  Entretanto, Davis que então ocupava o cargo de escrivã no condado citou objeção religiosa para negar licenças e foi processada, condenada ao pagamento de indenizações e chegou a ser presa por desobedecer ordem judicial.

O recurso movido por Davis pede à corte não apenas que analise sua situação pessoal, isto é, que seja absolvida de responsabilidade sob argumento de liberdade religiosa, mas também que reconsidere o precedente Obergefell. Embora muitos especialistas considerem improvável que a corte volte atrás, o fato de o recurso ter sido admitido gera preocupação entre ativistas LGBT+.

Cenário mais conservador

Do ponto de vista institucional, a atual composição da Suprema Corte revela um cenário mais conservador do que o que existia em 2015. O juiz decisivo na época, Anthony Kennedy, aposentou-se em 2018; sua substituição pelo juiz Brett Kavanaugh, e a nomeação da juíza Amy Coney Barrett em lugar da juíza liberal Ruth Bader Ginsburg reforçam uma maior inclinação conservadora.

Ao mesmo tempo, o princípio do stare decisis ou seja, a doutrina jurídica que prescreve que precedentes devem ser respeitados é um fator de peso para que a corte rejeite revisitar decisões consolidadas. O juiz Samuel Alito, que discordou de Obergefell, afirmou que o precedente “merece o respeito conferido pela doutrina do stare decisis”.

Para decidir se aceita ou rejeita o recurso, a corte considera diversos critérios, incluindo o grau de dependência que a sociedade desenvolveu sobre o precedente.

No caso do casamento entre pessoas do mesmo sexo, fatores como direitos de guarda de filhos e planejamento financeiro entram nessa avaliação.  Outro aspecto relevante é quantos juízes estão dispostos a ouvir o caso e, no final, votar pela sua procedência, são necessários quatro votos para admitir o recurso, mas para reverter o precedente, cinco votos são requeridos.

Cenário pode parecer desfavorável

Ainda que o cenário pareça desfavorável à reversão completa da decisão de 2015, o simples fato de o recurso estar em análise reacendeu temores de que a proteção jurídica para casais do mesmo sexo possa ser enfraquecida ou colocada em risco.
Um dos alertas partiu de James Obergefell, o autor da ação original de 2015 que leva seu nome ao afirmar: “Neste momento, não confio na Suprema Corte”.

Caso a corte decida não admitir o recurso, ele será arquivado e o precedente mantido sem novo julgamento. Se for admitido, poderá haver análise sobre a questão técnica referente à responsabilidade de Davis ou, mais amplamente, uma revisão sobre o direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.





 

 

 

 

 

 


Recurso movido por Kim Davis, pede anulação do casamento homoafetivo nos EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


O julgamento, portanto, está sendo acompanhado com atenção internacional não apenas pela comunidade LGBT+ dos EUA, mas pelos observadores de direitos humanos globalmente, dado o papel simbólico e efetivo dos EUA em pautar direitos civis em outras jurisdições. A decisão final, esperada em breve, poderá tanto encerrar a incerteza quanto instalar um novo período de debate jurídico e social.

Entenda a PEC que promete acabar com a escala 6×1

Uma PEC que promete ajudar a vida de vários brasileiros visa acabar com a escala 6×1. Esse regime de trabalho exige que os profissionais trabalhem seis dias seguidos na semana, com apenas um dia de descanso.

A PEC, uma proposta de emenda à Constituição, foi encabeçada pela deputada Erika Hilton e vem ganhando força, principalmente nas redes sociais, onde tem sido amplamente apoiada pelos trabalhadores. O texto, no entanto, ainda está em fase de coleta de assinaturas e precisa do apoio de pelo menos 171 deputados para ser analisado pelo Congresso. De acordo com a assessoria parlamentar, a lista já conta com mais de 100 nomes.

Proposta reduz para 36 horas a jornada semanal de trabalho

O texto propõe reduzir a carga horária semanal para 36 horas, distribuídas em quatro dias por semana. Veja abaixo como a lei pode ficar caso a proposta seja aprovada.

Art. 1º O inciso XIII do art. 7° passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art.7°……………………………….

XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e trinta e seis horas semanais, com jornada de trabalho de quatro dias por semana, facultada a compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;” (NR)

De acordo com a CLT, art. 58, a duração normal do trabalho para empregados em atividade privada será de, no máximo, 8 horas diárias. Já a Constituição Federal, em seu art. 7º, dispõe que a jornada de trabalho não deve ultrapassar oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais.

Proposta de Erika Hilton

Na proposta iniciada por Erika Hilton, o objetivo é reduzir a carga horária semanal para 36 horas, sem alterar o limite diário de oito horas. No entanto, segundo a deputada, é possível trabalhar com a margem de 36 horas semanais, sendo que esse número tem como principal objetivo abrir o debate sobre o tema, sendo que experimento com jornada de 4 dias já ocorreu antes.


A deputada esclareceu em sua conta no X sobre a proposta (reproduçao/X/E@rikakHilton)

Segundo a deputada, o debate sobre o fim da escala 6×1 é essencial para melhorar a qualidade de vida do trabalhador e promover um ambiente de trabalho mais equilibrado e saudável, ela usou o exemplo de outros países que já vem debatendo a proposta.

Tailândia legaliza casamento homoafetivo: um marco na igualdade de direitos

Nesta terça-feira (18), a Tailândia se tornou o primeiro país do sudeste asiático a legalizar o casamento homoafetivo. O Senado aprovou a lei com 130 votos favoráveis, quatro contrários e 18 abstenções. A lei entrará em vigor após 120 dias de sua publicação no Diário Oficial da Tailândia.

Essa decisão histórica coloca a Tailândia na vanguarda dos direitos LGBTQ+ na região, destacando-se em um contexto em que muitos países asiáticos ainda mantêm leis restritivas em relação à comunidade LGBTQ+. A legalização do casamento homoafetivo na Tailândia é vista como um marco significativo para a igualdade de direitos e um passo importante no combate à discriminação e ao preconceito.


Ativistas nas ruas da Bangkok (foto: reproduçao/Getty imagens)


Reação dos Ativistas e Reformas Sociais

O ativista Plaifah Kyoka Shodladd, que trabalhou na comissão de análise do texto enviado aos senadores, disse estar muito orgulhoso de todos que estão participando deste momento histórico, e completou dizendo: “Hoje o amor derrotou o preconceito.”

O país, que vive sob uma monarquia governada pelo rei Maha Vajiralongkorn, tem passado por várias reformas sociais e políticas. Em 2023, o porta-voz do governo, Chai Wacharonke, afirmou que o Ministério da Justiça estava se preparando para submeter ao gabinete um projeto de lei sobre antidiscriminação para aprovação, com o objetivo de reduzir a desigualdade na sociedade. O avanço nos direitos LGBTQ+ é parte de um movimento mais amplo de modernização e progresso, refletindo mudanças nas atitudes e valores da sociedade tailandesa contemporânea.


Tunyawaj Kamolwongwat (foto: reprodução/acom.org)

Impacto e futuro das reformas

Tunyawaj Kamolwongwat, deputado do partido político tailandês Movimento em Frente, já vinha lutando pela necessidade de alterar o artigo 1448.º do Código Civil e Comercial no que diz respeito à igualdade no casamento. Hoje, diante dos repórteres, ele declarou que a reforma é uma vitória para os tailandeses.

Este evento marca uma vitória importante para os ativistas de direitos humanos e grupos LGBTQ+ que têm lutado por anos para alcançar a igualdade. A promulgação desta lei não apenas garante direitos legais aos casais do mesmo sexo, mas também envia uma mensagem poderosa de aceitação e respeito para toda a comunidade LGBTQ+ no sudeste asiático e além.

Globo fecha acordo para transmitir jogos da Libra

A Rede Globo fechou um contrato com os clubes da Libra para transmitir o Campeonato Brasileiro de 2025 a 2029. As plataformas da empresa serão responsáveis por exibir de forma exclusiva as partidas dos times participantes durante os próximos cinco anos.

Saiba o acordo entre a Libra e a Globo

O acordo entre a Globo e a Libra estipula que os jogos realizados pelas equipes pertencentes ao grupo, como Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo, Vitória, além de outras que venham a se associar à Libra no futuro, serão transmitidos com exclusividade nas diversas plataformas da empresa.

O CEO da Libra, Silvio Matos, detalhou o processo de negociação dos clubes até a concretização do acordo com a Globo. Ele afirmou que foram realizadas conversas com todos os agentes do mercado e grupos de mídia, reconhecendo a evolução do modelo de distribuição do conteúdo do Campeonato Brasileiro e prevendo a participação de novas plataformas nesse cenário.


Taça do Brasileirão (Foto: reprodução/Lucas Figueiredo)

No entanto, ressaltou a importância de etapas prévias, como o alinhamento dos blocos comerciais, a formação da Liga com todos os clubes, entre outros aspectos como fairplay financeiro e padronização da publicidade, que precisam ser discutidos e definidos. Segundo ele, a parceria com a Globo não é a melhor escolha, mas também uma empresa que possui um profundo conhecimento do futebol brasileiro, tanto dos clubes quanto da audiência, contribuindo significativamente para o processo.

A Globo enfatizou que o compromisso estabelecido com os clubes da Libra demonstra mais uma vez sua confiança na força do futebol brasileiro. O diretor de Direitos Esportivos da Globo, Fernando Manuel, expressou sua satisfação com a confiança depositada pelos clubes da Libra na experiência oferecida pela Globo aos torcedores, destacando a importância desse acordo para a continuidade do trabalho conjunto visando uma Série A cada vez mais competitiva.

O diretor de Direitos da Globo, Pedro Garcia reiterou o compromisso da empresa com o esporte brasileiro, considerando o futebol como um ativo estratégico, relevante para o mercado e uma paixão nacional que a Globo valoriza e incentiva. O contrato atual de direitos do Brasileirão termina em dezembro de 2024, e as negociações para o próximo período já começaram.

Blocos que estão em negociação

Atualmente, existem dois blocos comerciais em negociações, a Libra e a Liga Forte Futebol, esta última recentemente aderida pelos clubes do Grupo União, como Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco. O Corinthians atualmente está negociando seus direitos de forma independente.