Proposta de isenção para compras de até US$ 50 volta ao debate no congresso nacional

Uma nova iniciativa legislativa visa reverter a recente mudança na tributação de compras internacionais de pequeno valor. O Projeto de Lei 3261/25, protocolado na Câmara dos Deputados, propõe o restabelecimento da isenção do Imposto de Importação para remessas provenientes do exterior cujo valor não ultrapasse cinquenta dólares americanos (US$ 50). O texto, de autoria do deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), busca modificar o Decreto-Lei 1.804/80, que historicamente rege o regime de tributação simplificada para essas importações.

Proposta visa isenção para compras internacionais

O essência da proposta é fixar alíquota zero sobre os produtos estrangeiros que se enquadrem nesse limite de preço. O deputado autor argumenta que a medida não só protege o consumidor brasileiro, facilitando o acesso a bens culturais e tecnológicos, mas também promove a racionalidade administrativa. Em suas declarações, Kataguiri sustenta que a política anterior não gerava impacto significativo nas contas públicas e que sua retomada pode, inclusive, reduzir os custos operacionais tanto da Receita Federal quanto dos Correios, ao simplificar o processo de fiscalização de volumes menores.


Post de  Kim Kataguiri sobre a convocação da audiência (Foto: reprodução/X/@KimKataguiri)

A discussão surge em um momento sensível para os consumidores, uma vez que, desde 1º de agosto de 2024, a regra anterior foi suspensa, e todas as compras internacionais até US$ 50 passaram a ser taxadas com uma alíquota de 20% sobre o Imposto de Importação. A manutenção dessa cobrança, defendida pelo governo federal, visa, segundo alegações oficiais, proteger a indústria nacional, equilibrando a competição de mercado frente a produtos estrangeiros frequentemente comercializados a preços mais baixos.

PL 3261/25 avança em regime conclusivo e reacende debate sobre equilíbrio fiscal

O parlamentar, contudo, minimiza o impacto fiscal da isenção, classificando as remessas de baixo valor como uma “fração ínfima do mercado total”. Ele enfatiza o papel dessas compras como um vetor de estímulo ao acesso a inovações e conteúdos globais, sem onerar excessivamente o erário.

O andamento do PL 3261/25 já foi definido. Ele será analisado em regime conclusivo pelas comissões temáticas da Casa, incluindo Desenvolvimento Econômico, Finanças e Tributação, Constituição e Justiça, e Cidadania. Caso aprovado nessas instâncias, o projeto ainda precisará de aval da plenária da Câmara e, subsequentemente, da aprovação do Senado Federal para que a isenção possa ser, de fato, restabelecida no ordenamento jurídico brasileiro. A tramitação acende o debate sobre o equilíbrio entre a arrecadação fiscal, a defesa da indústria nacional e o poder de compra do cidadão brasileiro no comércio eletrônico global.

Do auge à queda: ouro desaba após sequência histórica de altas

Na segunda-feira (20), o ouro parecia imbatível. Encerrava o dia no topo de uma escalada impressionante, acima dos US$ 4.380, um marco que coroava meses de valorização e incertezas econômicas em mercados globais. Após 24 horas, o cenário virou completamente. Nesta terça-feira (21), o metal precioso registrou sua maior queda desde 2020, numa correção que pegou o mercado de surpresa e devolveu parte dos ganhos acumulados ao longo do ano.

O ouro vinha chamando atenção por todos os lados do mercado. Investidores e analistas não conseguiam tirar os olhos da escalada do metal, impulsionada por compras constantes de bancos centrais e movimentos especulativos. Enquanto isso, o cenário global se mostrava instável, entre tensões geopolíticas e sinais mistos da economia americana, fazendo do ouro um refúgio procurado. Nas últimas semanas, o metal parecia quase imbatível, com uma demanda que não dava trégua e alimentava expectativas cada vez maiores.

Realização de lucros leva ouro a forte correção

Nos terminais de negociação, o movimento foi rápido e intenso. O ouro à vista recuou 4,1%, cotado a US$ 4.178,23 (R$ 22.514,61), enquanto os contratos futuros para dezembro caíam 3,9%, a US$ 4.190,80 (R$ 22.582,41). Esse recuo foi suficiente para interromper uma sequência de recordes impulsionada pela expectativa de cortes nos juros americanos e pela corrida global por ativos de proteção.

Analistas atribuem o tombo a uma conjunção de fatores, incluindo a força do dólar, que avançou 0,4% no dia, e um repentino apetite por risco entre investidores. “Quando o mercado respira e busca ganhos em outros ativos, o ouro é o primeiro a sofrer”, comenta Jim Wyckoff, analista sênior da Kitco Metals.


Ouro tem maior queda após rali histórico (Vídeo: reprodução/YouTube/InfoMoneyNews)

Do auge à cautela: ouro desacelera após alta histórica

A virada acontece em um momento delicado. O metal vinha acumulando alta de cerca de 60% em 2025, sustentado por tensões geopolíticas e compras consistentes de bancos centrais. Agora, com o dólar fortalecido e os olhares voltados para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos, adiado para sexta-feira (24) devido à paralisação no país, o mercado adota uma postura de espera e maior cautela.

O que antes era euforia virou prudência. Nos bastidores, operadores falam em realização de lucros e ajuste natural após uma escalada rápida demais para ser sustentável. O ouro, que parecia invencível na véspera, lembra agora que até os portos mais seguros balançam quando o vento do mercado muda de direção de forma inesperada.

Dólar se recupera e Ibovespa fecha em queda

Em meio a uma sessão de negociações cheia de altos e baixos, o mercado financeiro brasileiro fechou a quarta-feira (13) em baixa, refletindo uma série de fatores internos e externos. Após uma alta significativa na véspera, o Ibovespa recuou 0,88%, fechando aos 136.704,65 pontos. Por outro lado, o dólar se valorizou ligeiramente, revertendo a forte queda do dia anterior.

Varejo Pressiona o Mercado Doméstico

Um dos principais motores para a queda do Ibovespa foi o setor de varejo. Dados divulgados pelo IBGE mostraram que as vendas no comércio brasileiro caíram 0,1% em junho, contrariando a expectativa do mercado de crescimento. Essa retração, somada às quedas de 0,4% em maio e 0,3% em abril, acendeu um alerta sobre a desaceleração da atividade econômica no país. O economista Bruno Martins, do BTG Pactual, explicou que esses números indicam uma forte contração nos segmentos cíclicos e reforçam a visão de que o PIB do segundo trimestre de 2025 pode ter um crescimento de apenas 0,2%.

A percepção de fraqueza no setor impactou diretamente as ações de empresas do segmento, como CVC Brasil (queda de 10,78%) e GPA (queda de 10,56%), que também enfrentaram desafios internos. A CVC, por exemplo, divulgou um prejuízo no segundo trimestre, enquanto a GPA teve a renúncia de um diretor-chave. Outras empresas de varejo, como Petz, Assaí e Magazine Luiza, também registraram perdas consideráveis.


Enquanto o Ibovespa sofria com as notícias domésticas, o dólar fechou em alta de 0,28%, cotado a R$ 5,40 (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Dólar e o Cenário Externo

Enquanto o Ibovespa sofria com as notícias domésticas, o dólar fechou em alta de 0,28%, cotado a R$ 5,40. A valorização da moeda veio após ter atingido seu menor valor no ano na véspera. O movimento, no entanto, foi contido e a cotação se manteve em uma faixa estreita, mesmo após o anúncio do governo brasileiro de um plano de ações para apoiar os setores afetados pela nova tarifa de 50% dos Estados Unidos. Esse plano, que inclui um montante de R$ 30 bilhões em crédito, já era amplamente esperado pelo mercado e, por isso, não gerou grandes movimentações cambiais.

A valorização do dólar no dia se contrapôs à tendência global de enfraquecimento da moeda americana. Nos EUA, a expectativa de que o Federal Reserve (Banco Central americano) possa cortar os juros em breve, impulsionada por dados fracos de emprego e inflação moderada, tem enfraquecido o dólar. No entanto, o cenário interno brasileiro, com incertezas sobre as contas públicas e o impasse nas negociações comerciais com os EUA, continua a influenciar o câmbio, deixando a moeda brasileira sensível. O especialista em investimentos Bruno Shahini, da Nomad, ressaltou que a cautela se mantém por conta das percepções de fragilidade fiscal.

Destaques e Outros Setores

Em contrapartida, às quedas, algumas empresas se destacaram positivamente. A MRV&Co, por exemplo, subiu 6,63% após apresentar sinalizações otimistas sobre suas margens e o guidance para 2025, apesar de ter divulgado um prejuízo no segundo trimestre. Outros setores também sentiram o impacto do pregão, com Petrobras e Vale fechando em queda, influenciadas pela fraqueza do petróleo e pela estabilidade do minério de ferro, respectivamente. O Banco do Brasil foi um dos poucos a registrar alta, com os investidores de olho no balanço do segundo trimestre que seria divulgado no dia seguinte.

Em Wall Street, o otimismo prevaleceu, com o S&P 500 atingindo uma nova máxima de fechamento, refletindo as esperanças de um afrouxamento monetário nos EUA. Esse cenário externo, no entanto, não foi suficiente para impulsionar o mercado brasileiro, que se manteve cauteloso e reagiu principalmente aos dados e às incertezas domésticas.

Tarifas dos EUA e ações políticas prejudicam posição do dólar como moeda global

O Broadcast, podcast apresentado pelo jornal Estadão, discutiu nas últimas semanas a desvalorização que o dólar está passando diante da economia global, que tem se intensificado devido aos processos políticos anteriores e as medidas tarifárias aplicadas pelo presidente Donald Trump.

O Podcast questionou se o reinado que a moeda ocupava no mercado ainda se mantém e o que prejudicou a posição do dólar como líder do mercado.

Decisões políticas aceleraram o processo

O reinado do dólar como principal moeda global vem sendo prejudicado desde a queda do Império Britânico, sendo resultado da queda das âncoras estruturais que davam suporte para a hegemonia da divisa. Por outro lado, a trajetória de fiscalização nos EUA nos últimos anos fez com que o dólar mantivesse sua posição, obtendo índices estáveis de inflação.

No entanto, algumas decisões políticas contribuíram para a desvalorização do dólar, como Washington usando a moeda como instrumento para punir transgressões na área geopolítica, com sanções a Rússia e China, durante o governo de Joe Biden.


Dólares em espécie (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Além disso, o estrategista global de câmbio e juros do australiano Macquarie Group, Thierry Wizman, afirmou que o futuro da globalização, que teve o dólar como um indiscutível protagonista, está sendo ameaçado por conta da ofensiva tarifária aplicada por Trump. Wizman argumenta que o uso do dólar tende a diminuir conforme os EUA se afastam da globalização e não mais considerados os precursores desse sistema.

A queda do dólar durante o primeiro semestre fez os questionamentos sobre o assunto se intensificarem. No entanto, conforme informou o estrategista – chefe de investimento na América Latina da BlackRock, Axel Christensen, o dólar ainda é considerado soberano, e mesmo que haja um risco dentro de sua gestão, ainda é cedo para questionar se o papel que a moeda exerce no sistema monetário internacional não é mais eficiente como antes.

Especialistas estudam medidas futuras

Ao mesmo tempo, em que o dólar enfrenta um momento instável, alguns economistas tem avaliado algumas medidas, como a ação dos investidores em cobrar um preço alto para pagar a dívida americana pelos Treasuries.

Pensando em outra alternativa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, considera que é um bom momento para que o euro seja um protagonista da reserva global, defendendo a abertura comercial em oposição com o protecionismo do presidente Trump. Mas algumas medidas impedem que os planos avancem, como as lacunas no mercado da União Europeia, que ainda dificultam o progresso da divisa europeia, e o bloqueio do yuan chinês causado pelo fechamento da China.

Mesmo com algumas medidas sendo estudadas, o ex-presidente do Fed de St. Louis James Bullard afirma que a decisão final sobre a designação da reserva global vai ser do mercado, pois se trata de uma decisão complexa, que deve ser analisada por milhões de pessoas no mundo, com muitos argumentos sobre qual moeda deve ser usada, e reforça que o dólar é considerado a moeda mais líquida para uso em transações internacionais atualmente.

Dólar fecha em menor valor em 9 meses e cai para R$5,40

Nesta segunda-feira (30), o dólar encerrou o dia em queda de 0,88%, menor valor desde setembro de 2024. Acompanhando sua desvalorização crescente no exterior, a moeda caiu para R$5,4350. Devido a esse fator, agentes financeiros são obrigados a direcionarem a nova cotação de forma a melhor beneficiarem suas negociações.

Já o Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o dia em alta de 1,45%, contabilizando 138.854,60 pontos. Só neste mês, foi acumulado uma elevação de 1,33%, enquanto o ano de 2025 tem avanço de 15,44%. O aumento ocorreu principalmente devido a um fluxo positivo de capital externo, no valor de cerca de R$4,2 bilhões durante o mês até o dia 26, somando um saldo de quase R$25,3 bilhões no ano.

Pesquisa Focus

A nova edição da Pesquisa Focus foi divulgada pelo Banco Central (BC), logo no início do dia. Os analistas consultados apontam um leve recuo na projeção da inflação para 2025, agora em 5,20%, o que representa uma queda de 0,04 ponto percentual em relação à projeção passada.  A expectativa para o Projeto Bruto Interno (PIB) deste ano foi mantida em 2,21%, enquanto a do próximo ano teve uma pequena alta para 1,87%. A projeção de inflação para 2026 permaneceu a 4,50%.

Mais tarde, o boletim Firmus, também divulgado pelo BC, indicou que as empresas não-financeiras no Brasil reduziram suas projeções para a taxa de câmbio em seis meses à frente. A mediana das expectativas para a cotação do dólar para o próximo semestre passou de R$6,00 – apurada em fevereiro – para R$5,80 em maio. Apesar disso, a expectativa que se mantém é de que a inflação seguirá acima do centro da meta nos anos seguintes.


Cotação do dólar diminui de fevereiro para maio (Foto: reprodução/Michael M. Santiago/Getty Images Embed)


Mercado de Trabalho Brasileiro

Outros dados apresentados pelo boletim, foram referentes ao mercado de trabalho do Brasil. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o país registrou em maio 2.256.225 admissões e 2.107.233 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 148.992 novas vagas formais.

Esse conjunto de dados, aliado à queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro Americano, contribuiu para a redução das taxas dos contratos de Depósito Interbancário (DIs), beneficiando ações de empresas mais expostas à economia local na B3.

Bancos centrais se afastam do dólar e apostam mais em ouro, euro e iuan

Em meio à crescente fragmentação do comércio global e à instabilidade geopolítica, bancos centrais ao redor do mundo estão repensando suas estratégias de reserva internacional. Um novo relatório do Fórum Oficial de Instituições Monetárias e Financeiras (OMFIF), que será divulgado nesta terça-feira (25), revela uma tendência significativa de diversificação das reservas cambiais, com menor dependência do dólar americano.

Segundo o estudo, realizado com 75 bancos centrais que juntos administram cerca de US$ 5 trilhões em ativos, um em cada três planeja aumentar sua exposição ao ouro nos próximos um a dois anos. O metal precioso, que já vinha sendo adquirido em ritmo recorde nos últimos anos, deve continuar se beneficiando dessa reconfiguração. Cerca de 40% dos entrevistados afirmaram que pretendem ampliar suas reservas de ouro na próxima década.

“O movimento é claro: após anos de compras robustas, os gestores estão dobrando a aposta no ouro como proteção em tempos incertos”, afirma o relatório.


Notas da China(Foto: reprodução/AFP/Exame)

Dólar perde espaço

A pesquisa do OMFIF também sinaliza uma queda acentuada no apetite pelo dólar. A moeda americana, que no ano passado liderava a preferência entre os bancos centrais, caiu para a sétima posição no ranking de popularidade. Sete em cada dez gestores de reservas afirmaram que o ambiente político dos Estados Unidos é um fator de desestímulo ao investimento em dólar, mais que o dobro da proporção registrada no ano anterior.

A desvalorização do dólar e a instabilidade nos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA), considerados tradicionalmente como ativos seguros, foram agravadas após as tarifas anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump no chamado “Dia da Libertação”, em 2 de abril. O episódio gerou turbulência nos mercados e acendeu alerta entre os responsáveis pelas reservas internacionais.

Max Castelli, chefe de estratégia e consultoria para mercados soberanos globais no UBS Asset Management, afirmou à Reuters que recebeu um volume incomum de chamadas após o anúncio das tarifas. “Pela primeira vez, gestores de reservas questionaram se o status de porto seguro do dólar está em risco — algo que nem ocorreu após a crise de 2008”, disse.


Muitas notas de euro (Foto: reprodução/Freepik)

Ouro, euro e iuan ganham força

Na corrida por alternativas, o euro e o iuan surgem como os maiores beneficiários da diversificação. Cerca de 16% dos bancos centrais planejam ampliar investimentos em euro nos próximos 12 a 24 meses, mais que o dobro da fatia registrada no ano passado. Em seguida vem o iuan, que também se fortalece como opção viável.

A longo prazo, no entanto, o protagonismo tende a mudar. O iuan chinês é visto como a principal aposta para a próxima década, com 30% dos bancos centrais indicando intenção de aumentar sua exposição à moeda, cuja participação nas reservas globais pode triplicar para 6%.

Especialistas ouvidos pela Reuters acreditam que o euro pode recuperar a relevância perdida após a crise da dívida de 2011. Estima-se que sua participação nas reservas cambiais globais possa voltar a cerca de 25% até o final da década, contra os atuais 20%.

Apesar da tendência de diversificação, o dólar deve continuar sendo a principal moeda de reserva mundial, embora com queda projetada para 52% das reservas cambiais globais até 2035, segundo a pesquisa do OMFIF — uma redução em relação aos atuais 58%.

Ibovespa recua e dólar sobe após indicadores negativos de EUA e China

A quarta-feira (30) que antecedeu o feriado teve um impacto significativo nos mercados financeiros, com dados econômicos fracos tanto no Brasil quanto em outras economias globais. O dólar, que havia se mantido em queda por oito sessões consecutivas, voltou a subir, enquanto o Ibovespa recuou após oito dias de alta.

A desaceleração do PIB dos Estados Unidos foi um dos fatores que pesaram sobre o mercado, além da disputa em torno da Ptax, referência para a liquidação de contratos futuros.

Ptax e oscilação do dólar

A Ptax, calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, é usada para a liquidação de contratos futuros e, no fim de cada mês, torna-se alvo de especulação por parte dos agentes financeiros.

No início da sessão, o dólar chegou a cair, com investidores vendidos tentando direcionar as cotações para a Ptax. Às 9h21, a moeda registrou uma mínima de R$ 5,6037 (-0,48%), mas rapidamente se reverteu para o território positivo.

Os mercados reagiram negativamente a dados econômicos fracos vindos da China e dos Estados Unidos. Na madrugada de quarta-feira, a China divulgou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) caiu para 49 em abril, o menor nível desde dezembro de 2023, ficando abaixo da expectativa de 49,8. O PMI abaixo de 50 indica contração na atividade econômica do país.

Nos Estados Unidos, o mercado de trabalho também mostrou sinais de desaceleração. O setor privado criou apenas 62 mil postos de trabalho em abril, muito abaixo da expectativa de 115 mil vagas. Além disso, o PIB americano contraiu 0,3% nos três primeiros meses do ano, contrariando a previsão de crescimento de 0,3%.


Foto da Ibovespa(Foto: reprodução/E-investidor/Adobe Stock)

O presidente Donald Trump tentou minimizar os efeitos negativos, sugerindo que o baixo desempenho econômico era uma consequência das políticas de seu sucessor, Joe Biden, e pediu paciência à população americana. Trump também apontou as altas importações, com empresas tentando evitar os custos adicionais decorrentes das tarifas impostas pela administração.

No Brasil, o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou a criação de 71.576 vagas formais de trabalho em março, um número bem abaixo das expectativas do mercado, que previa a geração de 200 mil vagas. O ministro Luiz Marinho já havia antecipado que os números seriam fracos.

Além disso, o mercado financeiro reagiu aos resultados corporativos de empresas como Marcopolo, ISA Energia, Iguatemi, Santander Brasil e WEG. A WEG foi destaque negativo, com ações despencando 11,55% após anunciar lucro líquido de R$ 1,54 bilhão, abaixo das expectativas do mercado.


Donald Trump durante posse como novo presidente dos EUA (Foto:reprodução/Greg Nash/EPA)

O setor de mineração também sofreu com a queda dos preços do minério de ferro. As ações da Vale recuaram 1,82%, influenciadas pela queda de 0,78% nos futuros do minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China.

As ações da Petrobras também apresentaram queda. As preferenciais (PETROBRAS PN) caíram 1,87%, e as ordinárias (PETROBRAS ON) perderam 1,54%, em linha com a nova desvalorização do petróleo no mercado internacional. O barril de Brent fechou a sessão com queda de 1,76%.

Setor bancário e expectativas para o ibovespa

No setor bancário, o Santander Brasil foi um dos destaques positivos, com alta de 3,94%, após o lucro líquido do primeiro trimestre ter superado as expectativas.

O banco também anunciou planos para lançar o “Pix automático” ainda em 2025, o que gerou expectativas positivas. Em contraste, os papéis de outros grandes bancos como Itaú Unibanco (ITAÚ UNIBANCO PN), Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC3) apresentaram avanços.

Além disso, a terceira e última prévia da carteira do Ibovespa confirmou a inclusão das ações da Smartfit e Direcional, enquanto as ações da LWSA e Automob foram excluídas.

Após começar uma Guerra Comercial, Trump perde dinheiro

Na semana passada, Donald Trump reacendeu a guerra comercial global e os primeiros grandes prejuízos vieram justamente para ele. Desde que anunciou um novo pacote de tarifas pesadas contra produtos importados da China, sua fortuna pessoal já encolheu em US$ 500 milhões (cerca de R$ 3 bilhões), segundo estimativas da Forbes.

O maior tombo: Trump Media and Technology Group

O maior golpe no patrimônio do ex-presidente dos EUA veio do seu ativo mais valioso: o Trump Media and Technology Group. As ações da empresa despencaram 8% nos últimos três dias de pregão, atingindo o menor patamar desde outubro. 

A fatia de Trump, que na quarta-feira (2) valia US$ 2,2 bilhões (R$ 12,92 bilhões), caiu para US$ 2 bilhões (R$ 11,74 bilhões). Um prejuízo de US$ 170 milhões (R$ 1 bilhão) em menos de uma semana  e talvez só o começo.

Imóveis e campos de golfe também sofrem

As propriedades comerciais de Trump também acompanharam o movimento de queda no setor imobiliário. A Forbes estima que ele tenha perdido US$ 90 milhões (R$ 528 milhões)apenas com seus prédios de escritórios, incluindo participações em arranha-céus como o 1290 Avenue of the Americas, em Nova York, e o 555 California Street, em São Francisco. As ações de empresas parceiras, como a Vornado Realty Trust, caíram até 14% no mesmo período.

Seus famosos campos de golfe, por sua vez, sofrem com dois impactos: custos mais altos (já que muitos insumos são importados) e o risco de fuga de sócios. “Se vem uma recessão, a primeira pergunta é: por que estamos pagando essa fortuna pra continuar nesse clube?”, comenta um executivo do setor. Estimativas apontam uma perda de US$ 70 milhões (R$ 411 milhões) nesse segmento.

Hotelaria e apartamentos de luxo também viram alvo.O resort Trump National Doral, em Miami, é o maior ativo hoteleiro do ex-presidente — e também está em queda. Mesmo com eventos recentes da LIV Golf e a presença de Trump, analistas avaliam que a guerra comercial afetará fortemente o turismo de luxo. Se os hotéis de Trump seguirem o padrão de queda de empresas do setor (como a Vail Resorts e a Soho House, que recuaram 15%), o impacto pode chegar a US$ 65 milhões (R$ 382 milhões).

O mercado residencial também não escapa. Trump possui dezenas de apartamentos em edifícios que ele próprio desenvolveu anos atrás. A estimativa de perda aqui gira em torno de US$ 20 milhões (R$ 117 milhões). Seus “troféus”, como a cobertura na Trump Tower e a mansão de Mar-a-Lago, resistem um pouco mais à crise, mas podem ter desvalorizado cerca de US$ 32 milhões (R$ 187 milhões).


Criptomoedas (Foto: Reprodução/Ilustração: 3Dsculptor / Shutterstock.com

Criptomoedas: alívio que virou problema.  Por um momento, Trump parecia ter uma salvação: criptomoedas. Após o último relatório financeiro de agosto, ele embolsou quase US$ 400 milhões (R$ 2,34 bilhões com o projeto World Liberty Financial e outros US$ 175 milhões (R$ 1,02 bilhão) com a moeda digital $TRUMP.

Mas uma parte significativa desse montante pode ter sido mantida em cripto ativos  e aí veio o baque. Após elogios públicos de Eric Trump à Ethereum, o preço da moeda digital caiu 45%, sendo 18% após o anúncio das tarifas. Se metade dos ganhos de Trump em cripto tiverem derretido, são mais US$ 32 milhões (R$ 187 milhões) a menos na conta.

O que tudo isso revela? A maior ameaça ao patrimônio de Trump não são as tarifas em si, suas empresas vendem poucos bens físicos. O que realmente derruba sua fortuna é a perda de confiança dos investidores. Luxo, imóveis e startups são mercados que reagem muito mais à incerteza do que à lógica.Quanto mais instabilidade Trump cria no cenário global, maior tende a ser o tombo da própria fortuna.

Dólar volta a aumentar e chega na casa do R$ 6,00

Mercado em Alerta: Dólar Encosta nos R$ 6,00 e Ibovespa Cai com Nova Tensão entre EUA e China. O anúncio de um novo reajuste tarifário dos Estados Unidos sobre produtos chineses voltou a agitar os mercados globais nesta terça-feira (8). Em meio à escalada da guerra comercial entre as duas potências, o dólar disparou e encostou na marca simbólica dos R$ 6,00, enquanto o Ibovespa recuou, pressionado por gigantes como Petrobras e Vale.

Aumento do Dólar

Dólar em Alta: R$ 5,9985 no Fechamento. A moeda americana subiu 1,49% e encerrou o dia cotada a R$ 5,9985  o maior valor de fechamento desde 21 de janeiro. Nos últimos três pregões, o dólar acumulou alta de R$ 0,37, influenciado pelo aumento da tensão comercial entre EUA e China. No mês de abril, a valorização já chega a 5,11%.

Ibovespa em Queda: -1,32%

O principal índice da bolsa brasileira também sofreu. Apesar de ter conseguido se manter acima dos 123 mil pontos, o Ibovespa caiu 1,32%, fechando aos 123.931,89 pontos. O mercado foi impactado pela queda das commodities e o mau humor global.

Guerra Comercial: Trump Eleva Tarifas. O estopim da turbulência foi a decisão do governo de Donald Trump de aplicar tarifas de 104% sobre produtos chineses, válidas a partir desta quarta-feira (9). A medida foi uma resposta à manutenção da taxa de retaliação de 34% por parte da China sobre produtos americanos.

Em comunicado, a Casa Branca afirmou que cerca de 70 países demonstraram interesse em negociar seus regimes de importação. Segundo a porta-voz Karoline Leavitt, Trump “será incrivelmente gentil, se a China estender a mão mas fará o que for melhor para o povo americano.”


Foto Ibovespa(Foto: reprodução/Patrícia Valle)

Repercussões Globais :Em Wall Street, o otimismo inicial foi embora com o avanço da tensão. O S&P 500 recuou 1,57%. Por aqui, o dólar chegou a cair no começo do dia, mas  disparou ao longo da manhã, atingindo a máxima de R$ 6,0060 às 16h47. Segundo Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, o impacto no Brasil é inevitável:  “O Brasil tem muitos negócios com a China. Quando acontece algum problema por lá, isso se reflete aqui.”

Em Alta: Medo no Ar O índice conhecido como o “termômetro do medo” de Wall Street chegou a ultrapassar os 60 pontos, sinalizando forte volatilidade e insegurança nos mercados, como destacou Gabriel Redivo, da Aware Investments.

Principais Quedas do DiaVale (VALE ON): -5,48%   Com o minério de ferro caindo pelo terceiro dia consecutivo na China, a ação sofreu. O preço da tonelada caiu para o menor valor desde novembro de 2024.Petrobras (PETR4): -3,56%  ,  A queda do petróleo no exterior e rumores sobre um possível corte nos preços do diesel pesaram sobre a estatal. Magazine Luiza (MGLU3): -13,41%    A varejista foi rebaixada pelo Citi para “venda/alto risco”, em meio a um cenário macroeconômico desafiador e forte concorrência do Mercado Livre, que anunciou R$ 34 bilhões em investimentos no Brasil.

Minerva (BEEF3): -2,95%  A empresa anunciou proposta de aumento de capital de até R$ 2 bilhões, com emissão de novas ações a preço com desconto, o que assustou o mercado.

Algumas Altas: CPFL Energia (CPFE3): +3,39%  A ação chegou a bater máxima histórica, com a Aneel sinalizando apoio à incorporação de R$ 4,67 bilhões no reajuste tarifário da CPFL Paulista. Embraer (EMBR3): +0,82%  .  Apesar da tensão comercial, a empresa manteve confiança em seus planos e sinalizou que buscará alternativas para lidar com os novos desafios tarifários.

Dólar fica a R$ 5,91, e bolsa sobe 0,07%

Na última sexta-feira (24), o dólar teve sua terceira queda seguida, fechando próximo a R$ 5,90. Com a posse de Donald Trump, o mercado financeiro do mundo inteiro vem observando seu mandato, desde que tomou a posse no dia 20 deste mês.

No Brasil, os analistas vêm averiguando a ascensão da inflação, que aumentou mais que o esperado para o mês de janeiro, mesmo que quando comparado com dezembro haja uma lentidão.

O dólar ganhou forte intensidade nas horas finais da sessão, contudo, encerrou no campo negativo, a R$ 5,918 na venda, com queda de 0,12%, que fez com que encerrasse a semana com uma perda de 2,42% no total.


Com queda do dólar durante posse de Donald Trump, o mercado finaceiro global fica de olho no mandato do presidente dos Estados Unidos (Foto: reprodução/Freepik/@pikisuperstar)

Mercado nacional

O IBOVESPA não tinha um fim definitivo enquanto o mercado global passava pelo clima negativo. Somente no fechamento fixou-se em uma queda de 0,03%, com 122.446,94 pontos, em uma alta de 0,079%.

Além do principal índice do mercado doméstico, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve um aumento de 0,11% em janeiro, devido o alto preço dos alimentos, conforme dados divulgados pelo IBGE.

A alteração do IPCA-15 nos últimos 12 meses foi de 4,5%, uma pausa quando comparado com dezembro, quando ocorreu um acréscimo de 0,34%. Durante 2024, a alta total do índice foi de 4,71%.

Expectativa do mercado

Segundo a pesquisa da Reuters, a expectativa dos analistas do mercado era de que houvesse uma queda de 0,03% no mês, e uma alta total de 4,36% nos últimos 12 meses.

Os números estão acontecendo em conjunto com o ajuste do governo para redução dos preços dos alimentos, conforme reunião que o presidente teve na sexta-feira ao lado de um grupo de ministros.

A fim de resolver o preço dos alimentos, uma das soluções analisadas pelo governo é a de verificar os alimentos que estão mais caros no mercado interno do que no exterior, e diminuir as alíquotas de importação destes alimentos.

Rui Costa diz que, sendo aprovado, os alimentos vendidos no Brasil teriam um preço igual ou abaixo do mercado externo. Na mesma linha, Fernando Haddad confirmou na quinta-feira (24), que o governo federal vem trabalhando em alterações Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), para os alimentos ficarem mais baratos.