Após tarifaço de Trump, China busca novos parceiros comerciais

O governo Chinês divulgou uma série de medidas de retaliação contra a economia dos Estados Unidos. Com a guerra comercial imposta por Trump, a China anunciou nesta sexta-feira (4), uma taxa de 34% sobre a importação de produtos americanos. O valor da tarifa é a mesma determinada pelo presidente americano contra a economia chinesa depois do “tarifaço” da última quarta-feira (2).

Pequim, capital chinesa, incluiu 11 companhias dos EUA em lista que proíbe qualquer relação comercial com empresas da China. O governo também limitou vendas de minerais raros e imprescindíveis para as indústrias tecnológicas estadunidenses. Por fim, o Estado chinês afirmou que vai denunciar o tarifaço de Trump à Organização Mundial do Comércio, embora a instituição esteja “paralisada” pela falta de indicação de juízes.

A China representa o segundo maior parceiro comercial dos Estados Unidos. No ano passado, indústrias chinesas venderam aproximadamente US$ 420 bilhões aos americanos e importaram US$ 140 bilhões. Trump, no entanto, declarou que a decisão do país foi um equívoco e que o governo chinês “entrou em pânico” ao adotar tais tarifas.


Presidente chinês Xi Jinping (Foto: reprodução/Vinícius Schmidt/METRÓPOLES)

Próximos passos da China

Com o estreitamento da economia americana para o mundo, espera-se que as empresas chinesas procurem outros países para negociar o excedente que o mercado interno do país não pode absorver. O Citigroup avalia que a guerra comercial deve impactar negativamente até 2,4% do produto interno bruto chinês só neste ano.

Com as imposições de Trump, a China tenta estender laços comerciais com a Europa, embora haja resistência dos líderes da região devido ao apoio de Pequim à Rússia na guerra contra a Ucrânia. A maior parte dos produtos chineses, no entanto, deve ser vendida aos vizinhos do país na Ásia, além da América Latina e África, continentes em que a China possui alto nível de investimento.

Tarifaço de Trump

As “tarifas recíprocas” impostas por Donald Trump aos países que mantêm relações comerciais com os EUA entraram em vigor neste sábado (5). A taxa inclui alíquotas – valores fixos que são aplicados para o cálculo do valor de um tributo – de 34% sobre todas as importações chinesas. Para o Brasil, essa quantia foi de 10%.


Trump anuncia tarifas no “Dia da Liberação” (Foto: reprodução/Brendan Smialowski/AFP)

O “tarifaço” já atinge mais de 180 países e regiões, como a União Europeia (20%), Coreia do Sul (25%) e o Japão (24%). O anúncio das taxas foi feito pelo republicano na quarta-feira (2), no que o presidente chamou de “Dia da Liberação”. Trump declarou que os EUA ficariam “livres” de produtos de origem estrangeira  “É a nossa declaração de independência econômica”, afirmou o americano.

Trump prorroga em 75 dias prazo para venda do Tik Tok nos Estados Unidos

O presidente Donald Trump estendeu, nesta sexta-feira (4), em 75 dias o prazo para a ByteDance, empresa chinesa responsável pelo aplicativo TikTok vender os ativos americanos para um comprador do país.

Trump salientou que não quer que a rede social “desapareça”, apenas que seus ativos sejam vendidos internamente. Esta é a segunda vez que o prazo é estendido. A lei previa para janeiro a proibição do TikTok nos EUA, caso não fosse vendido. 

Na quinta-feira (3) o presidente americano havia dito estar “muito próximo” de fechar um acordo para encontrar um comprador para a operação americana do aplicativo. Caso isto não ocorra, o TikTok pode ser banido dos Estados Unidos. 


Mensagem recebida por usuários do TikTok, nos Estados Unidos (Reprodução/Smith Colletion/Gado/ Getty images embed)


Em janeiro deste ano a plataforma ficou fora do ar por um dia após a lei entrar em vigor. Os usuários do aplicativo foram surpreendidos com uma mensagem dizendo:

“Desculpe, o TikTok não está disponível no momento. Uma lei proibindo o TikTok foi promulgada nos Estados Unidos. Infelizmente, isso significa que você não pode usar o TikTok por enquanto”.

Ameaça à segurança nacional

A lei que bloqueou o TikTok foi aprovada durante o governo de Joe Biden e foi sancionada pelo então presidente. Os legisladores alegaram que os laços do aplicativo com a China e, portanto, seu acesso à abundância de dados representaria uma ameaça à segurança nacional. 

O ocorrido gerou embaraço e preocupação nos usuários, em especial, pequenas empresas que dependem da plataforma para viver.

“Grande interesse no Tik Tok”


Presidente Donald Trump e TikTok (Reprodução/Anadolu/Getty images embed)


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou na segunda-feira (3) que há interessados no TikTok . Em outro momento já havia escrito em suas redes sociais que há “grande interesse no TikTok”, porém, esta semana, prorrogou o prazo mais uma vez e explicou porque estava estendendo o prazo que ele havia estabelecido em janeiro e que deveria expirar no sábado: 

“O acordo requer mais trabalho para garantir que todas as aprovações necessárias sejam assinadas”, disse Trump.

Ele ainda afirmou que sua administração estava em contato com quatro grupos diferentes sobre um possível acordo, mas não os identificou. 

As negociações são lideradas pela Casa Branca e se concentram em um plano para que os maiores investidores não chineses da empresa ByteDance aumentem suas participações e adquiram as operações do aplicativo nos Estados Unidos, salvando o TikTok de uma proibição iminente no país.

Cartão imigratório: Donald Trump mostra “cartão ouro” que dará direto a cidadania americana por 28 milhões

Nesta quinta-feira (3), o presidente dos Estados Unidos apresentou o “Golden Card” ou “Cartão de Ouro”, que concederá a empresários o direito à cidadania americana por US$ 5 milhões (cerca de 28 milhões de reais). O documento, anunciado pelo republicano, começará a ser comercializado a partir da próxima semana.

O cartão funcionará como uma alternativa ao visto EB-5, criado nos anos 1990 para atrair investidores estrangeiros. “Eles serão ricos e bem-sucedidos, gastarão muito dinheiro, pagarão muitos impostos e empregarão muitas pessoas. Acreditamos que terão grande sucesso”, declarou Trump.

Segundo o presidente, a criação do Cartão Dourado faz parte de uma estratégia alinhada às políticas de controle imigratório do governo. Desde seu retorno ao cargo, ele tem implementado leis mais rígidas para a fiscalização das fronteiras e a deportação de imigrantes ilegais. Trump ainda afirmou que o benefício será concedido a empresários estrangeiros que se cadastrarem e forem aprovados no programa de cidadania, acrescentando que foi o primeiro a adquiri-lo.

Como funcionará

Com o objetivo de estimular a economia, o governo Trump lançou o “Golden Card”, um visto destinado a estrangeiros dispostos a pagar US$ 5 milhões para garantir sua permanência no país. Os aprovados receberão o documento ainda em seus países de origem.

Em fevereiro, ao anunciar o programa, Trump destacou que o novo cartão substituirá o visto EB-5. Segundo o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, a iniciativa busca reformular o processo de obtenção da residência permanente para investidores internacionais.

Atualmente, empresários que aplicam recursos em negócios nos EUA ou geram ao menos 10 empregos para cidadãos americanos podem solicitar o visto de permanência. Com a nova proposta, todos os candidatos precisarão apresentar uma solicitação ao governo e passar por uma avaliação criteriosa. Lutnick também ressaltou que empresas americanas poderão usar o programa para contratar profissionais qualificados do exterior.


Donald Trump (Foto: reprodução/X/@thewhitehouse)


Políticas anti-imigração

Desde que reassumiu a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump tem adotado medidas mais rigorosas contra imigrantes ilegais. De acordo com dados do Departamento de Segurança Interna dos EUA, apenas no primeiro mês de seu mandato, 37,6 mil pessoas foram deportadas. Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu realizar a maior deportação da história do país.

Donald Trump menciona aliviar tarifas para a China caso a venda do TikTok seja aprovada

Nesta quinta-feira (3), durante uma conversa com repórteres no Air Force One, o presidente Donald Trump mencionou a possibilidade de negociar tarifas e discutir um acordo com a China sobre a venda do aplicativo TikTok.

“Todos os países nos ligaram. Essa é a beleza do que fazemos, nos colocamos no banco do motorista”, revelou Trump.

Ele também afirmou estar aberto a novas discussões com outras nações, porém espera que essas negociações tragam benefícios para os Estados Unidos. Trump citou o aplicativo como exemplo, sugerindo que a China poderia colaborar com a venda da plataforma em troca de um alívio tarifário.

Ao ser questionado sobre possíveis negociações em andamento, o presidente negou, alegando que apenas usou o caso como um exemplo.

EUA vs. TikTok

O TikTok enfrenta há tempos desafios nos EUA, com o governo americano alegando que sua ligação com a China e o acesso a dados de milhões de usuários representam um risco à segurança nacional.

No início deste ano, o aplicativo foi banido do país, pois a ByteDance, empresa responsável por sua administração, se recusou a vendê-lo para investidores americanos.

A empresa negou as acusações de ter compartilhado dados de usuários dos EUA com o governo chinês e argumentou que a lei que impõe sua venda viola os direitos constitucionais dos americanos, garantidos pela Primeira Emenda.

Com mais de 170 milhões de usuários no país, a plataforma chegou a suspender seus serviços até a posse do atual presidente, Donald Trump, que assinou um decreto adiando a proibição do aplicativo até o dia 5 de abril, caso parte da empresa fosse vendida para empresários americanos.


Foto destaque: Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (Foto: reprodução/X/@valoreconomico/Al Drago/Bloomberg)

As tarifas americanas

Ao assumir o poder em 20 de janeiro, Trump introduziu novas mudanças nas tarifas sobre produtos importados pelos EUA.

Países como Canadá e México tiveram suas exportações taxadas em 25%, o que gerou retaliações por parte dos dois governos. Após ameaças de taxações recíprocas, Trump suspendeu a medida por 30 dias. Ele também ameaçou impor tarifas à Colômbia caso o país não aceitasse os imigrantes que estavam nos Estados Unidos.

China e Brasil também estão entre os países impactados pelas tarifas impostas por Donald Trump. Na última quarta-feira (2), o presidente republicano anunciou uma taxação de 54% sobre as importações chinesas para os EUA, o que pode intensificar as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

No caso do Brasil, as exportações para os Estados Unidos sofrerão uma taxa de 10% a partir deste sábado (5). No entanto, alguns produtos, como o petróleo, estarão isentos da nova tributação, enquanto o aço permanecerá sujeito à tarifa de 25%, conforme a determinação de Trump em março.

EUA não aumentará tarifas sobre Cuba, Coreia do Norte e Rússia

Em contrapartida, à guerra comercial que vem ocorrendo ao redor do globo, em especial após as taxas altíssimas impostas pelos Estados Unidos desde o início do segundo mandato de Donald Trump, foi anunciada uma “taxa recíproca” pela Casa Branca, e países como Belarus, Cuba, Coreia do Norte e Rússia estão fora das altas tarifas imposta pelos EUA.

Tarifas dos EUA

Foi imposto pelo país uma tarifa de 10% sobre a maioria dos produtos importados, podendo variar entre países. A China, por exemplo, apesar de ser o país que mais fornece produtos para o país, recebeu uma taxação de 54% sobre todos os produtos exportados.

Segundo o presidente estadunidense, a decisão ocorreu para que os Estados Unidos não permaneçam com uma “política de rendição econômica unilateral” mediante a guerra econômica que vem ocorrendo.

A Casa Branca inclusive compartilhou uma série de elogios feitos sobre as tarifas, onde é dito que os trabalhadores estadunidenses se irão se beneficiar após passarem anos de abuso com seus parceiros comerciais, como a China.

Trump explanou que será aplicada uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações para os EUA, mas que outros países receberiam taxas mais altas. Nesta lista de “tarifas recíprocas”, alguns países não aparecem, como Cuba, Coreia do Norte e Rússia.

Em resposta às altas tarifas dos EUA, diversos países estão reavaliando sua relação com o país, como a união que China, Coreia do Sul e Japão estão formando, a “PL da reciprocidade” que está sendo analisada no Brasil, e o Canadá, que irá tarifar em 25% os produtos estadunidenses


Canadá impõe nova tarifa sobre os Estados Unidos (Vídeo: reprodução/X/@hassinhadi)

Porque da não taxação

Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, informou à Fox News que a taxação não foi aplicada para países como Belarus e Rússia, pois não havia uma comercialização direta com os países, e que estes são sob sanções.

Contudo, durante a avaliação anual de ameaças, as agências de inteligência dos EUA disseram que as principais ameaças potenciais de Estados-nação para o país são a China, Coreia do Norte, Irã e Rússia. Inclusive, o presidente Trump já ameaçou tomar novas medidas comerciais sobre Moscou.

Juíza progressista derrota candidato apoiado por Musk e Trump em eleição histórica nos EUA

Em uma eleição histórica, a juíza progressista Susan Crawford derrotou o candidato conservador Brad Schimel, apoiado pelo bilionário Elon Musk e pelo presidente Donald Trump, para uma vaga na Suprema Corte de Wisconsin.

A vitória de Crawford mantém a maioria liberal de 4 a 3 no tribunal. Estes, deverão decidir em breve sobre questões cruciais como direitos reprodutivos e redistritamento eleitoral.


Susan Crawford ganha disputa pela Suprema Corte do Wisconsin (Foto: Reprodução/AP)

Investimento recorde e apoio de figuras influentes

A campanha de Schimel recebeu mais de US$ 20 milhões em apoio financeiro de Musk e seus aliados, tornando esta a corrida judicial mais cara da história dos EUA. Musk, que compareceu pessoalmente a comícios em Wisconsin, enfatizou a importância da eleição para o futuro do país e do mundo. Além disso, o ex-presidente Donald Trump endossou publicamente Schimel, buscando consolidar uma maioria conservadora no tribunal.

Apesar disso, desse investimento e do respaldo de Trump, os eleitores optaram por Crawford, sinalizando uma possível resistência à crescente influência de Musk na política americana. Analistas políticos, decerto, sugerem que a tentativa de Musk de “comprar” a eleição pode ter gerado um efeito contrário. Isto é, mobilizando eleitores preocupados com a integridade do processo democrático.


Cobertura da vitória de Susan Crawford sobre Brad Schimel, candidato de Musk e Trump, na eleição para Suprema Corte de Wisconsin (Vídeo: Reprodução/YouTube/milwaukee Journal Sentinel)

Além disso, grupos de defesa da democracia criticaram a intervenção de Musk, argumentando que grandes doações de bilionários podem minar a confiança pública nas instituições. Essa preocupação foi, então, amplamente discutida nos meios de comunicação e nas redes sociais durante a campanha.

Implicações para o cenário político nacional

Ademais, a derrota de Schimel é vista como um revés para Trump e Musk, especialmente considerando os esforços do ex-presidente para consolidar o poder conservador no judiciário. Durante seu mandato, Trump nomeou 234 juízes federais, inclinando a Suprema Corte dos EUA para a direita. Ou seja, a vitória de Crawford pode indicar uma mudança no sentimento público em relação à administração atual e influenciar futuras eleições de meio de mandato.

Além disso, a eleição destaca a crescente preocupação com a influência de grandes doadores na política americana. A tentativa de Musk de influenciar a eleição com contribuições financeiras foi um ponto focal da campanha de Crawford, que argumentou que a democracia não deve estar à venda.

Observadores políticos sugerem que a vitória de Crawford pode servir como um modelo para outras campanhas progressistas enfrentando adversários com recursos financeiros significativos. A mobilização de eleitores em resposta à influência de grandes doadores pode sinalizar uma mudança na dinâmica eleitoral nos EUA.

Reações e perspectivas futuras

Após a derrota, Musk e Trump intensificaram as críticas ao judiciário. Musk chegou a pedir uma “onda imediata de impeachments judiciais”, alegando que juízes estariam impedindo a agenda conservadora. Essas declarações foram condenadas por diversas entidades jurídicas, que as classificaram como “riscos sérios para nossa estrutura constitucional”.

Enquanto isso, Crawford prometeu proteger os direitos e liberdades básicas dos cidadãos de Wisconsin, incluindo direitos reprodutivos e eleitorais. Sua vitória é um sinal de que os eleitores estão atentos e dispostos a desafiar a influência de figuras poderosas na política estadual e nacional.


Brad Schimel, candidato de Musk e Trump, reconhece derrota, diz parabenizar Crawford e agradece aos seus apoiadores em seu dircuso de concessão (Vídeo: Reprodução/YouTube/WISN 12 NEWS)

Analistas preveem que essa eleição pode ter um efeito em outras disputas judiciais e legislativas, encorajando candidatos progressistas a desafiar a influência de grandes doadores. A mobilização popular demonstrada em Wisconsin pode servir de exemplo para outros estados.

Governo americano vai revogar visto de estrangeiros que viviam nos EUA

Donald Trump continua na missão contra imigrantes. Na sexta-feira (21), o governo dos EUA comunicou que irá revogar o status legal de 530 mil imigrantes latino-americanos, incluindo cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos, que estavam protegidos por um programa de asilo criado pelo governo de Biden. A medida de Donald Trump traz uma nova leva de deportações em massa e pode ser a maior desde o início do governo.

O fim do programa de asilo e as consequências

O programa iniciou em 2022, especialmente para venezuelanos e foi expandido em 2023 para cubanos, haitianos e nicaraguenses. O programa permitia que os cidadãos desses países obtivessem vistos temporários nos EUA, com a condição de ter patrocinadores norte-americanos que arcassem com a viagem.

Esse visto era válido por dois anos e possibilitava a entrada legal desses imigrantes por via aérea, uma medida que visava oferecer uma alternativa à imigração ilegal, especialmente considerando as altas taxas de deslocamento irregular para os EUA.

Contudo, a administração Trump considera esse programa uma violação das leis federais e decidiu revogá-lo. A revogação do status legal entrará em vigor no dia 24 de abril. Essa decisão coloca esses imigrantes em uma situação vulnerável, pois, sem esse status, muitos podem ser alvo de deportação se não regularizarem sua situação antes do prazo.

Trump e as deportações


Donald Trump responde perguntas sobre suas decisões contra imigrantes (Reprodução/Instagram/@abcnews)


Desde seu retorno à Casa Branca, o presidente Donald Trump implementou políticas imigratórias rigorosas que refletem sua postura firme contra imigrantes. Trump tem buscado expandir as operações de deportação.

Em janeiro, ele assinou ordens que aumentaram as deportações e suspenderam a entrada de refugiados, propôs o fim da cidadania automática para filhos de imigrantes e recentemente, o presidente chegou a tentar usar uma lei extrema utilizada apenas em guerras, para deportar venezuelanos. E em fevereiro, os brasileiros que foram deportados, desembarcaram no país acorrentados e algemados, alegando vários maus tratos durante a viagem.

EUA têm aumento nos pedidos de auxílio-desemprego semanais

Na semana passada, o número de estadunidenses que solicitaram o auxílio-desemprego cresceu moderadamente, podendo indicar que o mercado de trabalho manteve-se estável. Todavia, o país vem passando por uma época difícil desde que Donald Trump tomou posse do poder, por conta das tensões comerciais que vem causando, além dos profundos cortes nos gastos do governo.

Segundo dados desta quinta-feira (20) do Departamento do Trabalho, os pedidos iniciais do auxílio aumentaram em 2 mil, totalizando 223 mil em dado com ajuste sazonal, considerando a semana que se encerrou no sábado, dia 15. A Reuters consultou alguns economistas, os quais previam 224 mil pedidos para a mesma semana.

Com as demissões ainda em baixa escala, e diversas contratações ocorrendo, os pedidos variam, neste ano, na faixa de 203 a 242 mil.


Estados Unidos veem alta no pedido de auxílio-desemprego (Vídeo: Reprodução/X/@ForbesBR)

Auxílio-desemprego e programa de apoio ao desempregado

Segundo o UFCE, programa de apoio ao desemprego para funcionários federais, houve pouco impacto na demissão de funcionários públicos pelo governo de Trump. Os dados do programa foram informados com uma semana de atraso.

Analistas confirmaram que determinadas decisões do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), do bilionário Elon Musk, dificultam a solicitação de seguro-desemprego para alguns dos trabalhadores demitidos.

O governo admitiu em um processo judicial que 25 mil trabalhadores recém-contratados perderam os seus empregos. Foi determinado por um juiz que tais demissões eram ilegais, o que fez com que eles fossem reintegrados, tendo sido inseridos em uma licença administrativa, num primeiro momento, temporariamente.

Empresas prejudicadas pelo governo Trump

Diversas empresas tiveram a confiança abalada devido à ação de tarifas de Trump, dificultando o planejamento por conta da instabilidade desta política, comentam especialistas.

Ainda na incerteza que cerca a economia estadunidense, nesta quarta-feira (19), o Federal Reserve conversou a sua taxa de juros de referência na faixa de 4,25% a 4,50%. Entretanto, as autoridades do banco central dos Estados Unidos apontaram uma redução de custos de empréstimos, até o final do ano, em meio ponto percentual.

Eduardo Bolsonaro anuncia licença de mandato para morar nos EUA

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comunicou nesta terça-feira (18), por meio do Instagram, que irá tirar uma licença de seu mandato parlamentar, a fim de residir nos Estados Unidos, local em que já está há algumas semanas.

No anúncio de sua decisão, Eduardo criticou arduamente o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), dado que o ministro é responsável pelo inquérito que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo.

Presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara

Segundo o blog da colunista do G1 e da GloboNews, Natuza Nery, o filho de Bolsonaro foi impossibilitado de exercer o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, por decisão do presidente de seu partido, Valdemar Costa Neto.


O jornalista Valdo Cruz fala sobre a decisão de Eduardo Bolsonaro de se licenciar (Vídeo: Reprodução/X/@GloboNews)

Nery conta em seu blog que Eduardo soube que não assumiria o cargo no domingo (16) por Valdemar. Sem discurso político para explanar a perda do cargo, tirar uma licença para ficar nos Estados Unidos aparenta ter sido a solução do deputado para permanecer no exterior.

O anúncio de Eduardo ocorreu uma semana antes do julgamento no STF que pode fazer com que seu pai, Jair Bolsonaro, seja réu por tentativa de golpe de estado.

O filho de Bolsonaro relatou em sua postagem que o deputado Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, comandará a Comissão de Relações Exteriores, a fim de manter uma ponte com o governo Trump, assim como o relacionamento com países democráticos e envolvidos.

Eduardo Bolsonaro

O deputado atuava em seu partido como secretário de relações internacionais, e seu nome vinha sendo apontado por parlamentares como uma opção para atuar na comissão na Câmara, utilizando como argumento seu cargo, e a proximidade com aliados de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos.

Contudo, a probabilidade de Eduardo presidir o colegiado foi contestada pelos parlamentares aliados do governo, abrindo assim uma disputa na Câmara.

Após solicitar que os Estados Unidos invadissem o Brasil, o PT solicitou ao STF que o passaporte do deputado fosse apreendido, por atentado à soberania nacional, crime segundo a Carta Magna.

Adversários políticos apontaram que Eduardo Bolsonaro poderia praticar abuso de poder, utilizando o cargo na comissão da Câmara para criticar o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito de golpe e demais investigações voltadas a seus aliados, bem como para seu pai.

Eduardo confirma ainda na postagem que está com receio de ser preso por uma ordem do STF, e por isso não há previsão de quanto tempo permanecerá nos Estados Unidos, ao invés de permanecer em seu país e atuar em seu cargo, agindo como o verdadeiro patriota que menciona ser.

Estados Unidos deportam venezuelanos usando lei criada no século 18

O presidente Donald Trump deportou dos Estados Unidos para El Salvador cerca de 200 venezuelanos identificados como membros de uma gangue do país, chamada Tren de Aragua, além de mais 23 membros da gangue internacional MS-13.

Ele afirmou que o país está sendo invadido pelas gangues venezuelanas, por isso o uso da Lei dos Inimigos Estrangeiros, criada em 1798, para justificar a alta demanda de deportações.

Deportação com justificativa incomum

Porém, as deportações ocorreram mesmo após o juiz James Boasberg ter bloqueado as ações por 14 dias, alegando que a lei está sendo utilizada de forma incorreta. 

O estatuto da Lei dos Inimigos Estrangeiros prevê a deportação apenas relacionado a atos hostis por algum outro país que seja equivalente às guerras. 

A lei foi utilizada somente em outras duas ocasiões na história dos EUA: a Primeira Guerra Mundial e a Guerra de 1812. Donald Trump disse que a medida é porque a gangue Tren de Aragua teria laços com o regime do presidente venezuelano Nicolás Maduro: 


Presidente Donald Trump (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)


“Durante anos, as autoridades nacionais e locais venezuelanas cederam cada vez mais controle sobre seus territórios para organizações criminosas transnacionais. O resultado é um estado criminoso híbrido que está perpetrando uma invasão e uma incursão predatória nos Estados Unidos, e que representa um perigo substancial para os Estados Unidos.” 

O que dizem os países envolvidos


Numa rede social, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, escreveu que exatos 238 membros da gangue venezuelana Tren de Aragua haviam chegado no país, que é conhecido por sua prisão de segurança máxima que comporta criminosos de alta periculosidade dos países das Américas.

Donald Trump fez um acordo com Bukele para a prisão, pagando 6 milhões de dólares por um ano para que os imigrantes fossem mantidos na prisão CECOT, acordo que não seria possível fazer com a Venezuela.

Já o governo venezuelano disse que repudia o uso da lei ultrapassada dos EUA para deportar supostos membros de gangues, afirmando que violava os direitos humanos dos migrantes do país.