Moraes ameaça punir bancos que cumpram, no Brasil, sanções dos Estados Unidos

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes disse, em entrevista à agência de notícias Reuters, realizada na última terça-feira (19) e publicada na tarde desta quarta-feira (20), que instituições financeiras que sigam, no Brasil, decisões jurídicas estadunidenses podem ser penalizadas. 

“(…) Se os bancos resolverem aplicar a lei internamente, eles não podem – correndo o risco de ser penalizados perante a legislação brasileira“, disse Moraes em entrevista à Reuters.

A declaração é uma referência à Lei Magnitsky, imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao magistrado brasileiro em 30 de julho deste ano. A norma condiciona o bloqueio das relações econômicas de indivíduos e instituições estadunidenses com sujeitos estrangeiros que, na análise da Casa Branca, desrespeitem liberdades civis, manipulem eleições e coíbam medidas de combate à corrupção.

Anteriormente nesta semana, na segunda-feira (18), o também ministro do STF Flávio Dino deixou claro, em outra interpretação sobre a validade de decisões judiciais estrangeiras no Brasil, que imposições decorrentes de atos unilaterais de fora do país ficam vedadas para empresas brasileiras ou com atuação no Brasil.

Falas de ministros do Supremo geram impasse no mercado financeiro

A mesma reportagem da Reuters que veiculou a fala de Moraes ouviu, sob condição de anonimato, membros do mercado financeiro nacional.

Para o antigo diretor de uma instituição financeira transnacional no Brasil, a maioria dos grandes bancos são supervisionados pelos Estados Unidos quanto à sua presença ou exposição internacional, de modo que uma possível solução, nesse caso, seria convidar o cliente sancionado a procurar outra instituição para manter seus ativos.


CNN 360º repercute falas de Alexandre de Moraes (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Em contraste, o diretor de um grande banco brasileiro afirmou que a decisão judicial de segunda (do ministro Flávio Dino) significa que qualquer ação tomada por entidades brasileiras com base nas regras do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos (OFAC, na sigla em inglês), que coordena as sanções do país, deve receber o aval do STF. Não seguir uma determinação do OFAC, no entanto, pode cortar um banco do sistema financeiro internacional.

“O Brasil não tem muita escolha. Dado o quão interconectado tudo é, e a desigualdade de poder econômico entre Estados Unidos e Brasil, somos fadados à submissão. Não há muito o que fazer”, disse a fonte.

Ativista pela Lei Magnitsky critica sanção a Alexandre de Moraes

Criada no governo de Barack Obama, a Lei Magnitsky foi uma resposta dos Estados Unidos à morte do advogado russo Sergei Magnitsky, anos 37 anos, após 11 meses aprisionado em seu próprio país. Magnitsky, que emprestou seu sobrenome à norma norte-americana, foi consultor jurídico, na Rússia, de uma empresa de gestão de fundos de investimento acusada de sonegação fiscal, de propriedade do investidor britânico William Browder.

Meu advogado foi brutalmente torturado e assassinado em uma prisão russa por expor corrupção. A partir daí, assumi como missão de vida aprovar uma lei para punir outros corruptos e violadores de direitos humanos, bem como as pessoas que mataram Sergei Magnitsky“, disse Browder ao Fantástico no início deste mês.

As sanções impostas ao juiz não têm nada a ver com violação de direitos humanos e têm tudo a ver com acerto de contas político. Donald Trump disse isso, disse que não está satisfeito com esse juiz, porque ele está processando o seu amigo Jair Bolsonaro“, criticou Browder.

Desde 2012, o regulamento dos Estados Unidos foi mobilizado para sancionar mais de 650 pessoas e entidades ao redor do mundo, entre os quais governantes russos e chineses, os líderes venezuelano Nicolás Maduro e sírio Bashar al-Assad e organizações terroristas como a Al-Qaeda. Mês passado, a lista de penalizados ganhou seu primeiro nome brasileiro: Alexandre de Moraes.

Apesar de seguir ameaçado de banimento nos EUA, Casa Branca lança conta no aplicativo TikTok

Na noite desta terça-feira (19), a Casa Branca criou um perfil no TikTok. O perfil @whitehouse estreou com um vídeo de Trump com Dana White, fundador do UFC e aliado do republicano. White é integrante do conselho da Meta, dona do Instagram, a qual rivaliza com o aplicativo chinês.

A legenda do post diz o seguinte: “América, estamos DE VOLTA! e aí, TikTok?”

Primeiras palavras

De acordo com a agência Reuters, primeira a divulgar a notícia, reproduziu as primeiras palavras a partir de mensagem de Karoline Leavitt, secretária de imprensa do governo, sobre o assunto. Karoline disse que a mensagem do presidente Trump dominou o TikTok durante sua campanha presidencial, e que estão empolgados em ampliar tais sucessos e se comunicarem de uma forma como nenhuma outra administração fez antes.


Dana White, presidente do UFC e aliado de Donald Trump (Foto: reprodução/Instagram/@danawhite)


Ainda que a Casa Branca tenha criado um perfil no TikTok, o aplicativo continua ameaçado de banimento nos EUA caso não encontre um comprador para sua operação no país.

A regra do banimento

A regra foi aprovada pelo Congresso americano em 2024, quando Joe Biden ainda governava o país, mas foi Donald Trump em sua primeira gestão presidencial, quem primeiro ameaçou banir o TikTok sob a alegação, sem provas, que dados de usuários americanos poderiam ser espionados pelo governo chinês. Entretanto, o republicano manteve sua conta no aplicativo desde então.


Casa Branca criou perfil no TikTok: aplicativo é o maior rival da Meta (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)


O TikTok teve seu prazo estendido para que possa se enquadrar. No mês de junho Trump prorrogou pela terceira vez a data-limite para a ByteDance resolver sua situação nos EUA. No momento, a prorrogação em vigor vai até meados de setembro. Por ter conquistado parte do apoio entre os jovens eleitores, Donald Trump tem apreço pelo aplicativo. A ideia da Casa Branca é aproveitar os mais de 150 milhões de usuários no TikTok visando ampliar as mensagens de Donald Trump.

Brasil responde os EUA sobre acusação de deslealdade no comércio

O governo do Brasil enviou, nesta segunda-feira (18), uma resposta oficial ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), sobre a investigação aberta, pelo órgão americano, de descumprimento de acordos comerciais entre os países. A acusação dos EUA, aberta pelo atual presidente, Donald Trump, seria de que o Brasil estaria adotando políticas econômicas discriminatórias contra os Estados Unidos. Na carta resposta, o Brasil afirma que não pratica nenhuma medida restritiva contra nenhum país e que não existe nenhuma base jurídica para a imposição das sanções econômicas, pelos EUA.

A resposta do governo brasileiro

O presidente Trump iniciou a apuração das políticas econômicas brasileiras em julho, com a ideia de que empresas norte-americanas estariam sendo prejudicadas em diversas áreas, como nos sistemas de pagamentos digitais (PIX), etanol, propriedade intelectual e medidas ambientais ligadas ao desmatamento.


Donald Trump em evento com líderes europeus na Casa Branca (Foto: reprodução/ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP/Getty Images Embed)


No documento oficial da resposta aos Estados Unidos, o governo do Brasil pediu um diálogo mais aberto e construtivo entre as duas nações e deu explicações para cada tópico abordado.

O Brasil insta o USTR a reconsiderar o início desta investigação e a iniciar um diálogo construtivo. Medidas unilaterais previstas na Seção 301 podem comprometer o sistema multilateral de comércio e ter consequências adversas para as relações bilaterais”, declarou o governo brasileiro.

Em relação ao PIX, o governo explicou que as regras de operação deste sistema buscam a segurança, estabilidade e a proteção do consumidor. Eles ainda destacaram que empresas estrangeiras não são prejudicadas nas transações.

Sobre a propriedade intelectual, o governo afirmou que segue os padrões internacionais e mantém os marcos regulatórios na mesma direção dos acordos da OMC.

Sobre o etanol, foi confirmado, pelo governo, que adota políticas que andam junto de compromissos multilaterais. No caso do desmatamento, eles deixaram claro que a política ambiental brasileira não coloca barreiras comerciais sobre empresas estrangeiras, permitindo, então, a competitividade.

O governo também informou que nenhuma medida do Supremo Tribunal Federal (STF), impacta nos negócios de empresas norte-americanas no Brasil.

O tarifaço de Trump

A ação dos Estados Unidos vem em meio à decretação de um tarifaço de 50% a diversos produtos brasileiros, pelo presidente Donald Trump. A justificativa do americano seria de que o Brasil está descumprindo as medidas relacionadas à democracia, por conta da perseguição e julgamento do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que foi acusado de tentativa de golpe de estado.

O governo do Brasil, junto com o presidente Lula, enxergaram as ações de Trump como sendo movidas por motivações ideológicas, rebatendo a legalidade da medida de taxação. Agora há uma tentativa de comunicação mais aberta e clara entre os dois países, para tentar resolver a situação.

Míssil russo atinge Kharkiv e deixa 11 feridos

A Rússia lançou Míssil que acertou, nesta noite de domingo (17), uma área residencial em Kharkiv, na Ucrânia, ferindo pelo menos 11 pessoas. Entre os feridos, uma menina de 13 anos. Conforme informou Oleh Synehubov, governador da região, pelo aplicativo Telegram.

Estragos na área afetada

A ofensiva militar fez com que o serviço de emergência do Estado realizasse atendimentos, prestando assistência tanto a moradores nas ruas quanto a bombeiros que precisaram inspecionar prédios residenciais. Os habitantes das casas foram obrigados a deixar seus lares, conforme divulgou a agência Reuters.

No nordeste do país, a região de Sumy também foi alvo de um ataque aéreo guiado, o qual feriu uma mulher de 57 anos e causou estragos em dezenas de residências, além de um prédio escolar, conforme as autoridades locais.

O rumo das negociações

Para haver paz entre os países, um cessar-fogo seria uma estratégia coerente. O ataque à cidade de Kharkiv pode impedir mais uma vez o avanço agendado para esta segunda-feira (18), entre o presidente Donald Trump e o líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Washington, com a participação de sete líderes europeus.

No fim da semana passada, Trump ficou muito otimista após encontro com Vladimir Putin, no Alasca, para um acordo de paz. Depois da conversa com o líder russo, o presidente americano voltou sua atenção para um diálogo com o presidente da ucrânia. Mas Zelensky já adiantou que não tem intenção de ceder território para ser feito o acordo de paz e manifestou querer garantias de segurança internacionais, conforme o artigo 5 da Otan.
Nessa queda de braço, o presidente americano dá a dica do tom da negociação:

A Rússia é uma potência muito grande, e eles, a Ucrânia, não são”, disse o republicano.


Encontro de Putin e Trump, antes do novo ataque da Rússia ( Foto: reprodução/Instagram/@whitehouse)

Ponderações da Rússia

O movimento da Rússia, que circula nos bastidores entre os diplomatas ocidentais, prevê a retirada de tropas de algumas áreas da Ucrânia. No entanto, os russos vão exigir a anexação da Crimeia. Mais o controle sobre grande parte do Donbas, além do bloqueio da entrada de Kiev na Otan, e o levantamento parcial das sanções internacionais.

O cenário indica que ambos os países querem garantias. Tanto que o embaixador russo em Viena, Mikhail Ulyanov concorda que a Ucrânia tenha essa exigência para o tratado de paz. Entretanto, enfatiza que a Rússia também precisa de garantia de segurança, pois os direitos são iguais.

Custo alto de alimentos nos supermercados gera preocupação nos Estados Unidos

Uma pesquisa publicada na primeira semana de agosto, de acordo com a revista Forbes, afirma que o custo de compras no supermercado está gerando preocupação em 90% dos habitantes americanos, devido ao notável aumento de preço de alguns alimentos como ovos, carne moída e aves.

A pesquisa também trouxe dados comparativos entre a preocupação com o aumento de custos alimentícios, e outras preocupações que os americanos enfrentam no cotidiano.

Preocupação com o aumento de preços está em alta

Os dados mostram que os entrevistados estão mais preocupados com o alto preço das compras do que outras questões financeiras, como o custo de moradia, valor para economizar, salários, dívidas e custo da assistência médica. Uma nova pesquisa feita pelo Centro de Pesquisa de Assuntos Públicos da Associated Press-NORC, mostra que 53% dos que responderam consideram os preços dos alimentos um grande motivo de estresse, enquanto 33% não consideram.

Pessoas que participaram da pesquisa marcaram o custo de moradia como segunda maior preocupação com 47%, vindo antes do valor para economizar e salário, ambos com 43%, e custo de assistência médica com 42%.

Um levantamento feito pelo índice de Preços ao Consumidor mostra que o valor dos alimentos aumentou 3% nos últimos 12 meses, com as compras de supermercado aumentando em 2,4% e o ato de comer fora estando 3,8% mais caro que o ano passado.


Preços de vegetais em supermercado na Florida (Foto: reprodução/Joe Raedle/Getty Images Embed)


O Bureau of Labor Statistics observou, de junho de 2024 até junho de 2025, um aumento no valor de compras em todas as categorias que o laboratório acompanha, com os principais sendo as carnes, aves, peixes e ovos, que registraram 5,6% no aumento do preço, as bebidas alcoólicas que ficaram 4,4% mais caras, frutas e vegetais aumentaram o preço em 0,7% e os cereais, laticínios e produtos panificadores aumentaram 0,9%.

Além desses dados, a NBC News mostrou um aumento do preço do frango em US$ 0,81 por libra, além do preço da carne moída que aumentou em US$ 0,67 por libra e o dos ovos aumentou US$ 0,64 cada dúzia.

O aumento da taxa de 3% faz com que o custo de alimentos cresça mais rápido do que a taxa geral de inflação, que está em 2,7% conforme dados Índice de Preços ao Consumidor. No entanto, mesmo com o preço dos alimentos subindo consideravelmente, a taxa de 3% é menor do que as registradas nos anos anteriores, já que a inflação era de 6,3% em 2021 e aumentou para 10,4% em 2022, e vem se mantendo estável esse ano, levando em conta 2023 (2,7%) e 2024 (2,5%).

Tarifas podem aumentar preço das compras

Uma estimativa feita pelo Budget Lab da Universidade Yale considera um aumento de 3% no custo alimentício, graças as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. O levantamento mostra que produtos frescos podem subir até 7%, com 3,6%, e o arroz pode aumentar até 10,2% a longo prazo.

O laboratório destaca que outros itens, como cereais e grãos, carne e laticínios, e açúcar e bebidas, podem ficar mais caros. Já outros itens importados, como cerveja, vinho, bananas e queijo, vão ter tarifas adicionais.

A Tax Foundation afirmou que os Estados Unidos importaram cerca de US$ 221 bilhões em produtos alimentícios em 2024, com 62% vindo do México, Canadá, União Europeia, Brasil e China. Trump entrou em um acordo com o México e concordou suspender o aumento das tarifas por 90 dias, além de aceitar uma tarifa de 15% sobre itens vindos da União Europeia. O Canadá vai ter uma tarifa de 35% em produtos não cobertos pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), de acordo com a Casa Branca.

O presidente também afirmou que iria impor uma tarifa de 50% sobre o Brasil, mas reconsiderou devido ao processo criminal enfrentado pelo ex-presidente do país, Jair Bolsonaro, e as exportações chinesas possuem uma tarifa atual de 55%.

Melania Trump envia carta a Putin sobre sequestro de crianças na guerra

A primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, enviou uma carta pessoal ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre crianças afetadas pela guerra entre russos e ucranianos. A princípio, o documento foi entregue por Donald Trump durante a reunião com o líder russo no Alasca, segundo fontes da Casa Branca.

Contudo, Melania não participou da viagem, mas pediu que o marido entregasse a mensagem. De acordo com a agência de notícias internacional Reuters, a carta mencionava os sequestros de crianças ucranianas levadas para território russo.

Ucrânia acusa crime de guerra

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky agradeceu o gesto de Melania em ligação com Donald Trump. Para a capital Kiev, a deportação forçada de menores representa crime de guerra.

Em 2023, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra Vladimir Putin e a comissária russa Maria Lvova-Belova. Ambos foram acusados de deportar ilegalmente crianças ucranianas. A Rússia, por outro lado, chama a prática de campanha humanitária para proteger órfãos em áreas de conflito.

Cúpula no Alasca e tensões diplomáticas

A entrega da carta ocorreu durante a primeira cúpula entre Estados Unidos e Rússia desde o início da guerra, em 2022. O encontro, realizado em uma base militar no Alasca, buscou alternativas para encerrar o conflito. Donald Trump declarou que tentaria recuperar parte dos territórios ocupados, mas admitiu que qualquer acordo exigiria concessões de ambos os lados. Já Putin apresentou sua primeira proposta formal: encerrar a guerra em troca do controle permanente de Donetsk e Lugansk.


Pronunciamento após reunião no Alasca (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)


Apesar das alternativas, a sugestão não resultou em cessar-fogo imediato. Paralelamente, Trump convidou líderes europeus para um encontro em Washington com Zelensky, reforçando a necessidade de negociações multilaterais. Por outro lado, líderes da União Europeia defenderam que Kiev participe diretamente das conversas. Em declaração conjunta, afirmaram que apenas diplomacia ativa, apoio militar e pressão econômica podem forçar Moscou a encerrar a guerra. Enquanto isso, ataques russos seguem atingindo cidades ucranianas, ampliando a pressão internacional por uma solução definitiva.

Putin e Trump se reúnem no Alasca para negociar “equilíbrio de segurança na Europa” e “grande progresso”

A reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, que ocorreu no Alasca, teve a duração de três horas. Foram três horas de negociação, porém não um houve um acordo entre as duas nações para um cessar- fogo entre Rússia e Ucrânia, que seguem em guerra. O principal objetivo da reunião, era o de se chegar a um acordo.

O encontro entre os dois líderes teve início às 16h30. Trump e Putin protagonizaram um cumprimento caloroso após chegarem ao Alasca. A reunião chegou ao fim às 19h15, no horário de Brasília.

Após o encontro, não ficou claro, os termos negociados vieram de forma evasiva, sem que os dois presidentes fizessem afirmações concretas.

Discurso de Putin e primeiras impressões de Trump

Vladimir Putin afirmou em seu discurso, que a guerra na Ucrânia não teria tido início em 2022, caso Donald Trump fosse o presidente ao invés do democrata Joe Biden. Tal afirmação foi comentada à exaustão pelo republicano na ocasião de sua campanha eleitoral, em 2024.

Putin disse querer a paz na Ucrânia, contudo não abre mão do que ele julga ser “preocupações legítimas da Rússia” no que diz respeito à segurança nacional – se referindo de maneira indireta à adesão de seus vizinhos da Europa à Otan.


Donald Trump viajou ao Alasca para tratar de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)


De acordo com Donald Trump, o encontro foi de “um grande progresso”, mas disse que “há apenas alguns poucos (pontos) que restam”, em aberto de forma a haver um acordo de cessar-fogo. O presidente americano informou que vai comunicar a União Europeia, a Otan e o presidente Volodymir Zelensky, o que foi falado na reunião.

Vladimir Putin afirmou considerar a nação ucraniana, e que já fez esse comentários vezes, que considera a Ucrânia uma nação irmã. Disse também que apesar das circunstâncias, entende que a Rússia e a Ucrânia possuem as mesmas raízes, e que para a Rússia, tudo o que está acontecendo é uma tragédia e ferida horrível. Encerrou dizendo que o país tem um interesse sincero em pôr fim a isso.

Ao mesmo tempo, estamos convencidos de que, para que o acordo seja duradouro, precisamos eliminar todas as causas primárias desse conflito – e já dissemos isso várias vezes -, considerar todas as preocupações legítimas da Rússia e restabelecer um equilíbrio justo de segurança na Europa e no mundo como um todo. Concordo com o presidente Trump, como ele disse hoje, que a segurança da Ucrânia também deve ser garantida.”

O presidente russo comentou que em 2022, teve um último contato com a administração anterior e que tentou convencer o seu então colega americano de que a situação não deveria chegar ao ponto sem retorno, ao ponto das hostilidades e que falou isso de forma bem direta na ocasião. Vladimir Putin disse ainda que se Donald Trump fosse o presidente, que para ele (Putin) não haveria guerra.

A visão de Donald Trump sobre o assunto

Estamos ansiosos para negociar, vamos resolver isso. Realmente fizemos um grande progresso hoje. Sempre tive um relacionamento fantástico com o presidente Putin e com Vladimir. Tivemos muitas, muitas reuniões difíceis, e também boas reuniões.”


O presidente da Ucrânia não participou do encontro entre Putin e Trump no Alasca (Foto: reprodução/zelenkyy_official)


Donald Trump acredita na possibilidade de se chegar a um acordo, e que são boas as chances para que isso ocorra. O presidente americano agradeceu a presença do presidente Vladimir Putin e a toda sua equipe.

O clima era de cordialidade entre os dois presidentes: ambos se cumprimentaram com sorrisos no rosto, e enquanto Putin ia ao encontro de Trump, o presidente americano batia palmas para o presidente russo.

A guerra entre Rússia e Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022, registra pela primeira vez o encontro apenas entre os dois líderes desde 2018.

Trump e Putin realizam primeiro encontro bilateral desde início da guerra na Ucrânia

Está marcada para hoje a primeira cúpula entre Estados Unidos e Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Os governantes Donald Trump e Vladimir Putin devem se encontrar no Alasca, território estadunidense que já fez parte da Rússia, na base militar de Elmendorf-Richardson, às 16h30 do horário de Brasília (11h30 no horário local), para discutir o futuro do conflito.

A reunião, proposta por Moscou, sem a participação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, gerou o temor do Ocidente de que seja negociado um cessar-fogo com vastas perdas territoriais para Kiev.

Encontro preocupa Ocidente

A cúpula russo-estadunidense foi anunciada na última sexta-feira (8) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no último dia do prazo dado por Trump a Putin para acabar com a guerra no Leste Europeu.

Já na segunda (11), Trump declarou que “tentaria recuperar parte daquele território [ocupado pela Rússia] para a Ucrânia”, mas que qualquer acordo de paz envolveria “alguma troca de territórios para o bem de ambos” os beligerantes.


Lourival Sant’Anna, Américo Martins e Priscila Yazbek, da CNN Brasil, analisam o encontro de Trump e Putin desta sexta-feira (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)


A fala motivou uma reunião de emergência entre os líderes da Ucrânia, União Europeia e Estados Unidos, realizada na quarta-feira via vídeo-chamada, na qual Donald Trump comprometeu-se a que nenhum acordo de cessar-fogo fosse assinado sem o consentimento de Kiev.

Evento diplomático gera tensão e incerteza

A relação de Washington e Moscou, sob a administração Trump, é repleta de idas e vindas.

No início do ano, ao tentar se aproximar de Vladimir Putin, Donald Trump disse que a única solução para o fim da guerra seria a desistência ucraniana da ambição de manter sua integridade territorial, mas depois voltou atrás, garantindo a Zelensky e à comunidade internacional que negociaria com o Kremlin a devolução das regiões ucranianas ocupadas pelo exército de Putin.

Às vésperas do novo encontro, Trump e Putin trocaram elogios. Putin disse que há “esforços sinceros” de Washington para solucionar a guerra, em um movimento que pode selar a “paz mundial”. Já Trump, mais comedido, disse achar “que ele (Putin) fará um acordo”, embora tenha também admitido que não há garantias. “Será como uma partida de xadrez”, disse o todo poderoso morador da Casa Branca.

Trump classifica Brasil como um dos piores parceiros comerciais e reforça críticas políticas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (14) que o Brasil é um dos piores parceiros comerciais do mundo e classificou o processo contra Jair Bolsonaro como uma “execução política”. Além disso, ele criticou as barreiras tarifárias que dificultam as relações comerciais entre os dois países, destacando que essas medidas tornam acordos bilaterais mais complicados. “Eu sou muito bom com pessoas, ele [Jair Bolsonaro] é um homem honesto. Acho que o que eles fizeram… essa é uma execução política, o que eles estão tentando fazer com Bolsonaro. Acho que isso é terrível”, declarou Trump.

Trump critica Brasil e política comercial brasileira. O presidente americano classificou o país como um dos “piores parceiros comerciais do mundo” e justificou a tarifa de 50% aplicada a produtos brasileiros. Segundo ele, o Brasil cobrou, por décadas, taxas consideradas “exorbitantes” contra os EUA, dificultando acordos bilaterais. “Eles também nos trataram muito mal como parceiros comerciais por muitos e muitos anos, um dos piores países do mundo por isso. Eles cobraram tarifas altíssimas e dificultaram muito fazer qualquer coisa”, afirmou.

Trump detalhou ainda: “O Brasil tem sido um péssimo parceiro comercial em termos de tarifas… eles nos cobram tarifas enormes, muito, muito maiores do que as que cobramos, e, basicamente, nós nem estávamos cobrando nada. (…) Eles cobram tarifas enormes e tornaram tudo muito difícil de fazer. Então, agora estão sendo cobrados 50% de tarifas, e não estão felizes, mas é assim que funciona”.

Trump critica Brasil e minimiza aproximação com China

Por outro lado, questionado sobre a aproximação do Brasil com a China, Trump disse não estar “nem um pouco preocupado”. No entanto, ele destacou que o desempenho econômico dos EUA impressiona outros países, inclusive a China. “Não, não estou preocupado nem um pouco. Não, eles podem fazer o que quiserem, eles não estão indo muito bem. O que nós estamos fazendo em termos de economia, estamos impressionando todo mundo, incluindo a China”, afirmou o presidente americano.

Trump aponta falhas do Brasil e apoia Bolsonaro

Desde julho, Trump associou as novas tarifas ao cenário político brasileiro e reforçou sua defesa a Bolsonaro. De forma complementar, ele criticou a Justiça brasileira, classificando o processo contra o ex-presidente como uma “caça às bruxas”:

O presidente Bolsonaro é um bom homem. Conheci muitos primeiros-ministros, presidentes, reis e rainhas, e sei que sou ótimo nisso. O presidente Bolsonaro não é um homem desonesto. Ele ama o povo brasileiro. Ele lutou muito pelo povo brasileiro”.


Donald Trump critica Brasil e reforça defesa a Bolsonaro durante entrevista (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN)

Trump ainda reforçou:

O Brasil tem algumas leis muito ruins acontecendo (…) Isso é realmente uma execução política que estão tentando fazer com o Bolsonaro”.

Posição do governo brasileiro

Governo brasileiro reafirma sua independência institucional e ressalta que não se curvará a pressões externas. O presidente Lula destacou ainda que não ficará “chorando” caso os EUA não queiram comprar produtos brasileiros e enfatizou que continuará buscando novos mercados para os produtos nacionais. Nesse contexto, autoridades afirmam que o país seguirá fortalecendo parcerias comerciais com outras nações, diversificando destinos de exportação e seguindo com estratégias próprias de comércio internacional.

EUA enviam forças militares à America Latina para combater cartéis de drogas

Os Estados Unidos mobilizaram forças aéreas e navais para o Mar do Caribe Meridional com o objetivo de enfrentar cartéis de drogas latino-americanos. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (14) por duas fontes à agência Reuters.

Operação

De acordo com uma das fontes, a operação “visa lidar com ameaças à segurança nacional dos EUA vindas de organizações narcoterroristas especialmente designadas na região”. Detalhes adicionais não foram divulgados, mas a ação já havia sido discutida anteriormente pelo então presidente Donald Trump, que defendia o uso das Forças Armadas contra quadrilhas de tráfico classificadas como organizações terroristas globais.


Sinaloa, estado do México (Foto: reprodução/divulgação/euronews)

Objetivo da ofensiva e alvos

A repressão aos cartéis integra a estratégia central do governo norte-americano, que busca reforçar a segurança, conter a imigração e proteger a fronteira com o México. Desde o início do governo Trump, segundo a presidente mexicana Claudia Sheinbaum, cerca de 39 mil mexicanos foram deportados anualmente para o país de origem.

Nos últimos meses, Washington já havia enviado pelo menos dois navios de guerra para auxiliar nas ações de segurança de fronteira e combate ao narcotráfico. Entre os principais alvos da nova ofensiva estão o Cartel de Sinaloa, no México, e o grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua, ambos classificados como organizações terroristas globais em fevereiro.

Além do deslocamento de tropas, as Forças Armadas dos EUA têm intensificado a vigilância aérea na região para coletar informações estratégicas e planejar operações contra as atividades ilícitas dessas organizações. Trump também chegou a oferecer o envio de militares ao território mexicano para reforçar o combate ao narcotráfico, proposta que foi recusada pelo governo do México. A movimentação militar no Caribe indica que o combate aos cartéis segue como prioridade na agenda de segurança norte-americana.

A mobilização reforça o posicionamento dos Estados Unidos em tratar o combate ao narcotráfico como questão estratégica de segurança nacional, estendendo sua presença militar na região e sinalizando que a pressão sobre cartéis e grupos criminosos latino-americanos deve se intensificar nos próximos meses.