Fiocruz se une com UFMS e comprova eficácia da Qdenga

Segundo o jornal O Globo, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) analisou dados de vida real que comprovaram a eficácia da primeira dose da vacina da dengue entre adolescentes. Sendo assim, essa pesquisa é a primeira a apurar informações do resultado da campanha de imunização do Brasil e a estudar a possibilidade da redução pela metade do risco da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Ainda de acordo com O Globo, as conclusões do trabalho de campo comprovaram que a vacina japonesa contra a dengue possui propriedades eficazes para prevenir a persistência da infecção. Assim, o trabalho realizado pelos pesquisadores acompanhou os dados de jovens na faixa etária entre 10 e 14 anos que foram vacinados pela Qdenga em um período entre fevereiro e dezembro de 2024, no estado de São Paulo.

Vale ressaltar que a injeção produzida pela empresa farmacêutica Takeda, chegou ao SUS (Sistema Único de Saúde) e passou a ser avaliada pelos estudiosos no ano anterior. Além disso, a pesquisa brasileira chegou a ser publicada na revista científica “The Lancet Infectious Diseases” durante esta última terça-feira (19).

Fiocruz comprova que primeira dose da vacina contra dengue já traz resultados

A iniciativa revelou que apenas uma injeção já comprovou a eficácia de 50% contra casos sintomáticos oito dias após a primeira aplicação. Nesse ritmo, o sucesso de 67,5% em casos mais graves que recorrem a uma hospitalização, mostrou que a proteção depois da primeira dose é possível com o uso da medicação preventiva.


Informações sobre a vacina Qdenga (Foto: reprodução/Instagram/@vacinasaobento)


Como consequência, a segunda leva da medicação aumentou o combate contra a variante sintomática da infecção para 61,7%. Os responsáveis pela pesquisa ainda explicaram que não foi possível estimar a eficácia da segunda aplicação contra a internação hospitalar. Porém, eles pretendem repetir o estudo com dados atualizados da amostra deste ano.

Resultados apontam que vacina japonesa é eficaz para variantes da dengue

O coordenador do estudo que atua como pesquisador da Fiocruz e da UFMS, Julio Croda, informou que essa foi a primeira avaliação do mundo que acompanhou a rotina de pessoas vacinadas pela Qdenga. Ele explicou ainda que na vida real tudo pode ser diferente da tese e dos ensaios clínicos. Por isso, existiam muitas dúvidas em relação à proteção que uma pessoa vacinada apenas com a primeira dose teria.

No entanto, os estudos da equipe comprovaram os resultados positivos do teste que reforçam a alta proteção contra a hospitalização apenas com uma aplicação. Desse modo, o estudo que teve apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), também contou com a colaboração de instituições internacionais como a Universidade de Yale, a Universidade Johns Hopkins e a Universidade Emory, na América do Norte.

Além do projeto ter confirmado que os imunizados vêm sendo protegidos contra a arbovirose, essa iniciativa comprovou hipóteses que haviam sido levantadas sobre sua eficácia em relação aos sorotipos da doença. Ademais, essa mobilização resultou na aceitação do medicamento mediante a concretização de sua prevenção às duas variantes do vírus que circularam durante a pandemia de 2024.

Injeção bimestral contra HIV é negociado pelo SUS

O Ministério da Saúde está em negociação com o laboratório produtor de um medicamento preventivo contra o HIV. A proposta para a incorporação da medicação no Sistema Único de Saúde (SUS) está envolvendo o governo, médicos e o próprio laboratório. O fármaco de PrEP, princípio ativo do medicamento, em injeções bimestrais, pode impedir a infecção pelo vírus.

A possível implementação

O SUS aguarda a Fiocruz finalizar em breve o estudo que viabiliza a implementação do medicamento, que já foi aprovado em abril pela Anvisa. Do ponto de vista técnico, se for aprovado, ele passará por um estudo do governo para avaliar o custo-benefício, que conta com a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), vinculada ao Ministério da Saúde, para a incorporação de novas tecnologias no SUS.

O medicamento produzido pela farmacêutica GSK em parceria com o laboratório ViiV Healthcare. Mesmo sem o resultado da Fiocruz, os médicos e especialistas já se sentem animados com a possibilidade de termos mais uma ajuda no combate do HIV, pois o medicamento apresentou grande eficácia na África, que em altos índices da doença, em função da rejeição do uso do preservativo.

Há também a expectativa que a incorporação no SUS tenha um bom custo-benefício, pois a prevenção poderá compensar evitando tratamentos antirretrovirais, que impedem a multiplicação do HIV no organismo.


95% das pessoas em tratamento do HIV no Brasil estão indetectáveis (Foto: reprodução/X/@brasil_ahf)


Opinião de especialistas

Segundo médicos e cientistas, o medicamento não é como uma arma letal contra o HIV, mas uma ferramenta que é indispensável que é preciso ter para combater doenças.

O médico Alexandre Naime, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), em um evento de campanha informática contra o HIV, disse que esse é o momento da pressão, onde é necessário fazer pressão para que a medicação seja aprovada.

Naime revelou também que a empresa responsável pela produção vem tendo contato com o Ministério da Saúde ao longo de todo ano, para que o processo seja o mais rápido possível. O Ministério tem abordado o assunto, mas ainda não possui prazo definido para a incorporação.

Casos de tuberculose têm alta na América Latina desde 2015

Em conjunto com instituições da Argentina, Colômbia, Peru, Estados Unidos e nacionais, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) captou por meio da pesquisa “Encarceramento em massa como motor da epidemia de tuberculose na América Latina e impactos projetados de alternativas políticas: um estudo de modelagem matemática” que o fator primordial para o aumento de casos de tuberculose na América Latina é o encarceramento; a população latina vem sendo privada de liberdade desde 1990, tendo quase duplicado.

Desde 2015, a ocorrência de tuberculose diminuiu em 8,7% mundialmente, enquanto aumentou em 19% na América Latina nesse mesmo tempo. Em 2022, mundialmente, 10, 6 milhões de pessoas foram atingidas pela tuberculose.


Fiocruz realiza pesquisa em conjunto com instituições para estudar aumento de casos de tuberculose na América Latina (Foto: Reprodução/Pinterest/@Telemedicinamorsch)

Estudo realizado pela Fiocruz e instituições parceiras

A pesquisa foi publicada na revista científica “The Lancet Public Health” na última terça-feira (15) e verificou o impacto da epidemia de tuberculose na população, além de analisar o efeito fora das prisões, uma vez que as cadeias de transmissão afetaram também a população geral.

Com dados coletados de 1990 a 2023, o principal objetivo do estudo foi entender o aumento de casos nas prisões e seu impacto na saúde pública. A pesquisa abrangeu seis países que representam 80% da população carcerária na América Latina, que também concentram 80% dos casos de tuberculose em áreas próximas.

Na América Latina, a clausura é responsável por 27% dos casos da doença. No Brasil, esse fator é ainda mais alarmante, representando 35% dos casos nacionais, superando até mesmo o total de pessoas vivendo com HIV/Aids.

O Ministério da Saúde, por meio do programa Brasil Saudável, destacou que a tuberculose está entre as 11 doenças que precisam ser reduzidas e eliminadas. Esses objetivos são apoiados por Julio Croda, pesquisador da Fiocruz e professor da UFMS, que enfatizou a necessidade de ações mais eficazes voltadas para a população encarcerada.

Segundo Croda, a meta é alcançar uma redução de 75% até 2030, reconhecendo que a eliminação total não será viável, mas uma redução significativa é possível. Ele ressalta que, dado que 25% dos casos de tuberculose na América Latina estão nas prisões e 40% no Brasil, é crucial alcançar essa parte da população de maneira assertiva; do contrário, a diminuição dos casos será inviável.

Por que os casos de tuberculose se intensificaram

As pessoas que estão encarceradas podem ser mais suscetíveis à tuberculose por várias razões. Muitas delas já estavam em risco de contrair a doença antes mesmo de serem presas, além das condições prisionais, que incluem ventilação precária, superlotação, desnutrição e acesso limitado à saúde. Esses fatores fazem com que a incidência da doença nesses locais seja 26 vezes maior do que na população geral.

A estrutura da pesquisa utilizou modelos dinâmicos de transmissão, que foram ajustados com base em dados históricos e atuais sobre privação de liberdade e tuberculose nos países analisados.

Os resultados indicaram que, caso intervenções sejam implementadas em relação à privação de liberdade, os casos de tuberculose poderiam ser reduzidos em mais de 10% entre a população geral da Argentina, Brasil, Colômbia, El Salvador e Peru.

Como exemplo, 27,2% dos novos casos da doença em 2019 foram atribuídos ao encarceramento, uma porcentagem significativamente maior em comparação a outros fatores de risco, como HIV e desnutrição.

Os pesquisadores envolvidos neste estudo enfatizam que os ministérios da Justiça, agências internacionais de saúde e programas nacionais de controle da tuberculose devem colaborar para enfrentar a crise sanitária atual, adotando estratégias que considerem o desencarceramento como uma forma de controlar a doença.

Adicionalmente, afirmam que essas intervenções devem ser realizadas não apenas para reduzir o número de casos de tuberculose, mas também para pôr fim à privação de liberdade em massa.

FioCruz e UFBA alertam sobre nova variante de HIV em três estados do país 

Foi publicada nesta sexta-feira (16), na revista “Memórias do Instituto Oswaldo Cruz”, uma nova variante do vírus da imunodeficiência humana (HIV) que está circulando no Brasil e foi diagnosticada em três estados do país. 

De acordo com os pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) , há quatro registros recombinantes, sendo eles na Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. 

Estudos mostraram que a nova variante combina genes dos subtipos B e C do HIV, que são mais encontrados no país, por isso chamados de recombinantes. De acordo com a bióloga Joana Paixão Monteiro-Cunha, co-autora da pesquisa, “o que chama a atenção para o surgimento dessas formas recombinantes, é a dupla taxa de infecção. As pessoas estão se contaminando e recontaminando”. 

Ainda de acordo com a pesquisadora, para dar início em novas variantes, é preciso que dois subtipos se encontrem em um mesmo organismo hospedeiro e se produzam, misturando assim características genéticas destes dois subtipos. 


Co-autora da pesquisa pede para que órgãos responsáveis conscientizem a população (Foto: Reprodução/Shutterstock)

O que se sabe até agora sobre a variante CRF146_BC

A nova variante foi batizada de CRF146_BC, e corresponde ao fato de os vírus poderem ser únicos, mas quando encontrados no mesmo organismo que passou por uma reinfecção, podem ser recombinantes viáveis ou circulantes, isso quando se tornam versões transmissíveis. 

Este vírus foi descoberto em 2019, durante um estudo populacional no qual pesquisadores, incluindo a co-autora desse estudo, analisaram 200 amostras de pessoas infectadas que estavam sendo acompanhadas pelo Hospital das Clínicas de Salvador.  

Depois que encontraram a variante eles compararam as informações do genoma do vírus com bancos de dados públicos que contém sequências genéticas de HIV. Tínhamos ali, nesses bancos de dados, outras três amostras que tinham exatamente a mesma estrutura dinâmica que o vírus encontrado na Bahia” – finaliza a pesquisadora Joana Paixão Monteiro-Cunha. 

Os quatro casos registrados, já são resultado da nova transmissão. Nenhum dos pacientes discernidos são pacientes sem infecção alguma, mas aqueles que foram infectados duas vezes por dois subtipos de HIV que se combinaram novamente. 

Ainda não é possível dizer se essa variante pode levar a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) mais rapidamente. Os pesquisadores até o momento apenas tiveram contato com o quadro clínico do primeiro caso descoberto na Bahia e o paciente estava em tratamento com antivirais, sem saber se este vírus recombinante era resistente às medicações. 

Por hora, o tamanho do impacto das novas variantes na epidemia não consegue ser medido. Por isso, a pesquisadora salienta a necessidade de alertar a população, assim como os órgãos responsáveis pelo controle epidemiológico do HIV. Além de evitar a infecção e reinfecção entre os soropositivos. 

Estudo revela que cerca de metade da população brasileira terá obesidade até 2044

O Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO) de 2024 iniciou-se em São Paulo nesta semana com informações preocupantes sobre a saúde dos brasileiros. Em um novo estudo apresentado no evento, foi revelado que, até 2044, é estimado que cerca de 48% da população maior de 18 anos terá obesidade e 27% desenvolverá sobrepeso, totalizando quase metade da população no país. 

O relatório afirma que isso equivale a cerca de 130 milhões de pessoas que, além da obesidade, podem adquirir doenças como diabete, cirroses, doenças cardiovasculares e doenças renais crônicas. 

Grupo de risco da comorbidade 

O estudo foi feito pelo pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Eduardo Nilson, detectou que atualmente 56% dos brasileiros possuem obesidade ou sobrepeso. Se esse cenário continuar, a comorbidade será responsável pela morte de 1,2 milhões de pessoas e também para o diagnóstico de 10,9 milhões de novos casos de doenças crônicas na população. 


Pessoa se consultando com um médico (Foto: reprodução/SDI Productions/Getty Images Embed)


Eduardo também revelou que as mulheres, negros e pessoas não brancas serão os grupos mais atingidos pela condição. Até o ano de 2030, é previsto que 30,2% das mulheres tenham obesidade e 37,7% apresentem sobrepeso. As pessoas negras ou de outras etnias apresentaram uma porcentagem combinada de 31,1% de chance de obesidade e 38,2% de sobrepeso. 

Para o estudo, a porcentagem é maior nesses grupos devido às disparidades envolvendo a educação, trabalho e a desigualdade social. Quanto aos homens, eles possuem a estimativa de 28,8% de desenvolver obesidade e 39,7% de sobrepeso, apesar de ser um número considerado menor do que a estimativa das mulheres, o relatório afirma que a maioria dos óbitos deve ocorrer entre os homens. 

Segundo a pesquisa, 64% das mortes até 2044 serão do sexo masculino, por serem mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabete. 


Pessoa em uma balança (Foto: reprodução/Peter Dazeley/Getty Images Embed)


Além dos adultos, as crianças também correm o risco de enfrentar problemas relacionados a essa comorbidade. A pesquisa aponta que cerca de 24% das crianças entre os 5 a 9 anos serão obesas; de 10 a 14 anos serão 15% e, entre os 15 a 19 anos, 12% deverão ser atingidas. 

A média, assim como nos adultos, atingirá mais os meninos e pode levar ao desenvolvimento de hipertensão, câncer colorretal, doenças cardíacas e AVC na idade adulta. 

Políticas públicas podem mudar cenário

No Congresso, o palestrante declarou que a mudança em políticas públicas pode reverter esse cenário catastrófico no Brasil. Eduardo defende que a obesidade é uma doença que envolve diversos fatores, como o econômico, o social e o genético, e que os governantes e a população devem parar de enxergá-la como uma escolha ou hábitos de uma pessoa. 

“Se não unificarmos esforços, com governo e sociedade civil, estaremos, ano após ano, congresso após congresso, apenas divulgando novos dados assustadores”, continua o pesquisador, concluindo que tratar os casos existentes no Sistema Único de Saúde (SUS) com seriedade e realizando campanhas de prevenção para todas as idades, a situação poderá ser evitada no país. 

Vírus VSR é o principal responsável por infecções respiratórias em crianças

Atualmente um vírus respiratório altamente contagioso se tornou o principal responsável pelos casos de infecções respiratórias, Síndrome Respiratória Aguda Grave, bronquiolite e outras doenças em crianças, se trata do sincicial, mais conhecido como VSR. 

Casos recentes

Conforme revelado no último boletim da Fiocruz, o Sincicial se tornou o causador de 58% dos casos de síndrome respiratória aguda grave, na frente dos vírus influenza, popularmente conhecido como gripe, que tem cerca de 25% e, da covid, que obtém 8% dos casos. 


Sede da Fiocruz (Foto: reprodução/André Az/Fiocruz)

Conforme informa o infectologista do Sabará Hospital Infantil, Francisco Ivanildo de Oliveira, a doença pode afetar a todos, mas o VSR se torna grave quando ataca aqueles que são mais vulneráveis, como os idosos e crianças. 

“Ele é um vírus que pode acometer, que pode infectar qualquer pessoa em qualquer faixa etária. Mas a grande diferença é que, nas crianças, principalmente naquelas crianças com menos de 2 anos de idade, ele costuma causar uma doença chamada bronquiolite, que é uma inflação das pequenas vias aéreas, dos bronquíolos, que são aquelas ramificações finais dentro do pulmão. Então, a criança tem dificuldade de respirar e fica com muita secreção”, Informa o médico. 

Sintomas

A doença inicialmente causa sintomas semelhantes aos de um resfriado comum, tosse, mal-estar, febre baixa, coriza e espirros.  

Para aqueles que são vulnerareis, os sintomas se tornam mais graves, nesses casos, o paciente pode ter bronquiolite, pneumonia, febre alta, tosse intensa e obstrução nasal. 

Prevenção da doença

Assim como outras doenças respiratórias contagiosas é necessário prevenções para a doença não ser transmitidas, é recomendado a lavar as mãos com frequência, tomar as vacinas contra gripe e covid, e evitar levar crianças com os sintomas para a escola ou locais de convívio social. 


Vacina contra gripe (Foto: reprodução/Paulo Pinto/ Agência Brasil)

A Anvisa aprovou no último mês uma vacina contra o vírus VSR aplicada em grávidas, com intuído de criar anticorpos que protegem os bebês em seus primeiros meses de vida, porém ela ainda não está disponível no Brasil. 

10 casos de Febre Oropouche são registrados no Rio

O Laboratório Central Noel Nutels (Lacen) e o laboratório de referência da Fiocruz enviaram para a Secretaria de Estado de Saúde do RJ (SES/RJ), nesta segunda-feira (29), a confirmação de dez casos de Febre Oropouche no Rio de Janeiro. Os casos foram registrados nas cidades de Japeri, Valença, Piraí e na capital do estado, entre os dias 9 e 18 de abril. Especialistas seguem na investigação para descobrir se pacientes foram infectados por transmissão local ou em outro território.

O vírus da Febre Oropouche é endêmico do Amazonas e transmitido por mosquitos. Em parceria com alguns municípios, a SES vai efetuar a investigação epidemiológica nos 10 casos confirmados da doença. Uma investigação entomológica (captura de mosquito) será realizada nas regiões dos casos registrados.

A Febre Oropouche possui sintomas parecidos com os da dengue. A manifestação da doença pode causar febre, dor de cabeça intensa, dor nas costas e na lombar e dor articular, que duram entre dois e sete dias. Tosse, dor atrás dos olhos, tontura, calafrios, náuseas, vômitos e até erupções cutâneas também podem atingir o paciente. Caso os sintomas apareçam, é necessário bastante repouso e acompanhamento médico. Ainda não existe um tratamento específico para a doença. A letalidade registrada é baixa. 

Primeiro caso confirmado no Rio neste ano


Doença é causada por um arbovírus (vírus transmiti do porartrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. Foto: (Reprodução/Freepik).

O primeiro caso de infecção por Febre Oropouche no estado do Rio de Janeiro aconteceu no fim de fevereiro. A confirmação foi enviada para a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). 

O caso foi de um homem de 42 anos, morador do bairro do Humaitá, da Zona Sul da capital, que tinha viajado ao estado do Amazonas, que já registrava um grande aumento no número de casos de Febre Oropouche nos primeiros meses deste ano. O paciente não precisou de internação pela doença e conseguiu se recuperar. O caso foi considerado importado, depois de análise do histórico de viagem do paciente.

Prevenção da doença

Por ser transmitida por mosquitos, a prevenção da Febre Oropouche se dá por meio de medidas preventivas como as da dengue. É recomendado passar repelente na pele, principalmente em regiões de muitos mosquitos. Eliminar recipientes ou objetos que podem acumular água parada também auxiliam no controle da proliferação dos mosquitos que depositam seus ovos nesses focos. 

Vacina é aliada ao combate contra doenças respiratórias no outono


Vacinas são uma das maiores aliadas da população quando o assunto é diminuir o número de internações e de casos de doenças respiratórias, ambas comuns durante o outono.

Com a chegada de um tempo mais frio, as pessoas tendem a se aglomerar em ambientes fechados, especialmente aquelas que precisam usar o transporte público para se locomover. Além disso, durante essa estação os dias são mais secos, o que causa maior índice de poeira e poluição presentes no ar.

De acordo com os médicos, a combinação destes dois fatores aumenta o número de pessoas com doenças respiratórias, levando cada vez mais brasileiros aos postos de saúde e hospitais.


Fiocruz alerta aumento de casos de gripe (Vídeo: reprodução/Youtube/Band Jornalismo)

Aumento das internações

A Fundação Oswaldo Cruz lançou o boletim Infogripe, demonstrando um aumento médio de 15% nas internações durante as últimas três semanas em relação a essa mesma época do mês passado. Em especial, a internação de crianças de até dois anos, chegando a aumentar 46%.

Marcelo Gomes, coordenador do Infogripe, explica como é indispensável se proteger de doenças respiratórias para evitar complicações e frisa o papel que a vacina da gripe exerce justamente em diminuir o risco de um resfriado desencadear uma internação ou, no pior dos casos, uma onda de mortes provocadas pelo vírus.

O coordenador ainda defende que a população, ao notar que está com resfriado ou com algum quadro similar a gripe, passe a usar máscaras para evitar que demais pessoas sejam infectadas no transporte público, trabalho, eventos etc.

Vacinação

A Sociedade Brasileira de Infectologia decidiu lançar uma campanha relembrando a importância de tomar a vacina. “A ideia é exatamente ter uma campanha forte explicando os benefícios da vacina e que consiga atingir a maior parte das pessoas”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo.

Fiocruz alerta para aumento em número de internações por Influenza

No último boletim, o número de mortes pela doença se aproxima do COVID-19

As informações do último boletim sobre os casos de gripe no Brasil (InfoGripe) divulgado na última quinta-feira (dia 18) são preocupantes. As internações, nas últimas quatro semanas, por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) cresceram 54,9% e foram causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR) sendo 20,8% pelo vírus da Influenza A.

Sobre o boletim

O boletim utilizou dados coletados durante o período do dia quinze de abril pelo Sivep-Grip que detectaram o crescimento de internações a longo e a curto prazos nas últimas seis e quatro semanas. As notificações de óbito também preocupam porque ela estão se aproximando do número das mortes causadas pelo COVID-19.

A volta da máscara?

Para Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe e pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz as medidas preventivas devem ser tomadas, principalmente a vacinação contra Influenza A disponível na campanha do Ministério da Saúde e para VSR na rede privada para idosos.

O pesquisador também indica a volta do uso de máscaras de alta qualidade como a N95, KN95 e a PFF2 para quem frequenta unidades de saúde de diversos tipos e principalmente quem apresenta sintomas de gripe de qualquer origem ou infecções respiratórias. Ainda não é indicado para uso contínuo em exposição em lugares fechados.

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O aumento indicado no boletim da última quinta-feira se apresentam em 20 estados brasileiros e no Distrito Federal nas internações por SRAG. Além do Influenza A e VSR, o estudo também analisa o aumento de outros vírus como a Influenza B que contribuem para o estado de alerta sobre uma nova onda viral no país.

As medidas preventivas devem ser levada à risca para assegurar o declínio desses números. A vacinação para Influenza A é gratuita em todas as unidades de saúde do país e a VSR ainda somente para idosos na rede particular.

Sobre a vacinação em nosso país

A vacina aplicada na rede pública é trivalente e protege contra três cepas diferentes do vírus Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B. Você pode tomar junto com outras do calendário vacinal brasileiro como a COVID e dengue sem precisar de um intervalo entre elas.

No caso de estar com gripe e estar apto a tomar a vacina, o ideal é tomar após trinta dias do começo das ocorrências e para o COVID, 48h após o fim dos sintomas iniciais ou febre. A campanha de vacinação em massa pelo Ministério da saúde vai até o dia trinta e um de maio, menos na região Norte que segue um calendário próprio.

Brasil apresenta aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave

Nesta quinta-feira (28), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um novo boletim da InfoGripe acerca do crescente número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave pelo país.

Em nota, a Fundação explica que as ocorrências estão espalhadas por vários estados, mas que a causa das condições variam de diferentes vírus respiratórios como, influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.

Ainda com base nas informações, a Fiocruz classifica o aumento dos casos a longo prazo, baseando-se no intervalo de seis semanas. Os dados obtidos e compartilhados são referentes à Semana Epidemiológica, que compreende o período de 17 até 23 de março.

Mais detalhes dos casos nas regiões do Brasil


Registro de um teste de Covid-19 sendo realizado (Reprodução/Sandro Araújo/Agência Saúde DF/Brasildefato.com)

De acordo com o boletim, os grupos mais afetados atualmente pela SRAG são as crianças, os jovens e adultos. Além disso, houve uma interrupção de conexão dos casos da síndrome com o vírus da Covid-19 sobretudo nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. No entanto, um aumento dos casos motivado pelo vírus da influenza A foi apontado no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do país.

Marcelo Gomes, Pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz e coordenador do Infogripe, alerta a população acerca dos cuidados a serem tomados ao apresentar sintomas de infecções respiratórias.

Segundo Gomes, é imprescindível o encaminhamento dos pacientes para um centro médico para a confirmação do diagnóstico. Além disso, o especialista também relembra do uso de máscaras ao sair de casa e da vacinação da gripe que deve ser feita anualmente pela população.

O que é a Síndrome Respiratória Aguda Grave

A Síndrome Respiratória Aguda Grave pode ser desenvolvida a partir de casos gripais comuns, oriundo de sintomas como, febre, calafrios e tosse constante. No entanto, o paciente que avança para a condição da SRAG pode apresentar ocorrências mais severas como, falta de ar, baixa saturação de oxigênio e coloração azulada no rosto.

Em relação ao tratamento adequado, devido a gravidade da condição, muitos pacientes são conduzidos para a intubação, a fim de que facilite a chegada de ar nos pulmões. Ademais, a aplicação de remédios para a febre e outras dores, atrelado ao uso de soros para uma melhor hidratação, também configuram-se como medidas recomendáveis.