Papa alerta para fome em Gaza após trégua de Israel

O Papa Leão XIV alertou neste domingo (27) para a grave crise humanitária em Gaza, onde a população enfrenta fome extrema devido à guerra e à falta de ajuda. Durante a oração do Angelus, o pontífice pediu um cessar-fogo imediato, a libertação dos reféns e o respeito às leis que protegem civis em conflitos armados.

Israel anuncia pausa militar e mais ajuda a Gaza

Israel anunciou neste domingo que vai interromper as operações militares por 10 horas diárias em partes de Gaza para facilitar a entrada de ajuda humanitária. A decisão ocorre em meio a uma crise severa. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 127 pessoas já morreram de desnutrição desde o começo da guerra, incluindo 85 crianças. Nas últimas semanas, dezenas de moradores perderam a vida por falta de comida.

Apesar da situação, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse em um evento em Jerusalém que não há uma política de fome em Gaza.

Na semana passada, grupos de ajuda humanitária alertaram que os 2,2 milhões de moradores de Gaza enfrentam fome generalizada. O cenário aumenta a preocupação internacional com a grave crise humanitária na região.


Papa Leão XIV comenta sobre a fome em Gaza e pede um cessar-fogo (Foto: reprodução/X/@Pontifex_pt)

Netanyahu nega fome enquanto crise se agrava

A ONU afirmou na semana passada que pausas nas ações militares poderiam ajudar a ampliar o envio de ajuda humanitária. Segundo a organização, Israel não tem oferecido rotas alternativas suficientes para os comboios, o que dificulta o acesso às áreas mais afetadas.

Israel, que reduziu drasticamente o envio de ajuda para Gaza em março e reabriu com novas restrições em maio, diz estar comprometido em permitir a entrada de suprimentos, mas Israel insiste que precisa controlar a ajuda para evitar que os suprimentos sejam desviados pelo Hamas. O governo afirma que já enviou comida suficiente durante o conflito e culpa o grupo palestino pelo sofrimento da população. Na última sexta-feira (24), Israel e os Estados Unidos deixaram as negociações de cessar-fogo com o Hamas, alegando que o grupo demonstrou não estar disposto a fechar um acordo.

Israel anuncia trégua parcial e envio de suprimentos a Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo (27), que não há fome em Gaza, já que Israel tem permitido a entrada de ajuda humanitária durante a guerra. No mesmo dia, o governo israelense anunciou a suspensão das operações militares por 10 horas diárias em partes da Faixa de Gaza e a abertura de novos caminhos para o envio de suprimentos. Jordânia e Emirados Árabes Unidos também ajudaram, lançando alimentos e remédios por via aérea para os moradores da região.

Esforços de ajuda e pressão sobre Israel

De acordo com Benjamin Netanyahu, Israel tem permitido a entrada de ajuda humanitária em volumes exigidos pelo direito internacional. Ele afirmou que, desde o início da guerra, quase 2 milhões de toneladas de alimentos foram enviadas à Faixa de Gaza e que, no momento, centenas de caminhões com suprimentos ainda aguardam do lado israelense da passagem de Kerem Shalom.

Depois que imagens de palestinos passando fome chamaram a atenção do mundo, Israel começou a receber mais críticas de outros países por causa da situação em Gaza. O governo, no entanto, nega culpa pela crise humanitária. Enquanto isso, as conversas de paz entre Israel e o Hamas, que aconteciam em Doha, foram interrompidas e, por enquanto, não há sinal de um acordo.


Benjamin Netanyahu dizendo que não há política de fome em Gaza (Vídeo: reprodução/X/@netanyahu)

Negociações e situação atual

O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, afirmou que a resposta do Hamas demonstrou uma falta de desejo de alcançar um cessar-fogo. Em resposta, o Hamas acusou os mediadores de sabotarem os esforços de paz .

Militares israelenses informaram que, a partir deste domingo, rotas seguras para a passagem de comboios com alimentos e medicamentos estão funcionando todos os dias, das 6h às 23h.

Durante uma visita à Escócia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que Israel precisa decidir o que vai fazer a partir de agora em Gaza. Ele comentou que não sabe o que deve acontecer depois que as negociações por um cessar-fogo e a libertação de reféns com o Hamas fracassaram.

Israel anuncia pausa humanitária parcial em Gaza

As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram que uma pausa humanitária nos combates em Gaza começará neste domingo (27). A princípio, a medida busca permitir o lançamento aéreo de suprimentos e a criação de corredores para entrega de ajuda coordenada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Contudo, as operações militares seguem em outras áreas do território.

Segundo o comunicado das IDF, a trégua será limitada as regiões densamente povoadas, portanto, não significa o fim das ofensivas contra o Hamas. O governo israelense afirma que continuará atuando para libertar reféns e enfraquecer o grupo armado.

Pressão internacional e crise humanitária

A decisão ocorre em meio à crescente pressão de organismos internacionais. A ONU e a União Europeia pediram que Israel facilite o envio de ajuda à população civil. Desde maio, bombardeios constantes e a escassez de alimentos já mataram mais de mil pessoas. Ainda assim, o governo israelense nega a existência de fome generalizada na Faixa de Gaza e culpa o Hamas de desviar os alimentos destinados à população civil.


Fome em Gaza vira arma de guerra (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Anteriormente, o comissário da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, Philippe Lazzarini, alertou para o agravamento da fome entre civis e trabalhadores humanitários. Segundo ele, “uma em cada cinco crianças” apresenta desnutrição severa, e muitos profissionais da saúde desmaiam de exaustão nos hospitais.

Números alarmantes do conflito

O Ministério da Saúde de Gaza estima que, desde o início da ofensiva israelense em outubro de 2023, mais de 58 mil palestinos morreram e 138 mil ficaram feridos. A ONU afirma que grande parte das vítimas são mulheres e crianças.

Além das mortes, a fome e o deslocamento forçado se intensificaram: mais de 700 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas desde março. Logo, a intensificação da ofensiva afetou mais de 80% do território. Relatos de jornalistas locais descrevem risco iminente de morte por desnutrição em várias regiões do território.

Israel autoriza envio de ajuda humanitária a Gaza em meio a agravamento da fome

As autoridades israelenses anunciaram nesta sexta-feira (25) a autorização para novos lançamentos aéreos de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A operação está sendo coordenada pelas Forças Armadas de Israel e pelo COGAT (Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios), agência responsável pelo controle de entrada de assistência no território palestino. Segundo os israelenses, a liberação da ajuda deve ocorrer nos “próximos dias”, com apoio logístico da Jordânia e dos Emirados Árabes Unidos.

Fome e bloqueio: civis e funcionários da ONU relatam desespero

Apesar da promessa de novos lançamentos, a crise humanitária em Gaza já atinge níveis alarmantes. Desde o agravamento do conflito entre Israel e o grupo Hamas, a população civil da Faixa de Gaza enfrenta severas restrições ao acesso a alimentos, água e medicamentos. O cerco imposto por Israel dificulta significativamente a chegada e distribuição de suprimentos essenciais.

Entidades internacionais e agências de direitos humanos acusam o governo de Benjamin Netanyahu de bloquear sistematicamente a entrada de ajuda humanitária no território. Relatos indicam ainda que funcionários da ONU também têm enfrentado escassez de alimentos e condições precárias para exercer suas funções.


Moradores de Gaza se reúnem em torno de entidade beneficente na tentativa de conseguir alimentos, após dias de fome sob o bloqueio de Israel (Foto: reprodução/Khames Alrefi/Getty Images embed)


OMS responsabiliza bloqueio israelense por fome em Gaza

Na última quarta-feira (23), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que centros de distribuição de comida em Gaza se transformaram em alvos de violência, o que agrava ainda mais a crise. Ele responsabilizou o bloqueio imposto por Israel como o principal fator da fome generalizada no território.

A nova autorização de ajuda representa um passo diante da pressão internacional, mas continua longe de resolver a situação. Enquanto o envio de suprimentos não se concretiza, milhares de civis palestinos permanecem em estado de emergência, com fome e sem perspectivas de alívio imediato. A liberação anunciada é um gesto simbólico, mas a resolução duradoura da crise dependerá do fim dos bloqueios e de uma resposta humanitária contínua e efetiva. Sem garantias de acesso seguro e regular à ajuda, o sofrimento da população de Gaza tende a se prolongar, deixando cicatrizes profundas e duradouras no território.

Primeiro-Ministro do Canadá acusa israel de bloquear as ajudas humanitárias a Gaza

O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, criticou Israel por violar o direito internacional e impedir a entrega de auxílio financeiro à população de Gaza. O ministro, que usou suas redes sociais, classificou os recentes acontecimentos como um “desastre humanitário em Gaza” e pediu que todas as partes envolvidas no conflito negociem um cessar-fogo.

“O Canadá apela a todas as partes para que negociem um cessar-fogo imediato de boa-fé. Reiteramos nossos apelos para que o Hamas liberte imediatamente todos os reféns e para que o governo israelense respeite a integridade territorial da Cisjordânia e de Gaza”, escreveu Carney.


Primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney (foto: reprodução/X/@MarkJCarney)


O Canadá, que sempre defendeu a criação de dois Estados para ambos os países, a fim de garantir a paz e a segurança dos civis palestinos e israelenses, afirmou que fará o possível para que os fóruns aceitem esse acordo e coloquem um fim ao conflito. Ele também anunciou uma conferência de alto nível da ONU na cidade de Nova York, que buscará uma solução favorável para israelenses e palestinos.

A fome em Gaza

Um vídeo publicado nesta quinta-feira (24) pela agência Reuters mostra crianças palestinas em estado grave de desnutrição sendo atendidas em um hospital de Khan Younis, na Faixa de Gaza. Enquanto a ONU e organizações humanitárias pressionam Israel, o governo de Benjamin Netanyahu afirma que o grupo Hamas e a própria ONU dificultam a entrega de alimentos à população.

Mais de cem organizações humanitárias e de direitos humanos alertaram sobre a crescente “fome em massa” que afeta os mais de 2 milhões de palestinos em Gaza. A ONU descreve a situação como um verdadeiro “show de horrores”.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA), órgão ligado às Nações Unidas, afirmou nesta semana que a crise alimentar em Gaza atingiu níveis inéditos de desespero, com um terço da população passando vários dias sem se alimentar.

Na quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) comunicou que 21 crianças com até cinco anos morreram de desnutrição em 2025.

“‘As pessoas em Gaza não estão nem mortas nem vivas, são cadáveres ambulantes’, disse-me um colega em Gaza nesta manhã”, afirmou Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina.


Primeiro-Ministro do Canadá acusa israel de bloquear as ajudas humanitárias a Gaza (foto: reprodução/Embed/getty images)


Brasil comunica adesão a ação contra Israel

Nesta quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que o Brasil está em processo de adesão formal à ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), vinculada à ONU. Segundo o Itamaraty, a participação brasileira está na “fase final”. A ação foi iniciada em dezembro de 2023, quando o governo sul-africano acusou autoridades israelenses de praticarem “genocídio” contra o povo palestino.

A África do Sul solicitou à Corte Internacional que responsabilize Israel por supostas violações da Convenção sobre o Genocídio e assegure proteção imediata e ampla ao povo palestino. Em comunicado oficial, o governo brasileiro manifestou “profunda indignação diante dos repetidos atos de violência contra civis palestinos, que ocorrem não apenas na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia”.

O conflito começou em outubro de 2023, após um ataque do grupo Hamas. No dia 7 de outubro, 251 pessoas foram feitas reféns, e Israel acredita que 50 delas ainda estejam na Faixa de Gaza, com cerca de 20 possivelmente vivas. Desde então, mais de 59 mil palestinos morreram e outros 143 mil ficaram feridos em Gaza, segundo dados divulgados pelas autoridades de saúde locais, até esta quarta-feira (23).

Conflito em Gaza deixa população sem alimento, afirma jornalista

Jornalistas da rede de televisão britânica — BBC, Reuters, Agence France-Presse e Associated Press — alertaram que seus correspondentes em Gaza estão sob risco iminente de morrer de fome, diante das severas restrições à entrada de alimentos no território. Em um comunicado conjunto, as organizações expressaram profunda preocupação com a sobrevivência de seus profissionais e de suas famílias, que estão sendo diretamente impactados pela crise humanitária provocada pela guerra.

Crise humanitária em Gaza

Desde o início da ofensiva militar israelense em outubro de 2023, em resposta a um ataque do Hamas, a Faixa de Gaza tem sido alvo de intensos bombardeios e operações terrestres. De acordo com o Ministério da Saúde local, mais de 58 mil palestinos foram mortos e outros 138 mil ficaram feridos até meados de julho de 2025. Israel afirma que cerca de 20 mil das vítimas eram combatentes do Hamas. A ONU estima que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças.

Além das mortes e dos ferimentos, a fome tornou-se uma ameaça concreta. O Programa Mundial de Alimentos informou que mais de 700 mil pessoas foram deslocadas desde março, quando as Forças Armadas de Israel intensificaram a ofensiva e emitiram 54 ordens de evacuação, afetando mais de 80% do território. A distribuição de alimentos também virou alvo de ataques: 798 pessoas morreram tentando obter ajuda alimentar entre maio e julho, segundo a ONU, sendo a maioria em locais de distribuição ou rotas de comboios humanitários.

As agências pedem que Israel permita o acesso de jornalistas e garanta suprimentos alimentares para a população local. Com Gaza devastada, 86% da região está sob ordens de deslocamento ou militarizada, o que obriga milhares a viver em abrigos improvisados e prédios destruídos. A população, que era de mais de 2,2 milhões em 2023, caiu para pouco mais de 2,1 milhões, segundo dados palestinos.


Crianças palestinas carregam tigelas vazias durante uma marcha exigindo o fim da guerra e o fim da fome (Foto: reprodução/Ahmad Hasaballah/Getty Images Embed)


Civis mortos, Israel e Gaza

Do lado israelense, 1.650 pessoas morreram desde outubro de 2023, incluindo 1.200 no primeiro dia do ataque do Hamas. Quase 450 soldados foram mortos em combate desde o início da operação terrestre, com dezenas de militares feridos e cerca de 50 reféns ainda mantidos em Gaza, segundo autoridades israelenses.

A situação, cada vez mais crítica, evidencia o colapso das condições básicas de vida na Faixa de Gaza — inclusive para os profissionais encarregados de relatar a tragédia ao mundo.

Gaza: Funcionários da ONU desmaiam de fome, alerta o chefe da agência para refugiados palestinos

Segundo denúncia feita nesta terça-feira (22) por Philippe Lazzarini, Comissário-geral da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA), funcionários da ONU, incluindo médicos e trabalhadores humanitários, estão desmaiando de fome e exaustão enquanto atuam na Faixa de Gaza. A situação extrema reflete o colapso humanitário no enclave e profissionais encarregados de prestar socorro enfrentam escassez severa de alimentos em condições de trabalho precárias.

Sinal de alerta

Em uma sequência de publicações em suas redes sociais, Philippe Lazzarini chama a atenção para o que ocorre na região. O comissário-geral informa que profissionais do serviço de ajuda humanitária em Gaza se alimentam uma vez ao dia, apenas com “lentilhas” e que esta situação coloca em risco o “sistema humanitário” em sua totalidade. A falta de suprimentos básicos tem feito os profissionais desmaiarem enquanto trabalham. 


Publicação do comissário-geral da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, sobre a situação em Gaza (Foto: reprodução/X/@UNLazzarini)

Outro alerta feito por Lazzarini refere-se à população civil Palestina em geral. Segundo o comissário, essas pessoas “estão como cadáveres ambulantes” e “uma em cada cinco crianças” sofrem de desnutrição severa. O funcionário da UNRWA afirma que a situação piora com o passar dos dias, devido ao esgotamento de suprimentos básicos para atender à população Palestina.

Conforme informou, as crianças em situação de vulnerabilidade necessitam, urgentemente, de ajuda, por estarem “fracas e magras”. Caso contrário, correm risco de morte por desnutrição. Lazzarini segue relatando o cenário, informando que a existência da população Palestina no enclave está “ameaçada”


População Palestina em Gaza à espera de alimentos (Fotos: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Por fim, o chefe da UNRWA pede que a ajuda humanitária realizada pela agência entre no enclave. Segundo Lazzarini, há o “equivalente a 6.000 caminhões carregados de alimentos e suprimentos médicos na Jordânia e no Egito”, esperando autorização do exército israelense para acesso à região e à população Palestina.

Ataque à sede da OMS

O cenário descrito por funcionários de agências de ajuda humanitária, jornalistas de guerra e civis palestinos, voltam os holofotes em direção à Faixa de Gaza. O alto comissariado da ONU informou que suprimentos básicos, com o passar dos dias, tornam-se escassos, colocando em risco a vida da população. 

Em coletiva de imprensa, o porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tarik Jasarevic, também alertou sobre a situação. Segundo Jasarevic, o exército israelense atacou a sede da organização, na última investida por terra, na cidade de Deir al-Balah, região central da Faixa de Gaza. O fato ocorreu na última segunda-feira (21), em nova escalada do conflito entre Israel e o grupo Hamas, em curso desde de outubro de 2023.


Relato de ataques à sede da OMS em Gaza (Vídeo: reprodução/Instagram/@who)


Conforme dados apresentados pela ONU, há um deslocamento interno da população Palestina. Estima-se que cerca de 1,9 milhão de pessoas vivam em abrigos improvisados, deslocando-se permanentemente a cada investida do exército de Israel. Segundo declarações, famílias são dizimadas a cada dia, à espera de comida, medicamentos e ajuda necessária para a sobrevivência em uma região devastada pela guerra, sem indícios para um cessar-fogo imediato. 

20 países pedem fim imediato da guerra em Gaza no Oriente Médio

Nesta segunda-feira (21), mais de 20 países, incluindo a França, Reino Unido, Japão, Itália, Canadá e outros pediram o fim imediato do conflito em Gaza, fazendo um apelo pela distribuição de insumos básicos de forma justa e emergencial, como água e comida para os civis palestinos afetados pelo conflito, criticando o modelo atual de distribuição de ajuda do governo de Israel.

Apelo internacional

Os 20 países fizeram uma declaração conjunta apelando para o fim do conflito na faixa de Gaza, alegando que mais de 800 palestinos foram mortos quando tentavam buscar ajuda. Na declaração, também criticaram o modelo atual de ajuda imposto pelo governo israelense, chamando de “distribuição de ajuda por gotejamento e assassinato desumano de civis“.


A maioria dos civis mortos estavam nas proximidades da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), fundação que os Estados Unidos e Israel apoiaram para liderar a distribuição de ajuda humanitária na faixa de Gaza, liderada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Crianças esperam em fila para pegar comida oferecida por cozinhas solidárias em Gaza (Foto: reprodução/REUTERS/Saleh Salem)

Reforçaram que o modelo atual de ajuda é perigoso e que alimenta a instabilidade, além de privar os civis de sua dignidade humana, que tem sido dificultado nos últimos dias para os civis.

Pressão externa e interna

Países que apoiam e são aliados de Israel também estão se posicionando a favor do fim do conflito em Gaza, sendo um deles os Estados Índios, o seu maior aliado. 

A GHF usa empresas privadas de segurança e logística dos Estados Unidos para levar suprimentos básicos para os civis em Gaza, contornando um sistema de ajuda humanitária liderado pela ONU. O governo de Israel alega que o sistema possibilitou que militares libertados do Hamas saqueassem carregamentos de ajuda para civis afetados pela guerra. O grupo Hamas nega a alegação do governo israelense. 

A ONU considera o sistema de ajuda do GHF como inseguro e uma violação dos padrões de imparcialidade humana no conflito.

Brasil apoia ação na ONU contra Israel por genocídio

Em 23 de julho de 2025, em Brasília, o governo brasileiro anunciou formalmente sua adesão à ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), da ONU, que acusa Israel de cometer genocídio contra o povo palestino. A decisão foi motivada pelas contínuas violações de direitos humanos observadas pelo Itamaraty nas regiões da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, no contexto do conflito iniciado em outubro de 2023. O posicionamento, que faz parte da atual política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi divulgado em nota oficial e reafirmado pelo chanceler Mauro Vieira, durante reunião do Brics e em declarações à imprensa internacional.

Conflito em Gaza e críticas à atuação israelense

A decisão brasileira foi tomada após sucessivas denúncias de massacres contra civis, destruição de infraestrutura civil, ataques a locais religiosos e uso da fome como arma de guerra por parte de Israel. Segundo o Itamaraty, os episódios violam normas do Direito Internacional e da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, adotada em 1948 pela ONU.

Além da adesão formal à ação liderada pela África do Sul, o governo brasileiro voltou a condenar publicamente as ações militares de Israel na região, classificando-as como “carnificina” e “genocídio”, conforme declarou o chanceler Mauro Vieira. Em diversas ocasiões, tanto o ministro quanto o presidente Lula vêm exigindo um cessar-fogo imediato e o envio ininterrupto de ajuda humanitária à população Palestina.

Reações e repercussões diplomáticas

A decisão foi criticada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), que afirmou que o governo Lula abandonou a tradicional neutralidade da política externa brasileira. Em nota, a entidade acusou o Itamaraty de adotar “falsas narrativas” e afirmou que responsabilizar Israel pelas mortes em Gaza é uma distorção dos fatos. A Conib também argumentou que a acusação de genocídio é “falsa e perversa” e desrespeita a memória do Holocausto.


Cidade de Gaza destruida apos as guerras (Foto: reprodução/Unsplash/mhmedbardawil)

Segundo a organização, o Hamas, apontado por diversos países como grupo terrorista, iniciou o conflito ao atacar Israel em outubro de 2023 e utiliza civis como escudos humanos, agravando a crise. Para a Conib, qualquer ruptura no relacionamento histórico entre Brasil e Israel é equivocada e não representa a vontade da maioria dos brasileiros.

Ainda segundo o Itamaraty, a adesão à ação internacional é necessária para combater a impunidade e reafirmar o compromisso do Brasil com o multilateralismo e o respeito ao direito internacional humanitário.

Ajuda humanitária e impasse político no Conselho de Segurança

Mais de 100 organizações humanitárias já alertaram sobre o risco iminente de fome generalizada em Gaza. O Itamaraty também lamentou a paralisia do Conselho de Segurança da ONU, devido ao poder de veto dos membros permanentes. “A comunidade internacional não pode assistir inerte à destruição de vidas civis”, declarou Vieira. Enquanto isso, cresce a pressão para que soluções diplomáticas e jurídicas tragam respostas concretas à população Palestina.

Mortes por desnutrição levam ONU e UE a pressionar Israel por ajuda em Gaza

Na última terça-feira (22), na Faixa de Gaza, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia (UE) pediram formalmente que o governo de Israel facilite a entrada de ajuda humanitária na região. A pressão internacional foi intensificada após relatos de que, somente nas últimas 48 horas, ao menos 20 pessoas teriam morrido de desnutrição. O episódio reforça uma onda de indignação global provocada por imagens de palestinos mortos enquanto tentavam acessar alimentos básicos.

Segundo autoridades das Nações Unidas, mais de mil pessoas já perderam a vida desde 27 de maio, data em que Israel iniciou operações conjuntas com os Estados Unidos para a distribuição de suprimentos. Ainda assim, o esquema montado foi descrito por a ONU como “uma armadilha mortal sádica”, destacando a gravidade do contexto humanitário.


Mãe chora a morte do filho Yehia, de apenas três meses, vítima de desnutrição em meio à crise de fome na Faixa de Gaza (Foto: reprodução/REUTERS/Hatem Khaled)

A porta-voz da Agência da ONU para Refugiados Palestinos afirmou que médicos, jornalistas e trabalhadores humanitários já enfrentam quadros extremos de fome e exaustão. De acordo com comunicado da agência France Presse, profissionais de imprensa não têm mais forças sequer para seguir com as reportagens — e correm risco de morrer se não forem retirados da região.

Reações internacionais expõem mal-estar com Israel

As críticas foram reforçadas por declarações de autoridades internacionais. Durante uma entrevista em Londres, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, classificou as imagens como “horrorizantes e nojentas”. Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que as cenas são “insuportáveis”.

O governo de Israel nega a existência de fome generalizada na Faixa de Gaza e acusa o Hamas de desviar os alimentos destinados à população civil. Em resposta, o Hamas atribuiu ao bloqueio e à escassez de insumos a responsabilidade pelas mortes.

A crise humanitária em Gaza continua sendo acompanhada com preocupação por órgãos internacionais, que pedem acesso seguro, contínuo e desobstruído para o envio de alimentos e suprimentos médicos.