Israel faz nova proposta de cessar-fogo nos conflitos em Gaza

Uma emissora afiliada ao governo do Egito trouxe uma informação de que Israel havia dado uma nova proposta de cessar-fogo ao conflito realizado na Faixa de Gaza. O grupo terrorista Hamas, considerou a oferta, porém um alto funcionário afirmou que pelo menos dois dos elementos do acordo eram inviáveis. Esta medida de cessar-fogo se une a várias outras, como a que ocorreu no final de janeiro, terminando no mês de março.

A nova proposta de Israel

A emissora egípcia Al Qahera News TV, que é associada ao governo do Egito, apresentou uma nova proposta de Israel para criar um novo cessar-fogo contra a organização terrorista Hamas, na região de Gaza. O grupo terrorista foi informado do acordo, porém uma figura de autoridade afirmou que não concordavam e não cederiam a pelo menos duas cláusulas do acordo

O grupo palestino disse em um comunicado que a proposta estava em análise, e uma resposta seria entregue assim que possível. Um representante do Hamas, Sami Abu Zuhri, declarou à Reuters que dentro da proposta dada por Israel não era considerado a sua principal exigência que seria um fim às medidas ofensivas de Israel. Outro elemento da proposta era que houvesse, pela primeira vez, o desarmamento do Hamas, na próxima etapa das negociações. Sami Abu Zuhri, no entanto, negou essa medida, afirmando que isso estava fora de cogitação e não seria discutido e nem considerado pelo grupo. Israel não fez comentários imediatamente sobre o acordo.


Destroços de prédios , devido aos conflitos em Gaza (Foto: reprodução/OMAR AL-QATTAA/AFP/Getty Images Embed)


O Hamas está pronto para entregar os reféns de uma só vez em troca do fim da guerra e da retirada das forças militares israelenses de Gaza”, informou Abu Zuhri.

Fontes egípcias e palestinas informaram que a última rodada de negociações, feita no Cairo, para restaurar cessar-fogo e libertar reféns israelenses, terminou sem avanços. O Hamas insiste que para acabarem com o conflito, Israel deve se comprometer a terminar a guerra e a retirar suas forças da Faixa de Gaza, conforme o último cessar-fogo, que ocorreu no final de janeiro, tendo seu fim em meados de maio. Israel, porém, disse que não acabará com a guerra a não ser que o Hamas seja eliminado e que reféns mantidos em Gaza sejam devolvidos.

Consequências de guerra

De acordo com autoridades de saúde de Gazas, as forças militares israelenses, desde o mês anterior, ceifaram a vida de mais de 1.500 palestinos. O grupo terrorista Hamas moveu centenas de milhares de pessoas e impôs um bloqueio a qualquer suprimento que entrar nos limites do território.


Médico cuidando de cidadão palestino ferido (Foto: reprodução/Mahmoud Issa/Anadolu/Getty Images Embed)


Em meio a essa situação, 59 reféns israelenses continuam com os militantes. Israel ainda crê que 24 desses reféns ainda permanecem vivos.

Após seis semanas de bloqueio palestinos em gaza enfrentam falta de comida

Após Israel cortar completamente, o fornecimento de 2,3 milhões de moradores que residem na faixa de Gaza, os alimentos já estão se esgotando, e a preocupação começa a pairar na região. As distribuições que eram feitas de maneira emergencial, estão chegando ao seu fim, tendo em vista ainda que as padarias e os mercados estão sem nada para poder fornecer aos moradores do local. O país liderado por Benjamin Netanyahu bloqueou os envios de alimentos, entre outras coisas, há cerca de seis semanas.

Situação

Algumas famílias estão tentando se virar da sua forma, Rehab Akhras e sua família, usaram papelão para acender fogueira e poder ferver o feijão, ela demonstra uma certa preocupação com o que pode ocorrer aos seus familiares, se caso ficarem sem alimentação nos próximos dias, segundo a mesma são 13 pessoas que precisam de alimentos, para não passarem fome, informou ainda que apesar de ter sobrevivido a guerras e atentados, não conseguiria sobreviver caso haja falta de comida para eles.


Palestinos andando pelas ruas de Gaza no dia 8 de abril (foto:reprodução /Madji/fathi/Getty Images Embed)


Fornecimento

Grande parte do fornecimento de comida, era feito pelo mundial de alimentos (PMA), eles forneciam cerca de 25 padarias localizadas na faixa de Gaza. No momento os estabelecimentos comerciais em que recebiam essa ajuda com suprimentos, se encontram fechadas, e, além disso, terá que ser encerrado a distribuição de cestas básicas, que eram feitas em porções reduzidas. Conforme Juliette Touma da UNRWA, agência pertencente a ONU que está designada a ajudar a Palestina, informou.


Acusação

Homens do Hamas estão sendo acusados pelo exército israelense de explorarem da ajuda humanitária. Segundo as Forças de defesa de Israel(FDI), eles não irão fornecer ajuda para os que eles chamam de terroristas, informou os militares de Israel. O Ministério das relações exteriores falou que 25 mil caminhões haviam entrado em Gaza nos últimos 42 dias enquanto ocorria o cessar-fogo entre os países, antes de acontecer o fechamento da fronteira nos primeiros dias de março.

Ainda não se sabe quando Israel voltara a fornecer alimentação para a Palestina.

ONU classifica local onde corpos de funcionários foram encontrados como “vala comum”

Corpos de médicos do movimento humanitário membros do Crescente Vermelho Palestino foram recuperados de uma cova na areia no sul da Faixa de Gaza, informações que foram dadas pela Organização das Nações Unidas Unidas, os oito médicos foram atacados e mortos, a mais de uma semana.

Segundo site CNN, o chefe da agência da ONU, para refugiados palestinos( UNRWA), Philippe Lazzarini, em sua rede social, relatou  em publicação nesta segunda-feira,  que os corpos “foram descartados em covas rasas, e que esta situação  é uma profunda violação da dignidade humana”. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha fez uma declaração neste último fim de semana dizendo estar chocado com as mortes.

Voluntários arriscaram sua vidas para dar apoio a outros

O Comitê ainda informou que “os corpos foram recuperados e identificados para assim ter um enterro digno, e ainda enfatizou que os voluntários e funcionários arriscaram suas próprias vidas para dar apoio a outros”.

Ainda segundo o site CNN, a Federação Internacional  das Sociedade Cruz Vermelha (FICV), informou que um trabalhador que pertence ao Crescente Vermelho ainda permanece desaparecido. Eles perderam a vida em meio a intensos ataques enquanto atuavam em uma missão de resgate na cidade de Rafah, em 23 de março, após uma retomada de ofensiva contra o Hamas, que ocorreu no início do mês.


Vídeo matéria sobre vala comum de membros do Crescente Vermelho Palestino ( Vídeo: reprodução/ YouTube/ @euronewsem portugal)

Foram recuperados também copos de seis agentes a Defesa Civil e um funcionários da ONU na mesma área, segundo informações do Crescente Vermelho Palestino, e embora eles tenham afirmado que as forças israelenses, tinham como seu alvo os trabalhadores, as declarações da Cruz Vermelha não chegou a atribuir culpa pelos ataques.

O Exército de Israel declarou que, no dia do ataque, suas tropas abriram fogo contra veículos que se aproximavam sem coordenação prévia e sem sinais visíveis de emergência. Segundo a versão militar israelense, entre os atingidos havia militantes do Hamas e da Jihad Islâmica.

A IDF repudia o uso contínuo de infraestrutura civil por organizações terroristas na Faixa de Gaza, além da utilização de instalações médicas e ambulâncias para fins terroristas. Jonathan Whittall, que é chefe do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU em Gaza, relatou que os corpos foram descobertos em uma área que ele caracterizou como uma “vala comum”, destacando que o local estava sinalizado pela luz de emergência de uma ambulância danificada.

Sobre violação das leis humanitárias

Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, em outubro de 2023, mais de mil profissionais da saúde foram mortos na Faixa de Gaza, de acordo com dados da ONU. O ataque gerou forte indignação entre organizações internacionais, que classificaram a ação como uma grave violação das leis humanitárias.

A Federação Internacional da Cruz e do Crescente Vermelho afirmou que essa foi a ofensiva mais mortal contra seus trabalhadores desde 2017.Vermelha e do Crescente Vermelho afirmou que essa foi a ofensiva mais mortal contra seus trabalhadores desde 2017.

Benjamin Netanyahu aumenta pressão sobre o grupo Hamas

No último domingo (30), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou, em entrevista, que aumentará a pressão sobre o grupo palestino Hamas caso não libertem os reféns mantidos em Gaza. A declaração de Netanyahu ocorre após o Hamas aceitar uma proposta de cessar-fogo, mediada pelo Egito e pelo Catar, que garantiria a libertação de cinco reféns israelenses por semana. 

No entanto, Benjamin Netanyahu, conjuntamente com o governo dos EUA, fez uma contraproposta para que o grupo palestino se desarme e deixe o território. Isso foi visto, segundo declarações de Sami Abu Zuhri, autoridade do grupo palestino, como uma “receita para uma escalada sem fim na região”. 


Discurso de Benjamin Netanyahu (Vídeo: reprodução/Instagram/@b.netanyahu)


Ainda segundo outra autoridade do grupo Hamas, Khalil al-Hayya, “abaixar as armas” é algo que o grupo não fará e que a proposta de cessar-fogo aceita refere-se à libertação de reféns. 

Contudo, Benjamin Netanyahu declarou que a pressão sobre o grupo é para garantir que os reféns israelenses voltem para casa. Também afirma que irá trabalhar para implementar o plano de saída voluntária de palestinos da Faixa de Gaza para outros países. 

Ataques em Gaza

No dia 14 de março (2025), o grupo palestino Hamas havia informado sobre a proposta de cessar-fogo em Gaza, no qual seriam libertos cinco reféns israelenses-americanos. Entre eles, o soldado Edan Alexander

Todavia, as negociações para a libertação não avançaram e, no dia 18 de março (2025), o exército israelense realizou ataques aéreos em Gaza, onde mais de 400 pessoas foram mortas e outras centenas ficaram feridas. No dia seguinte (19), os ataques continuaram por terra. 

Desde então, Israel tem realizado várias incursões na Faixa de Gaza, principalmente nas cidades de Khan Younis, ao sul, e Rafah, a oeste. 

Sobre os ataques, o primeiro-ministro de Israel informou estar conduzindo a libertação dos reféns “sob fogo, e, portanto, também é eficaz”. Em uma sequência de publicações nas redes sociais, Benjamin Netanyahu reforça que aumentará a pressão sobre o grupo palestino.


Discurso de Benjamin Netanyahu sobre os ataques a Gaza (Vídeo: Reprodução/X/@IsraeliPM)

Entretanto, o Crescente Vermelho Palestino, uma organização humanitária que funciona como um “braço” da Cruz Vermelha no Oriente Médio, incluindo Gaza, tem utilizado suas redes sociais para denunciar que os ataques realizados por Israel estão matando médicos, funcionários das organizações humanitárias, além de mulheres e crianças. 

Em uma de suas publicações, a organização relembra que ataques contra equipes médicas violam o direito internacional humanitário e as Convenções de Genebra. Na data de ontem (30), a própria Cruz Vermelha publicou uma homenagem aos médicos mortos pelos ataques do exército israelense. 


Publicação sobre as mortes de médicos do Crescente Vermelho Palestino (Foto: Reprodução/X/@ifrc)

Resposta do grupo Hamas 

Em resposta à ofensiva de Netanyahu a Gaza, o grupo palestino, por meio de comunicado, alertou que “toda vez que Israel tenta recuperar seus reféns à força, acaba trazendo-os em caixões”.


Discurso de Benjamin Netanyahu e resposta do grupo Hamas (Vídeo: reprodução/YouTube/@OLiberalPA)

Para o grupo Hamas, Israel deve implementar a segunda fase do acordo de cessar-fogo, que envolve a retirada das tropas israelenses do território de Gaza e a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos.

Israel aprova proposta para transferência voluntária de Palestinos da Faixa de Gaza

Uma nova proposta aprovada pelo gabinete de segurança de Israel possibilitaria a saída de palestinos da Faixa de Gaza em direção a países terceiros. Anunciada no último final de semana, a decisão gerou reações adversas de especialistas e organizações de direitos humanos. O ministro das finanças, Bezalel Smotrich, afirmou que a medida foi aprovada após sugestão do ministro da defesa, Israel Katz, e tem como objetivo permitir “uma transferência voluntária para moradores de Gaza que expressam interesse em se mudar”, respeitando a legislação israelense e internacional, além de alinhar-se com a visão do presidente do EUA, Donald Trump.

Riscos de deslocamento forçado

Entretanto, essa proposta levanta sérias preocupações entre especialistas. Críticos e entidades humanitárias apontam que, apesar do discurso de voluntariedade, a iniciativa pode ser vista como uma tentativa de expulsão forçada. Isso, por sua vez, poderia configurar um crime de guerra. No contexto atual de conflito, qualquer movimento que resulte em deslocamento em massa é considerado uma forma de limpeza étnica, de acordo com o direito internacional.


Ataques Israelenses em Gaza deixa ao menos 7 mortos Foto: (Reprodução/Instagram/perfilcombrasil)


As condições de vida em Gaza, que se deterioram significativamente devido aos ataques militares, reforçam essas preocupações. Organizações de ajuda relatam que a situação se tornou insustentável, e o secretário-geral adjunto da ONU para assuntos humanitários, Martin Griffths descreveu o território como “inabitável”, com civis enfrentando “ameaças diárias à sua própria existência”.

Posicionamento da autoridade Palestina oposta a Israel

Em resposta à proposta, a autoridade Palestina expressou uma firme oposição. A ministra de estado para Relações Exteriores, Varsen Aghabekian Shaheen, declarou à CNN no mês passado que os palestinos “estão firmes em permanecer em suas terras e não se mudarão”. Por outro lado, as autoridades israelenses sustentam que a adesão à proposta será inteiramente voluntária. Para isso, planejam criar uma estrutura interna que facilitará o movimento seguro de moradores que desejarem migrar, planejando rotas de saída, pontos de controle e a necessária infraestrutura para essa migração.

Países europeus pedem a retomada do cessar-fogo em Gaza

A retomada dos ataques em Gaza após a quebra do cessar-fogo tem gerado reações internacionais. França, Reino Unido e Alemanha pediram que Israel volte a respeitar o acordo e permita a entrada de ajuda humanitária na região, que enfrenta um colapso total nos serviços essenciais, como eletricidade, água e assistência médica. Além disso, os países exigiram que o Hamas liberte os reféns israelenses ainda em cativeiro.

Justificativa do novo bombardeio

O governo de Israel justificou os novos bombardeios afirmando que o Hamas recusou-se a libertar os reféns e ainda fez ameaças aos soldados israelenses. Esses fatores foram os mesmos que desencadearam o conflito em 7 de outubro de 2023. Segundo autoridades israelenses, o ataque aéreo do dia 18 de março é apenas o início de uma nova série de ofensivas, com o objetivo de enfraquecer a estrutura militar do Hamas e pressioná-los a libertar os reféns.

Internamente, o governo israelense enfrenta grande pressão da extrema-direita, que sempre se opôs ao cessar-fogo. Esse grupo político acredita que a única maneira de alcançar a paz seria a completa rendição do Hamas e a retomada dos assentamentos desocupados desde 2005. Esse posicionamento tem influenciado decisões do primeiro-ministro e das autoridades militares.

Tentativa de mediação

Diante da escalada do conflito, os ministros das Relações Exteriores de França, Reino Unido e Alemanha divulgaram um comunicado conjunto pedindo a Israel que permita a entrada de suprimentos essenciais, como água e eletricidade, e autorize evacuações médicas. Segundo a declaração, garantir esses direitos é um dever do Estado israelense conforme a lei humanitária internacional. Ao mesmo tempo, os líderes europeus também reforçaram o apelo para que o Hamas liberte os reféns.


Reunião da ONU em relação ao cessar-fogo (Foto: reprodução/x/@g1)

Enquanto os bombardeios continuam e a população de Gaza enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, cresce a pressão internacional para que ambas as partes retornem às negociações e busquem uma solução que minimize o sofrimento civil e traga estabilidade à região.

Manifestantes protestam após Netanyahu bombardear Gaza e acabar com cessar-fogo

Após o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu retomar a guerra em Gaza e violar o cessar-fogo com o Hamas, manifestantes protestaram do lado de fora do Knesset, o parlamento israelense, nesta quarta-feira (19). O fim do cessar-fogo acabou com trégua que durava dois meses.

Na Rodovia 1, estrada principal que liga Tel Aviv a Jerusalém, protestantes seguravam uma faixa com a frase “O futuro da coalizão ou o futuro de Israel” em referência às acusações de Netanyahu priorizar a solidez de sua coalizão governamental em vez da segurança de Israel, além dos reféns israelenses e palestinos em Gaza.

Essas acusações foram feitas após Israel bombardear Gaza na madrugada de terça-feira (18) e matar mais de 400 pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Esse foi um dos piores números de mortos em um único dia da guerra.


Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu bombardeou Gaza após dois meses de cessar-fogo (Foto: reprodução/Amir Levy/Getty Images Embed)


Para o primeiro-ministro, a retomada do conflito ajudou a fortalecer sua coalizão instável em meio ao andamento de seu julgamento por corrupção e antes de uma importante votação sobre o orçamento de Israel. No entanto, para muitos israelenses, a continuação da guerra traz desespero e desperta sentimentos de raiva com o governo. Para palestinos, é o fim do sossego que durou somente dois meses.

Interrupção do julgamento

Elias Shraga, o presidente do órgão de fiscalização jurídica Movimento para o Governo de Qualidade em Israel, que participou da manifestação do lado de fora do Knesset, disse que o conflito de Israel ainda acontece para que Netanyahu continue no poder. “Netanyahu queria escapar da justiça. Esta é a única razão pela qual estamos enfrentando o golpe de regime e esta guerra sangrenta. Esta é uma mistura perigosa”, disse à CNN.

Netanyahu iria testemunhar em seu julgamento de corrupção na terça-feira (18). A audiência foi cancelada por conta da retomada do conflito em Gaza, algumas horas antes do primeiro-ministro ir ao tribunal. Ele nega qualquer irregularidade.

“Uma razão pela qual ele queria escapar da justiça é porque ele quer manter sua coalizão e está pronto para sacrificar seu povo, é isso. É muito simples”, continuou Shraga, que ainda afirmou que a retomada da atividade militar mostra mais uma vez que o primeiro-ministro “não se importa com os reféns” do Hamas que seriam libertados sob o acordo de cessar-fogo.

“Estamos sacrificando nossos semelhantes neste momento, [enquanto] nosso [primeiro-ministro] vende sua alma”, declarou Shraga. Netanyahu alega que a pressão militar sobre o Hamas é necessária para o resgate de reféns.

Apoio da extrema-direita

O líder da oposição Yair Lapid também participou dos protestos de quarta-feira. Segundo ele, as manifestações tem como objetivo  “garantir que o governo entenda que não pode fazer o que quiser”

Com uma fita amarela que simboliza o apoio aos reféns em Gaza, Lapid contou à  que os manifestantes estão “tentando dizer às pessoas do mundo que Israel não ficará em silêncio quando eles estiverem tirando nossa democracia”.


Ex-primeiro-ministro e líder da oposição Yair Lapid (Foto: reprodução/Marc Israel Sellem/THE JERUSALEM POST)


O ministro de extrema direita que, contrário ao acordo de cessar-fogo, deixou o governo, parece ter retomado seu apoio a Benjamin Netanyahu. Após o bombardeio sangrento em Gaza, na terça-feira (18), seu partido Poder Judaico anunciou que se uniria novamente à coalizão do primeiro-ministro.

Yuval Yairi, um artista de Jerusalém, relatou à CNN que acredita na existência de razões políticas por trás da retomada dos combates. Ele diz que Netanyahu precisa de seus aliados de direita antes do prazo final de votação do orçamento em 31 de março. Ele crê que a guerra corrói a democracia de Israel.

“Estou muito preocupado com a possibilidade de uma guerra civil. Esta nação está dividida. Às vezes parece que não há saída. As pessoas não acreditam mais na democracia. Elas não acreditam na vida que tínhamos antes de tudo começar. Você vê a divisão: religião de um lado, secularismo do outro. Parece sem esperança”, contou Yairi.

Apoiadores de Netanyahu

Do lado de fora do Knesset também havia grupos apoiadores do primeiro-ministro. Na tenda do “Heroism and Hope Forum”, Margalit Yachad, uma motorista voluntária de ambulância compõe um grupo a favor da guerra contínua em Gaza. Ela acredita que Netanyahu age de acordo com o que é melhor para o interesses do país. “Não sei por que há tanto ódio sobre ele ou a direita. Devemos respeitar o líder primeiro e não dizer coisas horríveis sobre ele, porque o inimigo vê que estamos todos divididos em partes — e não podemos vencer assim”, relatou à CNN.

ONU denuncia violência sexual e genocídio de Israel em Gaza

Especialistas das Nações Unidas afirmam, em um relatório divulgado nesta quinta-feira, que Israel cometeu ‘atos genocidas’ na Faixa de Gaza, destruindo sistematicamente instalações de saúde sexual e reprodutiva e utilizando a violência sexual como estratégia de guerra.

Além disso, a Comissão de Investigação da ONU declarou que o Estado judeu ‘atacou e destruiu intencionalmente’ o principal centro de fertilidade palestino.

No mesmo documento, a comissão confirmou que ‘mulheres e adolescentes morreram devido a complicações durante a gravidez ou parto, devido às restrições impostas pelas autoridades israelenses‘.

Abusos e destruição

A ONU afirma que a recente destruição foi uma medida direcionada a impedir os nascimentos de palestinos em Gaza, configurando assim um ato genocida. Em seu relatório, documentou abusos como estupro de detentos, tratamento humilhante em centros de detenção e a forçação de vítimas a se despirem ou serem fotografadas e filmadas em circunstâncias degradantes.

Apesar da possibilidade de um cessar-fogo, o relatório destaca que esse tipo de violência passou a ser uma estratégia de guerra de Israel para destruir o povo palestino.


Mulheres palestinas em luto (Foto: reprodução/Omar AL-QATTAA/AFP/O Globo)

Israel rebate

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou o relatório, chamando-o de ‘absurdo’. Em um comunicado divulgado por seu gabinete, Netanyahu acusou o Conselho de Direitos Humanos da ONU de atacar Israel com acusações falsas.

Assim, Netanyahu, recentemente apoiado por Trump, afirmou que a comissão optou mais uma vez por atacar Israel com acusações infundadas. Por fim, o governo israelense acusou a comissão de ter uma agenda política tendenciosa e pré-determinada, tentando incriminar as Forças de Defesa de Israel.

Em conclusão, as autoridades do Estado judeu tentam argumentar que o país não está sujeito à jurisdição do TPI. No entanto, como os palestinos são signatários, isso significa que os crimes cometidos em seu território estão sob a competência do tribunal.

Entenda as tentativas de avanços no cessar-fogo entre Israel e Hamas

O ministro da Energia de Israel, Eli Cohen, anunciou neste domingo (9) o corte imediato do fornecimento de eletricidade para a Faixa de Gaza. Segundo ele, a medida tem como objetivo pressionar pela libertação dos reféns ainda mantidos pelo Hamas. Além disso, Cohen reforçou que Israel fará tudo ao seu alcance para eliminar o grupo da região.  

Enquanto isso, as negociações de cessar-fogo continuam. O Hamas busca iniciar conversas sobre a segunda fase do plano de trégua, mas Israel se opõe à ideia e mantém o foco exclusivo na troca de reféns, sem intenção de encerrar a guerra. Na última semana, o governo israelense interrompeu o envio de ajuda humanitária ao enclave, tentando pressionar o Hamas a seguir seus termos para a continuidade das negociações.  

Possíveis negociações entre Israel e o Hamas

Neste sábado (7), uma delegação do Hamas chegou ao Cairo para discutir os próximos passos do acordo. Após conversas com os Estados Unidos, Israel decidiu enviar representantes para participar das negociações nesta segunda-feira (10). Segundo autoridades israelenses, o país estaria se esforçando para avançar no diálogo. A guerra entre Israel e o Hamas, iniciada em 7 de outubro de 2023, começou após um ataque do Hamas que matou mais de 1.200 israelenses e levou à captura de centenas de reféns. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza, resultando em uma devastação sem precedentes e um alto número de mortos, a maioria civis palestinos. A crise humanitária se agravou rapidamente, com falta de alimentos, água, eletricidade e assistência médica.

Mais sobre o cessar-fogo

Após meses de combates intensos, houve tentativas de mediação para um cessar-fogo, principalmente por parte dos Estados Unidos, Egito e Catar. Alguns acordos temporários permitiram pausas nos ataques e a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, mas a violência continuou em diversos momentos.


Cidade de Gaza sendo reconstruída após intensos bombardeios (foto: reprodução/x/@Al_kuran)

O impacto foi profundo para ambos os lados: milhares de vidas foram perdidas, famílias foram destruídas e cidades foram reduzidas a escombros. Além disso, a guerra aumentou a polarização no cenário internacional, gerando protestos e debates sobre os direitos humanos e a legitimidade das ações militares.

Apesar dos esforços diplomáticos, um cessar-fogo duradouro ainda enfrenta desafios, pois as demandas de ambos os lados continuam distantes. O conflito reforçou um ciclo de violência que, sem soluções políticas e humanitárias concretas, ameaça se repetir no futuro.

“Haverá um inferno”, diz Donald Trump caso os reféns sejam mantidos em Gaza

O presidente Donald Trump, na data de ontem, quarta-feira (05), utilizou suas redes sociais para enviar um recado ao Hamas, quebrando um protocolo antigo de Washington de não negociar com grupos considerados terroristas pelos EUA. Trump inicia a mensagem informando que trata-se de um  “Olá ou um Adeus”, a depender das atitudes que o grupo islâmico terá daqui por diante. A postagem do presidente estadunidense é referente a situação dos reféns mantidos em Gaza e sua libertação.

Trump informa, ainda, que “um belo futuro aguarda Gaza”, porém caso o grupo Hamas não liberte os reféns, “haverá um inferno para pagar mais tarde” e que “está enviando a Israel tudo o que precisar para terminar o trabalho”. 

Segundo informações das Forças de Defesa de Israel, ao todo são 59 pessoas mantidas em cativeiro, das quais 35 estariam mortas. Cinco desses reféns são israelenses com cidadania americana. O Mossad, inteligência israelense, tem motivos para acreditar que 22 reféns ainda estão vivos e que o paradeiro de outras duas pessoas é desconhecido


Postagem do presidente Donald Trump para o Hamas (Foto: Reprodução/ Instagram/ @potus)


Contato direto entre EUA e Hamas 

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, não confirmou o contato entre EUA e Hamas, porém, em entrevista informou que Adam Boehler, um enviado especial dos EUA para assuntos estratégicos “tem autoridade para falar com qualquer um”. O que vai de encontro com informações publicadas pelo site Axio de que o governo de Donald Trump tem mantido conversas secretas com o grupo islâmico para a libertação dos reféns americanos em Gaza. 


Karoline Leavitt – porta-voz da Casa Branca (Foto: Reprodução/ Andrew Harnik/ Getty Images embed)


O gabinete do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu disse estar a par das negociações e que Israel “expressou a sua opinião sobre a questão das negociações com o Hamas”. Os EUA, também,  confirmaram que Israel foi consultado.

A atitude do governo americano, em Relações Internacionais, é chamada de “Diplomacia Secreta”. Utilizada para resolver conflitos e negociações sensíveis. Acontecem sem que o grande público ou até mesmo outros governos tenham ciência disso. No caso das reuniões entre EUA e Hamas, estas teriam acontecido em Doha, no Catar, nas últimas semanas. 

Um dirigente do grupo Hamas, em condição de anonimato, também confirmou o contato e que a comunicação foi feita por diferentes canais. 

Outro enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, viajaria esta semana para se encontrar com o Primeiro-Ministro do Catar e continuar com as tratativas para a libertação dos reféns em Gaza. No entanto, a reunião foi cancelada pois, segundo informações, não houve avanço nas negociações por para do Hamas.

Israel  e a suspensão de ajuda para Gaza

No último domingo (02), o governo de Israel informou que suspendeu toda ajuda humanitária para Gaza com fechamento de fronteiras. Contudo, as autoridades israelenses pontuaram que os suprimentos enviados a Gaza nos últimos meses são suficientes para um período de quatro a seis meses. 


Discurso do Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu suspendendo a ajuda humanitária em Gaza ( Vídeo: reprodução/ X/ @netanyahu)

A decisão da suspensão ocorreu após o grupo Hamas rejeitar a proposta de libertação de reféns, estendendo o cessar-fogo, apresentado pelos EUA. 

Por outro lado, o grupo Hamas disse que a proposta é uma forma de “evitar a implementação do acordo de reféns e cessar-fogo e negociar a segunda fase”. O grupo informa, ainda, que interromper a ajuda humanitária é “chantagem e crime de guerra”. Sendo uma violação do acordo anterior.