Presidente Trump celebra queda nos preços da carne nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou recentemente que um novo acordo comercial realizado por sua administração resultou em uma redução significativa nos preços da carne no país. “Estamos trabalhando com carne bovina, e acho que temos um acordo que vai reduzir o preço”, disse Trump, destacando que a negociação beneficia diretamente os consumidores americanos. A declaração foi feita em meio a discussões sobre inflação e custos de alimentação, temas que têm afetado o orçamento das famílias em todo o país.

Trump descreveu o acordo como quase uma “mágica”, enfatizando que a redução de preços era um objetivo difícil de alcançar diante do cenário econômico global. Ele ressaltou que a medida visa fortalecer a produção nacional de carne, incentivar o setor agrícola e melhorar a competitividade do mercado interno. A iniciativa surge em um momento em que o preço da carne tem sido motivo de preocupação para consumidores e para o governo.

Impacto econômico e resposta do setor

A redução nos preços da carne anunciada pelo governo Trump tem múltiplas implicações para a economia americana. Especialistas afirmam que a medida pode aliviar parte da pressão inflacionária enfrentada pelos consumidores, especialmente diante do aumento dos custos de alimentos e energia. Analistas do setor agrícola indicam que o acordo provavelmente envolve negociações de importação e exportação, cortes temporários em tarifas e incentivos a produtores locais, medidas que podem reduzir os preços finais nas prateleiras.

O presidente reforçou o tom da medida durante uma coletiva, afirmando: “Esse seria o único produto que diríamos estar um pouco acima do que queremos — talvez mais alto do que queremos — e isso também vai cair em breve. Fizemos algo, usamos nossa mágica”. A fala reforça a percepção de que a iniciativa é fruto de ação direta do governo, e não apenas uma tendência de mercado.

Produtores de carne, distribuidores e grandes redes de supermercados foram diretamente impactados pelo acordo. Alguns empresários celebraram a iniciativa, destacando que ela pode estimular o consumo e aumentar a demanda, mesmo que os lucros individuais sejam ligeiramente reduzidos devido à diminuição do preço de venda. Por outro lado, críticos alertam que a redução de preços deve ser monitorada para não comprometer a sustentabilidade do setor, especialmente para pequenos produtores que enfrentam custos elevados.

Além disso, a medida vem em um momento em que os preços da carne nos Estados Unidos estavam em alta, pressionados por custos de transporte, insumos agrícolas e eventos climáticos que afetaram a produção. Ao anunciar a redução, Trump buscou reforçar sua imagem como um presidente atento às necessidades do cidadão comum.


O presidente Donald Trump (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Anna Moneymaker)

Repercussão política e social

A declaração do presidente Donald Trump sobre o acordo gerou repercussão política imediata. Para aliados, a medida é um acerto estratégico que demonstra capacidade de negociação e foco em resultados práticos. A queda nos preços pode ser usada como argumento em campanhas e discursos, reforçando a ideia de um governo que busca soluções tangíveis para os desafios econômicos do país.

Do ponto de vista social, a redução nos custos de alimentos tem impacto direto no orçamento das famílias americanas. Muitos consumidores enfrentam dificuldades para equilibrar gastos essenciais, e o preço da carne é um dos itens mais sensíveis em qualquer cesta básica. Com a redução anunciada, famílias de diferentes classes podem perceber uma melhora no poder de compra, ainda que gradual.

Especialistas em políticas públicas ressaltam, no entanto, que a medida não resolve completamente os problemas estruturais da economia, como a inflação de longo prazo e os custos de produção agrícola, mas representa uma iniciativa de alívio imediato para os consumidores. Além disso, a comunicação clara das medidas é essencial para que o público compreenda o alcance real do acordo, evitando expectativas irreais.

A queda nos preços da carne, conforme anunciada pelo presidente, demonstra uma ação governamental direta voltada para o consumidor, com impactos econômicos e políticos relevantes. Enquanto aliados comemoram e consumidores observam aliviados a diminuição dos custos, analistas continuam avaliando os efeitos a longo prazo sobre o setor agrícola, a sustentabilidade dos preços e a dinâmica do mercado. Independentemente disso, a iniciativa coloca os preços da carne na agenda nacional, destacando a importância de políticas públicas e negociações estratégicas em momentos de inflação e desafios econômicos globais.

Após anúncio do tarifaço, preço dos alimentos cai no Brasil e aumenta nos EUA

Uma análise realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (CEPEA-Esalq), pertencente à Universidade de São Paulo (USP), indicou que os preços da carne (boi gordo), café e laranja diminuíram em julho, quando comparados ao mês anterior. A queda foi de 8,05%, 4,18% e 5%, respectivamente.

Em contraste, o índice de preços ao consumidor dos EUA (CPI), aferido pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho do país, pasta vinculada ao governo americano, revelou que produtos similares tiveram alta de 1,4% (carne moída), 2,2% (café) e 4,4% (laranja) em seu território.

Esse quadro se configura após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa superlativa sobre as exportações brasileiras, que se iniciará em 1º de agosto.

Uma possível explicação é que os produtores brasileiros dos referidos artigos, ao ter acesso dificultado a um dos mais importantes mercados do mundo, perderam capacidade de negociação e tiveram de diminuir preços para conquistar novos consumidores.

Há, porém, uma ressalva: se, por um lado, positivo para o consumidor, a diminuição do preço dos produtos agropecuários brasileiros pode desestimular produtores e afetar emprego e renda geral da população. 

Trump avança sobre produtos brasileiros

No dia 9 de julho, Donald Trump anunciou em carta endereçada ao presidente Lula a imposição de uma taxa de 50% para artigos produzidos no Brasil que entrassem nos EUA.


Donald Trump impôs uma taxação ao Brasil maior do que à de qualquer país, no momento (Foto: reprodução/Tasos Katopodis/Getty Images Embed)


A justificativa, de acordo com Trump, foi a suposta perseguição política a Jair Bolsonaro e restrições à liberdade de expressão de cidadãos americanos no Brasil, sendo essa última uma possível referência a casos em que o STF demandou ações de redes sociais envolvidas na difusão de fake news e ataques a instituições, como o X, de Elon Musk.

A medida trumpista ocorreu dois dias após o fim da Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro, que pautou políticas como desdolarização das trocas comerciais, democratização da inteligência artificial e governança global inclusiva. O evento diplomático reuniu os líderes das 11 maiores economias emergentes do mundo.

Medida estadunidense reforça imbróglio entre Bolsonaro e STF

A defesa de Trump a Bolsonaro culminou com um mal-estar interno entre ocupantes de diferentes poderes da federação.

Ao citar a oposição a Bolsonaro como uma das causas de sua atitude, Trump abriu margens para que o ex-presidente brasileiro passasse a vincular a revogação da medida americana à sua anistia. 

No dia 18 de julho, última sexta-feira, Bolsonaro foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal e imposição de medidas cautelares como recolhimento noturno domiciliar, proibição de se aproximar de embaixadas e obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica após a Procuradoria Geral da República denunciá-lo por 5 crimes ligados a uma suposta tentativa de golpe de Estado e identificar concreta possibilidade de fuga.

Na ocasião, o ministro do STF Alexandre de Moraes alegou que Jair Bolsonaro atentou contra a soberania nacional ao vincular o fim do tarifaço de Trump à sua anistia.

Nessa quarta-feira (23), Flávio Bolsonaro entrou com um pedido de impeachment de Alexandre de Moraes no Senado frente à decisão das medidas cautelares, segundo ele imparciais. Trata-se do 28º pedido de afastamento de Moraes da Corte Constitucional brasileira.

PIB argentino cai 1,7% no primeiro resultado anual de Javier Milei    

Embora tenha crescido no quarto trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina registrou queda de 1,7% no acumulado de todo ano passado. Os números são do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos, divulgados nesta quarta-feira (19).   

Este é o primeiro resultado anual do PIB durante a gestão de Javier Milei. De acordo com o Instituto, a queda na soma de toda riqueza produzida pela Argentina se deu pela redução no consumo público e privado e pelos setores importantes da economia argentina que fecharam em queda, como indústria, construção civil e comércio atacadista.     

Plano econômico de Milei impactou o PIB

Outro fator que desacelerou a economia em 2024 foi o pacote de corte de gastos apresentado pelo presidente argentino. Apelidado de ‘plano motosserra’, o objetivo era reduzir a inflação do país que superava o patamar de 200% ao ano.


Javier Milei comemora baixo resultado da inflação argentina (Foto: reprodução/Instagram/@javiermilei)


Por outo lado a equipe econômica de Javier Milei demitiu funcionários públicos, reduziu aumento de salário para aposentados e pensionistas, congelou reajuste do salário mínimo no país e paralisou de forma imediata obras do governo.  Como consequência, a pobreza cresceu, o consumo diminuiu e empresas que recebiam algum subsídio do governo faliram, aumentando o desemprego e freando o ritmo da economia argentina.    

Agricultura e mineração evitaram PIB menor

Além do mais, dos setores da economia, somente agricultura e mineração tiveram resultados positivos. Na soma anual, a agricultura cresceu 31,3%, devido ao aumento na produção de milho, soja, trigo e girassol. Uma safra de 163 milhões de toneladas que colocou o país entre os maiores exportadores de grãos. Outro ponto que vale destacar é a mineração, que cresceu 7,4% em 2024. Essa alta vem da exploração de lítio na região mais árida do país e coloca a Argentina entre os quatro maiores produtores de lítio do mundo.    

Inflação na Argentina

O plano econômico de Javier Milei, apesar de ter feito a pobreza e o desemprego aumentarem, cumpriu seu papel no que diz respeito à inflação. Sobretudo no acumulado de 2024, bateu 66,9% ao ano, embora alta, ainda assim, bem diferente de 214% dos anos anteriores. Agora, o que resta saber é se o ajuste econômico de Milei seguirá apresentando resultados e até quando será possível segurar o arrocho nas contas.  

Alta nos preços: Famílias de baixa renda gastam 22% de sua renda em alimentação 

Em estudo realizado pelo economista André Braz, coordenador de Índices de Preços da FGV, foi apontado que o custo da alimentação consome 22,61% do orçamento de famílias de baixa renda ( de 1 a 1,5 salário mínimo). Nos últimos anos, devido a conjuntos de fatores que incluem secas, enchentes, pandemia e alta do dólar, o aumento da inflação passou a ser mais recorrente. 


Inflação no Brasil em 2025 (Vídeo: Reprodução/Youtube/CNN)

Desde o início de 2020, a alimentação acumula alta de 55,87%, o que corresponde a uma porcentagem bem acima da inflação média (33,46%) medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE. De acordo com o economista Luiz Roberto Cunha, docente da PUC-Rio e especialista em inflação, por conta do crescimento acima da média da inflação desde o ano da pandemia, os preços dos alimentos estão em um patamar muito alto, portanto, qualquer alteração no preço afeta muito o consumidor. 

Governo Lula 

Apesar do crescimento desenfreado desde 2020, o ano de 2023 foi uma exceção. O primeiro ano do terceiro mandato do presidente Lula, manteve o preço do grupo alimentar praticamente instável para o orçamento dos consumidores, além de ter gerado leve queda de 0,52%. 

No entanto, atualmente o aumento do preço dos alimentos tem sido um dos maiores contribuintes para a queda de popularidade do governo. De acordo com Luiz Roberto Cunha, a previsão é que este grupo suba menos que a inflação média em 2025. Ainda sim, o especialista prevê que neste ano o IPCA termine em 5,03% e a inflação em 3,91%. 

Impacto nos consumidores

O aumento da inflação tem afetado tanto consumidores de rendas mais baixas quanto consumidores com rendas mais altas. Segundo os índices de inflação por faixa de renda, famílias com renda baixa e que recebem até R$2.202,02, o orçamento tem 29% de comprometimento pela alta das compras. 

De acordo com a economista Maria Andreia Parente, o impacto nos mais pobres pesa proporcionalmente mais, sobretudo quando afeta itens básicos como frango, leite e pão. Mesmo assim, o estudo de Braz mostra que famílias com renda acima de 30 salários mínimos têm gastado cerca de 11,23% da renda com o preço dos alimentos. 






Reajustes nas tarifas de ônibus afetam capitais em 2025

O ano de 2025 começou com impactos diretos nas tarifas do transporte público no Brasil. As capitais dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte anunciaram reajuste nos valores das passagens de ônibus, que variam entre 4,29% e 15% na elevação dos preços. 

Alguns dos municípios já anunciaram o aumento dos bilhetes ainda em dezembro de 2024. A capital Florianópolis marcou o maior percentual de aumento, 15%, enquanto Recife registrou o menor, de 4,29%. A justificativa da alta dos preços, segundo alguns prefeitos, se dá pelo preço do diesel, pelo câmbio do dólar e por custos de contratos. 

Florianópolis

A capital catarinense registrou a maior alta. O reajuste foi implementado no primeiro dia do ano e passou de R$6 para R$6,90 em pagamentos feitos em dinheiro ou no QR Code. A taxa de aumento é de 90 centavos, o que indica 15% de aumento.

Os usuários do Cartão Cidadão do Sistema Integrado de Mobilidade passaram a pagar R$5,75. O aumento configura a capital com uma das  passagens de ônibus mais caras do país. 

Rio de Janeiro

O prefeito reeleito Eduardo Paes, anunciou no dia 1º de janeiro a alta da tarifa. A mudança ocorrerá a partir de domingo (5). A passagem passará de R$4,30 para R$4,70.


Prefeito Eduardo Paes assina decreto de reajuste (Foto: Reprodução/Charles Sholl/UOL)



O aumento corresponde à correção monetária pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA. O último reajuste no município ocorreu no começo de 2024, quando a passagem passou de R$4,05 para R$4,30.

Belo Horizonte

O reajuste na capital mineira será de 50 centavos. A mudança tarifária do município vai de R$7,70 para R$8,20 e entra em vigor no dia 9 de janeiro. O aumento marca um percentual de 6,49%.

Em defesa, a administração do estado de Minas Gerais informou que a porcentagem da alta é menor do que o que foi solicitado pelas operadoras de transporte. A inflação e a correção de custos contratuais também são fatores que contribuíram para a alteração

Natal

As tarifas do transporte público na capital do Rio Grande do Norte tiveram um acréscimo de 40 centavos. O preço da passagem passou de R$4,50 para R$4,90. A última modificação ocorreu em novembro de 2023.

O reajuste foi aprovado pelo Conselho Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana (CMTMU) em dezembro do ano passado. Nas linhas de bairro, o preço da passagem ficou em R$4,30.

São Paulo

A cidade de São Paulo registrou alteração na tarifa do ônibus de R$4,40 para R$5. A transição ocorrerá a partir do dia 6 de janeiro e marca uma elevação de 13,6% no preço da passagem.



Prefeito Ricardo Nunes afirma aumento do preço da tarifa (Foto:Reprodução/ Taba Benedicto/Terra)

O preço da passagem não sofre alteração desde 2020. O aumento foi determinado pelo Conselho Municipal de Trânsito e Transportes e mantido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Recife

A capital pernambucana registrou um dos menores reajustes do ano. Com um aumento de apenas 4,29%, a passagem vai subir de R$4,10 para R$4,28 e começa a ser validada no dia 5 de janeiro.  A alteração foi determinada pelo Conselho Superior de Transporte Metropolitano. Os ajustes nos valores das passagens não mudam desde 2022.

Salvador

O novo valor da capital baiana será válido a partir do dia 4 de janeiro. O município determinou uma alta de 7,69% e a passagem vai de  R$5,20 para R$5,60 em ônibus comuns , ônibus amarelinhos e BRT. A passagem não sofre reajuste desde novembro de 2023. Segundo o prefeito Bruno Reis, o reajuste deriva da inflação acumulada desde o último reajuste. 



Presidente do Brasil aprova regra que limita crescimento do salário mínimo

Na última sexta-feira (27), Lula validou a lei que irá efetuar uma alteração na política do reajuste do salário mínimo. Tendo sido publicada como edição extra no “Diário Oficial da União”, a medida vem com o foco em fazer a adequação do crescimento do piso no país, com limites impostos pelo novo arcabouço fiscal. O aumento dos valores relacionados a essa medida terá uma porcentagem de 2,5%, conforme a inflação.

Reajuste

A previsão é de que, nos próximos dias, um novo piso salarial seja publicado, nos moldes do decreto que será editado pelo atual presidente do Brasil. Fontes próximas ao governo já trouxeram informação de valores próximos a R$ 1.520,00. Vindo da política de valorização do mínimo, levando em conta a soma da inflação, medida pelo índice nacional dos preços que se direcionam ao consumidor (INPC), são conferidos doze meses no cálculo.

Nova regra

.Com relação à nova lei aprovada, acabam tornando-se mais rígidas as regras do acesso aos benefícios de prestação continuada (BPC), que é um dos programas sociais que fazem parte do governo federal. O trecho que havia sido aprovado pelo Congresso, para excluir deficiências leves da lista das pessoas que podem ter acesso aos benefícios relacionados a este programa, Lula resolveu vetá-lo, alegando que iria na contramão do interesse público.


Haddad discursando no dia 27 de Novembro de 2024, durante a reunião sobre agricultura no Palácio do Planalto (Foto: reprodução/Sergio Lima/ Getty Images embed)


BPC

BPC é um programa do governo que dá direito para a pessoa que tem alguma deficiência ou, até mesmo, idosos com idade a partir de sessenta e cinco anos, que não têm condições de se sustentar, a receber um salário mínimo. Na nova regra, não será contabilizada a renda do companheiro que mora no mesmo lugar e, além disso, se houver outra pessoa que receba o BPC numa determinada família, sua renda não será somada no cálculo.

Essa lei entrará em vigor, a partir de 2025.

Da crise à estabilidade: as estratégias de Milei para reduzir a inflação na Argentina

Desde que Javier Milei assumiu a presidência da Argentina em dezembro de 2023, a inflação mensal, que havia chegado a quase 13%, foi drasticamente diminuída para 3,5%, enquanto o valor do dólar paralelo se estabilizou. Um assessor econômico do governo explicou as estratégias implementadas pelo polêmico líder libertário, cujas políticas foram questionadas por opositores e especialistas.

A estratégia de Milei: Cortes de gastos e controle monetário

Milei enfrentou um cenário econômico crítico ao assumir o cargo, com a inflação disparada e o dólar atingindo recordes. Para reverter a situação, o presidente decidiu realizar o que chamou de “maior ajuste na história da humanidade”, cortando imediatamente um terço dos gastos públicos.

Essa ação foi fundamental para reduzir as emissões monetárias, uma das principais causas da inflação. A decisão de cortar gastos, segundo economistas, foi uma tentativa de restaurar a credibilidade fiscal do governo e criar um ambiente de maior estabilidade econômica.

Desde o primeiro mês de mandato, Milei implementou uma série de políticas que resultaram em uma transformação rápida e radical da economia argentina. Ao eliminar gastos com programas sociais e cortes em setores considerados não essenciais, o governo conseguiu reduzir o déficit fiscal e aumentar a arrecadação. Assim, Milei diminuiu as emissões de moeda, e também passou do déficit ao excedente fiscal – um feito notável em um país que lutava com a instabilidade financeira por décadas.

Miguel Boggiano, membro do Conselho de Assessores Econômicos do governo, detalha que o ajuste foi acompanhado pela redução da taxa de juros dos passivos remunerados, um tipo de dívida de curto prazo que o Banco Central havia acumulado.

Baixamos a taxa de juros paga pelos passivos e desvalorizamos o peso, o que ajustou os preços relativos e liquidou os passivos”, explica Boggiano. Essa estratégia ajudou a controlar a inflação e restaurou a confiança dos investidores, que começaram a ver o país como um lugar mais seguro para aplicar seu capital.

Embora os resultados iniciais tenham sido encorajadores, com a inflação caindo para 3,5% ao mês, a administração de Milei não esteve isenta de polêmicas. O aumento da pobreza, que atingiu níveis preocupantes, com mais de 53% da população vivendo nessa condição, levantou preocupações sobre o custo social das políticas de austeridade.


Javier e sua irmã Karina Milei após a vitória nas eleições argentinas (Foto: Reprodução/Luis Robayo/Getty Images Embed)


Desafios e críticas ao governo Milei

Apesar do sucesso inicial em estabilizar a economia, a Argentina ainda enfrenta desafios importantes. Críticos apontam que as políticas de Milei podem ser uma solução temporária que oculta outros déficits reais. O ex-assessor Carlos Rodríguez alertou sobre os riscos de um malabarismo financeiro que não aborda as dívidas acumuladas.

Em sua conta no X (antigo Twitter), Rodríguez afirmou que o governo não teria superávit se não fosse financiado por títulos do Tesouro, que permitem o adiamento de pagamentos. A preocupação de muitos especialistas é que, sem um plano de longo prazo, as reformas de Milei podem levar a um ciclo de dívida e recessão.

Além disso, muitos argentinos estão ansiosos com a possibilidade de que a austeridade possa aumentar a crise social. O aumento da pobreza, que impacta emgrande parte crianças e famílias vulneráveis, mostra que as políticas de Milei têm um custo humano elevado. De acordo com estatísticas recentes, quase 7 em cada 10 crianças estão em situação de pobreza, levantando questões sobre a viabilidade das reformas e seu impacto na sociedade.

A trajetória econômica do país, no momento, ainda é incerta. Muitos se perguntam se as mudanças colocadas por Milei conseguirão sustentar uma recuperação a longo prazo em meio a desafios persistentes, como a pobreza e a dívida pública.

Presidente do Fed de Minneapolis considera possível corte de juros em dezembro

Neel Kashkari, presidente do Federal Reserve de Minneapolis, considera “razoável” um possível corte nas taxas de juros dos EUA até dezembro, aguardando mais dados sobre a inflação. O Fed manteve as taxas entre 5,25% e 5,50% na última semana, com a maioria dos bancos regionais prevendo um corte único este ano. Kashkari enfatizou a necessidade de mais evidências econômicas antes de decisões futuras. Em entrevista ao programa “Face the Nation” da CBS, Kashkari enfatizou a importância de mais evidências para determinar se a inflação está retornando à meta de 2% estabelecida pelo Fed.

Kashkari mencionou que o Fed está em uma posição favorável no momento para esperar e reunir mais informações sobre vários indicadores econômicos cruciais, como inflação, crescimento econômico e mercado de trabalho. Ele destacou que o banco central dos EUA precisa estar confiante de que a inflação está se movendo de volta para a meta antes de tomar decisões significativas sobre a política monetária. Isso reflete uma abordagem prudente para equilibrar o suporte contínuo à economia com a necessidade de controlar os preços.


Considerando o corte das taxas de juros (Foto: reprodução/Freepik)

Posicionamento do Federal Reserve

Na semana passada, o Federal Reserve decidiu manter sua taxa de referência entre 5,25% e 5,50%, níveis mantidos desde julho do ano passado. As projeções divulgadas indicam que a maioria dos 19 bancos regionais do Fed prevê um único corte nas taxas de juros ao longo deste ano.

Kashkari observou que, embora o mercado de trabalho dos EUA tenha mostrado resiliência, há incertezas sobre o futuro econômico, especialmente à luz dos aumentos anteriores nas taxas de juros. O presidente do Fed de Minneapolis expressou a expectativa de um possível arrefecimento econômico no futuro próximo, esperando que seja moderado para restabelecer um equilíbrio econômico sustentável.

Aguardando indicadores econômicos

Kashkari, conhecido por sua abordagem cautelosa em relação à política monetária, não especificou quantos cortes nas taxas de juros ele pessoalmente prevê. Ele expressou surpresa com o desempenho resiliente do mercado de trabalho dos EUA, apesar do Fed ter elevado os custos dos empréstimos de forma agressiva em 2022 e 2023.

“Espero que seja um arrefecimento modesto e então possamos voltar a ter uma economia mais equilibrada”, afirmou o presidente, que está esperando uma melhora na economia.

Argentina anuncia menor inflação em dois anos mas ainda preocupa consumidores

No mês de maio, a Argentina registrou uma queda da inflação desde janeiro de 2022, seguindo com a baixa durante cinco meses consecutivos diante da presidência de Javier Milei.

O repasse de preços ao consumidor ficou 5% abaixo das estimativas de economistas. Durante 12 meses, a inflação chegou a 276,4% , acumulando 71,9% até o quinto mês, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).

O ministro da economia, Luis Caputo, comentou os dados divulgados:

“A dinâmica dos preços voltou a ficar abaixo do esperado pelo consenso dos analistas participantes do Relevamento de Expectativas de Mercado (REM) do BCRA (Banco Central da República Argentina)”, acrescentou o ministro citando as consultorias econômicas do país.

Dados do mês de maio

Segundo o INDEC, a inflação dos 13 setores analisados resultou em desaceleração considerável. As categorias de Comunicação e Educação lideram a maior taxa com (8,2%) e (7,6%), respectivamente. A seguir as categorias de Tabaco e Bebidas Alcoólicas com (6,7%) e o menor registro para a saúde com (0,7%).

As categorias de habitação, saneamento e eletricidade subiram cerca de 2,5% e o setor de alimentos e bebidas aumentou em todas as regiões cerca de 4,8%


Consumidores ainda não sentem diferença no bolso (reprodução/ Cristina Sille/ Picture Alliance/Getty Images Embed)

Consumidores inseguros

Apesar de registrar uma baixa na inflação e mantê-la durante todo o primeiro semestre de 2024, os consumidores ainda não conseguem ver a diferença no dia-a-dia. Para a população, os custos ainda não cobrem o valor de salários recebidos, além de considerarem os impostos altos e o acesso a saúde muito caro.

Em entrevista à Reuters, Silvia Castro que é aposentada de 65 anos comentou: “Os impostos estão muito caros, os serviços e a gasolina estão caros, o seguro está caro, o serviço social (serviço de saúde) que deveria estar caindo está igual ou aumentou.”

Milei impôs medidas mais rigorosas para controlar os gastos e reduzir a impressão de notas por meio do banco central, mas ainda precisa de equilíbrio para não perder os eleitores em um momento onde a economia corre risco.

Câmara dos deputados argentina aprova plano de reforma econômica de Milei

Aprovado na terça-feira (30) pela Câmara dos Deputados da Argentina, o amplo plano de reforma econômica proposto pelo presidente Javier Milei obteve apoio legislativo em uma votação geral, enquanto alguns artigos importantes do megaprojeto de lei também foram respaldados, enquanto a votação dos detalhes do texto prossegue.

Um dos motivos da existência da proposta

O projeto de lei, almejado pelo libertário Milei para atrair investimentos e conter a inflação em meio à crise no país sul-americano, será encaminhado ao Senado para aprovação individual de seus artigos.


Javier Milei tenta aprovar projeto de lei que visa atrair investimentos e conter a inflação na Argentina (Foto: reprodução/CEDOC/Buenos Aires Times)

Milei, um economista libertário que ascendeu politicamente no ano anterior prometendo reformas radicais, conta apenas com uma minoria no Congresso, mas angariou apoio de aliados na Câmara dos Deputados após meses de negociações e concessões sobre o pacote de reformas, previamente rejeitado no Senado em fevereiro.

A deputada conservadora Victoria Borrego afirmou que esse apoio vai permitir que o presidente Javier Milei governe, referindo-se à capacidade do presidente de obter respaldo político.

Reforma econômica vai enfrentar a oposição no Senado

O pacote de reformas, que enfrentará maior oposição no Senado, concede ao Executivo autoridade para reestruturar ou privatizar órgãos públicos, simplificar a burocracia para atrair investimentos e ajustar as regulamentações trabalhistas.

Ainda será votado um pacote fiscal separado, prevendo aumento de impostos para trabalhadores com rendimentos elevados, proposta fortemente contestada por sindicatos locais, e drástica redução na taxa sobre bens pessoais.

Com uma inflação anual próxima a 300%, a Argentina busca reduzi-la por meio de austeridade, medida que já impactou o consumo, a indústria e a atividade econômica, enquanto a pobreza cresce, corroendo os rendimentos reais.

Santiago Cafiero, membro da oposição peronista e ministro do governo anterior, criticou nas redes sociais a lei, dizendo que é uma legitimação de um projeto que não resolve os problemas da população, nem a pobreza, tampouco a hiperinflação.