O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, confirmou que o antídoto Fomepizol, usado no tratamento imediato de intoxicações por metanol, deve chegar ao Brasil ainda nesta semana. A carga, com 2,5 mil ampolas enviadas dos Estados Unidos, será recebida em um galpão do Ministério da Saúde no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. De lá, o medicamento será distribuído aos Centros de Informação e Assistência Toxicológica dos estados.
Fomepizol deve desembarcar no Brasil ainda nesta semana
As ampolas foram compradas da farmacêutica japonesa Daiichi-Sankyo, em articulação com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Segundo Padilha, “um paciente usa em média de duas a quatro ampolas” durante o tratamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação do Fomepizol de forma excepcional, já que o produto ainda não possui registro no Brasil. Até o momento, não há pedido formal de registro do medicamento junto à agência reguladora.
O Brasil contabiliza 16 casos confirmados de intoxicação por metanol: 14 em São Paulo e dois no Paraná. Padilha informou que, entre domingo e segunda-feira, não houve novos casos além dos já registrados no estado paulista, que ainda não havia divulgado seus dados até o fim da tarde. Casos suspeitos na Bahia e no Espírito Santo foram descartados, o que reforça o foco de atenção na região Sudeste, especialmente em São Paulo.
Brasil compra antídoto para Metanol (Vídeo: reprodução/YouTube/@cnnbrasil)
Laboratórios mobilizados para diagnóstico rápido
Diante da concentração “brutal” de notificações em São Paulo, com 178 casos suspeitos, o governo federal anunciou a disponibilização dos laboratórios da Unicamp e da Fundação Oswaldo Cruz para acelerar os diagnósticos. O objetivo, segundo Padilha, é garantir agilidade na identificação e tratamento das vítimas. “Estamos trabalhando para assegurar resposta rápida e eficaz a todos os estados”, disse o ministro, ao reforçar a atuação conjunta entre o governo federal e as autoridades locais.
Mesmo com o atraso na divulgação dos dados de São Paulo, o ministro descartou qualquer atrito com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). “Tenho tido uma relação sintonizada e alinhada de forma permanente. Desde o começo em que o ministério da saúde percebeu essa situação anormal. O atraso dos dados não tem qualquer sentido ou conotação nesse sentido (político)”, afirmou Padilha, reforçando que o foco é exclusivamente técnico e de saúde pública.
